quinta-feira, janeiro 31, 2008

Clutch - Electric Worry



Quem é que não gosta de mecânicos que fazem música para andar de mota?

Cult of Luna - Back To The Chapel Town

Melhores Guitarristas - NME

A revista britânica NME fez uma lista de 75 guitarristas para que o público possa votar qual deles é o melhor de sempre. Estas listas são, regra geral, duvidosas. Nesta particular lista, mais de 70% dos nomes são da década de 90 para a frente, o que revela um bocadinho a visão da NME, que é a visão do imediato.
Também de destacar (pela negativa) a presença de nomes como Dave Grohl (Foo Fighters) e de Billie Joe Armstrong (Green Day), e a ausência de Paco de Lucia e Omar Rodriguez-Lopez, só para citar alguns de que me lembro imediatamente, para já não falar de nomes ligados ao Metal. O André lembrar-se-á de muitos mais, tenho a certeza.

P.S.- justificar textos é para meninos.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Apelo!

É em tempo de crise que os redactores deste blogue aproveitam as oportunidades. Microondas, tostadeiras, aspiradores manuais e até mesmo batedeiras eléctricas! - tudo isto pode chegar a nós, redactores, basta vocês... votarem em nós. Qual a vantagem para vocês, leitores assíduos? Basicamente nenhuma. Mas nós estamos um bocado fartos de comer raviolis enlatados frios...
Está aqui ao lado e tem o símbolo da Super Bock, nada mais simples.
E o nosso muito obrigado à Worten, por patrocinar esta nobre iniciativa.

Dusty Rhodes and The River Band

Por força do acaso, numa das minhas buscas aleatórias no mundo do myspace, dei de caras com uma banda bastante peculiar que, em relação ao estilo de música que toca, se auto-proclama como sendo de Indie-Progressivo. Com várias influencias do vasto mundo do Rock-Rrogressivo, Psicadélico e Avant-Garde (Yes, Pink Floyd, Devotchka, Björk), e entre outros estilos como se pode verificar no Myspace da banda, esta malta de Anaheim, Califórnia, a meu ver consegue, fazer uma fantástica junção de estilos que funcionam muito bem com as suas músicas (aconselho “Street Fighter”,“Dear Honey”). Numa das actuações da banda, Isaiah ‘Ikey’ Owens, dos The Mars Volta, ofereceu-se para produzir o primeiro álbum da banda. First You Live já se encontra à venda nos Estados Unidos desde Outubro do ano passado e, em princípio, estará disponível no mercado europeu em meados de Fevereiro. Devo dizer que esta banda se tornou uma das bandas que ouço com maior frequência pois aprecio a forte sonoridade Folk que possuem.

Deixo-vos com o Myspace de Dusty Rhodes and The River Band para cada um ouvir e tirar as suas elações.
Espero que gostem.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Lydia Lunch em Portugal

Esta notícia já é um bocadinho antiga, mas é sempre pertinente, ainda por cima quando se fala num nome destes. Lydia Lunch, artista americana. O rótulo assenta que nem uma luva, quando se fala de uma pessoa que faz música, spoken word, escreve, contribui para comics, é actriz, só para mencionar os aspectos mais conhecidos desta multifacetada mulher.

Mas bom, a verdade é que esta senhora vem a Portugal, ainda por cima com duas datas marcadas. No dia 15 em Lisboa, na Galeria Zé dos Bois, e no dia 16, no Teatro S. Mamede. Em Lisboa o preço é de 10 euros e em Guimarães varia entre os 10 e os 15 euros.

Segundo a agenda do Teatro de S. Mamede de Guimarães, o espectáculo "revelar-se-á num solo musical, versando sobre sexo, lamento e raiva. Complementando a apresentação, uma cenografia constituída por imagens criadas especificamente para cada tema."

Site Oficial de Lydia Lunch
MySpace de Lydia Lunch

Acústico é portátil

A vantagem de se ter uma banda acústica é que se pode andar com ela na rua. Passeá-la, literalmente. Que o dia Zach Condon, o mentor do projecto Beirut:

Nantes


The Penalty


Estes agradáveis clips são produção de La Blogotheque.

Converge em Portugal, dia 19 de Julho

Só não se sabe com quem, nem onde. Em Lisboa há-de ser.

Agora, deliciem-se com esta técnica do arco da velha:
Broken Vow

The Bedlam in Goliath já saiu

Já podem ir a correr às lojas (coisa que aconteceu nos EUA onde o Bedlam está mais perto do #1 do que nunca) para comprar o novo registo dos The Mars Volta. Já aqui falamos exaustivamente dele, é talvez (mesmo!) o melhor álbum deles. Não vou por músiquinha nenhuma porque está uma ali ao lado e outra anda aí para baixo. Pronto, deixo um video...


Wax Simulacra ao vivo no Letterman

Metal e fadas

Eu não sou muito do Metal, pelo menos daquele que fala em fadas e dagrões, ou vampiros e demónios. No fundo, gosto das coisas do Doom, de alguns clássicos e de bandas às quais tenho mesmo de reconhecer valor (e nisto, destaco Moonspell, não só por ouvir desde os meus tenros seis aninhos, mas por ainda hoje terem o valor e as capacidades - a todos os níveis que me vêm agora à cabeça - que têm).

Mas há dois tipos de Metal que me deixam mesmo triste - ou me divertem incrivelmente, depende do dia: o Power Metal - quando quiser ouvir músicas do Super Mario a mil à hora, sei que tipo de música procurar - e aquele que é cantado pelas senhoras da Ópera (que é um estilo dentro do erudito que não me atrai nada, mas não vamos falar disso), no qual também se inclui algum Power.

Bom, mas reconheço que esta senhora canta realmente como uma 'fada' (e aqui não estou a gozar, é mesmo uma voz curiosamente interessante).

Hyubris - Canção de Embalar

Mas não sei se o senhor José Afonso ia gostar disto... Acho piada aos trajes, que acabam por destoar um pouco da música interpretada, mas tem pormenores giros. E sim, a rapariga chega a uns tons muito engraçados. Agora, isto tudo no Portugal no Coração? METAL no PORTUGAL NO CORAÇÃO? Bem...

A verdade é que neste género, o meu coração está guardado para outra música:


E já que estamos nestas andanças do Metal, aqui está a iniciação perfeita para o assunto:

Massacration - Metal is The Law

E com muita pena minha...

... perdi duas noites de festa nos coliseus do Porto e de Lisboa. Tendo sido vítima do esgotamento dos bilhetes (ou então culpado pela preguiça de os ir comprar), perdi os dois concertos que Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra deram este fim de semana em Portugal.

Deixo-vos uma review do concerto no Porto.

E uma música.
boomp3.com
(E. Kusturica & TNSO - Unza Unza Time, não aparece o nome, não me perguntem porquê)

domingo, janeiro 27, 2008

Fomos todos enganados...

Refused foi daquelas bandas que marcou a minha passagem pela idade do armário. Aquela fase em que eu andava com o "Discman" dentro da mochila, os "headphones" no máximo a pensar «eu ouço melhor música que toda a gente». No fundo, não mudou grande coisa: continuo estupidamente pouco flexível em relação às minhas opiniões obre música, o que é 'bom' e o que é 'mau', mas gosto de acreditar que já tenho alguma moral para falar (como acontecia no tempo do "Discman").
Agora ando com o bom leitor de mp3 e continuo a ouvir Refused... Porquê? Bom...


Não é por isto.


Nem por isto.

Mas quando fui tentar perceber o que é que me levava a gostar de Refused, compreendi que estava enganado: não era por ser Punk, por ser Hardcore com aquelas baterias 'cascalho' aceleradas e guitarras primárias, ainda que banhado por boas letras (muitas vezes estragadas por más vozes) - como todo o Hardcore - que eu devia gostar de tal banda. Devia gostar deles, porque eles são verdadeiramente Punk, ou seja, não tinham limites.
Deixem-me ilustrar essa realidade:





Depois de estarem cerca de sete anos a mostrar a toda a gente que tocavam Hardcore tão 'mau' (musicalmente falando) como muitas outras bandas, decidiram-se a mostrar o que sabiam. The Shape Of Punk To Come é um álbum de Hardcore, com misturas de música electrónica, Jazz e Hard Rock do melhor que já se ouviu, uma autêntica obra-prima. O baterista faz batidas incríveis, enquanto que o baixista faz linhas completamente fora de tudo e perfeitamente dentro da música; as guitarras têm de tudo, desde o pesado ao mais melódico; há mesmo uma música acústica, há violinos e violoncelos... E as letras continuam tão corrosivas em relação ao nosso mundo como sempre, talvez ainda melhores.

Se o que está acima não chegar:
boomp3.com

boomp3.com

Mogwai reeditam Young Team


O álbum que chutou o Post-Rock para o mundo mediático vai ser reeditado em Abril deste ano, recheado com oito temas extra. Enquanto o álbum de estreia se prepara para voltar à ribalta, Mogwai estão a terminar a gravação do sucessor de Mr. Beast (2006), que deverá chegar às lojas ainda no Verão.

Apresentado novo cd dos If Lucy Fell

Foi ontem apresentado na Zé dos Bois o novíssimo albúm dos portugueses If Lucy Fell. Este cd, com a assinatura da Rastilho, intitula-se de "Zebra Dance" e sucede assim ao "You Make me Nervous", de 2005, surgindo como um dos mais aguardados álbuns do ano. No myspace da banda é já possível ouvir dois novos temas: "Circus Parade" e "Colossus Kid".

Enquanto não surgem vídeos novos, deixo-vos com o clip do "What if She Fell":

Charlatans à la Radiohead

Os Charlatans, banda de britpop de Birmingham, vão dar o seu mais recente álbum no site oficial, a partir de 3 de Março. A versão física do futuro álbum - chamado You Cross My Path - sai apenas em Maio, no dia 19. O download legal pode ser feito no site oficial da banda.

Esta atitude vem como consequência da actuação dos Radiohead, que assumiram todos os encargos da produção do seu mais recente álbum.

A banda vai passar por Lisboa já no dia 4 de Fevereiro, com actuação marcada para a Aula Magna.

Site dos Charlatans - façam o download legal do álbum
MySpace dos Charlatans - ouçam e façam o download do single homónimo do novo álbum

sábado, janeiro 26, 2008

"Eu não disse?"

Ok, os concertos dos Wraygunn são sempre muito bons em termos de interacção com o público e a banda chama sempre gente para bem perto do palco ou mesmo para o palco.
Aqui, não correu bem.

Há que notar que a banda se manteve impávida e serena durante todo o acontecimento

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Mais cultura, para todos

Segundo notícia de hoje da Reuters, a venda mundial de músicas caiu cerca de 10% em 2007, mesmo contando com o aumento em 40% de vendas digitais em igual período. Mais um forte sinal de que a indústria musical tradicional tem os dias contados.

Dead Can Dance


Os Dead Can Dance, já extintos, são sem dúvida alguma, das descobertas mais interessantes que tive a oportunidade de fazer. Catalogá-los é no mínimo uma árdua tarefa, tais são as misturas étnicas presentes nas suas composições musicais. A melhor descrição que consigo fazer é, se calhar, misturada étnica.
Aqui fica a minha proposta para fim de semana. Os Dead Can Dance, forte influência para toda uma miríade de bandas, nas quais incluo, por exemplo, os nossos compatriotas Blasted Mechanism. Uma sugestão diferente, interessante, eclética até.

Be Your Own Pet

Esta banda de Nashville, Tennessee, chegou às minhas mãos em 2005 através da NME (numa review bem pequenina num canto de uma das páginas, naquela altura em que ainda se aproveitavam algumas coisas da revista). Nessa altura o que me prendeu a atenção foi a jovem idade dos membros da banda - 16/17 anos, nem sonhavam que um ano depois estariam a fazer uma minitour pela Europa - e o que me cativou, entre outras coisas, foi a energia da vocalista Jemina Pearl. A primeira faixa que me chegou aos aos ouvidos foi Damn Damn Leash: garage rock básico, primário, barulhento... viciante!
boomp3.com
Pouco tempo depois comecei a explorar o espólio da banda que, espremidinho, se resume ao Damn Damn Leash EP (2005) e ao álbum homónimo, lançado em 2006. Com o lançamento do álbum, a banda cimentou a sua posição musical: música de revolta adolescente, sem paragens e por vezes completamente desregulada. A banda, principalmente devido à vocalista, é muitas vezes comparada aos Yeah Yeah Yeahs, banda de Karen O, embora seja perceptível a diferença entre o rock melódico dos YYYs e o rock caótico dos BYOP. Também notáveis são as actuações ao vivo da banda em que há libertações de quantidades industriais de energia, suor e muita desordem. Marcado para 18 de Março deste ano está o lançamento do novo álbum da banda, intitulado Get Awkward. Cá estaremos para ver que divertimento nos trarão estes americanos irrequietos.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Música de Intervenção?

Portugal é um país onde despontaram grande nomes daquilo a que se convencionou chamar de música de intervenção. Nomes como Zeca Afonso ou José Mario Branco vão ser sempre lembrados - embora não só - desta forma. Nunca pondo em causa a sua qualidade musical (que é, em muitos dos casos, superior), é pela mensagem que a maioria das pessoas reconhece este autores.

Hoje em dia, no nosso país, despontam nomes que são apontados como uma nova geração de intervenção. A sua música é diferente. Maioritariamente hip-hop. E é disso que quero falar aqui. Aproveitando esta catalogação, Valete fez uma "música de intervenção" sobre...futebol. Sobre Paulo Bento. E insultuosa. Vejam por vocês mesmos:



Será este o caminho? Será isto a chamada nova geração de musicos de intervenção? Se for, estamos num mau caminho...

Eles continuam a vir II


Os Wraygunn revelaram as datas dos concertos da tour Shangri-La (desta vez nada a ver com a Everything Is New). Entre essas datas foco as 2 mais importantes para a trupe do Stage Diving:

7 Fevereiro, Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra - cidade natal da banda e da trupe do blogue (1ª parte: Sean Riley & The Slowriders)
29 Fevereiro, Lux, Lisboa (Sean Riley & The Slowriders)

Lembro também que a banda irá lançar brevemente uma edição limitada em vinil, constituída pelos 2 últimos álbuns, intitulada A Wraygunn Double Joint: Ecclesiastes 1.11 + Shangri-La

E eles continuam a vir...

Está provado: A Everything Is New traz a Portugal as bandas e artistas que quer. Ok, pode não ser bem assim, mas a verdade é que em pouco mais de 1 ano de existência, a promotora já tem um historial de concertos em Portugal notável. Desde Nine Inch Nails, passando por Interpol, Wolfmother, Massive Attack, até ao festival Oeiras Alive que foi um êxito no ano passado e este ano para lá caminha. Nas últimas semanas foram várias bandas anunciadas, deixo-vos aqui uma lista de algumas delas:

Spoon, 23 de Fevereiro, Aula Magna
Portishead, 26 e 27 de Março, Coliseus do Porto e Lisboa respectivamente
The Hives, 9 de Abril, Coliseu de Lisboa
Feist, 10 e 11 de Junho, Coliseu do Porto e Aula Magna respectivamente

Acabei agora mesmo de ver que os Animal Collective anunciaram duas datas em Portugal para o mês de Maio. Obra da Everything Is New? Veremos brevemente aqui.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Linda Martini em estúdio


Aproveitando a maré de anúncio de novos cds fica o registo para o regresso ao estúdio dos Linda Martini, que se encontram a gravar o novo EP a editar em vinyl pela Rastilho Records. Segundo se avança, o dito cujo dever-se-á chamar "Marsupial".


Informação descaradamente roubada da Trompa

Kayo Dot na Europa?


Correm boatos sobre a vinda dos Kayo Dot até este lado do Atlântico. As informações mais próximas de uma 'verdade' dizem que a banda de Toby Driver e Mia Matsumyia vai fazer companhia aos Gregor Samsa - que planeiam a sua vinda até ao continente europeu para meados de Maio -, na sua tour pelo Reino Unido.

Esperemos que sim, esperemos que sim...

Elbow editam novo álbum a 17 de Março

Os britânicos já apresentaram o alinhamento do novo trabalho, intitulado The Seldom Seen Kid:

Starlings
The Bones Of You
Mirrorball
Grounds For Divorce
An Audience With The Pope
Weather To Fly
The Loneliness Of A Towercrane Driver
The Fix
Some Riot
One Day Like This
Friend Of Ours

Novo de The Vicious Five será editado de forma independente

A data da edição do novo trabalho dos lisboetas The Vicious Five já fui anunciada: prevê-se que o álbum seja lançado pela própria banda (i.e., sem editoras ao barulho, algo que eu apoio entusiasticamente) no dia 7 de Março.

A banda diz que o novo trabalho será o «melhor álbum de sempre» de The Vicious Five. A ver vamos, que Up On The Walls subiu muito a parada; mas o requisito mínimo é, sem qualquer sombra de dúvida, a energia selvagem e jovem dos anteriores trabalhos da banda.

Vamos recordar, não? - "Bad Mirror"

Riding Pânico editam álbum a 8 de Março

A banda de Post-Rock portuguesa que, na minha singela opinião, mais qualidade tem vai editar Lady Cobra pela editora Raging Planet (a mesma de Men Eater). A banda que surgiu no seio dos estúdios Black Sheep começou a gravar no primeiro dia de Outubro do ano passado, pelo que o álbum deve estar, por esta altura, nos arranjos finais - isto é pura especulação.

Aguardem, que vale a pena. Entretanto, ouçam algumas músicas no Myspace.

Um pequeno presente, já agora... "I See Nineteen"

terça-feira, janeiro 22, 2008

Silver mt. Zion - 13 Blues for Thirteen Moons

Depois de três anos em suspenso no que toca a álbuns - ainda que rico em concertos e participações (nomeadamente no projecto Evangelista de Carla Bozulich) Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra & The Tra-la-la Band regressam com 13 Blues For Thirteen Moons, que será oficialmente editado pela Constellation no dia 25 de Março. No entanto, este aguardado álbum já circula e eu já ouvi. É completamente aconselhável:

Um início descomprometido, quase sem qualquer sentido. Na realidade, doze inícios, cada um começo do anterior, algo que pega no feedback esquecido e lhe dá um novo sentido. Aquelas primeiras faixas parecem uma conversa dissonante em tom de aviso para o que está de atalaia. De seguida apercebemo-nos de que "1.000.000 Died To Make This Sound". E é com alguma tristeza que nos dizem. Tristeza que não é atenuada pelo balanço repentino que a música parece adquirir. Muito pelo contrário, a guitarra com uma distorção carregada e quase exagerada como ruído de fundo só ajuda a este sentimento frustrante. Se há algo que não falha nos trabalhos de Silver Mt. Zion (SMZ) é a intensidade das suas músicas e a forma como estas nos atingem - este não falha à regra.
Esta frustração, carregada de ódio, carrega ainda em "13 Blues For Thirteen Moon", sob os gritos «I just want some action!». Uma música que em semelhança com um Post-Metal só tem a lentidão do andamento e o peso transmitido pela guitarra, que os restantes instrumentos cortam essa sensação, consegue nutrir os mesmo efeitos que bandas do género. Algo que acaba, que o bom não é para sempre. Mas fica melhor, com um Blues à SMZ; a música é a mesma e a harmonia também. À medida que cresce, percebemos que a melodia não mudou. Realmente, podia ser uma música Post-Metal ou até Post-Doom, visto que até a composição nos recorda algo semelhante, porventura. Acalma, e volta a crescer. Desta vez excede-se até ao fim, que retoma o descanso - que é algo que este álbum não dá: mexe connosco.
"Black Waters Blowed/Engine Broke Blues" começa no tal descanso. É quebrado pelo puro ruído, pela aleatoriedade, ainda que atenuados pelas vozes, até que estes se tornam numa melodia nos mesmo moldes da anterior: pesada, lenta e com força. Não fosse a guitarra a solar por trás de tudo isto... Descanso, novamente, que se perde outra vez numa lentidão melodiosa e que encerra calmamente, de igual forma.
No entanto, o erudito é algo que ainda está bem presente, como demonstra "BlindBlindBlind", que é uma recuperação de todas essas capacidades, ilustrada pela voz de Efrim, que está cada vez melhor no papel de vocalista - ainda que com a sua voz peculiar. Esta última música, é aquilo que caracteriza esta banda: música Clássica numa interpretação Rock. Um auge, entre muitos. Mas este sabe a esperança.


Não me sinto capaz de dizer "este é o melhor", ou "este é o pior álbum da banda". No fundo, como todos os outros, tem uma identidade própria e independente dos outros; uma identidade que se compreende na perfeição em Silver Mt. Zion e naquilo que se espera deles.
Posso, no entanto, dizer que este álbum tem muito dos dois últimos trabalhos da banda, Horses In The Sky (2005) e This Is Our Punk-Rock, Thee Rusted Satellites Gather + Sing (2003): as vozes do primeiro excelentemente combinadas com a instrumentalização do segundo, com uma pitada de Punk na mistura e uma intensificação do peso nas músicas. Este álbum está longe da sonoridade de câmara que inicialmente caracterizou o projecto Silver Mt. Zion. Agora que consagrado, o experimentalismo é cada vez mais nítido, fugindo aos moldes do Post-Rock em que estavam. Este 13 Blues For Thirteen Moons está mais Rock, está mais Clássico, está mais pesado e está cada vez mais distante daquilo que identificava o anterior projecto principal que reunia grande parte da banda, Godspeed You! Black Emperor, que se movimentava precisamente dentro deste esquema. E é precisamente o que escrevi que quero dizer: ainda que em moldes semelhantes, Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra & The Tra-la-la Band conseguiram distinguir-se de Godspeed You! Black Emperor; já não faz sentido afirmá-los como um projecto paralelo desse.

Naturalmente, a presença do ex-baterista de Hangedup faz uma diferença significativa na força/balanço da música de SMZ. Enquanto baterista, Eric Craven toca certinho, sem grandes avarias, mas mostrou ser o baterista indicado para o projecto em questão, libertando muito mais os violinos, os violoncelos e o contra-baixo - que antes tinham ainda o papel de fazer ritmo, para além da melodia. E esta liberdade sente-se muito na riqueza das melodias e da ambiência, que estão muito mais exploradas pelas cordas. Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra é cada vez mais Tra-la-la Band, ou pelo menos neste álbum funciona como uma.

As letras ganham um papel ainda mais importante neste álbum, nem que seja por já se poderem encontrar no álbum - segundo anunciou a editora da banda. Cada vez mais revoltadas e cada vez mais revolucionárias e despolitizadas, as palavras de toda a banda adquirem uma vida contagiante, que desperta em nós a vontade de nos juntarmos a eles, para cantar a revolta e a mudança - que devíamos ser. É impossível separar as aspirações de toda a banda da natureza das suas letras, pois, segundo eles mesmos afirmam, estas são resultado das conversas e das relações que a banda mantém. E é essa capacidade, de tornar as suas descrições algo de corriqueiro, natural e desejado, que é mais contagiante naquilo que eles entoam.

Valeu a pena esperar por 13 Blues For Thirteen Moons. Agora só vale a pena esperar mais por um concerto aqui perto.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Scotch Mist

Aqui fica o Scotch Mist. Uma horinha de Radiohead, com performances de todas as músicas do seu In Rainbows e outras coisas que vocês verão.

Sex Pistols reunited?

Várias informações têm surgido que dão conta de uma reunião dos Sex Pistols para breve. Sugere-se mesmo que podemos esperar já para este Verão algum material. Os detalhes são, no entanto, escassos até à data. Porém coloca-se já à partida a questão: será que cerca de trinta anos depois fará sentido esta reunião? Aqui estaremos para ver.

Kim Doo Soo - 10 Day Butterfly


Kim Doo Soo é um artista coreano de folk. Sobre ele pouco sei. Na Internet a informação é escassa, quase inexistente. Chega a dar a ideia que o senhor só toca na sua marquise. Provavelmente não ficará para a história da música. Não é exuberante, depressivo nem meloso. Simplesmente sereno e contemplativo.
Os contornos da sua música são precisos. Pinta paisagens de melancolia em suaves pinceladas. Mas é a paz latente na sua discreta voz que nos acaba por prender.

Prendeu-me o facto de a sua poesia nos proporcionar uma total abstracção dos significados presentes na letra. Apresenta-nos a poesia como padrão de sons, simplesmente. Como imagem acústica cujo significado não podemos perscrutar. Esta falta de efeito de ancoragem abre-nos linhas de pensamento e permite-nos sentir a música na sua essência. Mas, acima de tudo, permite-nos apreciar a musicalidade de uma língua distante, marca de uma identidade que surge forte e definida, não obstante as influências ocidentais patentes nas suas composições.

E é exactamente neste ponto que radica o meu fascínio por esta descoberta acidental. O facto de, apesar de cantar folk, soar a asiático proporciona-nos uma experiência no mínimo diferente.

No seu todo, o CD que ouvi, o "10 Day Butterfly", o seu 5º álbum, talvez peque por se alongar demasiado nas mesmas fórmulas. Mas, apesar de não ser um disco de uma vida, afigura-se como uma proposta diferente que merece a sua atenta audição. Destaco talvez a "The Way of the White Cloud" e a "Our Era Doesn't Look After a Soldier", canções que apesar de bem conseguidas não alcançam nunca a beleza da Bohemian, presente na colectânea "International Sad Hits Volume One", passível de audição aqui.

Mais um, mais Música

De volta à nossa pequena redacção, está o Tiago Estevão. Este é especial, já que ele é que fundou o Stage Diving. Quanto mais diversificado estiver o blogue, mais 'musical' fica, isso é certo. Todos sabemos que a música não é nada de linear, portanto, a linearidade não é um objectivo para este espaço: antes a qualidade (que existe nas formas mais esquizofrénicas).

Um grande bem-haja para o Tiago!

domingo, janeiro 20, 2008

The Simpsons

Há aqui talento, muito talento.

A música também é um divertimento

Aliás, eu consigo apreciar as músicas que me fazem rir, ainda que seja durante um momento muito curto e fugaz. A etiqueta musical que mais riso me provocou foi o Reggaeton. A famosa Gasolina que tanto infestou a vida a tão boa gente... Rio muito só de pensar nisso - ainda que não tenha coragem para me tentar recordar de como soava.

No verão de 2006 surgiu ainda mais um ataque de riso: Nelly Furtado ataca. Não que eu tenho um ódio especial por ela. Apesar de não gostar da rapariga, até considero que aquele primeiro álbum estava aceitável nos padrões de qualidade da música pop/mtv. Entretanto ela lançou o grande "Meneater" (que deve ter sido um golpe para o ego dos Men Eater), o single do álbum dela de 2006, precisamente. Ora, nesse verão, estava eu em Paredes de Coura a ler umas reviews numa revista que distribuíram gratuitamente, salta-me à vista o dito álbum sob a etiqueta "Post-Reggaeton". Isto é revelador de duas coisas: Nelly Furtado é bué à frente; há uma mania de chamar Post a tudo que tenha pernas, mesmo que não haja uma verdadeira evolução ou exploração do estilo em questão.

No entanto, esta opinião só se aplica em relação ao álbum de Nelly Furtado. Eu acho que existe Post-Reggaeton! Hei-lo:

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Preview e Review do último de Mars Volta

Não sei o que é uma review a sério, confesso, mas aceito o testemunho do António com todo o prazer. Antes de mais, um pequeno esclarecimento: vou tentar redigir o texto de forma a que este funcione como preview e como review. Afinal, há muito gente que não vai ouvir o álbum antes deste ser oficialmente lançado (algo que não me leva a concordar, mas isso é outra dissertação), e eu não quero estragar surpresas. Assim, vou abordar o álbum no geral sem estragar surpresas - já que este é riquíssimo em pormenores.


"Sem rodeios, este é o melhor álbum dos The Mars Volta," e eu não o diria melhor. As composições de Omar deixaram para trás os tempos controversos em que era necessário provar algo alguém, em que havia uma necessidade de mostrar as capacidades dos Mars Volta. Está tudo tão sóbrio, tão coerentemente inconsequente, que não se pode ficar indiferente. Finalmente, aperceberam-se de que não vale a pena fazer do princípio uma obra que já tem uma qualidade estupenda, como acontece com os Mars Volta. É inegável que todos os anteriores trabalhos da banda - mesmo fora do projecto Mars Volta - são de uma qualidade acima da média. Este álbum consegue sintetizar e reinventar todos os bons pormenores do que foi tão bem feito, sendo tudo isso feito com uma excelência arrepiante.
The Bedlam in Goliath tem a força e o feeling de De-loused in The Comatorium, a história de Frances The Mute e instrumentalização genial de Amputechture. As influências estão lá: há a Dub, o progressivo de King Crimson, Yes e Van der Graaf Generator, o punk de Clash, todas elas exploradas como eu não ouvia desde que o Punk matou o Prog-Rock, nos finais de 70 (estou a falar e parece que já tenho 50 anos, mas isso é mentira. O que eu tenho é um pai estupidamente viciado em música). Todo o álbum tem algo de novo para dar, sem qualquer dúvida, nem que seja a nível melódico - que está algo de completamente diferente daquilo que foi feito pela banda anteriormente.

A verdade é que nada disto seria assim se não fosse uma incrível lufada de ar fresco que a banda estava a pedir desde há algum tempo. The Bedlam in Goliath vem com uma bateria que modifica completamente a sonoridade de Mars Volta, sem que lhes retire a identidade única que têm. As músicas parecem ter pausas para respirar, imensas: Thomas Pridgen, ao contrário de Theodore, que seguia a música "como um comboio", pausa bastante música com baterias aceleradas mas que vivem muito de quebras que surgem nos contra-tempos ultra-bem colocados nas músicas. Estas baterias dão a sensação de que as músicas se alongam, sem que estas tenham a necessidade de ser estupidamente longas; dão tempo para que se aproveite cada momento da música.


Outra situação que merece destaque é a guitarra de Omar. Se nos últimos dois álbuns a sua presença sobressaía exageradamente, agora há inúmeras situações em que quase não reparamos nela, mas em que a sua presença é de uma importância descomunal. Efectivamente, ela está lá sempre, nem que seja só a fazer o 'ambiente' da música, dentro da harmonia. Assim, evitam-se alguns atropelos que surgiram demasiadas vezes, talvez, durante Frances The Mute e Amputechture.


Quando o Amputechture foi lançado, eu esperava que a crítica fosse mordaz - e foi - com um álbum de puro Prog-Rock que teria vingado com uma facilidade incrível nos anos 70; mas, como já disse, o Rock Progressivo está mais morto que vivo (não fossem bandas como Mars Volta, essa seria uma realidade já distante). A onda de incompreensão gerada em torno das suas músicas levou-me a concluir que o próximo álbum seria o consumar musical de um grupo de génios, ou simplesmente o início de uma sucessão de obras-primas. Neste momento, The Mars Volta separaram-se do que foi feito dentro do Progressivo, precisamente como aconteceu em De-loused in The Comatorium (nunca o Punk tinha soado tão bem junto ao Prog-Rock), e fizeram outra obra-prima.

Se pudesse, daria um abraço ao Omar e ao Cedric.

Ideias acerca de The Bedlam in Goliath

Confesso que por agora não ouço mais nada. De mim não seria de esperar outra coisa, e por isso vou aqui deixar apenas algumas ideias e opiniões. A review a sério fá-la o André.

Aberinkula - Inicio arrojado, com pompa e circunstância. Instrumentos de sopro virtuosos.
Metatron - A passagem da faixa 1 para a 2 é fabulosa. Uma música mais rápida, que nos dá uma bela ideia daquilo que Pridgen é capaz. Uma das que mais me chamou atenção, com uma frase que nos persegue: "Maybe I'll break down."
Ilyena - Uma música mais calma, com bastantes efeitos de voz. Parece dividida em duas partes.
Wax Simulacra - O single. Se houver um baterista mais rápido que Pridgen que me digam. Não há muito mais a dizer.
Goliath - O jazz-prog caracteristico. A composição de Omar num nível superior. Tudo está onde deve estar. Momento épico.
Tourniquet Man - Uma quase balada. A música mais calma de todo o álbum. "Let me be your tourniquet man."
Cavalettas - Mais um momento épico. O progressivo está vivo. Caos e confusão sonora.
Agadez - Um onda de pop-latino nesta música, sem nunca perder a sua identidade.
Askepios - Progressiva. Esta é Volta.
Ourobouros - A música mais pesada do álbum. Lembram-se de SOAD? Vão-se lembrar...
Soothsayer - A mais experimental. A percorrer caminhos já traçados pelo Amputechture.
Conjugal Burns - Um final de grande nível. Inicio a fazer lembrar o Tremulant EP. Tema com grande alma, forte e orelhudo.

Sem rodeios, este é o melhor álbum dos The Mars Volta.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Colleen por estes lados

É verdade, o projecto da francesa Cécile Schott, conhecido como Colleen, anunciou uma tour de quatro concertos para o nosso jardinzinho. Na bagagem traz o álbum do passado 2007, Les Ondes Silencieuses, editado pela Leaf Label.


Datas:
3 de Abril @ TAGV, Coimbra
4 de Abril @ Theatro Circo, Braga
5 de Abril @ CAE, Portalegre
? de Abril @ TBA, Lisboa

Para quem não conhece, aconselho vivamente uma visitinha ao Myspace - descansem com o próprio descanso na forma de música; é algo simplesmente místico e pouco físico (no bom sentido, claro).

Alinhamento do novo álbum de Gregor Samsa

Será assim:

1. The Adolescent
2. Ain Leuh
3. Abutting, Dismantling
4. Company
5. Jeroen Van Aken
6. Rendered Yards
7. Pseudonyms
8. First Mile, Last Mile
9. Du Meine Leise

Madonna Goldfrapp?

Música é música, não me venham com demagogias. Na verdade, não tenho culpa de, até há dois anos atrás, ter visto MTV - por muito pouco que fosse.

Isto porquê? Porque quem se lembra da grande "Strict Machine", da senhora Alison, vai apanhar um choque ao pensar que está a ouvir Mado nna em meados de 2000. Mesmo o bom "Ooh La La" está para trás. É chocante, mas não necessariamente mau; diferente, pois evoluções e mudanças não se impedem. De qualquer forma, Goldfrapp já não é coisa para meninos alternativos, que o mediatismo já a chutou para as nossas grandes salas, com direito a publicidade na televisão (sem ser por cabo) e tudo. Parece-me que Seventh Tree é uma nova fase da sua música.
A parte boa? O clip está deveras engraçado e a Alison continua bem bonita:

A & E

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Liars

Há muito tempo que prometi a mim mesmo e ao André que falava sobre os Liars aqui no blogue, e por fim, cá estão eles.
Conheci os Liars há uns bons anos, quando saiu o single Mr. You're On Fire Mr..
boomp3.com
Estávamos em 2001 e na altura ainda era um puto imberbe que pouco ou nada de jeito dizia. A música ficou na minha biblioteca musical, mas nunca me tinha dado ao trabalho de conhecer mais alguma coisa da banda. Há 2 anos, foi-me dado a conhecer o álbum They Were Wrong So We Drowned. Alterou por completo a ideia que eu tinha da banda: em Mr. You're On Fire Mr. tínhamos um rock gingão e dançável, agora temos um experimentalismo e uma demência musical. Bom ou mau? O antigo rock dançável continua dançável e agradável, mas nada de inovador. Mas a nova vertente tomada pela banda - rock alternativo e experimental - é altamente viciante.
boomp3.com
A voz grave e monocórdica do vocalista combina perfeitamente com as batidas psicadélicas e contrasta muito bem com os berros mais agudos dos restantes membros da banda em algumas faixas. Concluindo, Liars sofreram uma notável evolução positiva nestes últimos anos e justifica-se perfeitamente um retorno ao nosso país.

Comparem as 2 faixas e vejam a diferença colossal.

domingo, janeiro 13, 2008

Novo LP de Carla Bozulich

Depois de editar Evangelista pela Constellation, Carla Bozulich prepara-se para lançar o segundo trabalho na editora de bandas como Do Make Say Think e Silver Mt. Zion. Hello Voyeger - nome por que se identifica o álbum - será editado a 11 de Março do presente ano (mais um a ter em conta, definitivamente).


Hello Voyager, como já é tradição, foi gravado no poderoso Hotel2Tango e conta com participações de músicos de Silver Mt. Zion, tal como aconteceu no anterior trabalho.


boomp3.com

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Van der Graaf Generator @ Gouveia Art Rock

O festival anual de Art Rock que decorre em Gouveia vai receber uma das grandes bandas de Rock Progressivo: Van der Graaf Generator, de Peter Hammill, reuniram-se e entraram em tour. Para não destoar, já que Hammill é uma assídua presença no festival de Gouveia (salvo o erro, actuou a solo em 2006, por exemplo), a banda apresenta-se a todos os fãs juntamente com outros projectos, como Aranis e Thinking Plague.

Para mais informações, visitem o site do Gouveia Art Rock.

O concerto está marcado para dia 6 de Abril, no site do senhor Hammill.

David Lynch - Blue Bob

Blue Bob, o álbum de blues de David Lynch e John Neff. Sim, estou a falar do realizador de cinema. Ao que parece, o seu único talento não é o cinema - porque este álbum revela mesmo essa dualidade de talentos. Trata-se de uma interpretação de composições claramente Blue numa onda mais gótica, com distorções pesadas à mistura (quase que lembram o Stoner Rock) e um pouco de experimentalismo, ao estilo dos bons Pink Floyd, ao recorrer a sons mais corriqueiros, aos quais estamos habituados e nunca associamos a qualquer tipo de musicalidade.
Em Mulholland Drive, o controverso filme do Realizador/Compositor, podemos encontrar duas músicas deste trabalho - "Mountains Falling" e "Go Get Some".

O melhor disto tudo? Eu ter arranjado a coisa.

Mas como sou simpático:
boomp3.com


Cardápio de "direitos" (ver o que o Lynch é capaz, digamos):
Composições de David Lynch e John Neff
Todos os instrumentos foram tocados por David Lynch e John Neff
Efeitos Vocais por David Lynch
Produzido por David Lynch
Misturado por David Lynch

Medo: SBSR em Lisboa e no Porto em simultâneo

O festival Super Bock Super Rock vai realizar-se simultaneamente no Porto e em Lisboa, anunciou a organização do evento, a promotora Música no Coração. Pouco mais foi adiantado, na realidade, para além desta vaga informação que já gerou o seu ruído de fundo.

E deixem-me participar nele: Como é que se vai fazer esta 'divisão'? Metade para um lado e metade para o outro? Quer dizer que eu, se gostar de bandas que tocam em Lisboa e no Porto terei de fazer duas viagens? E se for no mesmo dia, não vejo? (permitam-me: AAAAAAAAHH!!)

Outra hipótese é tocarem as mesmas bandas, mas a organização dos concertos ser ligeiramente diferente... isso era giro. - e mais provável, porque não sei onde é que a promotora vai inventar dinheiro para arranjar tantas bandas.

Bem, espero que eu não tenha de me chatear com eles.

terça-feira, janeiro 08, 2008

José Mário Branco mostra coerência

O Correiro da Manhã não é uma leitura aconselhável. Se me sinto culpado de o ler? Não: as melhores reportagens de música que tenho lido nos media mainstream portugueses são editados lá (surpreendentemente?). Por exemplo, a melhor cobertura dos festivais de verão do ano de 2007 foi feita por este jornal, que nem especializado em música é (e eis a grande supresa: os media especializados não fazem sequer o seu papel jornalístico, fazendo publicidade aos seus produtos e mostrando-se claramente tendenciosos).

Eis um excerto da curiosa e bem conduzida entrevista feita a José Mário Branco para o "Correio Êxito" (suplemento do jornal em questão) da semana passada, publicado no dia 5:


«Correio Êxito – Em 1994 foi abordado pelo então Presidente da República, Mário Soares, no sentido de receber a condecoração da Ordem da Liberdade. Por que é que recusou?
José Mário Branco – Porque o condecorador tem de ser digno do condecorado. Não aceito distinções oficiais de um Estado que corporiza a sociedade injusta em que vivemos.
(...)
– Tem sido prejudicado por assumir pública e frontalmente as suas posições políticas?
– Quem vai à guerra dá e leva. Sou contra o sistema e, naturalmente, o sistema não me dá muito espaço.
(…)
– É verdade que afirmou: “Não fui à Expo’98 porque achei que uma iniciativa daquelas, num País como o nosso, foi um insulto aos pobres”?
– Sim. Recusei a proposta mais cara que alguma vez me fizeram. As minhas convicções não estão à venda.

– A sua canção é uma arma?
– No sentido de ser uma forma de intervir na sociedade qualquer canção é uma arma. Quando me fazem perguntas sobre o canto de intervenção, respondo que acho essa designação inadequada. Qualquer canto é uma forma de intervir.

– O seu canto é inquietação?
– É evidente que nisso, como em tudo o resto, vamos por tentativas, por esforço, tentando aprender com os enganos. A inquietação resulta de nós fazermos isso com a presença da dor, algo que me é insuportável.

– São sintomas da fase em que viveu no exílio?
– O exílio é uma coisa muito má, em que se tem saudades e se está muito revoltado contra esse afastamento das pessoas e dos sítios que gostamos. Por outro lado, durante os 11 anos em que estive exilado vivi coisas muito boas e muito bonitas.

– Como por exemplo?
– O nascimento dos meus dois filhos, o Maio de 68, o surto do espírito libertário, que está relacionado com os meus sentimentos humanísticos. Mas fiquei zangado com essa parte da minha vida, e Paris paga por tabela.

– Usando um chavão: Comeu o pão que o diabo amassou?
– Estávamos inseridos numa sociedade e num mundo que era a preto e branco. Em Portugal nada era a cores. Não é normal uma pessoa aos 18 anos ter que tomar decisões que são definitivas para toda a vida. Decisões que tinham um preço. Se queria exprimir-me livremente, associar-me, ter iniciativas com os meus amigos ou cantar publicamente sabia que isso tinha um preço. Se tinha, por causa das minhas convicções, uma recusa em participar na guerra colonial, sabia que isso tinha um preço. E teve um preço que foi não só ter que fugir do País mas zangar-me com pessoas que aparentemente deviam estar de acordo comigo.
(...)
– O preço que pagou foi demasiado alto para o retorno?
– É tudo relativo. Quando existe injustiça na sociedade, desigualdade, guerras, prisões ou perseguições, temos uma sensação que parece antagónica. Por que é que o Bush, como ser humano que é, não pensa no que está a fazer? Porque dá a ideia que se ele caísse em si percebia que é horrível matar um milhão de pessoas que não têm culpa nenhuma. As desigualdades, o racismo, a xenofobia em relação aos imigrantes têm um lado irracional. A par disso há a noção de que é preciso lutar para mudar essas coisas pois no fim dessa luta poderá estar uma sociedade um bocadinho melhor. Em mim há estes dois lados que estão sempre a lutar um contra o outro.

– A integração na Europa desvirtuou esses dados?
– Como diria o outro, nem sim nem não, antes pelo contrário. A Europa é um fenómeno de globalização capitalista que não está feita para as pessoas mas para as empresas, para os bancos, para os grandes grupos económicos. Está feita para regular este mercado enorme e para o dinheiro.
(...)
– Considera que a sua música conseguiu dar voz a toda essa gente e abanar a incaracterística pobreza da canção urbana?
– Num certo aspecto deu. Se bem que não se possa dizer que a história da nova canção portuguesa começou aí.

– Pode dizer-se que o José herdou de Zeca Afonso?
– Eu, o Fausto, o Sérgio, e outros, somos filhotes do Zeca. No meu caso, no do Sérgio e de outros, posso dizer que começámos a fazer canções estimulados pela criatividade do Zeca.
(...)
– A vossa música foi uma força catalizadora dos nossos esparsos valores culturais [.] Portugal não está carente, ou distante, desses valores?
– Embora continue a existir o cacete e a prisão, estamos numa época em que o principal factor de opressão é o cinzentismo. As pessoas estão todas sozinhas, mesmo que dentro das mesmas casas, em frente ao ecrã, computador, telemóvel. Tudo o que seja pôr as tripas cá para fora ou mobilizar energia para acordar as pessoas desta letargia é subversivo.

– Foi o que fez com o ‘FMI’?
– É esse aspecto da energia, de um certo despudor e de gritos viscerais que podem ajudar a despertar a malta que anda a dormir.

– É um álbum confessional, o confronto do revolucionário com o refluxo da revolução?
– Cada vez mais estou convencido de que ninguém é capaz de fazer uma revolução se não a fizer também por dentro.
(…)
– O seu critério político está à frente do artístico?
– Não. Desde muito novo que estive ligado a iniciativas políticas, a partidos e movimentos, mas dificilmente alguma vez na vida separei uma coisa da outra. Na última vez em que falei em nome do Bloco de Esquerda já estava a perceber que aquela casa, que era de pessoas que se estão a acomodar perante o sistema, que não querem mudar a sociedade mas reformá-la, não era compatível com o meu radicalismo. Nunca saí de partido nenhum. Os partidos é que vão saindo de mim.

(…)»

Na íntegra, aqui. Leia-se, que vale a pena.

O Surrealismo e a Música - Introdução

Andre Breton (autor do Primeiro Manifesto do Surrealismo, em 1924, e do Segundo Manifesto do Surrealismo, em 1930), considerado o "pai" do Surrealismo, nunca se manifestou a favor de haver uma vertente musical do surrealismo. Publicou, aliás, o ensaio Silence is Golden, onde colocava algumas reservas à inclusão da música na expressão surrealista. Nunca houve, portanto, na história do Surrealismo, aquilo a que se pudesse chamar de Música Surrealista. Embora alguns autores contemporâneos tivessem chamado a si essa responsabilidade, como Edgard Varèse, Germaine Tailleferre e o músico de Jazz, Honeyboy Edwards, nunca conseguiram convencer a generalidade da opinião, quanto ao facto de serem considerados músicos surrealistas.

Em futuros posts, vou abordar - incidindo apenas nos últimos 50 anos - a música como possível expressão artística do Surrealismo. Acredito que há na história da música contemporânea (moderna, se quisermos) alguns traços identicos àqueles que os artistas do movimento surrealista defendiam como seus. Mencionar algumas bandas, dar exemplos concretos, dissecar letras: tudo isso irá ser feito em posts posteriores.

Stay tuned...

Thomas Pridgen

Deixando para trás a discussão Jon Thedore vs Thomas Pridgen, vejam este video:

segunda-feira, janeiro 07, 2008

The Soothsayer

Sendo a música a nossa única amiga, ela também nos proporciona alguns momentos de descontracção. E os The Mars Volta dão-nos um jogo online, para promover o seu novo álbum - nas lojas a 29 de Janeiro. Quem já teve oportunidade e disponibilidade de o jogar, sabe que este jogo tem algumas complexidades, requer alguma atenção, mas nada que uns largos minutos não resolvam. Afinal é um point and click banal com uma história mais complexa.

Curiosos? JOGUEM

E já que agora já conseguimos dar música, fiquem com esta:

boomp3.com

domingo, janeiro 06, 2008

E temos música!

Pois é, finalmente este blogue tem música!
Havia várias complicações a travar esta iniciativa... mas acabou por chegar.
Deixo-vos uma cover catita :)

sábado, janeiro 05, 2008

Viva o Marketing !

Conhecem Eduardo Cruz? Músico Pop-Rock espanhol? E se vos disser que este jovem de 22 anos é o irmão mais novo de Mónica e Penélope Cruz?
O facto é que Eduardo montou todo um esquema de marketing para promover o seu single Cosas Que Contar, ao convidar as suas duas irmãs para participarem no videoclip da música. Mas é a participação delas que está a fazer com que o videoclip tenha sido já visto por milhões de pessoas por esse mundo fora. É que as duas irmãs aparecem em cenas eróticas, chegando mesmo a dar um incestuoso beijo. O clã Cruz é mesmo uma família unida.

Aqui fica o video



Grande candidato a tesourinho deprimente destes lados...

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Por onde levais estes homens?

Kele Okereke, frontman dos Bloc Party, diz que gostava que o novo álbum da banda soasse a Destiny's Child. O que me leva a questionar tudo o que alcançaram com os dois primeiros álbuns, principalmente com o primeiro, de 2005, Silent Alarm. Hino ao Indie.

O nome é o mesmo, os músicos também...Mas será a banda a mesma?

quarta-feira, janeiro 02, 2008

"Declare Independence"



Michael Gondry e Björk, tal como haviam anunciado, editaram o vídeo do terceiro single de Volta, "Declare Independence", no dia 1 de Janeiro. E o resultado está visível: enérgico, revoltado - dois pontos que não podiam ficar intocáveis num tema tão sensível como a independência de regiões com capacidade para se auto-reger (neste caso as Ilhas Faroé e a Gronolândia, regiões colonizadas pela Dinamarca à qual esta música se refere). Mais uma vez, a dupla mostrou bons resultados.

A grande estrela da Islândia, numa excelente entrevista dada à Pitchfork, refere como foi trabalhar de novo com Gondry, já passada uma década desde a última vez, refere as conotações claramente políticas de "Declare Independence" e também como está a ser preparado o vídeo de "Dull Flame Of Desire", música em que Anthony (de Anthony & The Johnsons) faz dueto com Björk.

The Mars Volta em pulgas

Há uns meses circulou uma conversa entre Omar Rodriguez-Lopez e um fã Italiano na net. Se não me engano, essa conversa há-de estar no fórum italiano dedicado à banda (não me responsabilizo por erros nesta informação).
Omar, guitarrista e mentor da banda - juntamente com Cedric Bixler-Zavala -, falava do quão prejudicial tinha sido a saída de John Theodore. Mas não deixou de referir que, apesar de todas as problemáticas envolvidas na desistência por parte de um membro do projecto, foram dissabores que trouxeram benefícios; um bom e aleatório português diria que "depois da tempestade vem a bonança", algo que se aplica aqui. O guitarrista dos Mars Volta falava na boa disposição que, finalmente, se sentia na banda, facto que se reflectia ao vivo.

Ao que parece, essa boa disposição chegou mesmo a um topo, pois não é só um vídeo de The Mars Volta a apreciar coisas nojentas que por aí circula: também circula, e em muito bons tons, as grandes actuações do grupo nos primeiros dois concertos de apresentação do já estupidamente aguardado The Bedlam In Goliath, nos quais há que destacar o enorme "New Years Eve Extravaganza", onde tanto a cheia plateia como os próprios Mars Volta se mascararam e preparam para um concerto que durou 3h30 - divididas num acto acústico e no acto dito 'normal', de apresentação do álbum.

Para mais informações, aconselho (obviamente) a visita ao caro The Mars Volta Portugal, do caríssimo António, onde todas estas situações são entusiasticamente exploradas e descritas.

As macacadas do ano passado:

Primeiro, os Arcade Fire aventuraram-se na net. E ficou uma aventura bem gostosa, com uma meia hora de divertimento, nem que seja só para descobrir o que raio se pode fazer a Win Butler, frontman e vocalista da banda.

Depois, os Battles tentaram irritar o mundo inteiro com uma música chamada "Atlas", cujo clip pode ser visto num post anterior.

Mais para o fim, os Mars Volta descobriram a magia do famoso "2girls1cup".

Conclusões: uns têm demasiado tempo livre e outros até são pessoas normais, essa pessoas que ouvimos diariamente em casa.