sábado, janeiro 30, 2010

Löbo + Throes @ Via Club, Coimbra

Foi uma boa noite. Tardou por começar, o frio não ajudava, mas valeu a pena, isso é certo.

A dupla Throes (guitarra + bateria) arrancou com a coisa logo a abrir e foi em ritmo acelerado até ao fim da sua actuação. Valeram muito os momentos em que eles fugiram do clássico power-duo "estamos a fazer o máximo ruído possível e a tocar muito depressa para tapar todos os buracos que possam existir por sermos apenas dois" e acrescentaram um pouco de Post-Rock à coisa. É uma combinação que resulta bem como forma abstracção das limitações impostas pelo número de pessoas presente em palco.

Já os Löbo, uma palavra: incrível. Se quiserem mais e tiverem essa oportunidade, vão ver e pensem sobre o assunto. Depois podem agradecer-me.

Vale a pena verificar que a música boa tem cada vez mais lugar em Coimbra e, principalmente, que há cada vez mais interessada nela. Ontem, a Via estava bem composta - apesar de já a ter visto melhor (posso dizer que quem faltou e gosta do género deve sentir-se mal por isso) - e quem esteve presente cedeu umas boas cabeçadas no ar, algumas mesmo de curvar a espinha toda.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Entrevista a Toby Driver (Kayo Dot)

Depois de alguma inactividade (damn you, exames!), acho que me posso dizer orgulhoso de re-arrancar com o arremesso de postas através de um bicho desta envergadura:



“Cada álbum que faço é como uma viagem” - Toby Driver em entrevista ao Ponto Alternativo

As verdades, agora comprováveis por muita gente: o Toby é um tipo de pés no chão, humilde, mas com tanta a coisa a passar-se naquela cabeça que nos reduz simpaticamente a um pontozinho - e sem consciência de o fazer. É uma boa pessoa que faz música brilhante.

Nesta entrevista, ele explica-nos sucintamente o seu trabalho, tanto a nível musical, com os Kayo Dot, com os Tartar Lamb e mesmo com os Maudlin, como a nível visual, com a produção do artwork de cada álbum. A experiência em Portugal está presente e, o mais importante, desvenda-nos alguns pormenores sobre o próximo álbum, COyote. Espero que gostem tanto de a ler como eu gostei de a fazer. Foi uma das horas mais ricas dos meus últimos meses.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Ouvi dizer...

...que os Radiohead vinham ao Rock in Rio.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Filme do Omar R.L.

A título de curiosidade, fica o trailer de The Sentimental Engine Slayer, estreia na realização de Omar Rodriguez-Lopez:



Estreia no Festival de Cinema de Roterdão, no dia 5 do próximo mês.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

De 2009 para 2010...

...trago expectativas: agora não deixo de pensar no novo álbum dos Kayo Dot. O que ouvi em Coimbra e o que apanhei pelo Youtube deixaram-me mesmo curioso - era bom, e era Toby Driver.

Mas não nos podemos esquecer do novo álbum dos Neurosis (eles até podiam fazer um álbum com martelos pneumáticos, caramba!), da eminência de uma coisinha nova dos Silver Mt. Zion... E se se lembrarem de alguma coisa, chutem para aqui, para que eu vá andando atento!

EDIT1: este tópico, sim, merece uma lista. Estou a pensar em actualizá-la ao longo do mês. Mas eis o que já tenho agora:

Álbuns pelos quais vale a pena esperar:
Silver Mt. Zion
Neurosis
Kayo Dot - COyote
Mão Morta
Guapo
Earth
Mark Lanegan
Isis & Tim Hecker
Interpol
Jakob

Concertos que já me metem em pulgas:
Mono (acabado de confirmar no Myspace da banda, cacete!)
Uma crença no regresso dos Silver Mt. Zion
Uma crença que as grandes almas do costume tragam cá os Guapo
Fu Manchu
Sunn o)))

EDIT2: o novo dos Silver Mt. Zion já está no Bolachas! Bem-haja!!!!

De 2010, sobre 2009...

...vêm as minhas opiniões. Desisti das listas. Sobre isso, lembro-me de fazer uma comparação que, no fundo, nada tem a ver com o assunto: no álbum de estreia dos (International) Noise Conspiracy, eles, em vez de letras, tinham textos a explicá-las, precisamente por estas serem redutoras e estarem sujeitas a regras musicais e de métrica. Para transmitir uma ideia, não há melhor solução do que dizê-la e não sujeitá-las às formas compactas.

Neste texto vou fazer algo semelhante: não vou fazer listas mas vou falar do conteúdo que colocaria nelas, pelo menos para já.

O ano de 2009 já foi, mas eu ainda estou em fase de o encerrar. Ainda não ouvi tudo o que queria desses tempos e mal me sinto preparado para dar os primeiros passos no mundo da música de 2010. Ou seja, com muita pena minha, os Vampire Weekend vão ter de esperar umas semanas para que eu possa dizer mal deles novamente.

Mas já estou em condições para dizer que o ano teve algumas desilusões e óptimas surpresas.

Começando pelas desilusões, há uma que não se pode deixar de sublinhar: o novo surto do rock português. Para mim, foi como se os Strokes voltassem a estar na moda e decidissem escrever em português ideias muito más. Aliás, não preciso sequer de pensar muito para afirmar convictamente que essa onda foi a pior coisa que podia acontecer à nossa boa música. Na sua totalidade, as bandas da FlorCaveira e da AmorFuria, ou lá como se diz, são musicalmente pobres e liricamente vazios. Por mim, passaram-me de razia - senti o vento da sua passagem e fiquei indignado com isso, mas rapidamente os coloquei para trás das costas.

Houve outras desilusões, e essa afectam-me, principalmente a morte o Vic Chesnutt. Sinto-me imensamente triste, e é comigo. Sobre a sua decisão nada tenho a dizer, mas fico mesmo inconsolável por ter tido a oportunidade de o ver há relativamente pouco tempo e de a ter deixado passar. Definitivamente.

Surpresas, que são sempre agradáveis, tive imensas. Tive o prazer de ver Minsk, Kayo Dot e Isis duas vezes cada um. Foram repetições que valeram bem a pena - a par do concerto de Nine Inch Nails, foram os grandes concertos de 2009. Isis foi esmagador, Kayo Dot hipnotisante e Minsk foi uma verdadeira viagem, agressiva, pesada e psicadélica. Os Nine Inch Nails foram os Nine Inch Nails - e tão cedo não os devo voltar a ver. E em matéria de concertos, já estou a ser muito redutor e conciso.

Tive também o prazer de ouvir imensos álbuns bons de 2009, e não consigo fazer uma lista deles. Mas arrisco-me a enumerar alguns: Minsk, Isis, Mono, The Autumn Project, Hildur Gudnadottir, A Storm of Light, Vic Chesnutt, Shrinebuilder, Jesu, Dälek, Altar of Plagues, Evangelista, Wolves in the Throne Room, Junius, Do Make Say Think, Tim Hecker. E certamente que há mais, até porque não acabei de encerrar o ano. Vou agora dedicar-me aos portugueses e espero poder dizer boas coisas de alguns (Mão Morta, Lalala Ressonance, por exemplo).

Para fechar, tive o prazer de descobrir umas quantas bandas que me enchem as medidas. Não vou enumerar. Talvez noutro texto.

O vídeo do ano é este (que fica como prendinha para os corajosos que leram o meu testamento. Um bem-haja):

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Lembram-se do Dirk Lance?

O antigo baixista dos Incubus, da, diria eu, fase áurea da banda. Pois bem, depois de uns tempos a fazer música para videojogos, está de regresso com a banda Willie's Nerve Clinic. Diz-se no seu myspace que o primeiro album está a caminho.

O seu som é aquele rock honesto que todos estamos habituados a ouvir, pela amostra das duas músicas online. Vale o regresso.