Não sei o que é uma review a sério, confesso, mas aceito o testemunho do António com todo o prazer. Antes de mais, um pequeno esclarecimento: vou tentar redigir o texto de forma a que este funcione como preview e como review. Afinal, há muito gente que não vai ouvir o álbum antes deste ser oficialmente lançado (algo que não me leva a concordar, mas isso é outra dissertação), e eu não quero estragar surpresas. Assim, vou abordar o álbum no geral sem estragar surpresas - já que este é riquíssimo em pormenores.
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The Bedlam in Goliath tem a força e o feeling de De-loused in The Comatorium, a história de Frances The Mute e instrumentalização genial de Amputechture. As influências estão lá: há a Dub, o progressivo de King Crimson, Yes e Van der Graaf Generator, o punk de Clash, todas elas exploradas como eu não ouvia desde que o Punk matou o Prog-Rock, nos finais de 70 (estou a falar e parece que já tenho 50 anos, mas isso é mentira. O que eu tenho é um pai estupidamente viciado em música). Todo o álbum tem algo de novo para dar, sem qualquer dúvida, nem que seja a nível melódico - que está algo de completamente diferente daquilo que foi feito pela banda anteriormente.
A verdade é que nada disto seria assim se não fosse uma incrível lufada de ar fresco que a banda estava a pedir desde há algum tempo. The Bedlam in Goliath vem com uma bateria que modifica completamente a sonoridade de Mars Volta, sem que lhes retire a identidade única que têm. As músicas parecem ter pausas para respirar, imensas: Thomas Pridgen, ao contrário de Theodore, que seguia a música "como um comboio", pausa bastante música com baterias aceleradas mas que vivem muito de quebras que surgem nos contra-tempos ultra-bem colocados nas músicas. Estas baterias dão a sensação de que as músicas se alongam, sem que estas tenham a necessidade de ser estupidamente longas; dão tempo para que se aproveite cada momento da música.
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Outra situação que merece destaque é a guitarra de Omar. Se nos últimos dois álbuns a sua presença sobressaía exageradamente, agora há inúmeras situações em que quase não reparamos nela, mas em que a sua presença é de uma importância descomunal. Efectivamente, ela está lá sempre, nem que seja só a fazer o 'ambiente' da música, dentro da harmonia. Assim, evitam-se alguns atropelos que surgiram demasiadas vezes, talvez, durante Frances The Mute e Amputechture.
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Quando o Amputechture foi lançado, eu esperava que a crítica fosse mordaz - e foi - com um álbum de puro Prog-Rock que teria vingado com uma facilidade incrível nos anos 70; mas, como já disse, o Rock Progressivo está mais morto que vivo (não fossem bandas como Mars Volta, essa seria uma realidade já distante). A onda de incompreensão gerada em torno das suas músicas levou-me a concluir que o próximo álbum seria o consumar musical de um grupo de génios, ou simplesmente o início de uma sucessão de obras-primas. Neste momento, The Mars Volta separaram-se do que foi feito dentro do Progressivo, precisamente como aconteceu em De-loused in The Comatorium (nunca o Punk tinha soado tão bem junto ao Prog-Rock), e fizeram outra obra-prima.
Se pudesse, daria um abraço ao Omar e ao Cedric.
5 comentários:
Caro André,
bela posta, sim Siñor.
Aposto os meus dois vinis de DeFacto como se o Omar e o Cedric lê-sem português e te vissem em Barcelona te dariam um grande abraço de volta.
Sem papas na lingua e directo ao nucleo "...o melhor álbum dos The Mars Volta..."
Fica bem
ia gostar desse abraço :)
mas acho que, sinceramente, eles merecem ^^ está mesmo uma bomba.
Bom não sabia aonde por esta pergunta por isso fica aqui.
Que musica dos dregtones é a que esta aqui?
eu tenho as supostas unicas 5 musicas deles, mas não tenho essa.
o que é?
daonde vem?
e etcs?
bjs
ja agora o antónio tem umas fotos do cedric loiro, pede-lhe, André.
Espera, afinal, tenho.
eheheh
pronto, fico feliz por poder ajudar :D
pedirei, certamente. o melhor que me lembro, em termos de cabelo, é de ver o cedric ainda no liceu com o cabelinho de risco ao lado penteado com gel. eheh
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