quinta-feira, janeiro 31, 2008
Melhores Guitarristas - NME
Também de destacar (pela negativa) a presença de nomes como Dave Grohl (Foo Fighters) e de Billie Joe Armstrong (Green Day), e a ausência de Paco de Lucia e Omar Rodriguez-Lopez, só para citar alguns de que me lembro imediatamente, para já não falar de nomes ligados ao Metal. O André lembrar-se-á de muitos mais, tenho a certeza.
P.S.- justificar textos é para meninos.
quarta-feira, janeiro 30, 2008
Apelo!
Está aqui ao lado e tem o símbolo da Super Bock, nada mais simples.
E o nosso muito obrigado à Worten, por patrocinar esta nobre iniciativa.
Dusty Rhodes and The River Band
Deixo-vos com o Myspace de Dusty Rhodes and The River Band para cada um ouvir e tirar as suas elações.
Espero que gostem.
terça-feira, janeiro 29, 2008
Lydia Lunch em Portugal
Mas bom, a verdade é que esta senhora vem a Portugal, ainda por cima com duas datas marcadas. No dia 15 em Lisboa, na Galeria Zé dos Bois, e no dia 16, no Teatro S. Mamede. Em Lisboa o preço é de 10 euros e em Guimarães varia entre os 10 e os 15 euros.
Segundo a agenda do Teatro de S. Mamede de Guimarães, o espectáculo "revelar-se-á num solo musical, versando sobre sexo, lamento e raiva. Complementando a apresentação, uma cenografia constituída por imagens criadas especificamente para cada tema."
Site Oficial de Lydia Lunch
MySpace de Lydia Lunch
Acústico é portátil
Nantes
The Penalty
Converge em Portugal, dia 19 de Julho
Agora, deliciem-se com esta técnica do arco da velha:
The Bedlam in Goliath já saiu
Wax Simulacra ao vivo no Letterman
Metal e fadas
Mas há dois tipos de Metal que me deixam mesmo triste - ou me divertem incrivelmente, depende do dia: o Power Metal - quando quiser ouvir músicas do Super Mario a mil à hora, sei que tipo de música procurar - e aquele que é cantado pelas senhoras da Ópera (que é um estilo dentro do erudito que não me atrai nada, mas não vamos falar disso), no qual também se inclui algum Power.
Bom, mas reconheço que esta senhora canta realmente como uma 'fada' (e aqui não estou a gozar, é mesmo uma voz curiosamente interessante).
Hyubris - Canção de Embalar
Mas não sei se o senhor José Afonso ia gostar disto... Acho piada aos trajes, que acabam por destoar um pouco da música interpretada, mas tem pormenores giros. E sim, a rapariga chega a uns tons muito engraçados. Agora, isto tudo no Portugal no Coração? METAL no PORTUGAL NO CORAÇÃO? Bem...
A verdade é que neste género, o meu coração está guardado para outra música:
E já que estamos nestas andanças do Metal, aqui está a iniciação perfeita para o assunto:
Massacration - Metal is The Law
E com muita pena minha...
Deixo-vos uma review do concerto no Porto.
E uma música.
boomp3.com
(E. Kusturica & TNSO - Unza Unza Time, não aparece o nome, não me perguntem porquê)
domingo, janeiro 27, 2008
Fomos todos enganados...
Agora ando com o bom leitor de mp3 e continuo a ouvir Refused... Porquê? Bom...
Não é por isto.
Nem por isto.
Deixem-me ilustrar essa realidade:
Se o que está acima não chegar:
boomp3.com
boomp3.com
Mogwai reeditam Young Team
Apresentado novo cd dos If Lucy Fell
Enquanto não surgem vídeos novos, deixo-vos com o clip do "What if She Fell":
Charlatans à la Radiohead
Esta atitude vem como consequência da actuação dos Radiohead, que assumiram todos os encargos da produção do seu mais recente álbum.
A banda vai passar por Lisboa já no dia 4 de Fevereiro, com actuação marcada para a Aula Magna.
Site dos Charlatans - façam o download legal do álbum
MySpace dos Charlatans - ouçam e façam o download do single homónimo do novo álbum
sábado, janeiro 26, 2008
"Eu não disse?"
Aqui, não correu bem.
sexta-feira, janeiro 25, 2008
Mais cultura, para todos
Dead Can Dance
Aqui fica a minha proposta para fim de semana. Os Dead Can Dance, forte influência para toda uma miríade de bandas, nas quais incluo, por exemplo, os nossos compatriotas Blasted Mechanism. Uma sugestão diferente, interessante, eclética até.
Be Your Own Pet
boomp3.com
Pouco tempo depois comecei a explorar o espólio da banda que, espremidinho, se resume ao Damn Damn Leash EP (2005) e ao álbum homónimo, lançado em 2006. Com o lançamento do álbum, a banda cimentou a sua posição musical: música de revolta adolescente, sem paragens e por vezes completamente desregulada. A banda, principalmente devido à vocalista, é muitas vezes comparada aos Yeah Yeah Yeahs, banda de Karen O, embora seja perceptível a diferença entre o rock melódico dos YYYs e o rock caótico dos BYOP. Também notáveis são as actuações ao vivo da banda em que há libertações de quantidades industriais de energia, suor e muita desordem. Marcado para 18 de Março deste ano está o lançamento do novo álbum da banda, intitulado Get Awkward. Cá estaremos para ver que divertimento nos trarão estes americanos irrequietos.
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Música de Intervenção?
Hoje em dia, no nosso país, despontam nomes que são apontados como uma nova geração de intervenção. A sua música é diferente. Maioritariamente hip-hop. E é disso que quero falar aqui. Aproveitando esta catalogação, Valete fez uma "música de intervenção" sobre...futebol. Sobre Paulo Bento. E insultuosa. Vejam por vocês mesmos:
Será este o caminho? Será isto a chamada nova geração de musicos de intervenção? Se for, estamos num mau caminho...
Eles continuam a vir II
Os Wraygunn revelaram as datas dos concertos da tour Shangri-La (desta vez nada a ver com a Everything Is New). Entre essas datas foco as 2 mais importantes para a trupe do Stage Diving:
7 Fevereiro, Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra - cidade natal da banda e da trupe do blogue (1ª parte: Sean Riley & The Slowriders)
29 Fevereiro, Lux, Lisboa (Sean Riley & The Slowriders)
Lembro também que a banda irá lançar brevemente uma edição limitada em vinil, constituída pelos 2 últimos álbuns, intitulada A Wraygunn Double Joint: Ecclesiastes 1.11 + Shangri-La
E eles continuam a vir...
Spoon, 23 de Fevereiro, Aula Magna
Portishead, 26 e 27 de Março, Coliseus do Porto e Lisboa respectivamente
The Hives, 9 de Abril, Coliseu de Lisboa
Feist, 10 e 11 de Junho, Coliseu do Porto e Aula Magna respectivamente
Acabei agora mesmo de ver que os Animal Collective anunciaram duas datas em Portugal para o mês de Maio. Obra da Everything Is New? Veremos brevemente aqui.
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Linda Martini em estúdio
Kayo Dot na Europa?
Elbow editam novo álbum a 17 de Março
Starlings
The Bones Of You
Mirrorball
Grounds For Divorce
An Audience With The Pope
Weather To Fly
The Loneliness Of A Towercrane Driver
The Fix
Some Riot
One Day Like This
Friend Of Ours
Novo de The Vicious Five será editado de forma independente
A banda diz que o novo trabalho será o «melhor álbum de sempre» de The Vicious Five. A ver vamos, que Up On The Walls subiu muito a parada; mas o requisito mínimo é, sem qualquer sombra de dúvida, a energia selvagem e jovem dos anteriores trabalhos da banda.
Vamos recordar, não? - "Bad Mirror"
Riding Pânico editam álbum a 8 de Março
Aguardem, que vale a pena. Entretanto, ouçam algumas músicas no Myspace.
Um pequeno presente, já agora... "I See Nineteen"
terça-feira, janeiro 22, 2008
Silver mt. Zion - 13 Blues for Thirteen Moons
Um início descomprometido, quase sem qualquer sentido. Na realidade, doze inícios, cada um começo do anterior, algo que pega no feedback esquecido e lhe dá um novo sentido. Aquelas primeiras faixas parecem uma conversa dissonante em tom de aviso para o que está de atalaia. De seguida apercebemo-nos de que "1.000.000 Died To Make This Sound". E é com alguma tristeza que nos dizem. Tristeza que não é atenuada pelo balanço repentino que a música parece adquirir. Muito pelo contrário, a guitarra com uma distorção carregada e quase exagerada como ruído de fundo só ajuda a este sentimento frustrante. Se há algo que não falha nos trabalhos de Silver Mt. Zion (SMZ) é a intensidade das suas músicas e a forma como estas nos atingem - este não falha à regra.
Esta frustração, carregada de ódio, carrega ainda em "13 Blues For Thirteen Moon", sob os gritos «I just want some action!». Uma música que em semelhança com um Post-Metal só tem a lentidão do andamento e o peso transmitido pela guitarra, que os restantes instrumentos cortam essa sensação, consegue nutrir os mesmo efeitos que bandas do género. Algo que acaba, que o bom não é para sempre. Mas fica melhor, com um Blues à SMZ; a música é a mesma e a harmonia também. À medida que cresce, percebemos que a melodia não mudou. Realmente, podia ser uma música Post-Metal ou até Post-Doom, visto que até a composição nos recorda algo semelhante, porventura. Acalma, e volta a crescer. Desta vez excede-se até ao fim, que retoma o descanso - que é algo que este álbum não dá: mexe connosco.
"Black Waters Blowed/Engine Broke Blues" começa no tal descanso. É quebrado pelo puro ruído, pela aleatoriedade, ainda que atenuados pelas vozes, até que estes se tornam numa melodia nos mesmo moldes da anterior: pesada, lenta e com força. Não fosse a guitarra a solar por trás de tudo isto... Descanso, novamente, que se perde outra vez numa lentidão melodiosa e que encerra calmamente, de igual forma.
No entanto, o erudito é algo que ainda está bem presente, como demonstra "BlindBlindBlind", que é uma recuperação de todas essas capacidades, ilustrada pela voz de Efrim, que está cada vez melhor no papel de vocalista - ainda que com a sua voz peculiar. Esta última música, é aquilo que caracteriza esta banda: música Clássica numa interpretação Rock. Um auge, entre muitos. Mas este sabe a esperança.
Não me sinto capaz de dizer "este é o melhor", ou "este é o pior álbum da banda". No fundo, como todos os outros, tem uma identidade própria e independente dos outros; uma identidade que se compreende na perfeição em Silver Mt. Zion e naquilo que se espera deles.
Posso, no entanto, dizer que este álbum tem muito dos dois últimos trabalhos da banda, Horses In The Sky (2005) e This Is Our Punk-Rock, Thee Rusted Satellites Gather + Sing (2003): as vozes do primeiro excelentemente combinadas com a instrumentalização do segundo, com uma pitada de Punk na mistura e uma intensificação do peso nas músicas. Este álbum está longe da sonoridade de câmara que inicialmente caracterizou o projecto Silver Mt. Zion. Agora que consagrado, o experimentalismo é cada vez mais nítido, fugindo aos moldes do Post-Rock em que estavam. Este 13 Blues For Thirteen Moons está mais Rock, está mais Clássico, está mais pesado e está cada vez mais distante daquilo que identificava o anterior projecto principal que reunia grande parte da banda, Godspeed You! Black Emperor, que se movimentava precisamente dentro deste esquema. E é precisamente o que escrevi que quero dizer: ainda que em moldes semelhantes, Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra & The Tra-la-la Band conseguiram distinguir-se de Godspeed You! Black Emperor; já não faz sentido afirmá-los como um projecto paralelo desse.
Naturalmente, a presença do ex-baterista de Hangedup faz uma diferença significativa na força/balanço da música de SMZ. Enquanto baterista, Eric Craven toca certinho, sem grandes avarias, mas mostrou ser o baterista indicado para o projecto em questão, libertando muito mais os violinos, os violoncelos e o contra-baixo - que antes tinham ainda o papel de fazer ritmo, para além da melodia. E esta liberdade sente-se muito na riqueza das melodias e da ambiência, que estão muito mais exploradas pelas cordas. Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra é cada vez mais Tra-la-la Band, ou pelo menos neste álbum funciona como uma.
As letras ganham um papel ainda mais importante neste álbum, nem que seja por já se poderem encontrar no álbum - segundo anunciou a editora da banda. Cada vez mais revoltadas e cada vez mais revolucionárias e despolitizadas, as palavras de toda a banda adquirem uma vida contagiante, que desperta em nós a vontade de nos juntarmos a eles, para cantar a revolta e a mudança - que devíamos ser. É impossível separar as aspirações de toda a banda da natureza das suas letras, pois, segundo eles mesmos afirmam, estas são resultado das conversas e das relações que a banda mantém. E é essa capacidade, de tornar as suas descrições algo de corriqueiro, natural e desejado, que é mais contagiante naquilo que eles entoam.
segunda-feira, janeiro 21, 2008
Scotch Mist
Sex Pistols reunited?
Kim Doo Soo - 10 Day Butterfly
Os contornos da sua música são precisos. Pinta paisagens de melancolia em suaves pinceladas. Mas é a paz latente na sua discreta voz que nos acaba por prender.
Prendeu-me o facto de a sua poesia nos proporcionar uma total abstracção dos significados presentes na letra. Apresenta-nos a poesia como padrão de sons, simplesmente. Como imagem acústica cujo significado não podemos perscrutar. Esta falta de efeito de ancoragem abre-nos linhas de pensamento e permite-nos sentir a música na sua essência. Mas, acima de tudo, permite-nos apreciar a musicalidade de uma língua distante, marca de uma identidade que surge forte e definida, não obstante as influências ocidentais patentes nas suas composições.
E é exactamente neste ponto que radica o meu fascínio por esta descoberta acidental. O facto de, apesar de cantar folk, soar a asiático proporciona-nos uma experiência no mínimo diferente.
No seu todo, o CD que ouvi, o "10 Day Butterfly", o seu 5º álbum, talvez peque por se alongar demasiado nas mesmas fórmulas. Mas, apesar de não ser um disco de uma vida, afigura-se como uma proposta diferente que merece a sua atenta audição. Destaco talvez a "The Way of the White Cloud" e a "Our Era Doesn't Look After a Soldier", canções que apesar de bem conseguidas não alcançam nunca a beleza da Bohemian, presente na colectânea "International Sad Hits Volume One", passível de audição aqui.
Mais um, mais Música
Um grande bem-haja para o Tiago!
domingo, janeiro 20, 2008
A música também é um divertimento
No verão de 2006 surgiu ainda mais um ataque de riso: Nelly Furtado ataca. Não que eu tenho um ódio especial por ela. Apesar de não gostar da rapariga, até considero que aquele primeiro álbum estava aceitável nos padrões de qualidade da música pop/mtv. Entretanto ela lançou o grande "Meneater" (que deve ter sido um golpe para o ego dos Men Eater), o single do álbum dela de 2006, precisamente. Ora, nesse verão, estava eu em Paredes de Coura a ler umas reviews numa revista que distribuíram gratuitamente, salta-me à vista o dito álbum sob a etiqueta "Post-Reggaeton". Isto é revelador de duas coisas: Nelly Furtado é bué à frente; há uma mania de chamar Post a tudo que tenha pernas, mesmo que não haja uma verdadeira evolução ou exploração do estilo em questão.
No entanto, esta opinião só se aplica em relação ao álbum de Nelly Furtado. Eu acho que existe Post-Reggaeton! Hei-lo:
quinta-feira, janeiro 17, 2008
Preview e Review do último de Mars Volta
"Sem rodeios, este é o melhor álbum dos The Mars Volta," e eu não o diria melhor. As composições de Omar deixaram para trás os tempos controversos em que era necessário provar algo alguém, em que havia uma necessidade de mostrar as capacidades dos Mars Volta. Está tudo tão sóbrio, tão coerentemente inconsequente, que não se pode ficar indiferente. Finalmente, aperceberam-se de que não vale a pena fazer do princípio uma obra que já tem uma qualidade estupenda, como acontece com os Mars Volta. É inegável que todos os anteriores trabalhos da banda - mesmo fora do projecto Mars Volta - são de uma qualidade acima da média. Este álbum consegue sintetizar e reinventar todos os bons pormenores do que foi tão bem feito, sendo tudo isso feito com uma excelência arrepiante.
The Bedlam in Goliath tem a força e o feeling de De-loused in The Comatorium, a história de Frances The Mute e instrumentalização genial de Amputechture. As influências estão lá: há a Dub, o progressivo de King Crimson, Yes e Van der Graaf Generator, o punk de Clash, todas elas exploradas como eu não ouvia desde que o Punk matou o Prog-Rock, nos finais de 70 (estou a falar e parece que já tenho 50 anos, mas isso é mentira. O que eu tenho é um pai estupidamente viciado em música). Todo o álbum tem algo de novo para dar, sem qualquer dúvida, nem que seja a nível melódico - que está algo de completamente diferente daquilo que foi feito pela banda anteriormente.
A verdade é que nada disto seria assim se não fosse uma incrível lufada de ar fresco que a banda estava a pedir desde há algum tempo. The Bedlam in Goliath vem com uma bateria que modifica completamente a sonoridade de Mars Volta, sem que lhes retire a identidade única que têm. As músicas parecem ter pausas para respirar, imensas: Thomas Pridgen, ao contrário de Theodore, que seguia a música "como um comboio", pausa bastante música com baterias aceleradas mas que vivem muito de quebras que surgem nos contra-tempos ultra-bem colocados nas músicas. Estas baterias dão a sensação de que as músicas se alongam, sem que estas tenham a necessidade de ser estupidamente longas; dão tempo para que se aproveite cada momento da música.
Outra situação que merece destaque é a guitarra de Omar. Se nos últimos dois álbuns a sua presença sobressaía exageradamente, agora há inúmeras situações em que quase não reparamos nela, mas em que a sua presença é de uma importância descomunal. Efectivamente, ela está lá sempre, nem que seja só a fazer o 'ambiente' da música, dentro da harmonia. Assim, evitam-se alguns atropelos que surgiram demasiadas vezes, talvez, durante Frances The Mute e Amputechture.
Quando o Amputechture foi lançado, eu esperava que a crítica fosse mordaz - e foi - com um álbum de puro Prog-Rock que teria vingado com uma facilidade incrível nos anos 70; mas, como já disse, o Rock Progressivo está mais morto que vivo (não fossem bandas como Mars Volta, essa seria uma realidade já distante). A onda de incompreensão gerada em torno das suas músicas levou-me a concluir que o próximo álbum seria o consumar musical de um grupo de génios, ou simplesmente o início de uma sucessão de obras-primas. Neste momento, The Mars Volta separaram-se do que foi feito dentro do Progressivo, precisamente como aconteceu em De-loused in The Comatorium (nunca o Punk tinha soado tão bem junto ao Prog-Rock), e fizeram outra obra-prima.
Se pudesse, daria um abraço ao Omar e ao Cedric.
Ideias acerca de The Bedlam in Goliath
Aberinkula - Inicio arrojado, com pompa e circunstância. Instrumentos de sopro virtuosos.
Metatron - A passagem da faixa 1 para a 2 é fabulosa. Uma música mais rápida, que nos dá uma bela ideia daquilo que Pridgen é capaz. Uma das que mais me chamou atenção, com uma frase que nos persegue: "Maybe I'll break down."
Ilyena - Uma música mais calma, com bastantes efeitos de voz. Parece dividida em duas partes.
Wax Simulacra - O single. Se houver um baterista mais rápido que Pridgen que me digam. Não há muito mais a dizer.
Goliath - O jazz-prog caracteristico. A composição de Omar num nível superior. Tudo está onde deve estar. Momento épico.
Tourniquet Man - Uma quase balada. A música mais calma de todo o álbum. "Let me be your tourniquet man."
Cavalettas - Mais um momento épico. O progressivo está vivo. Caos e confusão sonora.
Agadez - Um onda de pop-latino nesta música, sem nunca perder a sua identidade.
Askepios - Progressiva. Esta é Volta.
Ourobouros - A música mais pesada do álbum. Lembram-se de SOAD? Vão-se lembrar...
Soothsayer - A mais experimental. A percorrer caminhos já traçados pelo Amputechture.
Conjugal Burns - Um final de grande nível. Inicio a fazer lembrar o Tremulant EP. Tema com grande alma, forte e orelhudo.
Sem rodeios, este é o melhor álbum dos The Mars Volta.
terça-feira, janeiro 15, 2008
Colleen por estes lados
Datas:
3 de Abril @ TAGV, Coimbra
4 de Abril @ Theatro Circo, Braga
5 de Abril @ CAE, Portalegre
? de Abril @ TBA, Lisboa
Alinhamento do novo álbum de Gregor Samsa
1. The Adolescent
Madonna Goldfrapp?
Isto porquê? Porque quem se lembra da grande "Strict Machine", da senhora Alison, vai apanhar um choque ao pensar que está a ouvir Mado nna em meados de 2000. Mesmo o bom "Ooh La La" está para trás. É chocante, mas não necessariamente mau; diferente, pois evoluções e mudanças não se impedem. De qualquer forma, Goldfrapp já não é coisa para meninos alternativos, que o mediatismo já a chutou para as nossas grandes salas, com direito a publicidade na televisão (sem ser por cabo) e tudo. Parece-me que Seventh Tree é uma nova fase da sua música.
A parte boa? O clip está deveras engraçado e a Alison continua bem bonita:
A & E
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Liars
boomp3.com
Estávamos em 2001 e na altura ainda era um puto imberbe que pouco ou nada de jeito dizia. A música ficou na minha biblioteca musical, mas nunca me tinha dado ao trabalho de conhecer mais alguma coisa da banda. Há 2 anos, foi-me dado a conhecer o álbum They Were Wrong So We Drowned. Alterou por completo a ideia que eu tinha da banda: em Mr. You're On Fire Mr. tínhamos um rock gingão e dançável, agora temos um experimentalismo e uma demência musical. Bom ou mau? O antigo rock dançável continua dançável e agradável, mas nada de inovador. Mas a nova vertente tomada pela banda - rock alternativo e experimental - é altamente viciante.
boomp3.com
A voz grave e monocórdica do vocalista combina perfeitamente com as batidas psicadélicas e contrasta muito bem com os berros mais agudos dos restantes membros da banda em algumas faixas. Concluindo, Liars sofreram uma notável evolução positiva nestes últimos anos e justifica-se perfeitamente um retorno ao nosso país.
Comparem as 2 faixas e vejam a diferença colossal.
domingo, janeiro 13, 2008
Novo LP de Carla Bozulich
boomp3.com
quinta-feira, janeiro 10, 2008
Van der Graaf Generator @ Gouveia Art Rock
Para mais informações, visitem o site do Gouveia Art Rock.
O concerto está marcado para dia 6 de Abril, no site do senhor Hammill.
David Lynch - Blue Bob
Em Mulholland Drive, o controverso filme do Realizador/Compositor, podemos encontrar duas músicas deste trabalho - "Mountains Falling" e "Go Get Some".
O melhor disto tudo? Eu ter arranjado a coisa.
Mas como sou simpático:
Cardápio de "direitos" (ver o que o Lynch é capaz, digamos):
Composições de David Lynch e John Neff
Todos os instrumentos foram tocados por David Lynch e John Neff
Efeitos Vocais por David Lynch
Produzido por David Lynch
Misturado por David Lynch
Medo: SBSR em Lisboa e no Porto em simultâneo
E deixem-me participar nele: Como é que se vai fazer esta 'divisão'? Metade para um lado e metade para o outro? Quer dizer que eu, se gostar de bandas que tocam em Lisboa e no Porto terei de fazer duas viagens? E se for no mesmo dia, não vejo? (permitam-me: AAAAAAAAHH!!)
Outra hipótese é tocarem as mesmas bandas, mas a organização dos concertos ser ligeiramente diferente... isso era giro. - e mais provável, porque não sei onde é que a promotora vai inventar dinheiro para arranjar tantas bandas.
Bem, espero que eu não tenha de me chatear com eles.
terça-feira, janeiro 08, 2008
José Mário Branco mostra coerência
O Correiro da Manhã não é uma leitura aconselhável. Se me sinto culpado de o ler? Não: as melhores reportagens de música que tenho lido nos media mainstream portugueses são editados lá (surpreendentemente?). Por exemplo, a melhor cobertura dos festivais de verão do ano de 2007 foi feita por este jornal, que nem especializado em música é (e eis a grande supresa: os media especializados não fazem sequer o seu papel jornalístico, fazendo publicidade aos seus produtos e mostrando-se claramente tendenciosos).
Eis um excerto da curiosa e bem conduzida entrevista feita a José Mário Branco para o "Correio Êxito" (suplemento do jornal em questão) da semana passada, publicado no dia 5:
«Correio Êxito – Em 1994 foi abordado pelo então Presidente da República, Mário Soares, no sentido de receber a condecoração da Ordem da Liberdade. Por que é que recusou?
José Mário Branco – Porque o condecorador tem de ser digno do condecorado. Não aceito distinções oficiais de um Estado que corporiza a sociedade injusta em que vivemos.
(...)
– Tem sido prejudicado por assumir pública e frontalmente as suas posições políticas?
– Quem vai à guerra dá e leva. Sou contra o sistema e, naturalmente, o sistema não me dá muito espaço.
(…)
– É verdade que afirmou: “Não fui à Expo’98 porque achei que uma iniciativa daquelas, num País como o nosso, foi um insulto aos pobres”?
– Sim. Recusei a proposta mais cara que alguma vez me fizeram. As minhas convicções não estão à venda.
– A sua canção é uma arma?
– No sentido de ser uma forma de intervir na sociedade qualquer canção é uma arma. Quando me fazem perguntas sobre o canto de intervenção, respondo que acho essa designação inadequada. Qualquer canto é uma forma de intervir.
– O seu canto é inquietação?
– É evidente que nisso, como em tudo o resto, vamos por tentativas, por esforço, tentando aprender com os enganos. A inquietação resulta de nós fazermos isso com a presença da dor, algo que me é insuportável.
– São sintomas da fase em que viveu no exílio?
– O exílio é uma coisa muito má, em que se tem saudades e se está muito revoltado contra esse afastamento das pessoas e dos sítios que gostamos. Por outro lado, durante os 11 anos em que estive exilado vivi coisas muito boas e muito bonitas.
– Como por exemplo?
– O nascimento dos meus dois filhos, o Maio de 68, o surto do espírito libertário, que está relacionado com os meus sentimentos humanísticos. Mas fiquei zangado com essa parte da minha vida, e Paris paga por tabela.
– Usando um chavão: Comeu o pão que o diabo amassou?
– Estávamos inseridos numa sociedade e num mundo que era a preto e branco. Em Portugal nada era a cores. Não é normal uma pessoa aos 18 anos ter que tomar decisões que são definitivas para toda a vida. Decisões que tinham um preço. Se queria exprimir-me livremente, associar-me, ter iniciativas com os meus amigos ou cantar publicamente sabia que isso tinha um preço. Se tinha, por causa das minhas convicções, uma recusa em participar na guerra colonial, sabia que isso tinha um preço. E teve um preço que foi não só ter que fugir do País mas zangar-me com pessoas que aparentemente deviam estar de acordo comigo.
(...)
– O preço que pagou foi demasiado alto para o retorno?
– É tudo relativo. Quando existe injustiça na sociedade, desigualdade, guerras, prisões ou perseguições, temos uma sensação que parece antagónica. Por que é que o Bush, como ser humano que é, não pensa no que está a fazer? Porque dá a ideia que se ele caísse em si percebia que é horrível matar um milhão de pessoas que não têm culpa nenhuma. As desigualdades, o racismo, a xenofobia em relação aos imigrantes têm um lado irracional. A par disso há a noção de que é preciso lutar para mudar essas coisas pois no fim dessa luta poderá estar uma sociedade um bocadinho melhor. Em mim há estes dois lados que estão sempre a lutar um contra o outro.
– A integração na Europa desvirtuou esses dados?
– Como diria o outro, nem sim nem não, antes pelo contrário. A Europa é um fenómeno de globalização capitalista que não está feita para as pessoas mas para as empresas, para os bancos, para os grandes grupos económicos. Está feita para regular este mercado enorme e para o dinheiro.
(...)
– Considera que a sua música conseguiu dar voz a toda essa gente e abanar a incaracterística pobreza da canção urbana?
– Num certo aspecto deu. Se bem que não se possa dizer que a história da nova canção portuguesa começou aí.
– Pode dizer-se que o José herdou de Zeca Afonso?
– Eu, o Fausto, o Sérgio, e outros, somos filhotes do Zeca. No meu caso, no do Sérgio e de outros, posso dizer que começámos a fazer canções estimulados pela criatividade do Zeca.
(...)
– A vossa música foi uma força catalizadora dos nossos esparsos valores culturais [.] Portugal não está carente, ou distante, desses valores?
– Embora continue a existir o cacete e a prisão, estamos numa época em que o principal factor de opressão é o cinzentismo. As pessoas estão todas sozinhas, mesmo que dentro das mesmas casas, em frente ao ecrã, computador, telemóvel. Tudo o que seja pôr as tripas cá para fora ou mobilizar energia para acordar as pessoas desta letargia é subversivo.
– Foi o que fez com o ‘FMI’?
– É esse aspecto da energia, de um certo despudor e de gritos viscerais que podem ajudar a despertar a malta que anda a dormir.
– É um álbum confessional, o confronto do revolucionário com o refluxo da revolução?
– Cada vez mais estou convencido de que ninguém é capaz de fazer uma revolução se não a fizer também por dentro.
(…)
– O seu critério político está à frente do artístico?
– Não. Desde muito novo que estive ligado a iniciativas políticas, a partidos e movimentos, mas dificilmente alguma vez na vida separei uma coisa da outra. Na última vez em que falei em nome do Bloco de Esquerda já estava a perceber que aquela casa, que era de pessoas que se estão a acomodar perante o sistema, que não querem mudar a sociedade mas reformá-la, não era compatível com o meu radicalismo. Nunca saí de partido nenhum. Os partidos é que vão saindo de mim.
(…)»
O Surrealismo e a Música - Introdução
Em futuros posts, vou abordar - incidindo apenas nos últimos 50 anos - a música como possível expressão artística do Surrealismo. Acredito que há na história da música contemporânea (moderna, se quisermos) alguns traços identicos àqueles que os artistas do movimento surrealista defendiam como seus. Mencionar algumas bandas, dar exemplos concretos, dissecar letras: tudo isso irá ser feito em posts posteriores.
Stay tuned...
Thomas Pridgen
segunda-feira, janeiro 07, 2008
The Soothsayer
Curiosos? JOGUEM
E já que agora já conseguimos dar música, fiquem com esta:
boomp3.com
domingo, janeiro 06, 2008
E temos música!
Havia várias complicações a travar esta iniciativa... mas acabou por chegar.
Deixo-vos uma cover catita :)
sábado, janeiro 05, 2008
Viva o Marketing !
O facto é que Eduardo montou todo um esquema de marketing para promover o seu single Cosas Que Contar, ao convidar as suas duas irmãs para participarem no videoclip da música. Mas é a participação delas que está a fazer com que o videoclip tenha sido já visto por milhões de pessoas por esse mundo fora. É que as duas irmãs aparecem em cenas eróticas, chegando mesmo a dar um incestuoso beijo. O clã Cruz é mesmo uma família unida.
Aqui fica o video
Grande candidato a tesourinho deprimente destes lados...
quinta-feira, janeiro 03, 2008
Por onde levais estes homens?
O nome é o mesmo, os músicos também...Mas será a banda a mesma?
quarta-feira, janeiro 02, 2008
"Declare Independence"
Michael Gondry e Björk, tal como haviam anunciado, editaram o vídeo do terceiro single de Volta, "Declare Independence", no dia 1 de Janeiro. E o resultado está visível: enérgico, revoltado - dois pontos que não podiam ficar intocáveis num tema tão sensível como a independência de regiões com capacidade para se auto-reger (neste caso as Ilhas Faroé e a Gronolândia, regiões colonizadas pela Dinamarca à qual esta música se refere). Mais uma vez, a dupla mostrou bons resultados.
A grande estrela da Islândia, numa excelente entrevista dada à Pitchfork, refere como foi trabalhar de novo com Gondry, já passada uma década desde a última vez, refere as conotações claramente políticas de "Declare Independence" e também como está a ser preparado o vídeo de "Dull Flame Of Desire", música em que Anthony (de Anthony & The Johnsons) faz dueto com Björk.
The Mars Volta em pulgas
Omar, guitarrista e mentor da banda - juntamente com Cedric Bixler-Zavala -, falava do quão prejudicial tinha sido a saída de John Theodore. Mas não deixou de referir que, apesar de todas as problemáticas envolvidas na desistência por parte de um membro do projecto, foram dissabores que trouxeram benefícios; um bom e aleatório português diria que "depois da tempestade vem a bonança", algo que se aplica aqui. O guitarrista dos Mars Volta falava na boa disposição que, finalmente, se sentia na banda, facto que se reflectia ao vivo.
Ao que parece, essa boa disposição chegou mesmo a um topo, pois não é só um vídeo de The Mars Volta a apreciar coisas nojentas que por aí circula: também circula, e em muito bons tons, as grandes actuações do grupo nos primeiros dois concertos de apresentação do já estupidamente aguardado The Bedlam In Goliath, nos quais há que destacar o enorme "New Years Eve Extravaganza", onde tanto a cheia plateia como os próprios Mars Volta se mascararam e preparam para um concerto que durou 3h30 - divididas num acto acústico e no acto dito 'normal', de apresentação do álbum.
Para mais informações, aconselho (obviamente) a visita ao caro The Mars Volta Portugal, do caríssimo António, onde todas estas situações são entusiasticamente exploradas e descritas.
As macacadas do ano passado:
Depois, os Battles tentaram irritar o mundo inteiro com uma música chamada "Atlas", cujo clip pode ser visto num post anterior.
Mais para o fim, os Mars Volta descobriram a magia do famoso "2girls1cup".
Conclusões: uns têm demasiado tempo livre e outros até são pessoas normais, essa pessoas que ouvimos diariamente em casa.