sexta-feira, dezembro 10, 2010

Ao lado...

Reparei agora que a BBC divulgou um top, não do melhor de 2010, mas das bandas que vão explodir em 2011. A consultar AQUI.

E, claro, não deixou de me saltar à vista que as Warpaint estão lá, como sendo uma dessas bandas que vai atingir o expoente máximo no ano que vem. Apesar de tudo, as californianas já têm um álbum editado pela Rough Trade, já andam a dar concertos por esse mundo fora (aliás, já vieram a Aveiro dar um concertaço) e têm uma carreira de mais de 6 anos. A coisa foi-se arrastando, mas este foi definitivamente (?) o ano delas.

Por outro lado, tenho de questionar-me sobre a possibilidade de uma banda que, apesar das melodias fofinhas e vozes docinhas, não usufrui das qualidades (ou defeitos, vá) básicos da música pop - têm estruturas mais narrativas e exploradoras do que a clássica verso-refrão-verso, gostam de fazer a boa e bela jam, adoram efeitos e, resumidamente, fazem música psicadélica - conseguir uma exposição ainda maior.

De qualquer forma, diria que a BBC só agora é que reparou na Warpaint.

Mas, hey!, vou estar cá para as acompanhar e tenho para mim que elas não vão deixar de fazer grandes fritarias.

Top para aqui, top para ali

Estamos nessa fase, de resumir um ano em tops disto e daquilo.

De todos os que vi, aquele de que mais gostei foi o do We Listen For You. Já dizia o Miguel Esteves Cardoso que os álbuns que marcam alguém são os muito bons, claro, e os muito maus. O top do WLFY não partilha com ninguém os melhores, mas sim os 5 piores discos de 2010.

Foi o top de que mais gostei, mas não é necessariamente aquele com que mais me identifico, até porque não ouvi tudo o que lá está. Mas não tenho dúvidas de que os Vampire Weekend merecem o seu lugar entre os cinco piores discos deste ano (e não sou cabeçudo o suficiente para dizer que merecem um lugar nos 5 piores de sempre, até porque toda a gente sabe que o David Hasselhoff tem uma discografia).

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Wovenhand é amanhã, em Lisboa, por isso...

...e correndo o risco de crucificação, diria que ainda vão a tempo de vender os vossos bilhetes para Deftones e ir ver o David Eugene Edwards ao Santiago Alquimista.




Era o que eu faria. Ontem, na Casa da Música, deram o concerto do ano, na minha singela opinião.

sábado, dezembro 04, 2010

Provas de que deus não existe #5

Nesta caso, também podia chamar-lhe "Provas de que algumas piadas se fazem sozinhas."

Os senhores do Inarmónico resumem bem a ideia AQUI. Aconselho vivamente a que passem lá.

segunda-feira, novembro 29, 2010

Faz um aninho que os ISIS passaram por cá

E como foi a primeira e última vez que eles passaram por cá, e, para muita gente, a primeira e/ou última vez que os viram (pelo menos até os ISIS fazerem uma reunion tour, que é o meu desejo desde que eles acabaram, portanto, se o Pai Natal existe, este é o momento para o provar), é impossível não assinalar a data.

Como sou simpático, deixo o encore do concerto em Almada, tocado noutro sítio, mas da mesma tour:


E, com a mesma ordem de ideias, fica o encore do concerto no Porto.


Não há muitas bandas que deixem um vaziozinho no meu coração como os ISIS deixaram. "Snif snif."

Já agora, o cartaz do concerto na Invicta é uma beleza, por isso, posso dizer-vos que o roubei DAQUI.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Sobre o Coyote de Kayo Dot

Eis algumas citações que o Toby Driver escolheu, explicando que "ele percebeu a ideia" (ou algo semelhante), DESTE artigo no Prog Archives:

Highlights from a recent "Coyote" review at ProgArchives.com by AtomicCrimsonRush:

"...I hated it... I simply like to be entertained by music and this has the opposite effect."

"I was disturbed"

"The band just wallow in misery"

"depressing."

"At the end I felt depressed and I don't listen to music to feel depressed."

"Maybe this would speak to me if I were going through a break up or lost my job or a loved one passed away or I gave my soul away, but life is not like that for me. I can't relate to dark depressing sonnets and don't really want to subject my ears to hearing from the jaded warped minds of such musicians."

"The vocals are just miserable and despairing,"

"It is quite a feat of endurance to get through this."

"the gut wrenching music is nauseating beyond belief."

"it is simply not entertaining."

"As a parent I would cry if my children were listening to this."

"Coyote is drab and disturbing."

"sheer bleak atmosphere... I won't be returning to this."


E tenho de confessar que fiquei com uma vontade renovada de ouvir o Coyote até à exaustão.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Provas de que deus não existe #4

Cancelaram o concerto de Arcade Fire, não cancelaram o da Lady Gaga e ainda não lhe marcaram um conserto.

terça-feira, novembro 09, 2010

Colado em Ulver

Aquele concerto de sexta-feira deixou-me completamente vidrado nestes senhores. E que senhores.

O Perdition City anda a rodar aqui por casa sem parar. E pelos vistos vais continuar, que o raio do álbum é mesmo bom.

Estas bandas que vêm do black metal para fazerem coisas parecidas a trip-hop, pá...

domingo, novembro 07, 2010

Quem é que teve a ideia de pôr os Ulver a tocar às 3h da manhã?



Não foi tão fixe quanto se pode pensar. Mas foi um grande concerto na mesma.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Linda Martini e a sua ocupação

Eles andam ocupados, isso é verdade, e há algum tempo que ando para falar nisso. Tive oportunidade de os ver, outra vez, em concerto e venho agora redimir-me dos meus pecados.

Acho que toda a gente passa por aquela fase em que fica demasiado crescida por ouvir a banda que nos chutou para novos sons. Eu perdi-me de amores pelo post-rock (apesar de andar a tratar do processo de divórcio agora e a ver que partes da relação é que quero manter) e estes rapazes e rapariga tiveram alguma coisinha a dizer sobre isso.

Depois lá decidi dizer que não, que já não gostava deles porque... bem, não sei bem. A verdade é que eles já não me deixam maluco como antes, mas já muito pouca coisa me deixa nesse estado.

Outra verdade é que eles são bons. O que fazem, fazem bem e as suas actuações estão cada vez melhores (e o crescimento que tiveram em muito ajuda nisto).

O concerto de apresentação do novo álbum Casa Ocupada que vi no Hard Club, há uns tempos, foi prova disto que estou a dizer: estava tão cheio que eles bem podiam ter feito um concerto só de feedbacks que ninguém saía de lá desiludido. Mas eles portaram-se bem.

Simplesmente, não estão na minha praia nem me deixam biruta. As vagas vão mudando, já se sabe.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Warpaint

Vi estas raparigas há uns valentes meses em Aveiro e, bem, a minha atenção tem estado cravada nelas desde então. Confesso que na altura tive muito medo do que vinha aí (até porque se passou em contexto de festival e havia razões para ter algum medo, principalmente porque só conhecia a Scout Niblett — no entanto, só tive uma desilusão).

A verdade é que não demorou muito até perceber que ia ser um concerto do caraças. E foi mesmo. Tocam todas bem, fazem malhas boas e, acima de tudo, fazem cenas psicadélicas e cheias de feeling.

As Warpaint são daquelas bandas da NME consideradas a next-big-thing (uma óptima razão para se ter medo). A verdade é que desta vez, a NME acertou e escolheu uma banda mesmo boa. Há sempre uma grande probabilidade de ninguém se lembrar mais destas raparigas, mas nesse caso ouviram o single do novo álbum e pouco mais.

Uma amostra de música fofinha e boa como o cacete:



Mas claro, não há como ver as coisas com qualidade. Para isso, aconselho uma visita AQUI.

Pode parecer exagero, mas The Fool, o álbum de estreia destas raparigas, está nos melhores do ano.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Headbanging, essa coisa do hip hop

Não posso deixar de reagir a ESTE post do MetalSucks. A verdade é que se isto pega, os concertos de Black Metal não serão a mesma coisa.

Fora isso, é só curioso ver que se calhar não é preciso assim tanto treino para fazer a coisa bem. Se uma criança de nove anos consegue...

(de resto, serei o único a achar estranho que a voz da rapariga se pareça incrivelmente com a da Rihanna? Tenho de duvidar da idade de qual delas?)

quarta-feira, outubro 20, 2010

Master Musicians of Bukkake foram ontem ao Porto e...

...Ontem aconteceu o concerto do ano. Coincidência? Só vendo (imaginando a versão tripeira da coisa, que não aconteceu na ZDB, como é lógico):



E isto é só uma amostra muito pequena do que aconteceu. Se o vídeo tivesse mais uns quinze minutos ainda se apanhava a grandiosa Schism Prism/Adamantios em que as duas baterias se impuseram às distorções mega-graves para fazer uma verdadeira música doom-progressiva-oriental (se é que esta nomenclatura ridícula é sequer possível).

Acima de tudo, foi uma noite em que nunca a vertente performativa minou a música (e é por esse pequeno pormenor, pela música, que se deve ir ver um concerto). Pelo contrário, faziam tanto sentido as duas juntas que... não seria Master Musicians of Bukkake se não fosse assim.

Na verdade, acho admirável que estes tipos tenham a humildade de se auto-proclamarem como Master Musicians. Parece pouco.

terça-feira, outubro 19, 2010

Fora de contexto o Elton John é mais fixe

Vou descontextualizar completamente uma frase do Elton John e fazê-la valer pela minha opinião: "A pop contemporânea não é muito inspiradora."

Dito isto, podem ver o contexto AQUI e, como eu, ficarem tristes, ou ficarem simplesmente confusos.

sábado, outubro 16, 2010

E não é que falta cada vez menos para Master Musicians of Bukkake

O tempo passa, que surpresa. O meu entusiasmo com a descoberta é tanto que vou dizer que este será o concerto do ano.



Já no próximo domingo na ZDB e na terça no Passos Manuel. Hellz yeah!

terça-feira, outubro 12, 2010

As boas novas de Men Eater

MenEater Teaser 2010 from John Filipe on Vimeo.



Esta malha fala por si, parece-me. Gosto de perceber que a qualidade dá ares de quem se vai manter pelos lados destes senhores.

Mais uma entrevista a Albini

Esta vem por sugestão na caixa de comentários. E vem bem bem. Ora vejam:

"(...)
E qual é a sua conexão com o pessoal do ATP? Você é algum tipo de conselheiro?
Não exatamente. Sou amigo há bastante tempo do Barry e da Debbie, as pessoas que organizam o ATP, e temos uma antiga associação com o festival. Tocamos no segundo ano, e depois fomos curadores de outra edição. Nós tocamos basicamente todas as vezes que eles nos convidam. O ATP é de fato notável. Eles mudaram a maneira como os festivais funcionam, no mundo inteiro. Antes do ATP os festivais eram desses eventos deploráveis só voltados para o lucro, e todas as bandas associadas que tocavam o faziam por alguma razão estranha voltada para o lucro. Ninguém realmente achava que os festivais tinham alguma personalidade. Era somente um caminho para fazer dinheiro fácil durante uma turnê. Ou bandas menores que não eram muito conhecidas usavam os festivais como uma forma de gerar algum interesse na banda, e eles ainda eram obrigados a pagar para tocar em alguns desses festivais. A coisa toda era institucionalizada e bastante desagradável. O ATP de fato mudou tudo. Ter uma banda escolhendo outras bandas, como curadores endossando as outras bandas, e tendo o dinheiro distribuído de uma maneira igualitária entre as bandas, e tendo as bandas e os patrocinadores convivendo juntos de uma maneira mais social… é totalmente único. Isso realmente mudou a maneira como os festivais são organizados. Como o ATP teve sucesso fazendo isso, todos os outros festivais tiveram que melhorar e providenciar uma maior variedade de artistas. Tiveram que tratar melhor as bandas, serem mais igualitários na maneira como as bandas e os patrocinadores são tratados. Eles realmente forçaram outras pessoas a competirem com eles. Tenho muito respeito por isso.

(...)

Você mencionou algo sobre bandas pagarem para tocar em festivais. Nós temos uma grande discussão no Brasil, de bandas que bancam para tocar em festivais, enquanto outras acham isso errado.
Isso é utópico. Um festival deve ser organizado de uma forma que bandas que as pessoas gostariam de ver são apresentadas para as pessoas que gostariam de ver as bandas. Se alguém está pagando para tocar significa que existe um critério diferente envolvido, e instantaneamente me faz suspeitar do festival. Me faz achar que há algo fundamentalmente errado. Não necessariamente acho que as bandas que estão pagando para tocar estão fazendo algo errado, só estão fazendo algo tolo. Mas não coloco alguma consideração moral ou ética nisso. Acho que elas estão fazendo algo tolo porque elas estão pagando por algo que elas deveriam estar recebendo. E elas também estão se apresentando para um público que não gosta delas o suficiente para pagar. Então elas estão fazendo um show que talvez não valha a pena fazer, gastando dinheiro pelo privilégio de fazer um show que não vale à pena. É tolo, mas não necessariamente algo eticamente ou moralmente errado. Quem promove, o pessoal que está aceitando esse dinheiro, estes sim estão fazendo algo eticamente errado.

(...)

O que você acha de jornalismo musical? Eu estava lendo o fórum do Electrical Audio e vi um post seu com opiniões bem fortes sobre o tema.
Bem, o problema com jornalismo musical é que ele é publicado em um jornal como se fosse jornalismo de verdade, mas no qual os padrões profissionais do jornalismo não se aplicam. Em um artigo normal, se um repórter publica algo fundamentalmente incorreto, como o nome do prefeito ou de um esportista famoso, ele é demitido. Não é aceitável no jornalismo convencional encontrar fatos simples apresentados de maneira errada. No jornalismo musical, ninguém se importa. Você pode publicar um monte de coisas erradas e só rola um: “ok, não tem problema, não importa”. Não é levado a sério. Jornalismo musical não é levado a sério como jornalismo nem pelas pessoas que o praticam, nem pelas publicações que o usam. Então, um monte de informação errada é publicada e acaba virando registro histórico. Se alguém escreve algo incorreto em um jornal ou em um website e depois dez outros jornais ou websites fazem referência a essa informação errada, isso se transforma em algo inconcreto, e dali para frente vira história. E eu acho isso terrível, porque existe jornalismo de verdade que poderia ser feito. Tem um monte de assuntos que tem a ver com música. Por exemplo, o que você descreveu, de bandas pagarem para tocar em festivais, ou festivais aceitando dinheiro do governo e sendo tão ineficientes que não podem pagar as bandas, isso são pautas para jornalismo de verdade. Alguém deveria escrever sobre isso. O público de música se interessaria por isso. Poderia ser jornalismo de verdade. Mas ninguém está escrevendo esses artigos. Ao invés disso eles estão escrevendo coisas como o que essa pessoa está vestindo, ou que tipo de maquiagem esse outro está usando, quem está namorando com quem ou quem usa drogas, essas coisas. Isso é merda, pura merda. E mesmo nessa área limitada de merda, jornalistas musicais podem publicar erros fundamentais que ninguém se importa.

Eu tenho amigos jornalistas e o que eles dizem de publicar artigos estúpidos, como o que as pessoas vestem, acabam tendo mais leituras. Eles acompanham os links nos sites e portais e esses artigos são sempre os mais lidos. As pessoas realmente querem saber o que os outros estão vestindo.
Não existe nenhuma lei que diz que jornalismo deve ser feito para as pessoas mais estúpidas do mundo. Se o seu jornalismo é feito para atrair o máximo de pessoas de algum tipo para lerem o que você escreve, então não há razão para fazer algo específico em música. Porque se você escrever sobre outra coisa, então mais pessoas vão ler. Se você escrever sobre a Copa do Mundo, mais pessoas vão ler do que sobre música, então por que você está escrevendo sobre música? Se você decidiu que quer escrever sobre música, essa é uma decisão sua não baseada no que é mais popular. Então você tem uma obrigação de levar isso a sério, porque você escolheu escrever sobre música. O argumento de que isso é mais popular, “é isso que as pessoas gostam”, não significa nada para mim. Porque o que é popular, o que as pessoas gostam, é de McDonald’s, Coca-Cola. Isso é popular. Mas não é necessariamente a melhor coisa para comer ou beber. E se você escrever sobre comida, talvez você deva escrever sobre as melhores comidas que as pessoas podem comer ou beber, ou dizer que tipo de problema elas teriam se elas só comessem McDonald’s e tomassem Coca-Cola.
(...)"

segunda-feira, outubro 11, 2010

Não se pode dizer que o Trent Reznor seja preguiçoso

Bem pelo contrário, o homem vai ficando velho, mas tem a energia de lâmpada eléctrica. Piadas parvas e inventadas agora de parte, não é só a tal banda sonora para o filme sobre a tal rede social que o Trent Reznor tem feito. Fê-lo, é verdade, e fê-lo muito bem.

Mas, sobre isso, tem dado entrevistas (como ESTA) e mostrado o seu charme da melhor maneira possível.

E não só! Ainda conseguiu convencer a HBO de que Year Zero era uma história do arco da velha! Ou seja, teremos uma mini-série sobre o tema do álbum, o que me parece fantástico. Principalmente porque, deste blogue, acompanhei o fenómeno como alguém que não tenha mais nada para fazer faria. Escrevi mesmo algo a resumir a situação da altura AQUI (sim, dou-me ao luxo de me citar a mim mesmo. Posso desculpar-me com Hitchcock?).

sexta-feira, outubro 08, 2010

Entrevista a Steve Albini

A coisa foi feita na GQ e tem um título fantástico: Punk Pioneer Steve Albini on Music Festivals, The Future of Radio and Why He Wants GQ To Fail.

Parece-me muito bem e a coisa está toda disponível AQUI.

Façam bom proveito.

Há mais uma malha nova de Intronaut!

Bendita Stereogum, que nos traz estas coisas. Chama-se Core Relations e tem muito de Intronaut e menos matrecada metaleira. Parece mais contemplativa.

Não é fácil dizer o que vou dizer, mas começo a achar que este Valley of Smoke vai ser melhor do que o grandioso Prehistoricisms. Não?

segunda-feira, outubro 04, 2010

O raio destes japoneses...

...estão sempre a fazer coisas que me agradam. Começo a achar inevitável que o número de bandas nipónicas que me fascinam seja crescente. Porque é, indubitavelmente.

No Milhões de Festa deparei-me com uns loucos Bo Ningen (que diziam ser de "Urondon"), que me levaram numa viagem fantástico.

De há uns meses para cá, tenho vindo a ouvir uma coisa menos fantástica, mas mesmo bem feita, com feeling, pormenores... É aquilo que muita gente chamaria de "rabetice," mas todos nós temos um lado sensível e eu sou muito apologista de o desenvolver (e conservo as minhas razões para mim mesmo).

Os dois álbuns que ouvi de ent (uma banda sonora e o Welcome Stranger, de resto, os únicos que acho que o rapaz editou) conseguiram, de forma fofinha, levar-me a repetir audições com muito prazer. Acima de tudo, é uma audição a levar-se até ao fim. Ele é malandro e guarda sempre o melhor para o meio.

O raio destes japoneses... eles sabem o que fazem e pronto.

domingo, outubro 03, 2010

A tourné de GY!BE vai passar aqui ao lado...

... por Barcelona no dia 29 de Janeiro e por Madrid a 30. Isto, claro, além de todas as outras datas pela Europa que já agendaram, e além da tripla actuação num ATP com um cartaz brutal.

Esta é uma óptima oportunidade para ver os "maestros da nossa geração," como alguém aqui do blogue já havia, e muito bem, dito.

Portanto, os planos para uma verdadeira romaria estão na mesa. Quem quiser só tem de dar notícias.

(Ou podiam sempre surpreender-me e trazer Godspeed You! Black Emperor a um Coliseu.)

quinta-feira, setembro 30, 2010

Provas de que deus não existe #3

Isto:


Em vez disto:

quinta-feira, setembro 23, 2010

Provas de que deus não existe #2

Lady Gaga (esta tem várias conotações, o que a torna ainda mais engraçada. Ou não.)

quarta-feira, setembro 15, 2010

Simpáticos hippies

Daquelas coisas indie que me dão mesmo muito prazer ouvir. Aliás, posso mesmo dizer que a coisa é bem boa!



A Mountain of One editaram um álbum bem interessante. Bem interessante. Não é bom, porque algumas músicas andam longe de grandes malhas como esta, mas merece as audições todas.

E a nova dos Intronaut...

...que leva a que se adivinhe um grande novo álbum? Começo a sentir as pulguinhas a chatear-me. E ainda bem, caramba! Grandes momentos de baixo, um momento calminho com classe, muito peso, muitas coisas estranhas a acontecer ao mesmo tempo, mas que soam muito bem... É o que importa.

Ouro sobre azul, era os Intronaut virem cá. Ouçam as minhas preces, gentes desse mundo!

Provas de que deus não existe #1

O meu propósito é simples: há coisas que estão demasiado mal.

Sair do concerto de Part Chimp e apanhar com a fantástica "FReoqndasidfb FReoqndasidfb! DÁ-LHE!"

quinta-feira, setembro 09, 2010

Bingo

É com felicidade que cito este post do Inarmónico, que acerto mesmo no coração da questão: Perdoai-lhes Camões que eles não sabem o que fazem.

Que verborreia monumental, a desses Pontos Negros. Caramba...

quarta-feira, setembro 08, 2010

Mars Volta e os vídeojogos

Fazer-se música para vídeojogos é, cada vez mais, uma realidade. Ou seja, já não é só juntar músicas conhecidas a bandas sonoras. Há quem se divirta a fazer bandas sonoras completas, compositores de erudita a dedicar-se ao assunto. E porque não? A música acaba por ser um dos factores mais importantes para o ambiente de um jogo, que não é, em nada, um pormenor secundário. A não ser que comecemos a falar de jogos de simulação desportiva. Aí, retiro tudo o que disse.

Mas, para não desconversar, há, também, quem se divirta a transformar músicas já feitas em possíveis versões de OST de jogos dos anos 80/90. Outra vez: porque não?




Se os Mars Volta tivessem aparecido 15 anos mais cedo, aposto que teriam direito a fazer a banda sonora de um boss particularmente difícil da saga Legend of Zelda.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Blonde Redhead e a evolução

É curioso observar como o sou já nada natural dos Blonde Redhead se transformou neste último álbum: de repente quase lembram trip-hop, parece que se esqueceram de como rockar. Ainda mais curioso é perceber que isso é uma evolução que resulta (ou, então, teria outro nome).

De qualquer forma, dentro da pop, esta é daquelas bandas que me tem vindo a surpreender por conseguir manter a qualidade e reinventar-se sem se perder no meio das invenções (passe-se a redundância).

Por mero acaso, andei hoje a manhã a ouvir Fever Ray para descobrir que partilha o produtor do novo álbum deste trio. Muito se explica nestas andanças.

PS: o álbum já circula pelas internets, como é óbvio.

Fever Ray e Peter Gabriel

Durante muito tempo, tive algumas dificuldades em perceber o que é que se via em Fever Ray. Mas essas dificuldades foram relativamente fáceis de ultrapassar com a audição. Simplesmente, Fever Ray é do pop mais negro que já tive o prazer de ouvir.

Quando esse "dark side" da pop decide pegar numa música de outra pessoa da pop de quem eu gosto muito, a curiosidade fica grande. Eis o resultado:




E, bem, resulta. Esta segunda metade dos Knife sabe bem o que faz.

sexta-feira, agosto 27, 2010

Os melhores álbuns desta semana

Não, não vos vou dizer quais foram os melhores álbuns da semana que passou. Mas sei de uma publicação com uma respeitável opinião sobre o assunto.

Digo respeitável por uma simples razão: não me parecem o tipo de entusiastas que dizem bem de tudo. Há ainda outra razão, válida somente para mim, que é o facto de os artigos que fazem sobre o assunto espelharem, mais ou menos fielmente, o meu gosto.

Mas não há nada melhor do que verem se este é um bom barómetro para o vosso gosto e darem a vossa vista de olhos no artigo semanal da ALARM Magazine sobre os tais álbuns da semana.

Lembrei-me disto por uma razão: foi através do "This Week's Best Albuns" que descobri Master Musicians of Bukkake. E sim, estou-lhes muito grato.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Master Musicians of Bukkake ou "fritaria da grossa" no Porto cacete!



Visto este vídeo ficam com uma ideia do bom psicadelismo que esta boa gente faz. Ao vivo, deve uma daquelas experiências aterradoras, arrepiantes e únicas. Ou seja, 19 de Outubro vai ser um dia grande no Passos Manuel no Porto.

Com toda a sinceridade: andava completamente apático com tudo aquilo que vinha aí. Arcade Fire, !!!, Broken Social Scene... Ok, boa. Há-de haver quem fique satisfeito. Simplesmente, já vi tudo isso e não me estava a deixar muito entusiasmado a ideia de ver mais do mesmo.

A vinda dos Master Musicians of Bukkake pôs-me aos saltos na cadeira (é bem difícil escrever seja o que for quando só se tem vontade de saltar). E já não era sem tempo.

Quem quiser agradecer, faça-o AQUI. E faça-o repetida e apaixonadamente, pois este é, provavelmente, o concerto do ano.

terça-feira, agosto 17, 2010

O novo dos Arcade Fire...

Antes de mais, tenho de pedir desculpa pela ausência, mas as opiniões são como o vinho: demais dão dores de cabeça.

Desculpas esfarrapadas de parte, ainda não ouvi o novo dos Arcade Fire. Não sei se a desmotivação vem do facto de serem, dentro do pop, uma das minhas bandas preferidas, ou se simplesmente todo mediatismo em torno deles me faz perder o interesse, simplesmente porque acho que se tornem preguiçosos.

Em vez de o ouvir, vi duas músicas no Daily Show (podem seguir o link do Brooklyn Veegan). Uma deixou-me contente, por ver que eles ainda têm aquela coisa de serem a versão pop, infantil e despreocupada dos Silver Mt. Zion; no entanto, a outra, Month of May, deixou-me com a sensação de que agora as coisas estão diferentes e podem não ter a magia de funeral...

Ou seja, tenho mesmo de ouvir o raio do bicho.

segunda-feira, junho 28, 2010

Vuvus e Yoututus

Não sei se já repararam, mas agora o youtube tem a opção "vuvuzela", isto é, a opção de tornar inaudível o vídeo em questão. Ou pelo menos, isso é o que podem pensar.

Nestas coisas de ver o que é que resulta ou não, descobri o vídeo perfeito para ter as vuvuzelas por cima. Ou antes, a música perfeita. Experimentem AQUI ouvir a Sanctuary dos Cavalera Conspiracy com os bichinhos por cima e digam lá se não ouvem uma dupla de ruído maravilha.

terça-feira, junho 22, 2010

Os Animais Mecânicos

Esta tem sido uma semana de Mechanical Animals do Marilyn Manson, e é com prazer que digo que só os singles do álbum é que me chateiam (fora a boa e bonita Coma White).

Passados tantos anos, ainda é um álbum que me dá gosto ouvir, acho que por não ser o clássico Marilyn Industrial com vontade de mandar toda a gente dar uma curva ao bilhar grande, mas por ser, só e apenas, triste e suicida (as delícias dos fundamentalistas, por isso).

Fica aqui um bom exemplo da coisa emo do rapaz controverso dos States:

sexta-feira, junho 18, 2010

É impressão minha ou esta é a pior capa de álbum de sempre?

É que não consigo encontrar nada de mais ridículo. Eles já não tinham grande efeito na minha pessoa, mas com isto simplesmente que atingem o patamar de "bandas que não existem para o André". Confesso que ainda nem percebi porque que isto me chateia, se pela estupidez sozinha, ou se pelo hype de "um álbum controverso e potencialmente genial" (cof cof) que será este novo. Posso ser eu, mas não compreendo a magia dos brilhantes Klaxons.

segunda-feira, maio 31, 2010

O baterista do Cirque du Soleil

O senhor Aaron Harris partilhou isto através do Twitter, portanto tem selo de qualidade geek-dos-ISIS.



Para mim, este suplanta o baterista coreano. Vocês sabem, aquele.

Ja viram o cartaz do Marés Vivas?

O Porto voltou a ficar à frente, no que diz respeito ao indicador mágico preço-qualidade. Por enquanto, a coisa vai em 40€ por três dias de música boa. Pop, mas boa pop — nada contra isso.

No entanto, olhando para o cartaz, não deixo de pensar que está ali algo de errado quando vejo que o David Fonseca vai tocar mais tempo que os dEUS ou tanto quanto os Editors. Não estamos fartos do rapaz?

domingo, maio 30, 2010

O Arizona e a falta de música

Isto é algo que, naturalmente, nos passa ao lado, mas no estado do Arizona, nos US of A, aprovou-se uma lei anti-imigração que permite à polícia perseguir uma pessoa que considere suficientemente suspeita de não ter documentos legais do país. Isto é, qualquer pessoa que, por exemplo, fale castelhano ou, ainda pior, tenha um ar mais sul-americano está queimada. Isto é, com as letras todas, racismo.

Felizmente, isto não é algo que deixe impávidos músicos e artistas conscientes. Zach de la Rocha começou um movimento de boicote ao Arizona, que basicamente leva a que artistas simplesmente deixem aquele estado fora de qualquer actividade cultural — basta que haja artistas a aderir.

Dito pelos situacionistas, lá pelos anos de 60, "a cultura é a mercadoria que justifica todas as outras," isto é, através do consumo cultural criam-se grupos de pessoas autónomas que acabam por tentar levar um estilo de vida autónomo relativamente aos demais. É uma mercadoria importante por se relacionar directamente com a individualidade.

Há, claro, muito mais na cultura, nem que seja o simples facto de ser expressão pura e humana (há algo maior do que isso?). Mas é por reconhecer esta importância, de que falei acima, que ainda deposito tanta esperança na música, nas outras artes, e nos resultados que este protesto pode vir a ter. Será que o povo do Arizona vai reagir ao Sound Strike, se ainda não reagiu à lei racista recentemente aprovada?

Até ver, já há uma lista bem decente de coisas que me deixavam chateado (e solidário, mas acima de tudo chateado) caso isso acontecesse em Portugal:

Cypress Hill
Juanes
Conor Oberst
Los Tigres del Norte
Rage Against the Machine
Cafe Tacvba
Micheal Moore
Kanye West
Calle 13
Joe Satriani
Serj Tankian
Rise Against
Ozomatli
Sabertooth Tiger
Massive Attack
One Day as a Lion
Street Sweeper Social Club
Spank Rock
Sonic Youth
Tenacious D


Escolham os vossos.

sexta-feira, maio 28, 2010

A nova banda do Reznor soa a Ghosts com voz

Não é que isso me chateie. Longe disso, adorei o conceito e as músicas. É dos meus álbuns preferidos de Nine Inch Nails (entre os 6 ou 7 de que gosto mais, este é o 2º ou 3º de que gosto mais)!

A única questão é: a nova música dos How to Destroy Angels, The Believers, pareceu-me uma versão mais limpinha e melhor remisturada da Ghost-III. Será que estou a solo nesta?

quinta-feira, maio 27, 2010

Fala-se de Portugal nas webzines todas de música!

Infelizmente, é devido ao espancamento de malta dos simpáticos No Age por seguranças de um clube nocturno qualquer.

Hoje há mais Rock in Rio.

Vocês sabem, aquele festival em que se paga 60€ para que haja um espaço VIP enorme, zonas comerciais, parques de diversões e pouca música.

Há duas semanas, o Ipsílon teve a classe de descrever algumas bandas que lá vão actuar, mais precisamente os cabeças-de-cartaz do primeiro dia e de hoje. Citando alguns excertos (agora não me recordo dos jornalistas com muitas certezas, mas tenho ideia de que foi o João Bonifácio que escreveu estas pérolas):

"A música da Shakira mistura exotismo nativo com suposta sofisticação pop e a ocasional balada, mas a Shakira-o-ícone é um programa de tonificação muscular, música para aulas de step e respectiva coreografia. A música não importa, importa a barriga mais sexy do mundo não-desenvolvido."

"Quantas vezes foram os Muse comparados a imitadores de Radiohead sem neurónios, que do original retiraram apenas uma noção vaga de 'épico', adulterando-a em favor de priapismo virtuosista acompanhado textos analfabetos sobre o fim do mundo? Não as suficientes."

Bullseye!

quarta-feira, maio 26, 2010

Cá estou eu a desejar que a Joanna Newsom venha a Portugal (porque nem só de metal e matrecada vive a alma)

Ando agora a explorar o novo álbum da harpista mais fofinha que por aí anda (a Joanna Newsom, claro) e, até agora, estou a gostar imenso daquilo.

Suceder ao Ys é uma tarefa difícil, mesmo muito difícil, mas esta senhora parece estar empenhada em mostrar-se brilhante no que toca a fazer música. Arrisco-me a dizer que, de certa forma, o álbum deixou a faceta folk de Newsom em Ys e no seu predecessor, em prol de um lado sinfónico que, em certos aspectos, relembra a fase dourada dos anos 60 e 70 do rock mais progressivo (esta minha comparação rebuscada vai mais direccionada para os arranjos dos Genesis).

Por isso mesmo, despertou-se-me a curiosidade para ver este Have One On Me em concerto. Quão interessante não seria? E não é que ela até vai andar em tourné pela Europa no verão. Coincidência? Eu diria que talvez. Mas vejam por vocês próprios:

05.25.10 - Oslo, Norway - Sentrum Scene
05.27.10 - Helsinki, Finland - House of Culture
05.29.10 - Eindhoven, Netherlands - Muziekcentrum Frits Philips
05.30.10 - Amsterdam, Netherlands - Melkweg
05.31.10 - Paris, France - Grand Halle de la Villette
08.22.10 - Glanusk, Wales - Green Man Festival

Viram aquele festival em Agosto, no País de Gales, viram? É precedido de uma maravilhosa falta de concertos de 15 dias. Duas semaninhas vazias que podiam ser preenchidas por estes lados, eventualmente. Pensem nisso, senhores-que-arranjam-concertos-à-malta-e-organizam-festivais-porreiros (partindo do princípio que lêem aqui o estágio).

sexta-feira, maio 21, 2010

Depois de muita ponderação...

...decidi afirmar que, para mim, o riff de 2009 é dos Altar of Plagues, na Gentian Truth (última faixa do disco). Grande malha!

quinta-feira, maio 20, 2010

Já ouviram o novo dos Rosettas?

Correndo o risco de exagerar imenso com esta afirmação, a audição do Wake/Lift mudou muito a forma como via o metal mais larilas (e não me compreendam mal, nem descontextualizem: é desse metal que eu gosto). Mas vá, para não exagerar, mudaram a forma como via as camadas de delays: voltei a ter esperança de que não seriam para sempre um cliché. Fora isso, é um daqueles álbuns que vou ouvindo e reouvindo com gosto e que ainda me faz curvar a espinha.

A Determinism of Morality caminha para esse lado, também. Parece que muita coisa cresceu ali e confesso que isso me fez confusão nas primeiras audições, mas agora a coisa começa a entranhar-se.

Os Rosetta nunca estiveram com meias medidas, pelo que foi lendo e ouvindo, porque começar a sua carreira discográfica com um álbum duplo quase a tentar seguir as pisadas de uns Neurosis e dos alter-egos Tribes of Neurot (no caso dos Rosetta, em que o primeiro se sobrepõe ao segundo completando-o) é de gente com coragem — mesmo que o resultado não seja o melhor. Para segundo álbum, o Wake/Lift é uma grande chapada na malta toda. E imagino-os a dizer "toma! toma!" quando começaram a ver as reacções à coisa. Só têm de ter orgulho e de reunir uma ainda maior quantidade de coragem para se tentarem ultrapassar.

Eu ainda não o sei dizer, mas será que o conseguiram? Lá moralmente determinados, estão eles.

quarta-feira, maio 19, 2010

Tanta alegria junta há-de fazer mal à vesícula

Andava a passear-me pela Pitchfork Media quando tropeço numa actuação da Janelle Monae, no Letterman, em que a rapariga, com a sua trupe de pessoas felizes, quase me pôs a dançar na cadeira em que me sento agora. Caramba, vejam vocês mesmos que isto alegra qualquer um.

Os Isis acabaram...

A humildade deles é louvável, mas entristece-me. Custou-me ler no blogue da banda que preferem acabar em glória, pois fizeram tudo o que queriam fazer e sentem-se realizado com um projecto de 13 que nunca esperaram levar tão longe.

Já a Decibel o havia dito, que Wavering Radiant podia ser o último álbum. Apresentaram, no entanto, as razões erradas. O orgulho deste quinteto pelo trabalho (tão bem feito) motivou este fim. Eu acho que, sendo eles pessoas tão capazes, tinham mais para dar. Acredito nisso. Espero não estar enganado, mas acho que não saberemos tão cedo.

Obrigado, senhores! Boas memórias levo eu dos dois concertos em Portugal!

terça-feira, maio 18, 2010

Linda Martini na Queima de Coimbra foi bem simpático!

Tive o prazer de rever os Linda Martini a actuar na Queima de Coimbra. Prazer por uma razão sólida: a última memória que guardava de um concerto deles não era a melhor — quase desfazia óptimas memórias dos primeiros concertos que vi deles.

Este redimiu-os. Começaram com as clássicas instrumentais do EP homónimo, foram ao single do Olhos de Mongól e depois ainda atacaram algumas ondas novas, intercalando-as com muita coisinha do álbum de estreia que eu pensei que eles tivessem deixado esquecido (e aqui destaco a mais apunkalhada Amor é não haver polícia).

Aliás, amorosos estão eles, que falam de amor repetidamente das formas menos fofinhas possíveis. Deram-se ao luxo de acabar o concerto a quatro vozes (tantas quanto os actuais membros da banda) declamando "Foder é perto de te amar" até ao silêncio.

No fundo, o concerto mostrou que eles estão cheios de energia e que as músicas novas, por muitas dúvidas que despertem nas versões de estúdio, têm muito que se lhes diga: têm power e a dinâmica de vozes resulta mesmo bem. É bom ver que eles deixaram o Post, ou acrescentaram o prefixo deles ao Post que já lá estava, ou sufixaram o Post-Rock deles de alguma forma estranha. Pelo menos são mais Linda Martini. E pronto, quem gosta, gosta.

Fica aqui, já que estamos nisto, o último single destes meninos:

quinta-feira, maio 06, 2010

Trent Reznor e as coisas novas dele



Esta é uma das músicas do novo EP dos How To Destroy Angels - que é Reznor mais a sua cara metade.

Fica-nos no ouvido o som dos NIN, digamos que num tom Ghosts, com uma voz feminina, que joga muito bem. Vamos ver o tal EP, que sai lá para o Verão.

quarta-feira, abril 28, 2010

Outra vez a Blitz?

Sim, outra vez. E há motivos (parece haver sempre). Por muito que procure deixar para trás o que se passa no online, chego sempre a um ponto em que a bendita Blitz me surpreende. Desta feita, foi simplesmente uma notícia que não interessa a ninguém que ouça música motivado pelo gosto: segundo diz alguém, o pénis do Mick Jagger é pequeno. E daí? Ele vai fazer uma música sobre o assunto, é disso que se trata?

Pronto, confesso que não diria nada sobre isto se, além da notícia, não fosse ver as tags com que a adornaram: "Mick Jagger" (boa, acertaram nesta) e os fantásticos e únicos "ex-namorada" (oi?) e "pénis pequeno" (Bullseye, mesmo em cheio. Desisto).

E desisto mesmo; não consigo perceber o interesse de certas coisas.

PS: para não falar das notícias que fazem a ridicularizar pessoas que já passaram pelo bom do vexame em programas de dança na TV. Isso é que é material de sonho para qualquer maldizente.

Tendo em conta que...

...muitas das coisas que nós ouvimos diariamente ou pelo menos com o mesmo tipo de gosto são, muitas vezes, de artistas de pouca expressão mediática, ou de nichos reduzidos, cabe-nos também a nós fazer uma divulgação. Quando os artistas são portugueses, essa obrigação a que eu chamo gosto torna-se ainda mais premente. Porque se nos podemos queixar que ninguém apoia e que só o que vende muitos álbuns é que tem dinheiro a sério - e toda a gente conhece os nossos tops - e que a inércia é enorme, bom, ao menos façamo-lo com a sensação de dever cumprido. Toda esta dissertação faria sentido para mim se terminasse neste parágrafo, mas o timing prende-se com o que passará para o próximo.

Os The Rising Sun Experience - dos quais já falámos no blog algumas vezes e que já foram entrevistados para o Ponto Alternativo - estão entre um grupo de 40 bandas de onde sairão 5 que vão actuar no Festival de Benicassim. A partir daqui já perceberam o mote, ide por este link e ajudem à divulgação da banda, da boa música portuguesa lá fora, e todas essas imagens bonitas. Se gostarem deles. Senão, todos amigos na mesma.

quinta-feira, abril 22, 2010

Ontem houve..., portanto, hoje há... e não é de perder! Mouth of The Architect!

Ontem actuaram no Musicbox com Riding Pânico. Para o Porto, a primeira parte ainda é uma surpresa. Esperemos uma grande surpresa e óptimo concerto destes senhores.

segunda-feira, abril 19, 2010

Gente estranha

Estava eu numa das minhas viagens sem sentido pela net quando me cruzo com o nosso António Pita a falar do aspecto dos Magma. Claro, estranhos eram eles, a inventar línguas e coisas assim mais progressivas e sem sentido aparente.

Claro que dessa época e onda o difícil é escolher O mais estranho. Basta pensar: os Gentle Giant com as suas roupas com brilhantes e momentos musicais para duendes em florestas verdejantes? os Genesis com o extravagante Peter Gabriel a rapar o cabelo a meio fazendo a anti-crista, enquanto imitava velhos e contava histórias? os Focus que faziam música com nomes do género "Hocus Pocus"? os Van der Graaf Generator e a forma de cantar peculiar do Peter Hammill? os Amon Düül II, cujo o dois eu nunca percebi?

Nestas divagações acabei por concluir que o mais estranho é o Ian Anderson, o frontman dos Jethro Tull. Podem ficar com este vídeo dele a fazer o que faz de melhor, claro, vestido com algo que se assemelha às roupas de um mendigo de luxo do século XV ou XVI (digo eu, que não percebo muito de traje tradicional):



Vá, o casaco já é um bocado "apresentador de circo do século XIX".

sexta-feira, abril 09, 2010

Abram alas, os GY!BE vivem!

Os Godspeed You! Black Emperor vão reunir e estarão presentes no All Tomorrows Parties no Reino Unido. Vão, aliás, ser os curadores do evento. E ao que parece vão também vão dar mais uns quantos - não muitos - concertos. Para não me tomarem como um sonhador da madrugada, fica aqui a prova lida e relida.

Boa cena.

segunda-feira, abril 05, 2010

E os Kylesa que se estreiam por cá esta semana?

Verdadinha. Imperdível, no mínimo:



É mais uma banda que vem pelos senhores que mais me satisfazem as necessidades musicais. Agradecia que eles continuassem, por favor. (E parece mesmo que o vão fazer, tendo em conta o que aí vem na agenda Amplificasom.)

domingo, abril 04, 2010

Grandes Bandas, Grandes Fotos - #3

A dobrar, Men Eater e Isis. Não direi mais do que isso.

segunda-feira, março 29, 2010

Reunião dos Refused?

Alguém me sabe dizer o que quer ISTO dizer?

Há rumores de que possa ser uma reunião da banda, mas dadas as condições de cada membroparece-me altamente improvável. Surpreendam-me, por favor, e venham até Espanha ou França (no mínimo).

Diamond Eyes

O novo álbum dos Deftones já circula e quem o ouviu já pôde concluir o óbvio: passados dez anos da edição da obra-máxima da banda, White Pony, os americanos estão em óptima forma. Se não fosse por uma ou outra música isolada, dizer que Diamond Eyes é o melhor álbum da carreira de Chino Moreno e companhia não seria exagero algum. Mas ainda é um exagero, ou as primeiras audições assim o indicam. Verdade é: não são só os singles deste novo registo a ter qualidade de topo.


Já me esquecia, mas este Diamond Eyes lembrou-me porque é que eu deixei de ouvir Nu-Metal. Sei que é estranho colocar os Deftones na mesma caixa que as demais bandas do género, apesar de terem surgido em contextos semelhantes e de serem etiquetados como tal. Mas o White Pony levou-me a pensar: se isto é Nu-Metal, não quero mais ouvir o resto. Isso está bem presente, finalmente e outra vez.

quinta-feira, março 25, 2010

Iggy Pop reforma-se do Stage Diving

E nós, do blogue, nem pudemos dizer-lhe nada sobre o assunto.

quinta-feira, março 18, 2010

Grandes bandas - Grandes fotos #2

A Lais do Ponto Alternativo aconselhou-me a dar uma vista de olhos em fotografias com esta. Temos de admitir: que grande vitória.

Há que respeitar muito o trabalho do senhor Cameraman Metálico, mas esta fotografia não deixa de ser uma forma curiosa de olhar para os Moonspell.

O novo de Red Sparowes já circula

Vocês sabem onde procurar.

Agora, falta é saber se está ao nível dos anteriores. Este já não conta com o génio de Josh Graham, mentor de A Storm of Light e artista gráfico, e conta com um processo de amadurecimento de quatro anos (!!!). O álbum que o precede já data de 2006, o que é um tempo considerável de hiato.

A ver se The Fear Is Excruciating, But Therein Lies the Answer bate aquilo que eu acho do grandioso álbum de estreia, At the Soundless Dawn. Estou para ver, estou mesmo.

quarta-feira, março 17, 2010

Grandes bandas - Grandes fotos #1

Porque não? Isto vai ser muito esporádico, dependente daquilo que vou encontrando.

Esta concorre para a pior fotografia de banda de todos os tempos.

Mas também concorre para o prémio da mais fofinha de sempre. Benditos Isis, a satisfazer os ouvintes em várias frentes.

terça-feira, março 09, 2010

Mais novidades festivaleiras

Pela mesma razão que referi neste post volto a dar-vos o cartaz até ao momento do Alive!10, visto que os outros ou têm um cartaz deveras fraco ou ainda não têm nada sequer.

8 de Julho
Faith No More (Palco Optimus)
Alice in Chains (Palco Optimus)
Kasabian (Palco Optimus)
Phoenix (Palco Optimus)
The xx (Palco Super Bock)
La Roux (Palco Super Bock)

9 de Julho
Skunk Anansie (Palco Optimus)
Gossip (Palco Super Bock)
Steve Aoki (Palco Super Bock)
Bloody Beetroots (Palco Super Bock)

10 de Julho
Pearl Jam (Palco Optimus)
LCD Soundsystem (Palco Optimus)
Gogol Bordello (Palco Optimus)
Simian Mobile Disco (Palco Super Bock)

Sim, podíamos ver isto numa qualquer Blitz ou assim, mas é sempre giro saber disto e ouvir as vossas opiniões. Por falar nisso, há algumas apostas que tenham e que gostavam de ver?

terça-feira, março 02, 2010

O prazer de citar

Existe e eu sinto-o em plenitude quando o faço em relação a este blogue. Há sempre uma magia fascinante a rondar a cabeça do vocalista de Silver Mt. Zion.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Foram tão enormes...

Como qualquer velho babão, também tenho os meus momentos saudosistas e caem todos, invariavelmente, em mais ou 3/4 bandas. Sendo uma delas estes grandiosos Refused. Grandiosos? Sim: ninguém faz Punk como eles fizeram (e não são poucos a tentar).

Löbo numa palavra n'A Trompa

Colossal. Temo bem que seja precisa, esta opinião em relação ao EP de estreia da banda, Älma. Já o tinha dito aqui há uns meses e volto a repeti-o (principalmente tendo em conta o trabalho "bipolar" envolvido, em que o que se ouve no EP é completamente transformado em concerto).

terça-feira, fevereiro 23, 2010

E a nova dos Deftones?

Bolas, está mesmo boa! Eu assumo a minha culpa: os singles deles deixam-me sempre toda maluca e depois fico triste com o álbum.

Mas tenho esperança para este (como, aliás, tenho sempre). Desta vez eles tentaram um regresso às ditas origens e, parece-me, falharam com classe. Acho que eles não conseguem retroceder e, atrevo-me, regredir dessa forma. Ficaram pesados como eram aquando de um Around The Fur e de um Adrenaline, mas continuam com a negritude típica dos últimos trabalhos - eu agradeço.

Vá, 18 de Maio, vê lá se te despachas.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Esquisitices #2

Falo-vos de novo de um homem só, de uma banda que fez furor e boas músicas nos deu. Falo de Einar Örn, ex-Sugarcubes (isso, isso, a banda onde a Björk cantava, dizem muitos). Confesso que deste homem conheço pouco. Aliás, fora do trabalho com a sua banda só conheço mesmo um álbum chamado In Cod We Trust (não fosse ele islandês). Julgo que vos estrago um bocadinho da surpresa se vos disser que foi editado pela Ipecac Records, a editora de Mike Patton. Todos sabemos o que se passa por aqueles lados.

O álbum de Örn é estranho. Mas absurdamente apelativo. Não pode ser caracterizado de outra forma que não pop. Com muitos sintetizadores. E muitos efeitos vocais. E muitos dos recursos que andam hoje na berra em qualquer artista que use electrónicas. Mas uma das maiores estranhezas disto são os vocalizos à la hip-hop. Mesmo rap. Tudo isto sempre povoado por um ambiente com muito ruído e sons psicadélicos/freaks/simplesmente noia.

É seguramente diferente de muitas das coisas que possam ouvir por aí, e nem que seja só por isso já vale a experiência académica da sua audição. E o que pensam dos Sugarcubes não é minimamente relevante.

domingo, fevereiro 21, 2010

Sobre o último álbum dos Muse

Lembro-me que o António mandou a posta aqui com os títulos dos álbuns e que, na altura, associei imediatamente o conceito do álbum à obra-máxima de George Orwell Mil Novecentos e Oitenta e Quatro.

Ontem, num momento de insónia, dei por mim a ouvir o single "Resistance" e a associação estabeleceu-se imediata e novamente quando ouvi o refrão: "love is our resistance," grita emocionalmente o Mathew Bellamy com a sua voz de rouxinol. Confesso: fiquei desiludido com a ideia.

Um livro tão bom, enxovalhado com música que já viu melhores dias... O livro é intemporal. Os Muse deviam sê-lo com o seu Absolution e não pensavam mais em música.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Ponto Alternativo em baixo

A Internet tem destas coisas - sendo uma delas o facto de eu não a compreender inteiramente.

Por motivos que escapam ao meu controlo e ao de quem colabora e gere o site, o Ponto Alternativo está em baixo. É uma pena.

Mas a verdade é que nós não estamos em baixo. Por compromissos que já estabelecemos e porque, apesar dos dissabores, ainda existe vontade e gosto no trabalho que temos vindo a desenvolver, decidimos criar uma alternativa (sim, é uma redundância engraçada) temporária, enquanto resolvemos os problemas com que nos debatemos actualmente.

Assim sendo, o Ponto Alternativo vai, por enquanto, funcionar aqui em formato blogue.

E o novo álbum dos High on Fire?

Já o ouviram? O malandro já anda por aí, isto é, por aqui.

Cult of Luna dão-nos um presentinho online.

Dia 24, pelas 8h30 - não sei se devido ao fuso horário não deva ser mais cedo aqui - vai ser transmitida uma actuação dada pelos senhores dos cultos à santa imaculada para a estação de rádio sueca P3.

Simpáticos como são, os Cult of Luna disponibilizaram o link para que se ouça no famoso live broadcast. Para os mais interessados, é marcar no calendário, activar um despertador e ir AQUI.

Ora, o conteúdo da actuação permanece um mistério para mim. Caso saibam de alguma coisa, agradece-se que partilhem as novidades aqui com a malta. Por mim, eu até já desisti pensar, sequer, em acordar para os ouvir. Acredito nos poderes mágicos da internet, chamem-me ingénuo.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Por falar na dona Erykah...

...ora vejam isto e digam se não é brilhante?

NBA All-Star Weekend: a surpresa musical de Erikah Badu

O título fala por si, mas isto merece uma contextualização. Eu gosto de Basket e aparentemente a Erykah também, visto ter feito uma participação no NBA All-Star Weekend - Saturday (que é quando acontecem os concursos divertidos, tais como o de afundanços e o de triplos). Pelos vistos, a dona "sou a rainha do soul de agora" também foi ver o "Kryptonite" Robinson tornar-se rei das alturas, apesar de ser um anão de 172 cm.

Mas não é isso que me leva a falar do assunto - caso contrário, o nome deste blogue seria uma referência clara a um bombardeamento nazi durante a Segunda Grande Guerra. O extremamente curioso da sua actuação foi ter acontecido desprovido daquilo que é considerado um dos instrumentos base da música negra: a bateria. Para esta senhora, o que importa é o baixo e o seu groove - o ritmo está no estalar dos dedinhos.

A banda era a sua voz, linda como de costume, um contrabaixo, um teclado Fender Rhodes e um coro de três raparigas. E, claro, não faltou groove, nem tampouco uma grande dose de ritmo (grande grande grande baixista). Melhor: a sensação de vazio que deixa a falta de uma bateria numa música tipicamente soul/jazz durou pouco tempo, mas durou o suficiente para nos apercebermos do caso.

Ora, palavras para quê:


Claro que uma aparição destas não acontece sem razão nenhuma: o novo álbum da senhora está por aí à espreita. New Amerykah, Part II. Eu cá estou ansioso.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Esquisitices #1

Nota prévia: o #1 do título é só para o caso de começar a botar aqui música deveras esquisita/genial, de gente que vou encontrando pelas internets e que deve ser completamente doidinha/genial. Ouçam uma boa dose de parvoíce/inovação e pode ser que consigam parar a meio/encontrar outra coisa que gostem.

Neste post venho-vos mostrar o único álbum do DJ Pica Pica Pica, que data já de 1999 e que se chama Planetary Natural Love Gas Webbin' 199999. Este DJ é Yamantaka Eye, que já deviam saber quem era daqui, e o seu album vai buscar muitas coisas do seu universo. O resultado final é mais uma esquisitice da grossa, impossível de classificar num género ou algo que o valha. Principalmente porque passa por muita coisa, desde música asiática a electro a percussões quase tribais ou a apenas sons, naturais ou sintéticos. Ou tudo ao mesmo tempo. E tudo com muito ritmo, muitos loops, muito noise. Ou tudo ao mesmo tempo.

Vale a pena ouvir para conhecer. E deste posso dizer que gostei.

Novidades festivaleiras

Para quem gosta de estar a par, como eu, do que vem cá ou não nos festivais tugas, fica este post com confirmações do Alive!10. É o único com alguma coisa confirmada - corrijam-me se estiver enganado.

Não são nomes muito sonantes (ok, os Pearl Jam são), nem nada que a malta ouça aqui incessantemente, mas vale pela informação.

8 de Julho
Kasabian
Phoenix

9 de Julho
The Gossip

10 de Julho
Pearl Jam

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Macacos me mordam...

O Trent Reznor anda por aí, no Twitter mais precisamente e no Facebook de forma mais dissimulada, a insinuar algo sobre "trabalhar no estúdio". Passou-se alguma coisa de que não saiba ou a ideia de "Wave goodbye, hello videogames" foi-se ao ar e ele quer é fazer música de novo?

Já agora, em caso de dúvida, vejam esta dúbia entrada do nin.com. Percebem as minhas redundâncias?

E uma digressão europeia dos Silver Mt. Zion?

Até agora não há nada para a zona da península, mas há datas por essa Europa fora. Ideal: tê-los por cá a passear os seus botões e os seus cartazes anacronicamente anacrónicos a colorir os ambientes e a incitar à violência simbólica e figurativa através de paradas contra dinossauros e/ou só porque gostamos uns dos outros. Eu gosto de tudo isso e, melhor ainda, gosto da música deles.

As preces estão lançadas. Não me parece que queiram vir para estes lados desta vez - se o Durruti sabe de uma destas... - mas eu gosto sempre de acreditar que não é uma possibilidade completamente excluída.

Há que relembrar que este 2010 já tem um álbum novo destes grandiosos senhores, com uma nova formação e uma nova fúria. Neste momento, a orquestra tem apenas cinco pessoas - violino, violino, contrabaixo, guitarra e bateria - mas muita energia. O novo Kollaps Tradixionales já circula há algumas semanas e vale bem a pena o tráfego.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Só verdades...

Não percebo o que é que ele quer dizer sobre o COyote, mas de resto é tudo verdades e tenho pena de ele não ter feito um set semelhante por cá.

"Tonight I had the fortune of hearing Kayo Dot perform this album in it’s entirety. It was one of those shows that was so beautiful, I’m still somewhat in shock. I’m just really upset that their second set, a performance of their forthcoming album Coyote. Released on John Zorn’s Tzadik label, this album, much like everything on that label, has a very difficult to describe sound. Mixing avant-garde jazz and progressive metal to create a challenging, albeit incredible rewarding, album, frontman Toby Driver proves that he can still compose (yes, these are more compositions than just ’songs’) after his days with Maudlin of the Well. Definitely give this album a listen, it’s become on of the best albums of the decade."

@ Shock Mountain

sábado, janeiro 30, 2010

Löbo + Throes @ Via Club, Coimbra

Foi uma boa noite. Tardou por começar, o frio não ajudava, mas valeu a pena, isso é certo.

A dupla Throes (guitarra + bateria) arrancou com a coisa logo a abrir e foi em ritmo acelerado até ao fim da sua actuação. Valeram muito os momentos em que eles fugiram do clássico power-duo "estamos a fazer o máximo ruído possível e a tocar muito depressa para tapar todos os buracos que possam existir por sermos apenas dois" e acrescentaram um pouco de Post-Rock à coisa. É uma combinação que resulta bem como forma abstracção das limitações impostas pelo número de pessoas presente em palco.

Já os Löbo, uma palavra: incrível. Se quiserem mais e tiverem essa oportunidade, vão ver e pensem sobre o assunto. Depois podem agradecer-me.

Vale a pena verificar que a música boa tem cada vez mais lugar em Coimbra e, principalmente, que há cada vez mais interessada nela. Ontem, a Via estava bem composta - apesar de já a ter visto melhor (posso dizer que quem faltou e gosta do género deve sentir-se mal por isso) - e quem esteve presente cedeu umas boas cabeçadas no ar, algumas mesmo de curvar a espinha toda.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Entrevista a Toby Driver (Kayo Dot)

Depois de alguma inactividade (damn you, exames!), acho que me posso dizer orgulhoso de re-arrancar com o arremesso de postas através de um bicho desta envergadura:



“Cada álbum que faço é como uma viagem” - Toby Driver em entrevista ao Ponto Alternativo

As verdades, agora comprováveis por muita gente: o Toby é um tipo de pés no chão, humilde, mas com tanta a coisa a passar-se naquela cabeça que nos reduz simpaticamente a um pontozinho - e sem consciência de o fazer. É uma boa pessoa que faz música brilhante.

Nesta entrevista, ele explica-nos sucintamente o seu trabalho, tanto a nível musical, com os Kayo Dot, com os Tartar Lamb e mesmo com os Maudlin, como a nível visual, com a produção do artwork de cada álbum. A experiência em Portugal está presente e, o mais importante, desvenda-nos alguns pormenores sobre o próximo álbum, COyote. Espero que gostem tanto de a ler como eu gostei de a fazer. Foi uma das horas mais ricas dos meus últimos meses.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Ouvi dizer...

...que os Radiohead vinham ao Rock in Rio.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Filme do Omar R.L.

A título de curiosidade, fica o trailer de The Sentimental Engine Slayer, estreia na realização de Omar Rodriguez-Lopez:



Estreia no Festival de Cinema de Roterdão, no dia 5 do próximo mês.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

De 2009 para 2010...

...trago expectativas: agora não deixo de pensar no novo álbum dos Kayo Dot. O que ouvi em Coimbra e o que apanhei pelo Youtube deixaram-me mesmo curioso - era bom, e era Toby Driver.

Mas não nos podemos esquecer do novo álbum dos Neurosis (eles até podiam fazer um álbum com martelos pneumáticos, caramba!), da eminência de uma coisinha nova dos Silver Mt. Zion... E se se lembrarem de alguma coisa, chutem para aqui, para que eu vá andando atento!

EDIT1: este tópico, sim, merece uma lista. Estou a pensar em actualizá-la ao longo do mês. Mas eis o que já tenho agora:

Álbuns pelos quais vale a pena esperar:
Silver Mt. Zion
Neurosis
Kayo Dot - COyote
Mão Morta
Guapo
Earth
Mark Lanegan
Isis & Tim Hecker
Interpol
Jakob

Concertos que já me metem em pulgas:
Mono (acabado de confirmar no Myspace da banda, cacete!)
Uma crença no regresso dos Silver Mt. Zion
Uma crença que as grandes almas do costume tragam cá os Guapo
Fu Manchu
Sunn o)))

EDIT2: o novo dos Silver Mt. Zion já está no Bolachas! Bem-haja!!!!

De 2010, sobre 2009...

...vêm as minhas opiniões. Desisti das listas. Sobre isso, lembro-me de fazer uma comparação que, no fundo, nada tem a ver com o assunto: no álbum de estreia dos (International) Noise Conspiracy, eles, em vez de letras, tinham textos a explicá-las, precisamente por estas serem redutoras e estarem sujeitas a regras musicais e de métrica. Para transmitir uma ideia, não há melhor solução do que dizê-la e não sujeitá-las às formas compactas.

Neste texto vou fazer algo semelhante: não vou fazer listas mas vou falar do conteúdo que colocaria nelas, pelo menos para já.

O ano de 2009 já foi, mas eu ainda estou em fase de o encerrar. Ainda não ouvi tudo o que queria desses tempos e mal me sinto preparado para dar os primeiros passos no mundo da música de 2010. Ou seja, com muita pena minha, os Vampire Weekend vão ter de esperar umas semanas para que eu possa dizer mal deles novamente.

Mas já estou em condições para dizer que o ano teve algumas desilusões e óptimas surpresas.

Começando pelas desilusões, há uma que não se pode deixar de sublinhar: o novo surto do rock português. Para mim, foi como se os Strokes voltassem a estar na moda e decidissem escrever em português ideias muito más. Aliás, não preciso sequer de pensar muito para afirmar convictamente que essa onda foi a pior coisa que podia acontecer à nossa boa música. Na sua totalidade, as bandas da FlorCaveira e da AmorFuria, ou lá como se diz, são musicalmente pobres e liricamente vazios. Por mim, passaram-me de razia - senti o vento da sua passagem e fiquei indignado com isso, mas rapidamente os coloquei para trás das costas.

Houve outras desilusões, e essa afectam-me, principalmente a morte o Vic Chesnutt. Sinto-me imensamente triste, e é comigo. Sobre a sua decisão nada tenho a dizer, mas fico mesmo inconsolável por ter tido a oportunidade de o ver há relativamente pouco tempo e de a ter deixado passar. Definitivamente.

Surpresas, que são sempre agradáveis, tive imensas. Tive o prazer de ver Minsk, Kayo Dot e Isis duas vezes cada um. Foram repetições que valeram bem a pena - a par do concerto de Nine Inch Nails, foram os grandes concertos de 2009. Isis foi esmagador, Kayo Dot hipnotisante e Minsk foi uma verdadeira viagem, agressiva, pesada e psicadélica. Os Nine Inch Nails foram os Nine Inch Nails - e tão cedo não os devo voltar a ver. E em matéria de concertos, já estou a ser muito redutor e conciso.

Tive também o prazer de ouvir imensos álbuns bons de 2009, e não consigo fazer uma lista deles. Mas arrisco-me a enumerar alguns: Minsk, Isis, Mono, The Autumn Project, Hildur Gudnadottir, A Storm of Light, Vic Chesnutt, Shrinebuilder, Jesu, Dälek, Altar of Plagues, Evangelista, Wolves in the Throne Room, Junius, Do Make Say Think, Tim Hecker. E certamente que há mais, até porque não acabei de encerrar o ano. Vou agora dedicar-me aos portugueses e espero poder dizer boas coisas de alguns (Mão Morta, Lalala Ressonance, por exemplo).

Para fechar, tive o prazer de descobrir umas quantas bandas que me enchem as medidas. Não vou enumerar. Talvez noutro texto.

O vídeo do ano é este (que fica como prendinha para os corajosos que leram o meu testamento. Um bem-haja):

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Lembram-se do Dirk Lance?

O antigo baixista dos Incubus, da, diria eu, fase áurea da banda. Pois bem, depois de uns tempos a fazer música para videojogos, está de regresso com a banda Willie's Nerve Clinic. Diz-se no seu myspace que o primeiro album está a caminho.

O seu som é aquele rock honesto que todos estamos habituados a ouvir, pela amostra das duas músicas online. Vale o regresso.