...vêm as minhas opiniões. Desisti das listas. Sobre isso, lembro-me de fazer uma comparação que, no fundo, nada tem a ver com o assunto: no álbum de estreia dos (International) Noise Conspiracy, eles, em vez de letras, tinham textos a explicá-las, precisamente por estas serem redutoras e estarem sujeitas a regras musicais e de métrica. Para transmitir uma ideia, não há melhor solução do que dizê-la e não sujeitá-las às formas compactas.
Neste texto vou fazer algo semelhante: não vou fazer listas mas vou falar do conteúdo que colocaria nelas, pelo menos para já.
O ano de 2009 já foi, mas eu ainda estou em fase de o encerrar. Ainda não ouvi tudo o que queria desses tempos e mal me sinto preparado para dar os primeiros passos no mundo da música de 2010. Ou seja, com muita pena minha, os Vampire Weekend vão ter de esperar umas semanas para que eu possa dizer mal deles novamente.
Mas já estou em condições para dizer que o ano teve algumas desilusões e óptimas surpresas.
Começando pelas desilusões, há uma que não se pode deixar de sublinhar: o novo surto do rock português. Para mim, foi como se os Strokes voltassem a estar na moda e decidissem escrever em português ideias muito más. Aliás, não preciso sequer de pensar muito para afirmar convictamente que essa onda foi a pior coisa que podia acontecer à nossa boa música. Na sua totalidade, as bandas da FlorCaveira e da AmorFuria, ou lá como se diz, são musicalmente pobres e liricamente vazios. Por mim, passaram-me de razia - senti o vento da sua passagem e fiquei indignado com isso, mas rapidamente os coloquei para trás das costas.
Houve outras desilusões, e essa afectam-me, principalmente a morte o Vic Chesnutt. Sinto-me imensamente triste, e é comigo. Sobre a sua decisão nada tenho a dizer, mas fico mesmo inconsolável por ter tido a oportunidade de o ver há relativamente pouco tempo e de a ter deixado passar. Definitivamente.
Surpresas, que são sempre agradáveis, tive imensas. Tive o prazer de ver Minsk, Kayo Dot e Isis duas vezes cada um. Foram repetições que valeram bem a pena - a par do concerto de Nine Inch Nails, foram os grandes concertos de 2009. Isis foi esmagador, Kayo Dot hipnotisante e Minsk foi uma verdadeira viagem, agressiva, pesada e psicadélica. Os Nine Inch Nails foram os Nine Inch Nails - e tão cedo não os devo voltar a ver. E em matéria de concertos, já estou a ser muito redutor e conciso.
Tive também o prazer de ouvir imensos álbuns bons de 2009, e não consigo fazer uma lista deles. Mas arrisco-me a enumerar alguns: Minsk, Isis, Mono, The Autumn Project, Hildur Gudnadottir, A Storm of Light, Vic Chesnutt, Shrinebuilder, Jesu, Dälek, Altar of Plagues, Evangelista, Wolves in the Throne Room, Junius, Do Make Say Think, Tim Hecker. E certamente que há mais, até porque não acabei de encerrar o ano. Vou agora dedicar-me aos portugueses e espero poder dizer boas coisas de alguns (Mão Morta, Lalala Ressonance, por exemplo).
Para fechar, tive o prazer de descobrir umas quantas bandas que me enchem as medidas. Não vou enumerar. Talvez noutro texto.
O vídeo do ano é este (que fica como prendinha para os corajosos que leram o meu testamento. Um bem-haja):
Neste texto vou fazer algo semelhante: não vou fazer listas mas vou falar do conteúdo que colocaria nelas, pelo menos para já.
O ano de 2009 já foi, mas eu ainda estou em fase de o encerrar. Ainda não ouvi tudo o que queria desses tempos e mal me sinto preparado para dar os primeiros passos no mundo da música de 2010. Ou seja, com muita pena minha, os Vampire Weekend vão ter de esperar umas semanas para que eu possa dizer mal deles novamente.
Mas já estou em condições para dizer que o ano teve algumas desilusões e óptimas surpresas.
Começando pelas desilusões, há uma que não se pode deixar de sublinhar: o novo surto do rock português. Para mim, foi como se os Strokes voltassem a estar na moda e decidissem escrever em português ideias muito más. Aliás, não preciso sequer de pensar muito para afirmar convictamente que essa onda foi a pior coisa que podia acontecer à nossa boa música. Na sua totalidade, as bandas da FlorCaveira e da AmorFuria, ou lá como se diz, são musicalmente pobres e liricamente vazios. Por mim, passaram-me de razia - senti o vento da sua passagem e fiquei indignado com isso, mas rapidamente os coloquei para trás das costas.
Houve outras desilusões, e essa afectam-me, principalmente a morte o Vic Chesnutt. Sinto-me imensamente triste, e é comigo. Sobre a sua decisão nada tenho a dizer, mas fico mesmo inconsolável por ter tido a oportunidade de o ver há relativamente pouco tempo e de a ter deixado passar. Definitivamente.
Surpresas, que são sempre agradáveis, tive imensas. Tive o prazer de ver Minsk, Kayo Dot e Isis duas vezes cada um. Foram repetições que valeram bem a pena - a par do concerto de Nine Inch Nails, foram os grandes concertos de 2009. Isis foi esmagador, Kayo Dot hipnotisante e Minsk foi uma verdadeira viagem, agressiva, pesada e psicadélica. Os Nine Inch Nails foram os Nine Inch Nails - e tão cedo não os devo voltar a ver. E em matéria de concertos, já estou a ser muito redutor e conciso.
Tive também o prazer de ouvir imensos álbuns bons de 2009, e não consigo fazer uma lista deles. Mas arrisco-me a enumerar alguns: Minsk, Isis, Mono, The Autumn Project, Hildur Gudnadottir, A Storm of Light, Vic Chesnutt, Shrinebuilder, Jesu, Dälek, Altar of Plagues, Evangelista, Wolves in the Throne Room, Junius, Do Make Say Think, Tim Hecker. E certamente que há mais, até porque não acabei de encerrar o ano. Vou agora dedicar-me aos portugueses e espero poder dizer boas coisas de alguns (Mão Morta, Lalala Ressonance, por exemplo).
Para fechar, tive o prazer de descobrir umas quantas bandas que me enchem as medidas. Não vou enumerar. Talvez noutro texto.
O vídeo do ano é este (que fica como prendinha para os corajosos que leram o meu testamento. Um bem-haja):
1 comentário:
sabes o que é que me surpreendeu, no ano que passou, sabes? foi um baixista de uma banda cujo nome não me lembro agora.isso sim, foi o top de 2009. quanto à música, não me apetece falar agora, vou jantar e passo cá logo.
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