Dia 2 de Agosto
A noite começou de forma a todo gás, para mim, com o concerto dos Teenagers. Podia ter sido uma forma mais feliz e menos batida de o ter feito, se tivesse esperado um concerto, mas eu sou algo precipitado. A verdade é que os franceses eram enfadonhos em palco e a sua música apresenta a pobreza da Pop, ou melhor, a sua riqueza repentina, que nunca há-de ser recordada. Mais uns. No entanto, já têm a sua quota de fãs, que cantava, dançava e vibrava com as suas músicas. Tentaram mesmo levar algumas para o palco, mas devido a uma implicação dos seguranças, só uma rapariga é que teve esse privilégio – e garanto-vos que ela estava felicíssima por isso. Para os fãs, deve ter sido um óptimo concerto.
Seguiu-se a banda mais polémica da noite e, atrevo-me a dizer, de todo o festival: The Mars Volta. Entraram com a clássica melodia do senhor Morricone, epicamente sorridentes. Pegaram nos instrumentos e começou a “Goliath”. Os norte-americanos deixaram o primeiro álbum de fora e apostaram num alinhamento mais Pop, o que boicotou em muito o concerto: escolheram uma setlist mais recheada de singles de rádio e acessível ao grande público, ideal para festivais mas menos positivo para quem conhece a banda profundamente e dispensa as melodias mais fáceis (como “The Widow”, música em que mesmo a banda esmoreceu ligeiramente – só ligeiramente, porque em termos de atitude estes meninos ainda ensinam muita coisinha). O conceito “anti-mosh” não podia ficar esquecido, naturalmente: não só o vocalista se decidiu a discursar, como é habitual, sobre a estupidez da violência num ‘mosh pit’ e de orientar os menos civilizados para fora da multidão, como a própria banda optou por fazer jams muito calmas, ponderadas e pouco ruidosas (excepto quando a bateria assumia protagonismo). As jams foram, definitivamente a mais valia do concerto – longas, muito exploradas e com a simplicidade do “um de cada vez”, algo que manteve os instrumentos a um ritmo regularmente baixo e deu espaço para que estes improvisassem – aquilo que toda a banda faz melhor. Foi um bom concerto, mas as expectativas são sempre muito altas quando se fala dos Mars Volta, e esta prestação ficou longe daquilo que alguns de nós já viram em Barcelona (não só em duração, como em intensidade). A última música da setlist foi mesmo subitamente interrompida, algo que mereceu um regresso ao palco do líder da banda, Omar Rodriguez-Lopez, em jeito de desculpa. Talvez voltem a Portugal em nome próprio. Isso, sim, seria imperdível.
O concerto de dEUS tinha, então, a fasquia; cabia à banda de Tom Barman superar as actuações anteriores – uma tarefa que se verificou menos complicada do que se esperava. Apesar de ter assistido ao concerto dos Mars Volta do palco, isso não intimidou os Belgas que entraram com muito ‘feeling’, liderados por um Barman fumador (esta expressão dá espaço para várias piadas envolvendo a ASAE) que se mostrou experiente e paciente em palco. Dominava a frente e não ofuscava os restantes membros: uma equipa de amigos que adoram música, e foi esse o espírito que cedo contagiou o público, cujas primeiras linhas eram compostas por fãs fieis. Houve uma altura em que o concerto parecia morrer, quando o alinhamento começou a mostrar a opção por músicas mais calmas, cujo culminar foi “Nothing Really Ends”, tanto por ser a que mais gente rendeu, como por ser a última destas canções – seguiu-se o crescendo ideal e perfeito, “Bad Timing” do penúltimo Pocket Revolution. Aqui se provou a experiência dos dEUS, que fizeram uma gestão incrível da setlist e conseguiram agradar a todos os fãs sem prejudicar a sua prestação – que se verificaria como muito boa, algo que já era de esperar. Felizmente que estão de volta em Outubro, pois tanto eles merecem uma segunda oportunidade de mostrar que não brincam em palco, por muito que sorriam, como nós merecemos uma segunda oportunidade de curtir um concerto deles (principalmente um em que estejamos mais fresquinhos e menos cansados). Volta Tom Barman, que estás perdoado!
A noite começou de forma a todo gás, para mim, com o concerto dos Teenagers. Podia ter sido uma forma mais feliz e menos batida de o ter feito, se tivesse esperado um concerto, mas eu sou algo precipitado. A verdade é que os franceses eram enfadonhos em palco e a sua música apresenta a pobreza da Pop, ou melhor, a sua riqueza repentina, que nunca há-de ser recordada. Mais uns. No entanto, já têm a sua quota de fãs, que cantava, dançava e vibrava com as suas músicas. Tentaram mesmo levar algumas para o palco, mas devido a uma implicação dos seguranças, só uma rapariga é que teve esse privilégio – e garanto-vos que ela estava felicíssima por isso. Para os fãs, deve ter sido um óptimo concerto.
Seguiu-se a banda mais polémica da noite e, atrevo-me a dizer, de todo o festival: The Mars Volta. Entraram com a clássica melodia do senhor Morricone, epicamente sorridentes. Pegaram nos instrumentos e começou a “Goliath”. Os norte-americanos deixaram o primeiro álbum de fora e apostaram num alinhamento mais Pop, o que boicotou em muito o concerto: escolheram uma setlist mais recheada de singles de rádio e acessível ao grande público, ideal para festivais mas menos positivo para quem conhece a banda profundamente e dispensa as melodias mais fáceis (como “The Widow”, música em que mesmo a banda esmoreceu ligeiramente – só ligeiramente, porque em termos de atitude estes meninos ainda ensinam muita coisinha). O conceito “anti-mosh” não podia ficar esquecido, naturalmente: não só o vocalista se decidiu a discursar, como é habitual, sobre a estupidez da violência num ‘mosh pit’ e de orientar os menos civilizados para fora da multidão, como a própria banda optou por fazer jams muito calmas, ponderadas e pouco ruidosas (excepto quando a bateria assumia protagonismo). As jams foram, definitivamente a mais valia do concerto – longas, muito exploradas e com a simplicidade do “um de cada vez”, algo que manteve os instrumentos a um ritmo regularmente baixo e deu espaço para que estes improvisassem – aquilo que toda a banda faz melhor. Foi um bom concerto, mas as expectativas são sempre muito altas quando se fala dos Mars Volta, e esta prestação ficou longe daquilo que alguns de nós já viram em Barcelona (não só em duração, como em intensidade). A última música da setlist foi mesmo subitamente interrompida, algo que mereceu um regresso ao palco do líder da banda, Omar Rodriguez-Lopez, em jeito de desculpa. Talvez voltem a Portugal em nome próprio. Isso, sim, seria imperdível.
O concerto de dEUS tinha, então, a fasquia; cabia à banda de Tom Barman superar as actuações anteriores – uma tarefa que se verificou menos complicada do que se esperava. Apesar de ter assistido ao concerto dos Mars Volta do palco, isso não intimidou os Belgas que entraram com muito ‘feeling’, liderados por um Barman fumador (esta expressão dá espaço para várias piadas envolvendo a ASAE) que se mostrou experiente e paciente em palco. Dominava a frente e não ofuscava os restantes membros: uma equipa de amigos que adoram música, e foi esse o espírito que cedo contagiou o público, cujas primeiras linhas eram compostas por fãs fieis. Houve uma altura em que o concerto parecia morrer, quando o alinhamento começou a mostrar a opção por músicas mais calmas, cujo culminar foi “Nothing Really Ends”, tanto por ser a que mais gente rendeu, como por ser a última destas canções – seguiu-se o crescendo ideal e perfeito, “Bad Timing” do penúltimo Pocket Revolution. Aqui se provou a experiência dos dEUS, que fizeram uma gestão incrível da setlist e conseguiram agradar a todos os fãs sem prejudicar a sua prestação – que se verificaria como muito boa, algo que já era de esperar. Felizmente que estão de volta em Outubro, pois tanto eles merecem uma segunda oportunidade de mostrar que não brincam em palco, por muito que sorriam, como nós merecemos uma segunda oportunidade de curtir um concerto deles (principalmente um em que estejamos mais fresquinhos e menos cansados). Volta Tom Barman, que estás perdoado!
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