segunda-feira, julho 07, 2008

Cult of Luna - Eternal Kingdom


Eternal Kingdom marca uma importante viragem no percurso que os Cult of Luna pareciam estar a tomar. Desde The Beyond (2003) que os trabalhos destes suecos pendiam cada vez mais para a música instrumental em que a melodia era fundamentalmente uma exploração de um riff, descurando o peso que era característico à banda. Este último é álbum não é o regresso à música muito pesada, como é uma exploração de tudo o que foi feito pelos Cult of Luna anteriormente e a procura de novas formas de compor. Eternal Kingdom é uma lufada de ar fresco, mas não deixa de soar a Cult of Luna.

A primeira grande novidade, e a mais importante, é a história por detrás do álbum. Este trabalho é baseado num diário, escrito por um homem que afogou a mulher, que a banda encontrou no local onde ensaia, um velho manicómio abandonado ao desuso, e que se chama “Tales of the Eternal Kingdom”. Através do diário, que descrevia um mundo povoado por criaturas sombrias e dominada por um homem-coruja, o autor procurou provar a sua inocência. Desta forma, Eternal Kingdom é uma audaz proposta de retrato de uma história extremamente perturbadora, que será impossível de dizer se é fidedigna ou não, mas que é indubitavelmente uma grande obra de música.
As músicas estão fortes, pesadas e imprevisíveis, de uma forma muito progressiva. Têm mudanças bruscas e bem ponderadas na melodia, são adornadas de formas muito bem conseguidas com pormenores que lhes dão uma intensidade fenomenal e, acima de tudo, têm um ambiente muito negro, digno do que se sabe das “Tales of the Eternal Kingdom”. E no que toca a essa ambiência assombrosa, os interlúdios – outra importante novidade –, de que a banda abusa, têm um papel importantíssimo, recriando uma sensação à parte das músicas e que enquadra muito melhor a audição; para ouvir e aproveitar Eternal Kingdom, é preciso ouvir todas as faixas se excepção, mesmo aparte das letras, pois elas são a ilustração da história e o segmento mais importante do processo de adaptação.
Uma vez mais, a bateria tem um papel fundamental nas músicas e resultam imensamente bem com os riffs caracterísicos e demorados dos Cult of Luna. Esta colaboração entre o compositor Johannes Persson e o baterista Thomas Hedlung não deixa de dar bons frutos, e este é fruto excelente. As baterias, dentro da sua aparente simplicidade, actuam visceralente nas músicas e são um complemento indispensável às guitarras muito bem orientadas.

Eternal Kingdom é, certamente, um dos álbuns do ano. É um trabalho intenso, bonito, pesado, muito pesado e muito bem conseguido, características correntes na obra dos Cult of Luna, mas desta vez esmeradas de uma forma imensa.

5 comentários:

Luís Almeida Ferreira disse...

Boas! Já estão nos meus favoritos.

Tiago Estêvão disse...

Este Eternal Kingdom está mesmo a apontar para um dos melhores do ano.

Quanto ao teu comentário Luís, obrigado e volta sempre.

::Andre:: disse...

\oo/

Greenie disse...

Boa review ;) tenho-o aqui no pc...a ouvir brevemente concerteza. Abraço

André Forte disse...

e vale bem a pena. a coisa está mesmo digna de respeitinho :)

abraços e, já agora, \oo/