Dentro do Prog-Rock, o mais genuíno que se encontra são mesmo estes senhores, os mais próximos do génio de Gentle Giant, sob a liderança de uma das mentes mais brilhantes da composição do século XX, a par de Peter Gabriel e Brian Eno. Falo, como é claro, dos Van Der Graaf Generator de Peter Hammill.
Estes senhores têm registado algumas aparições nos últimos tempos, tendo mesmo actuado em Espanha (é verdade... aqui tão perto e não passaram por Portugal). E como nenhum concerto acontece sem qualquer razão, eis editado Real Time, um álbum que contém a grande maioria das suas músicas mais celebradas, quebrando assim o limite da compreensão que tinham estabelecido e rendendo-se aos mercados que nunca lhes foram favoráveis.
Van Der Graaf Generator, por ser um grupo de Rock Artístico tão sui generis e com uma sonoridade tão própria, sem grandes afirmações masturbatórias por parte dos seus membros - ao contrário do que acontecia na quase totalidade do Rock-Progressivo - ficou sempre na sombra, sendo somente acompanhada por uma pequena legião de fãs. O génio do principal compositor da banda e o respeito pelos Van Der Graaf enquanto grupo de Rock só adquiriu algum valor substancial com o reconhecimento das suas capacidades pelos restantes representantes do meio, consumado em algumas participações de Peter Hammill em trabalhos de Robert Fripp, Brian Eno e Peter Gabriel.
Real Time é o regresso aguardado de Van Der Graaf Generator, uma banda caracterizada por um vigor jovem e rebelde que se afirmava por entre os egos dos violinitas e pianistas clássicos do progressivo, chocando à moda do Punk ainda por vir. Agora, ainda soam jovens e rebeldes, movendo-se na estranheza das suas melodias, só que têm queda de cabelo, osteoporose, hipertensão e problemas cardiovaculares.
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