domingo, junho 08, 2008

Rock in Rio Dia 6 - Review

Um dia muito quente anunciava que não ia ser fácil para os fãs aguentarem na primeira fila para verem os seus idolos mais de perto. As sombras eram poucas e as filas intermináveis, para onde quer que fosse. O recinto, sabia-se, estava esgotado.

Desde cedo decidi que iria acompanhar as movimentações do palco secundário, onde cheguei mesmo às 17 horas, onde os CAIM começavam a sua curta mas segura actuação. A presença de Ciro Cruz, baixista que tocou em Coimbra com Gabriel, O Pensador, foi o momento alto da actuação da banda madeirense. De seguida vieram os Brothers of Brazil. Samba de festival em inglês, para tirar o pé do chão e olhar para as vestes amarelas e verdes do baterista, que tentava acelerar o passo, quando aumentava a cadência. Algumas covers brasileiras de sempre foram entoadas pelo público, que já enchia bastante as imediações do Palco Sunset aguardando um dos melhores concertos do dia, o dos Buraka Som Sistema. A banda lisboeta partiu tudo o que havia a partir, levantou tudo o que havia para levantar, dançou, gritou, falou, trouxe convidados, enfim, deu alma às músicas que, no meu entender, não são de tanta qualidade num leitor de cd's.
Depois da correria em massa para o Palco Principal, reparei nuns Kaiser Chiefs que já estavam a dar um bom concerto. Talvez preteridos pela hora ainda diurna da sua actuação, e também pelos Super-Buraka, os Chiefs não deixaram no entanto de dar ao seu público o que eles queriam ver. Everyday I Love You Less And Less, Ruby e I Predict a Riot, entre outras, foram entoadas pelos largos milhares que já viam a banda de Ricky Wilson, bem animado por sinal. Quando os britânicos abandonaram o palco, a tensão subiu. O público sabia que eram os Muse que vinham aí. E quando vieram, deram o melhor concerto da noite. Pleno de emoção, a tocar grande parte dos álbuns, a provocar gritos de anticipação aos primeiros acordes das músicas. Nem a fita de Bellamy conseguiu estragar a New Born, ou outros tantos êxitos, como Knights of Cydonia, Hysteria, Starlight (já vi uma boa cover desta), Stockholm Syndrome, etc, etc. O concerto pecou apenas pela sua curta duração, e pelo simples facto de ser uma banda de 3 elementos naquele palco gigante. A rever obrigatoriamente numa próxima passagem a título individual. Quando a banda abandonou o palco, com Take a Bow, as perto de 100.000 pessoas que os aplaudiam pediam mais, mas a banda não cedeu ao encore. Algumas pessoas abandonaram então a frente do palco, dando claro sinal de que não queriam ver as duas últimas bandas do Rock in Rio Lisboa 2008, dois icones da mesma juventude, do Punk ao Nu-Metal, os Offspring e os Linkin Park. Os Offspring posso resumir numa simples palavra: sentado. Mesmo os grandes hits - Pretty Fly (For a White Guy), Self Esteem e All I Want - já não são do tempo de hoje. Fica a recordação e pouco mais. No final, um concerto que me surpreendeu pela positiva. Não pela qualidade, mas pela entrega e honestidade dos Linkin Park. É uma banda que facilmente ganha a simpatia de quem os está a ver, pelos olhares directos, pelo mergulhar na multidão, quer de Mike Shinoda quer de Chester Bennington, pela bandeira portuguesa no palco. E o concerto ganha com isso, bem como com a percepção da banda de que os seus êxitos ainda são aquilo que a banda é. Hits que toda a gente conhece como Somewhere I Belong, Numb, Crawling, In The End e Breaking The Habit levaram os pais a temer pelos seus rebentos, que saltavam até à exaustão mesmo à sua frente. Terminado o concerto era tempo dos fãs mais emocionados limparem as suas lágrimas, acompanhadas por alguns "valeu a pena".

Depois de mais um passeio e ainda uma curta incursão pela "Tenda" Electrónica, a Missão Rock in Rio estava cumprida. Estive no covil do inimigo, mas volto o mesmo e sem suores frios.

9 comentários:

João Carreira disse...

Dificilmente haverá um concerto tão grandioso quanto o dos Muse. E se inicialmente, devo confessar, estava um pouco receoso da multidão de 100 000 pessoas que povoava o Rock in Rio, agora consigo reconhecer que parte da magia esteve no público. 10%, vá. O resto ficou a cargo dos nossos amigos britânicos, com o simpático Matt Bellamy em grande destaque, como todos esperávamos!

Por um concerto destes, um gajo aguenta o calor, a confusão, as outras bandas e os preços da comida xD Porque depois da cerca de uma horita que os Muse tocaram (acho que não foi mais), nada mais é preciso.

Fica a recordação =)

André Forte disse...

regra parva de festival: só as últimas duas bandas é que podem fazer encore. E acho que era de prever que não ia haver encore, visto que eles tocaram praticamente tudo o que havia para tocar. Claro que, para mim, faltou o absolution em força, mas coiso...

E fico feliz por teres consigo regressar, Pita :) É realmente obra de homem viril ir ao inferno e voltar vivo.


PS: AAAAAAAAAAAAHH eu vi a pessoa mais noia de sempre a ser entrevistada para a Sic Radical, na cobertura que fizeram do RiR!!!!

Ska disse...

"um dos melhores concertos do dia, o dos Buraka Som Sistema."
Juro que me faz confusão conseguir ler isto...

Ska disse...

Edit:

Blitz online:
"As músicas favoritas dos jogadores da selecção portuguesa"

António Pita disse...

Ska:

1 - Já os viste ao vivo? Em album são uma nheca, pelo menos eu acho, mas ao vivo é inacreditavel.

2 - Blitz = no comments

Anónimo disse...

O concerto dos Buraka foi, realmente, muito bom! A presença deles em palco é muito boa, e fazem realmente um espectaculo em palco! Acho que mesmo quem não goste fica contagiado por aquela energia toda!

Muse... Nem é preciso dizer nada. Concerto da minha vida (até agora.. falta TMV). Foi lindo, lindo! Literalmente de levar as mãos à cabeça (as minhas não sairam de lá!).

The Offspring.. Não sei o que se passou, mas a qualidade de som estava bastante manhosa. E não achei nada de especial. Tocaram aqueles hits, o pessoal saltou um bocadinho... Eu cá fiquei sentada a jogar às cartas e a comer snikers.

Linkin Park surpreenderam-me imenso pela positiva! Gostei mm da presença deles em palco, e cantaram musicas mais antigas, e aquele encore fez-me delirar :D

Enfim. O RiR foi espectacular :D

Si disse...

tendo em conta q vi muse no campo peqeno em 2006, este concerto so nao foi uma desilusao porque fui para la com consciencia de que,bem, estava no rock in rio. valeu pelo meu irmao peqenino completamente histerico a saltar quase mais q eu... e pela feeling good, q se nao me engano foi a unica que nao tinha ouvido no outro concerto e q foi fantastica :)

António Pita disse...

É o objectivo da música aleatória, é por as massas aos saltos...

Si disse...

agradecia q nao chamasses 'massa' ao meu irmao -__-'