Este álbum é aquilo a que se pode chamar de obra-prima. Tudo no sítio, tanto a nível de composição como a nível de mensagem, do conteúdo dela e da forma como é transmitida. A senhora Erykah excedeu-se neste último álbum.
Part One - chamemos-lhe assim, visto que ainda este ano vai circular a Part Two (Return of the Ankh) - está estruturado como uma emição de rádio, e é dessa forma que as músicas e alguns discursos corrosivos alternam de protagonismo, sem qualquer tipo de aviso. Simplesmente, estamos a ouvir música num momento e, mal ela acaba, somos assaltados por uma verdade dura e inevitável. E isto quando não é a própria Erykah a atirar com as suas críticas, fortes e objectivas, através das suas letras, caracterizando partes da sociedade americana que são realmente problemáticas. É um álbum com um objectivo vincado: mostrar a alternativa, a New Amerykah de Erykah Badu (é esse o trocadilho e é essa a verdade que cantora com a afro mais bonita que este blogue já conheceu tenta transmitir). É, por isso, impossível de separar música e ideias neste caso.
Mas mesmo assim, tento a minha sorte: o álbum, musicalmente, está muito bom. Tudo no sítio. Os baixos com o groove da Funk, os sintetizadores com as melodias repetitivas do Hip Hop, os teclados típicos da Gospel, as batidas com o balanço da Soul e a voz bela e única de Badu. É o resultado daquilo que esta cantora representa: uma síntese de géneros que são indissociáveis da cultura afro-americana, tocados com tanto feeling quanto é possível. De tudo isto, tenho mesmo de destacar as vozes, não a de Erykah - essa já se conhece bem -, mas dos seus coros. Estão, acima de tudo, versáteis: tanto fazem simples backvocals como numa música de Soul puro, como são verdadeiros instrumentos, fazendo sons e melodias alternativas às próprias canções, sempre inteligentemente colocados.
Outro pormenor incontornável são as colaborações: 9th Wonder, Madlib, Mike “Chav” Chavarria, Bilal, Ahmir “?uestlove” Thompson, Shafiq Husayn e Omar Rodríguez-López. Alguns menos importantes para estes lados, outros bem marcantes, mas todos juntos, num único álbum, definem uma única verdade - é um álbum arrojado, que junta visões distintas da música e do que se pode fazer com ela, ou com as suas entrelinhas.
New Amerykah Part One não é só uma visão de uma sociedade problemática e o cartão de entrada para um mundo idealizado por Badu. É um grande álbum de música.
Mas mesmo assim, tento a minha sorte: o álbum, musicalmente, está muito bom. Tudo no sítio. Os baixos com o groove da Funk, os sintetizadores com as melodias repetitivas do Hip Hop, os teclados típicos da Gospel, as batidas com o balanço da Soul e a voz bela e única de Badu. É o resultado daquilo que esta cantora representa: uma síntese de géneros que são indissociáveis da cultura afro-americana, tocados com tanto feeling quanto é possível. De tudo isto, tenho mesmo de destacar as vozes, não a de Erykah - essa já se conhece bem -, mas dos seus coros. Estão, acima de tudo, versáteis: tanto fazem simples backvocals como numa música de Soul puro, como são verdadeiros instrumentos, fazendo sons e melodias alternativas às próprias canções, sempre inteligentemente colocados.
Outro pormenor incontornável são as colaborações: 9th Wonder, Madlib, Mike “Chav” Chavarria, Bilal, Ahmir “?uestlove” Thompson, Shafiq Husayn e Omar Rodríguez-López. Alguns menos importantes para estes lados, outros bem marcantes, mas todos juntos, num único álbum, definem uma única verdade - é um álbum arrojado, que junta visões distintas da música e do que se pode fazer com ela, ou com as suas entrelinhas.
New Amerykah Part One não é só uma visão de uma sociedade problemática e o cartão de entrada para um mundo idealizado por Badu. É um grande álbum de música.
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