sábado, abril 26, 2008

Have a Nice Life - Deathconsciousness


As críticas em torno de Deathconsciousness, novo álbum dos Have a Nice Life, são a prova de que a música é tudo menos geradora de consensos. Tomemos como base de análise as seguintes reviews:

"Exasperatingly bad album from a band that has possibly the most dedicated and devious street team in the history of the internet. (...) The laughable attempts at grandeur from this band are no match for anyone with ears. Avoid by any means necessary."


"Deathconsciousness is probably a perfect record. At the time of this review, I haven't really had enough time to digest it to declare it that, but I can't really think of any way for it to be better."


Outros vão mais longe e apontam este como o álbum do ano. Sinceramente, parece-me um claro exagero. Porque, bem vistas as coisas, nada aqui é completamente revolucionário. Não quero com isto dizer que o cd merece o enxovalhamento que o 75 or Less tão sabiamente levou a cabo. Porém, parece-me que para devaneios arrebatados e acríticos já temos os fãs de Bill Kaulitz (abençoadas sejam as suas amígdalas) e de Jared Leto.

Se há palavra que define este Deathconsciousness é, sem margem para dúvidas, "consistência". O problema é que num álbum de dois cds, 85 min, seria de esperar algo mais. Não há músicas más, mas também não há nenhuma que seja capaz de nos trocar as peúgas. Tem um baixo que de vez em quando dá uns ares da sua graça, uma voz que parece perder-se no meio dos outros instrumentos (o que até tem a sua pinta) mas, chegado o fim do cd, é tal o carácter etéreo dele, que nada é palpável e muito pouco fica. Para banda que tem influências que vão desde o post-punk ao post-rock e drones, parece claro o falhanço quer na captação da depressividade de um, quer na capacidade instrospectiva de outro.

Há claramente que ter em conta que, não tendo acesso ao livro que acompanha o álbum, a explicação teórica deste Deathconsciousness, estamos limitados na nossa análise uma vez que não temos todo o produto em nosso poder. Porém, na minha opinião, a música deve ser capaz de existir sem este e, muito sinceramente, duvido que me faça mudar a minha opinião relativamente a este cd. Receio que este álbum não passe nunca da linha do cd engraçado a ter em conta. A Morte de Marat (capa) merecia algo mais.

4 comentários:

André Forte disse...

fiquei sem saber se isso é coisa para eu ouvir, ou não...

Tiago Estêvão disse...

Ouve para poderes dizer com propriedade que não é nada capaz de te trocar as peúgas.

André Forte disse...

a questão é mesmo essa: quero ou não quero propriedade?

oaktree disse...

De facto, este duplo disco vem muito bem referenciado em todos os blogs da pirataria e afins com os quais me tenho cruzado...
O pouco que ouvi também não me mexeu com as peúgas por aí além. Acho que tens razão quando dizes, Tiago, que não há ali nada que sobressaia. De qualquer forma, terei que ouvir melhor.
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