quarta-feira, abril 30, 2008

Música escrita #1

Crítica Pop: Nem Crítica Nem Pop

«E para aclarar o ar, e desocupar o espaço, algumas palavras pensadas acerca do que impensadamente eu e outros fazemos, ao escrever recados destes, com este tamanho e esta regularidade, sobre a música Pop.
De pantufas, para abrir o debate, sugiro que a crítica Pop é um exercício parasitário, trivial, inteiramente subjectivo, narcisista, volúvel, incoerente e efémero. Ou antes: é esse o máximo a que a crítica Pop pode, e deve, se for bem feita, aspirar.
E não quer isto dizer que apoie os músicos portugueses Pop, que não se cansam de chorar a crítica Pop que temos, empapando jornais e revistas com as ácidas lágrimas de não serem reconhecidos como os génios fabricantes de obras-primas que obstinadamente crêem ser. Pelo contrário: também eles, na sua maior e mais comovente parte, não possuem a noção grandiosa da sua própria trivialidade. Sabem que devem ser “cultura”, mas não sabem que cultura devem ser.

Tudo isto levou, em Portugal, a um ponto de absurdo empolamento da música Pop. Há música Pop a mais nas telefonias, música Pop a mais na televisão, música Pop a mais nos jornais, música Pop a mais nos recintos de recreação, música Pop a mais no pequeno espaço cultural português. E estão a fazer à música Pop o pior que alguma vez lhe podiam fazer: estão a levá-la a sério, a ler-lhe, no encanto instantâneo, os laivos terroristas de eternidade, e a analisá-la até à agonia. Estão a roubar-lhe o seu pequeno mas delicioso prazer: a sua futilidade cintilante, a sua natureza descartável – estão a amplificar a sua importância até rebentar o balãozinho colorido que é o Pop.
A crítica Pop jornalística (como esta) deveria espelhar essa pequenez: ser divertida, traiçoeira, bombástica, incoerente e fingidora, viver o seu escasso segundo de vida embriagada nos alcoóis gasosos da sua suprema, e apetecível, irresponsabilidade.
O inverso, a seriedade, não se justifica, senão nos pouquíssimos casos onde excepcionalmente alguma contribuição mais duradoura se fez (e se dissermos que, nos últimos cinco anos, só houve duas – os Talking Heads e os Joy Division –, a proporção ficará mais bem definida).
São apenas discos – e não há melhor encarnação do Pop do que o single – e é apenas música Pop, e os músicos Pop são apenas músicos Pop. Daqui a seis meses nada restará. Nada restará senão outros discos, outra música, outros músicos… Pop!

Já se deveria saber que, quando se diz, na crítica Pop, que determinado disco é “indispensável”, o prazo de validade dessa “indispensabilidade” raramente chega ao fim do mês. O Pop tem uma memória curta, uma esperança gigantesca e uma capacidade inusitada para o exagero: a crítica deveria reflecti-a, deveria ter a coragem e desplante de acompanhar-lhe as modas.
Não deveria ser aquilo que, em Portugal, inglória e maioritariamente tenta ser: doutoral, pedagógica, tecnicista, informada, séria, isenta, objectiva, desprendida. Sobretudo não deveria ser aquilo que os músicos portugueses desejam que seja. A crítica é sempre uma criação menor e, sendo a música Pop uma arte popular das menos importantes, a crítica deveria ser, ela também, ínfima. Nem criada de servir dos músicos ou das editoras, nem tão pouco sua professora de religião e moral.

Em Pop uma opinião vale tanto como outra. O mais que se pode pedir é que esteja bem expressa e divirto um pouco, exaspere um pouco, estimule um pouco quem a lê e – porque não confessá-lo – quem a escreve. Custa admitir a banalidade do trabalho do crítico – acaba por ser humano valorizar o nosso esforço, mas isso não quer dizer que não comece por ser errado. Só reduzidos à nossa insignificância absoluta poderemos alcançar a nossa significância relativa. É poucachinho?
É o que há…»


Miguel Esteves Cardoso in O Jornal, 2-4-82

Música escrita

Essa é, indiscutivelmente, uma das vertentes mais importantes da música: aquilo que escrevem dela. Quem é que antes de comprar/sacar um álbum não lê algumas coisas sobre o trabalho da banda, ou sobre esse trabalho específico, primeiro? Quem é que de nós, seres sedentários e sem grande coisa para fazer que não ouvir música, não gosta de confirmar e fundamentar as suas opiniões sobre banda X e Y com alguns artiguitos de uns badamecos cujo gosto até se aproxima do nosso? É uma vertente que dinamiza a própria música, que permite partilhá-la enquanto arte, que a cataloga, a separa em caixas de sapatos com etiquetas a dizer "Rock", "Clássica" ou "Pá Fumada", que até lhe atribui qualidades que os seus criadores não lhe queriam dar.

No fundo, é a vertente a que nós, mergulhadores natos, nos tentamos juntar e à qual procuramos pertencer, tendo em conta a sua importância. E, há que salientar, não só produzimos as nossas opiniões - mais ou menos viciadas - com ainda vamos buscá-las a fontes que temos e não temos em conta. Falamos mesmo das coisas mais velhinhas, sejam elas clássicos ou não. E no cruzamento destas duas situações surge aquela que pode figurar enquanto grande lacuna de um trabalho que se pretende decente: porque não ir buscar artiguitos de badamecos de há séculos geracionais sobre a música de então?
Se não o fizemos, porque não fazê-lo agora?



A minha primeira investida - e muitas das que se vão seguir, certamente - contra esta grande falha vai ser feita através do grande cronista Miguel Esteves Cardoso, com artigos que se encontram na antologia "Escrítica Pop", editada pela Assírio & Alvim. Esta obra de Miguel Esteves Cardoso contém, precisamente, crónicas sobre música que o senhor escreveu entre 1980 e 1982 - período em que até esteve em Inglaterra e chegou mesmo a ver concertos de Joy Division, por exemplo. À medida que vou lendo o livro, ele vai adquirindo contornos bíblicos para a minha pessoa - que neste momento se tornou admiradora desse ser descomunal da música escrita que é o Miguel Esteves Cardoso, bons ouvidos lhe deu o Senhor - e tenho de admitir que tem mudado muita a forma como vejo o acto de "escrever a música". É algo que tenho de partilhar convosco, essa arte de falar da arte.

terça-feira, abril 29, 2008

O porco de Roger Waters


O organizadores do Coachella estão a oferecer 10 000 dólares e quatro entradas vitalícias a quem encontrar o famoso porco voador de Roger Waters. Brincadeira? Nem por isso. No concerto do ex-Pink Floyd (domingo) alguém terá tido a bondade de soltar o bácoro insuflável, cortando a corda que o separava dos azuis céus do deserto de Los Angeles, num gesto a fazer lembrar "Libertem o Willy".

Pede-se por isso que a quem vir o dito amigo a pairar sobre a horta que tenha a bondade de contactar lostpig@coachella.com

Fonte: Reuters


Actualização: O bacorinho foi encontrado morto. Que descanse em paz.

Fonte: Reuters

Night Eternal - Moonspell


A banda mais internacionalizada de Portugal está de regresso aos registos discográficos: Nigh Eternal, título do novo álbum de Moonspell, já se encontra em vias de ser editado e chega às lojas nacionais no dia 9 de maio, invadindo o resto da Europa dez dias depois. Esperemos.

O alinhamento de Night Eternal:
AT TRAGIC HEIGHTS
NIGHT ETERNAL
SHADOW SUN
SCORPION FLOWER
MOON IN MERCURY
HERS IS THE TWILIGHT
DREAMLESS (LUCIFER AND LILITH)
SPRING OF RAGE
FIRST LIGHT

Enquanto esperamos, os Moonspell disponibilizaram para audição no seu Myspace todas as músicas deste novo trabalho (se não estou enganado, serão mesmo todas...).

Mais um para dia 10

Vampire Weekend no dia 10 de Julho no Optimus Alive! 08

Inserir Título

Este é talvez o post mais rídiculo da história do Stage Diving. Mas merece aqui estar para dar a informação, tanto mais não seja pelo facto da notícia que levou a esta estar aqui. Vou então completar, penso eu, o cartaz do Rock in Rio Lisboa:

Para substituir James Morrison no dia 30 de Junho, a organização do "Maior Festival do Mundo" escolheu Paulo Gonzo.

Qualquer outro comentário me parece escusado.

segunda-feira, abril 28, 2008

Super Bock Super Rock 2008










O festival Super Bock Super Rock este ano está a dar que falar, mas desta vez só se fala com desdém dele e dos seus organizadores. Se no ano passado o festival reuniu uma panóplia de bandas que encheu o recinto junto ao rio Tejo vários dias, este ano o cartaz, se nele não constassem alguns nomes como Beck, Iron Maiden, Jamiroquai, entre outros, seria um cartaz digno de uma Queima das Fitas. Uns dizem que é um cartaz azeitola, os metaleiros dizem maravilhas só por ter um dia dedicado a eles (como já tinha acontecido o ano passado), outros (muitos) referem-se ao cartaz como óptimo porque é menos uma boa quantia que terão de gastar este verão em festivais/concertos. Mas o que é certo é que há coisas que realmente não estão nada bem no cartaz deste ano, tais como:

- ZZ Top a abrir para Xutos e Pontapés. Os portuguese podem ter uma grande expressão a nível nacional, mas os ZZ Top são autênticos dinossauros do rock, pelo que esta ordem não faz absolutamente sentido nenhum. É como Shout Out Louds a abrir para Da Weasel no Marés Vivas deste ano.

- Dj Tiësto a cabeça de cartaz? Acho que isto nem num Creamfields aconteceria. Beck e Mika, os dois nomes mais sonantes da actualidade que figuram nesse dia, tocam antes daquele que já proferi e Digitalism.

- Burrice autêntica: Não bastava terem o último dia com um alinhamento péssimo (bastava tirar Dj Tiësto do fim para ficar um dia bastante agradável), conseguiram fazê-lo coincidir com o primeiro dia do Optimus Alive!08, cujo cartaz para esse dia é monstruosamente monstruoso. Ou seja, nesse dia espera-se prejuízo maciço para o SBSR.

- Preços: porque é que os bilhetes diários em Lisboa são mais caros que no Porto? Para além disso, os bilhetes diários são excessivamente caros para as bandas que tocam no festival. Alive: 45 €, o que inclui um cartaz excelente, qualquer que seja o dia (subjectivo a gostos pessoais claro). SBSR: 40 €, o que inclui cartaz fraco e nomes bons mal posicionados, provavelmente com tempo de actuação condicionado. Mas alguém no seu perfeito juízo hesitará entre os dois?

Este ano prevê-se que este festival seja sinónimo de prejuízo grave para a organização, a não ser que o dia dedicado ao metal (que acaba por ser o melhor dia, apesar de ser específico) - Iron Maiden, Slayer, Avenged Sevenfold, etc. - mobilize cerca de 50 mil pessoas até ao recinto como aconteceu no ano passado no dia de Metallica.

Sr. Reznor volta a cantar

Após ter lançado o novo album dos Nine Inch Nails em instrumental e sem qualquer tipo de contrato com editoras, e distribuido o album por meios próprios, o Sr. Trent Reznor volta a fazer das suas e este fim de semana lançou um novo single "Discipline",desta vez com voz, para as rádios norte americanas e no próprio dia pôs á disposição no site oficial da banda,nin.com, para download grátis, isso mesmo, de borla e no dia a seguir em multitrack para os fãs fazerem as remisturas que quiserem sem qualquer custo também, para esta semana espera-se mais novidades relativo á tour do album "Ghosts".
Também já disponivel no site oficial,está o video oficial do single "Discipline" que nos dá um pequeno vislumbre do que as preformances ao vivo vão ser,o video foi realizado pelo Sr. Meathead, grande amigo e fã do Sr. Reznor. Para quem não sabe quem este mestre é,dêem uma vista de olhos no seu site.



The Meathead Perspective




Isto sim é o futuro da musica e o Sr. Reznor tem mais cartadas a dar e nós ficaremos á espera que mais uma vez ele abane as estruturas convencionais de distribuição e venda de musica, abrindo as portas e desbravando o terreno para que outras grandes bandas façam o mesmo.

domingo, abril 27, 2008

The Avalanches ou...

... como fazer um álbum a partir de mais de 3000 samples de vinil. É mesmo verdade, estes australianos de Melbourne, lançaram Since I Left You há 8 anos e, sim, fizeram-no a partir de milhares de samples de vinil. Os membros da banda, que na altura ainda aspiravam a músicos, compravam todos os seus instrumentos em lojas de artigos em 2ª, 3ª, 4ª, (...) mão. Acontece que também iam comprando vinis ao preço da chuva, de coisas que ninguém ouvia, tinha ouvido e que ainda hoje não ouviu e desconhece. O resultado: um álbum genial que, assim como as inúmeras samples de que é feito, é desconhecido para muita gente. No entanto, apesar de terem desvanecido com o tempo, os The Avalanches tiveram direito a uma pequena e curta passagem pelo spotlight em 2000/2001, altura em que os singles Frontier Psychiatrist e Since I Left You foram lançados e cujos vídeos estavam constantemente no ar. Nos tempos da MTV não-Portugal e dos anúncios israelitas da Fanta. Bons tempos.
Since I Left You, não sendo um álbum feito de raíz, acaba por ir buscar a originalidade a sonoridades variadíssimas, assim como diálogos e punchlines de séries de televisão, aliando a elas um tremendo trabalho de edição. Deixo-vos com os 2 famosos vídeos e a esperança que o grupo esteja neste momento a recolher os próximos 53487583 vinis para um álbum a ser lançado.

Frontier Psychiatrist


Since I Left You


Valem mesmo, mesmo a pena ver, especialmente o primeiro.

Datas giras para Junho

Foram confirmadas, ao longo deste mês de Abril, as presenças dos Liars (que já deixaram muito boa gente pendurada) e de Shannon Wright no bom Santiago Alquimista:

Liars
1ª parte - Loosers
9 de Junho
Entrada - 16€ venda antecipada, 18€ próprio dia


Shannon Wright
18 de Junho
Entrada - 20€


Em casa de incredulidade, visitar o Myspace deles e dela.

sábado, abril 26, 2008

Have a Nice Life - Deathconsciousness


As críticas em torno de Deathconsciousness, novo álbum dos Have a Nice Life, são a prova de que a música é tudo menos geradora de consensos. Tomemos como base de análise as seguintes reviews:

"Exasperatingly bad album from a band that has possibly the most dedicated and devious street team in the history of the internet. (...) The laughable attempts at grandeur from this band are no match for anyone with ears. Avoid by any means necessary."


"Deathconsciousness is probably a perfect record. At the time of this review, I haven't really had enough time to digest it to declare it that, but I can't really think of any way for it to be better."


Outros vão mais longe e apontam este como o álbum do ano. Sinceramente, parece-me um claro exagero. Porque, bem vistas as coisas, nada aqui é completamente revolucionário. Não quero com isto dizer que o cd merece o enxovalhamento que o 75 or Less tão sabiamente levou a cabo. Porém, parece-me que para devaneios arrebatados e acríticos já temos os fãs de Bill Kaulitz (abençoadas sejam as suas amígdalas) e de Jared Leto.

Se há palavra que define este Deathconsciousness é, sem margem para dúvidas, "consistência". O problema é que num álbum de dois cds, 85 min, seria de esperar algo mais. Não há músicas más, mas também não há nenhuma que seja capaz de nos trocar as peúgas. Tem um baixo que de vez em quando dá uns ares da sua graça, uma voz que parece perder-se no meio dos outros instrumentos (o que até tem a sua pinta) mas, chegado o fim do cd, é tal o carácter etéreo dele, que nada é palpável e muito pouco fica. Para banda que tem influências que vão desde o post-punk ao post-rock e drones, parece claro o falhanço quer na captação da depressividade de um, quer na capacidade instrospectiva de outro.

Há claramente que ter em conta que, não tendo acesso ao livro que acompanha o álbum, a explicação teórica deste Deathconsciousness, estamos limitados na nossa análise uma vez que não temos todo o produto em nosso poder. Porém, na minha opinião, a música deve ser capaz de existir sem este e, muito sinceramente, duvido que me faça mudar a minha opinião relativamente a este cd. Receio que este álbum não passe nunca da linha do cd engraçado a ter em conta. A Morte de Marat (capa) merecia algo mais.

Phill Collins decreta fim de carreira

Numa entrevista ao The Times, diz-nos a Blitz, Phill Collins declarou que nunca mais iria fazer digressões, nem tampouco gravar trabalhos. O baterista dos Genesis apenas vai continuar a compor pois, argumenta, não era capaz de o não fazer.

Para muitos (entre os quais me podem incluir), a carreira do grande e enorme baterista de Genesis acabou, precisamente, quando ele desistiu de tocar bateria - o seu elemento por excelência, por muito bem que ele cante. Isto é, nada disto é novo: é simplesmente produto mediático.

Novas Festivaleiras

São duas as notícias festivaleiras, nenhuma delas salivantes por estes lados (julgo eu). A nova que vem dos lados de Oeiras é a presença dos MSTRKRFT, e não, não é no dia 10 mas sim no dia 12 de Julho, no belo Alive!. Outra vem mais lá de baixo, da Zambujeira, e confirma-nos a presença dos Goldfrapp no Sudoeste, no dia 8 de Agosto. Duas firmes opções, com claro destaque para a segunda, que me aumenta os níveis de curiosidade no sangue, mas que apenas conseguirei baixar se o dinheirito esticar para tal.

MySpace dos MSTRKRFT
Site dos Goldfrapp (Vejam que é bonito)

sexta-feira, abril 25, 2008

Pyramids

Encontrei isto no prestes-a-ser-gigantesco nAnha, e posso-vos dizer que fiquei bastante surpreendido. Agora o álbum já circula e é disso que venho falar. Para saber mais vejam o post da senhora Oaktree (grande, grande análise).

Fiquem também com o MySpace da banda.

Novo álbum de Cansei de Ser Sexy


As brasileiras que também têm um homem na banda já gravaram o novo registo. Donkey será editado em Julho, e segunda-feira a música "Rat is Dead" poderá ser ouvida no site da banda.

20 canções para Zeca Afonso


Homenagem hoje, no Grande Auditório do CCB

quinta-feira, abril 24, 2008

Onde eu estiver quero ser eu

Adriano Correia de Oliveira em homenagem no TAGV

quarta-feira, abril 23, 2008

Cartaz Queima das Fitas de Coimbra 2008 - parte 2

Fala-se que a Queima não pretende ser um festival de música. Quanto a isso não tenho nada contra e prova disso é o facto de lá ir. Porém, o que tem sido alvo de críticas é o facto de esta não apresentar alternativas que não as tendas do "bacalhau" e o facto de, sendo a festa dos estudantes da Universidade com mais História neste país, se distanciar quase por completo da qualidade musical. Até há uns poucos anos atrás havia o palco da RUC, que apresentava propostas alternativas que tinham já um razoável grau de qualidade. Porém, com a vinda do patrocínio da Mega FM, esta acabou por desaparecer. Há quem diga que o dinheiro falou mais alto.

O segundo aspecto que convém referir é o preço excessivamente alto dos bilhetes. Diz-se, com razão, que (e agora falando deste ano) 47 euros para 9 noites não é muito, que dificilmente se conseguirá entrar em concertos por menos de 5 euros. Porém, o que é preciso dizer é que este é um evento que atrai bastante gente. Não são só os estudantes (uma tralha bem jeitosa por sinal). É também gente de fora e da cidade. Com tanta gente e com a publicidade que há estranho que não se consiga baixar o preço. Prova disso têm sido as rebardadas margens de lucro que a Queima tem dado.


Este ano procurou-se regressar mais ou menos aos tempos do palco RUC. A destacar tenho apenas os Guys from the Caravan e Josué, o Salvador em busca da Perdição. É triste. Só tenho a dizer: "que saudades". Aqui fica o cartaz da tenda da revista que tem nome para fazer rir:


Domingo, 4 de Maio
23:15h PaperLost - S. João da Madeira
24:30h My Cubic Emotion - Pombal
01:45h Diesel-Hum - Aveiro

Segunda-feira, 5 Maio:
23:15h NAD - Aveiro
24:30h Mc Ruze - Coimbra
01:45h New Sketch - Tondela

Terça-feira, 6 Maio:
23:15h Eleven miles Apart – Oliveira de Frades
24:30h The Spektrum - Leiria
01:45h Tales for the Unspoken - Coimbra

Quarta-feira, 7 Maio:
23:15h Barca dos Castiços - Coimbra
24:30h Ginga - Coimbra
01:45h Rebimbomalho - Coimbra

Quinta-feira, 8 Maio:
23:15h On a Plain - Viseu
24:30h HI-FI - Viseu
01:45h Josué, o Salvador, em busca da perdição - Coimbra

Sexta-feira, 9 Maio:
23:15h Inflow - Coimbra
24:30h The guys from the caravan - Lisboa
01:45h Classficados – Porto

Depois de terminados os concertos entram em cena os djs da RUC

Tarde mas...

...acho que se justifica. Já se falou disto aqui, e bastante noutros lados, mas ainda não tinha post próprio. O duo da electrónica e do trip-hop Groove Armada vai actuar em Portugal já no próximo dia 9 de Maio. A sua actuação será, ao que tudo indica, em DJ Set.

A banda, que editou o seu último álbum de originais em 2007, vai ser cabeça de cartaz num festival já este sábado no México, sendo um dos nomes mais sonantes no cartaz da Queima das Fitas de Coimbra deste ano.

terça-feira, abril 22, 2008

The Big Sleep

Foi no nAnha que conheci os The Big Sleep e não podia estar mais agradecido à senhora Oaktree (justificava-se agora um agradecimento à Conan O'Brien: mãos juntas e vénia).
Esta banda, de Nova Iorque, conta com 5 anos de carreira e um espólio constituído por um EP e dois álbuns. A vozes são escassas, mas quando há são discretas, quer masculinas ou femininas. As guitarras exprimem emoções através de melodias doces e suaves. A bateria marca ritmos simples, rudimentares, contagiantes. O baixo, simples, preenche o vazio, acompanhado pelo ocasional piano. Face a esta sonoridade, devo-vos dizer que é do melhor post-rock que tenho ouvido ultimamente, sem ser nada groundbreaking. É post-rock do bom, fazendo, por vezes, um pequenino flirt com o psicadélico. Lembro-me de uma vez ler no myspace dos Linda Martini a frase "Paisagens sónicas e experimentalismos líricos", que até veio a ser título de um post sobre eles pelo sobejamente conhecido André Forte. Mas, desculpem-me os Linda Martini pelo furto, "Paisagens líricas e experimentalismos líricos" = The Big Sleep. Esta frase veio-me instantaneamente à cabeça à medida que fui entranhando as melodias e as ditas "paisagens sónicas" que os The Big Sleep me proporcionam (este instantâneo metido no meio da progressão da coisa não faz absolutamente sentido nenhum, mas é assim que eu sinto que aconteceu).
You Today, Me Tomorrow (EP), Son of The Tiger (LP) e Sleep Forever (LP) são os três trabalhos lançados até à data, sendo o último de 2008. A meu ver, uma vinda a Portugal não seria mais oportuna do que agora, em cima do lançamento do último trabalho (Paredes?). Deixem-se seduzir:

boomp3.com

Myspace da banda

Cartaz Queima das Fitas de Coimbra 2008 - Corrigido

Sei que é um blog de música, mas há que não descurar o humor:

Dia 2 (sexta-feira) - Noite do Antigo Estudante:
-Fingertips
-The voices of Bob Sinclair & David Gueta – Gary Nesta Pine, Tara Mcdonald e Cozi
-Sexy Sound System
-Fans

Dia 3 (sábado) - Noite Medicina:
-David Fonseca
-Hands on Approach
-Anthony B
-Tuna Masculina de Medicina
-Tuna Feminina de Medicina

Dia 4 (domingo) - Noite de Direito:
-José Malhoa
-Tiago Silva
-HI-FI
-GandaMalucos
-Fan-Farra

Dia 5 (segunda-feira) - Noite de Ciências e Tecnologias:
-Primitive Reason
-Quinta do Bill
-Diabolo
-Estudantina

Dia 6 (terça-feira)- Noite de Letras:
-Clã
-Mind Da Gap
-Soulbizness
-In vino Veritas
-Mondeguinas

Dia 7 (quarta-feira) - Noite de Farmácia:
-Yves Larock feat Jaba
-Jorge Palma
-Moranguitos
-Phartuna
-Imperial Taffuc

Dia 8 (quinta-feira) - Noite de Economia:
-Gabriel, O Pensador
-Ez Special
-Pluma
-Coral Quecofónico do Cifrão

Dia 9 (sexta-feira) - Noite Psicologia:
-Groove Armada DJ Set
-Tiago Bettencourt
-Klepht
-Orxestra Pitagórica
-Grupo de Cordas

Dia 10 (sábado) - Noite Desporto:
-James
-Mesa
-Dapunksportif
-Rags
-Grupo de Fado

Piéce de resistance: Bilhete Geral a 47 euros.

segunda-feira, abril 21, 2008

Descobrimentos e partilha

Não é um post sobre direitos históricos e novos mundos, não. Até porque este é um blogue exclusivamente dedicado a música. Venho antes partilhar algumas coisas que descobri.

Primeiro, alguém (um tal de "Anónimo") deixou em forma de comentário num texto já antigo um vídeo deveras interessante:

4. Golden Skans (3 pistas)
Colocado por clananet

A prova viva de que os Clã tocam a melhor versão da "Golden Skans". Não lhe deram nenhuma volta macabra nem lhe fizeram «fosquinhas merovíngeas na zona do grande zigomático», como diria o bom Vian (bom rapaz, escrevia bem e ainda tinha tempo para o saxofone e para o Jazz); limitaram-se ao essencial e fizeram algo fenomenal. Simples.


Depois, numa das minhas buscas diárias de informação, cruzei-me com o blogue da Björk, essa colega. Pronto, sobre isso não tenho nada a dizer; sublinho só o facto de, como alguns de nós, ela ter demasiado tempo livre.
Bem, gosto de acreditar que é ela que escreve...

domingo, abril 20, 2008

Novo álbum de Massive Attack

É verdade, o duo britânico, constituído por Grant Marshall e Robert Del Naja, prepara-se para lançar um novo álbum, 5 anos após 100th Window.
Horace Andy
, regular colaborador vocal da banda, revelou que já gravou 3 faixas com o duo. O disco, sem título ainda anunciado (embora circule pelo ciberespaço o nome Weather Underground) contará também com a participação de Damon Albarn (Blur), Tunde Adebimpe (Tv On The Radio), Tom Waits, entre outros. Apesar de ainda não se saber muito sobre o álbum (fala-se em "Gothic Soul") nem sobre a data do lançamento deste, Grant Marshall revelou que a banda poderia reunir material suficiente para lançar 2 álbuns no prazo de um ano. Esperamos por mais notícias dos senhores do trip-hop.

Marés Vivas quase fechado

Duas novas confirmações para o festival Marés Vivas: Macy Gray e Shout Out Louds, que recentemente estiveram em Lisboa, na Aula Magna.
Segundo os organizadores, falta apenas uma banda americana para completar o cartaz do festival.
Recordo as confirmações até agora:

17 de Julho
Peter Murphy
Da Weasel
Shout Out Louds

18 de Julho
The Prodigy
Riders On The Storm
(banda por anunciar)

19 de Julho
James
Macy Gray
The Cult

Recordo ainda que o preço do bilhete diário é de 15€ enquanto que o passe para os 3 dias fica em 30€.

sábado, abril 19, 2008

Kings of Convenience esgotam Casa da Música


O concerto marcado para o dia 22 de Julho, na Casa da Música, já não tem bilhetes disponíveis. Os noruegueses esgotam, pela segunda vez consecutiva, uma sala em território português.

Cat Power lesionada

A mentora do projecto Cat Power, Chan Marshall, lesionou as suas preciosas cordas vocais, tendo mesmo de cancelar o concerto de quinta-feira e reajustar outros tantos. O médico da songwriter/interprete só irá avaliar a gravidade da situação depois de uma pausa. Só então se sabe se Cat Power precisa de um descanso prolongado e se desloca a Portugal (cujas actuações são já em Maio).

Algo me diz que não é muito provável, mas...

Informação retirada da Pitchfork.


Num acesso de simpatia, deixo-vos uma música de há muito tempo:
Nude as The News

One Winged Cessna - o clip

Eis o primeiro clip para uma música do Lady Cobra, álbum de estreia dos Riding Pânico:

sexta-feira, abril 18, 2008

The Gaslamp Killer

Pouco posso dizer acerca deste projecto, até porque pouco sei sobre ele e ainda menos encontro neste mundo que é a internet. Aquilo que posso realmente dizer é que a meia dúzia de músicas que encontrei me surpreenderam pela positiva. Confesso que não é uma mina de diamantes, não há caminhos novos a ser descobertos por estes senhores. Public Enemy, Free Moral Agents e Thavius Beck são nomes que facilmente associamos quando ouvimos TGK.

A verdade é que no mundo do psicadélico, um dos caminhos que acho mais interessante é o da mistura e da fusão com o hip-hop e soul. As sonoridades tendem a cair para vários lados, como o experimentalismo electrónico (viva os sintetizadores!), o dub e não raras vezes o jazz. E é neste campo que os The Gaslamp Killer assentam como uma luva. Mas chega de análises pessoais e ideias gerais!

MySpace dos The Gaslamp Killer
The Gaslamp Killer no Bolachas Grátis

Nada Miles - Frango

Já é possível ouvir aqui o novo trabalho dos Frango, editado pela Merzbau, numa edição limitada aos 100 exemplares. Fazei o obséquio.

Globos de Ouro

Já foram anunciados os nomeados:

Melhor Grupo
Clã
Da Weasel
Mafalda Veiga e João Pedro Pais
Wraygunn

Melhor Intérprete
Ana Moura
David Fonseca
Jorge Palma
José Cid

Revelação do Ano
Mundo Cão
Oioai
Pedro Khima
Slimmy

Eu tenho sempre alguns problemas com estas nomeações. É óbvio que a qualidade não é o único critério em questão (infelizmente). No fundo, não consigo, sequer, entender o propósito destes prémios: se é a promoção, porquê escolher os projectos com maior visibilidade? E se é a qualidade em si, porquê juntar Pedro Khima, Mafalda Veiga e João Pedro Pais e José Cid com Wraygunn e Clã?
O que é que nos escapa aqui?
Num acesso de simpatia para com a arte em Portugal, podemos começar por fazer algumas desnomeações e deixar de insistir nos espantalhos que pintam os tops.

Fishmaster

A propósito do concerto de hoje...




quinta-feira, abril 17, 2008

Mais um na cruzada 10: Boys Noize

Com isto quero dizer que Boys Noize juntam-se a Peaches no dia 10 de Julho, protagonizado por Rage Against The Machine, Spiritualized e The Hives, no Alive'08. A presença ainda não foi oficialmente anunciada pela organização, mas já está à vista de quem quiser reparar no Myspace da banda.

quarta-feira, abril 16, 2008

Rockumentário

"No centro existe uma cidade onde o rock ainda vive". Esta é a tagline de um filme, bom filme, que vi há umas semanas na RTP2. Dá pelo nome de Rockumentário e, como vocês já devem ter deduzido, é um documentário. Realizado por Sandra Castiço, uma jovem licenciada em Cinema pela Universidade da Beira Interior, o filme relata a vida dos Bunnyranch, banda de Coimbra, do ponto de vista da realizadora.
Como fã da banda conimbricense, a mentora deste projecto aproveitou esta experiência de "viver" com a banda para explorar a cena musical de Coimbra nos últimos 15 anos, visto que os Bunnyranch estão directa ou indirectamente a projectos defuntos como Tédio Boys e Émasfoi-se, assim como a outras bandas actuais como Wraygunn, Parkinsons e d3ö. No que diz respeito ao background temporal dos Bunnyranch, há uma incidência um pouco mais profunda sobre os Tédio Boys e as cinzas que deles restaram, tema incontornável a meu ver. O filme consegue explicar muito bem as relações e evolução da cena musical de Coimbra sem nunca retirar da mira principal os Bunnyranch e todo o drama/diversão que representa ter uma banda hoje em dia.
Para um primeiro filme, primeiro documentário, acho que está muito bem feito, bem cuidado. Com participações de Adolfo Luxúria Canibal, Paulo Furtado, Tony Fortuna, entre outros, é um filme que recomendo a qualquer um.
Para os potenciais interessados, deixo o trailer:



Para aqueles que neste momento se encontram a escrever "Rockumentário" na caixa de pesquisa do eMule, deixo-vos as aventuras de Kaló, Filipe, Calhau e André.

Rockumentário Parte 1
Rockumentário Parte 2
Rockumentário Parte 3
Rockumentário Parte 4

Duas boas notícias, uma má consequência

James Morrison cancelou o seu concerto no Rock in Rio (e podia aproveitar para mudar de nome...), assim como Chris Cornell cancelou a sua actuação no Optimus (que dentro de 6 anos será escrito Otimus) Alive'08. Os níveis de poluição sonora para este ano, na zona metropolitana de Lisboa, vão baixar claramente, pelo que se espera uma maior nível de sobrevivência de bom-senso e de algumas centenas de tímpanos.

O mau disto é que ambos os artistas cancelaram para gravar um novo registo discográfico.

terça-feira, abril 15, 2008

Blue Lambency Downward

É já dia 6...

Novas Musicais

Young Marble Giants


Casa da Música, Porto
30 de Maio - Clubbing @ Optimus
Vampire Weekend, These New Puritans (Sala 2) + Lightspeed Champion e Young Marble Giants (Sala Suggia)


Vampire Weekend


Optimus Alive! 08, Passeio Marítimo de Algés
"Super dia 10"
Galactic juntam-se a Tiga, Peaches, Sons of Albion, MGMT, The National, CSS, Spiritualized, Gogol Bordello, The Hives e Rage Against the Machine


Galactic



Centro Cultural Vila Flôr, Guimarães
18 de Julho
The National


The National

domingo, abril 13, 2008

Novas musicais

Lisbon Calling, dia 26 de Julho

Há mais um festival agendado para Julho, mas este é para meninos e decorre no Pavilhão Atlântico - e não envolve lama, pó, chuva torrencial, afogamentos em rios imundos, gente estranha, etc. -: falo de Lisbon Calling, que tem como objectivo juntar num único dia alguns grupos mediáticos dos anos 70 e 80 (daí o nome, pois claro). Confirmados estão os B52's, o Meatloaf (ambos a estrearem-se em Portugal), Marillion e Stranglers, no entanto falta anunciar um nome para o cartaz fechar. Lisboa é chamada a receber os dinossauros no dia 26.



The Kooks editam novo álbum amanhã


O sucessor de Inside In/ Inside Out (2006), de seu nome Konk, conta com doze músicas. Eis o seu alinhamento:
1. See The Sun
2. Always Where I Need To Be
3. Mr. Maker
4. Do You Wanna
5. Gap
6. Love It All
7. Stormy Weather
8. Sway
9. Shine On
10. Down To The Market
11. One Last Time
12. Tick Of Time

sábado, abril 12, 2008

Cult of Luna - Eternal Kingdom

É verdade, o título do novo álbum dos Cult of Luna já foi divulgado: chama-se Eternal Kingdom e vai ser oficialmente editado pela Earache a 16 de Junho.

O álbum já está completamente terminado e, segundo o blog da Earache, vai ser ainda mais pesado e negro que o trabalho anterior dos suecos, Somewhere Along The Highway. Erik Olofsson, um dos guitarristas da banda, afirmou mesmo que "foi com grande ambição e muito trabalho que [criaram] um álbum muito pesado. Soa muito forte e progressivo. As composições da banda não falham em nada desta vez".

Relembro alguns momentos do concerto em Coimbra - vai fazer um ano que decorreu, no dia 21 de Abril:

Dark City, Dead Man (simpaticamente colocado no youtube pelos senhores do Amplificasom)
Parte 1


Parte 2

sexta-feira, abril 11, 2008

Dead Combo lançam dois novo videos.

Os Dead Combo acabam de estrear dois novos vídeos para as músicas "Putos a roubar maçâs" e "Enraptured with Lust", que integram o novo trabalho do duo, Lusitânia Playboys.
Estão também agendados concertos por Portugal fora, destacando os concertos nos dias 14 e 16 de Abril, nas Fnac Chiado e Colombo respectivamente, no dia 30 de Abril na Fnac de Coimbra e no dia 1 de Maio no Salão Brasil, em Coimbra também.
"Putos a roubar maçâs"

"Enraptured with Lust" Trailer

Ashes Divide


Ashes Divides é o primeiro album a solo de Billy Howerdel.

Para quem não sabe, Billy Howerdel foi o mentor e guitarrista da banda APerfectCircle (APC), projecto criado em 2000 com Maynard James Keenan, vocalista da banda Tool. Os APC passaram em 2004 em solo nacional para apresentar o segundo álbum do projecto, Thirteen Step, com Melissa Auf der Maur (ex-Hole e penúltima baixista dos Smashing Pumpkins) a abrir a noite com excelência e saias curtas.

Este álbum não sai muito dos parâmetros estabelecidos nos outros trabalhos de APC que Howerdel co-produziu, no qual a voz de Howerdel se parece muito com a voz de Maynard, faltando, claro, o ingrediente secreto que Keenan usa nos álbuns de Tool.

Duas músicas deste novo projecto já estão á disposição, para ouvir apenas, no Myspace oficial do álbum http://www.myspace.com/ashesdivide. Aqui encontram-se também as datas norte americanas de apresentação do trabalho, que conta com músicos amigos de Howerdel.

The Hives no Alive!

Depois da actuação de anteontem no Coliseu de Lisboa, os The Hives vão voltar já daqui a 3 meses. A sua presença está confirmada no eterno dia 10 de Julho, juntamente com Rage Against The Machine, CSS, Gogol Bordello, The National, Spiritualized, MGMT, Peaches e Tiga (ufa!).

O bilhete para um dia do festival custa 45 euros e o passe para os 3 dias custa 80 euros.

quarta-feira, abril 09, 2008

Estão em casa!


Franz Ferdinand no Sudoeste 2008.

terça-feira, abril 08, 2008

Beirut cancelam digressão europeia


A notícia que tenho vindo a evitar: o mentor do projecto Beirut, Zach Condon, cancelou a digressão europeia, que compreendia também dois concertos em Portugal. O motivo apresentado através de um comunicado assinado pela mente da banda diz que os últimos dois anos foram tão impressionantes quanto desgastantes e que chegou a altura de reinventar e de investir em algo novo. Quem o pode censurar?

Zach Condon deixou a promessa de um regresso com algo de novo pendente. Falta esperar.

Grunge completa o 14º aniversário da sua morte

segunda-feira, abril 07, 2008

É oficial


The Mars Volta em Paredes, dia 2 de Agosto.

Marsupial

O novo EP da banda referência do estúdio Black Sheep, Linda Martini, já circula; ponham a conversa em dia.

A primeira mergulhadora:

Como já devem ter reparado, há uma nova recruta no blogue: a Vanessa antecipou-se às minhas ideais apresentações (gente despachada, lá está) e já começou a postar. E guerra é guerra!

Não tenho muita coisa a dizer sobre a senhora - se quiserem saber perguntem-lhe -, mas posso adiantar que tem uma tara por álbuns em vinyl e música boa (é o que ela diz...).

Burocracias à parte, bem-vinda!

domingo, abril 06, 2008

Robin Finck está de volta aos Nine Inch Nails

É com um enorme prazer que anuncio a volta de Robin Finck à formação dos NIN.

O melhor guitarrista e o mais apreciado pelos fãs de NIN está de volta para apresentar ao vivo o album Ghosts na próxima tourné norte americana da banda, que começa no dia 25 de Julho no Pemberton Festival.

Finck tinha deixado a formação no final da tourné para o album Fragile em 2001 para fazer parte da direção artística do Cirque Du Soleil. Pouco tempo depois foi convidado pelo Sr. Axl Rose para fazer parte da última (espero que para sempre) formação dos Guns 'n Roses, que fizeram uma passagem em 2006 no RIR Lisboa.

Ficamos entao à espera que esta tourné passe por Portugal e que o Robin Finck fique nos NIN por mais 8 anos.

sábado, abril 05, 2008

Colleen @ TAGV, Coimbra


Apagam-se as luzes no Teatro Académico Gil Vicente e a senhora Cécile Schott entra, de forma calma e algo tímida, acompanhada pelo silêncio dos presentes. Depois de se descalçar, senta-se e pega no violoncelo: acabada a rotina de apertar o arco, de forma aparentemente insegura - ela conhece os seus instrumentos, não há razão para não estar segura - faz soar as primeiras notas. Compõe-se a primeira melodia do concerto, triste, simples, cujo o único factor de crescimento é a adição de mais uma corda, a sobreposição de outra nota; o pedal de loop, o característico pedal que faz a magia de Colleen, aguarda. Mas a primeira música não é menos mágica que as seguintes. Pelo contrário, foi a música que nos embalou na mística que rodeava a bonita Cécile e que se preparava para encher a sala. Quando parou o arco, fez-se silêncio: quem teria coragem para quebrá-lo?
Assim que agradeceu graciosamente, com um simples aceno, os sorrisos soltaram-se a acompanhar as palmas: estávamos todos a viver um sonho, caracterizado pela suave banda sonora de Colleen - e é essa a sua magia em palco.

Finalmente, o pedal de loop começa a funcionar, a fazer a diferença. A orquestra que é o projecto de Cécile Schott começa a fazer-se soar, ainda ninguém se tinha apercebido disso. Os sons sobrepõem-se, a música cresce; só quando vemos a silhueta mal iluminada em palco a ajoelhar-se, a aproximar-se dos aparelhos, largando os instrumentos enquanto a música continua, é que percebemos o que se passa: o maestro (que eu não sei pronunciar no feminino...) controla cada linha melódica, cada som, cada repetição. Cedo, experimentou a guitarra, o clarinete, espanta-espíritos e mesmo uma caixinha de música, e tudo fazia sentido; fechar os olhos era como que procurar entender o que se passava connosco, tentar ilustrar uma música contagiante e lindíssima.

O silêncio entra as músicas foi finalmente quebrado com um interrogação simples: no seu inglês carregado de sotaque francófono interpela o público com um tímido "conseguem ouvir a festa ao lado?". Sinceramente, não conseguia até ela me fazer reparar, estava noutro lado. Mas estava a tocar a música do '2001: Odisseia no Espaço' e ela insistiu com a sua razão: "vocês dançam estas coisas aqui?". Estava incomodada e com razão, mas isso não a impediu de continuar a encher a sala, e a roubar a outra música.
Infelizmente, a música da 'Queima do Colete' (a infame festa) acabou por prejudicar o concerto, já que a última música, segundo as explicações de Cécile, necessitava de um total silêncio - inexistente na sala. Ficou adiada para uma próxima; simpaticamente despediu-se, calçou-se e sorriu muito. O público respondeu da mesma forma e desistiu de pedir mais, resignado mas satisfeito. Ficaram muito boas recordações, da música de um sonho.

Riding Panico @ Coimbra

foto descaradamente tirada dos Santos da Casa


Eram já onze quando cheguei ao Xuven. À porta ouviam-se já uma bateria e umas guitarras pouco claras. Confesso que me assustei. Por momentos pensei ter perdido o início do concerto dos Riding Panico. Contudo, bastou-me entrar para me tranquilizar. Os Hanging by a Name, uma banda da cidade, tocavam a sua última música para uma plateia já bem composta. Era só esperar mais uns minutos.
Acabado o concerto, era tempo de ir buscar o finito e de arranjar um local que não as escadas laterais ao palco para ver os senhores de Lady Cobra. A primeira fila pareceu-me bem. Fez-se o sound check, e o concerto começou. As guitarras soltaram-se e o espectáculo começou.
Quanto à música já tudo foi dito. Riding Panico foge ao post-rock chouriço, dá-lhe uns toques de sludge, prima pela subtileza técnica sem se imiscuir no campo do exibicionismo típico das artes circenses, é intenso, genuíno. Porém, ontem mostrou ser muito mais que isso. Provou ser uma banda demasiado capaz para um palco tão modesto.
Começemos pelo demónio de palco que é Makoto e pela lei da bolha. Certamente já ouviram falar da teoria (mais ou menos científica) segundo a qual cada um de nós tem o seu espaço físico, uma área imaginária que nos circunda e que é a justificação para a proximidade desconcertante e para o facto de só permitirmos a proximidade daqueles que nos são mais íntimos. Estabelecendo um paralelismo, imaginemos o palco, com a tal linha imaginária que separa o público dos músicos. Tomemo-la pela tralha dos fios e dos pedais. E depois imaginemo-la a ser quebrada e a ver alguém a tocar a pouco mais de cinco centímetros de nós. Imaginemos ver Makoto a varrer o baixo num dos seus devaneios e a quase arrancar o nariz da rapariga à minha direita. E aí sim teremos ideia da intimidade criada entre a banda e o público.
Pode parecer insignificante, mas não o é. Quando vou a um concerto procuro isso mesmo, a intimidade entre os dois lados. E ontem isso foi conseguido. Foco Makoto porque é sem dúvida o mais exuberante, mas a dinâmica de grupo é bastante forte. Nem o excesso de iluminação, nem o espaço, impediram quem se deslocou ontem ao Xuven de assistir a um bom concerto. Alinhamento sem mácula, boa performance, bom humor, com umas tiradas mais bem conseguidas ("Então pessoal, gostaram do concerto?") que outras ("Cuidado com os Batman, pessoal") e bom som. Pede-se agora que haja a decência de lhes arranjar um palco à altura. Paredes, porque não?

Neurosis - Crawl Back In

Eles vêm aí

Os The Mars Volta voltam à Europa nos próximos meses de Julho e Agosto. Para já estão confirmados apenas dois concertos, mas mais virão. As datas confirmadas são:

12/7 - Les Ardentes Festival em Liege, Bélgica
25/7 - Stodola em Warsaw, Polónia

Isto abre de novo a porta a uma presença dos TMV em Portugal. As datas coincidem com os Festivais Paredes de Coura e Sudoeste, por exemplo. Aguardemos.

quinta-feira, abril 03, 2008

Colleen: a partir de hoje

A graciosa francesa Cécile Schott, mente por detrás do projecto Colleen, vai começar a percorrer o país hoje. O primeiro concerto da tour portuguesa, que compreende quatro datas, será em Coimbra, no Teatro Académico Gil Vicente.

Mais datas:
4 de Abril @ Theatro Circo, Braga
5 de Abril @ CAE, Portalegre
10 de Abril @ Sé de Lisboa


Nunca é demais relembrar isto e, aproveitando a boleia do Amplificasom, deixo-vos um vídeo sobre Cécile Schott gravado em 2005, durante a tour americana de Colleen, depois de editado o álbum The Golden Morning Breaks.

quarta-feira, abril 02, 2008

Riding Panico

Já se falou sobre eles hoje, mas nunca é demais, parece-me. Aqui fica a entrevista ao Sapo.



Verdade, sexta em Coimbra, no Xuven.

Kayo Dot

"Right Hands is the One I Want" + "The Useless Ladder" (excerpt) + "Blue Lambency Downward" (excerpt)






dEUS em Paredes de Coura

Os belgas regressam a Portugal para apresentar o mais recente Vantage Point, que será editado no final deste mês.

O vocalista, Tom Barman, falou ainda com a Blitz sobre a possibilidade de marcarem concertos em nome próprio para o fim do ano.

Nicola Conte em Lisboa

Não sei se o italiano traz banda ou não, mas a verdade é que Nicola Conte vai actuar para um evento de entrada gratuita no Bairro Alto de Lisboa, na Rua Norte. O evento está identificado como «Lisboa 500 Party People» - o que me leva a crer que o autor do grande álbum de Jazz/Bossa Nova Other Directions vem com DJ set - e começa às 17h.

Outras presenças garantidas na festa são Masters At Work, Dezperados e Felix da Housecat.

Lady Cobra

O álbum de estreia dos Riding Pânico, Lady Cobra, já foi editado.

A review do álbum não há-de tardar.