terça-feira, julho 10, 2007

SBSR - dia 4 de Julho

O dia menos cheio e, provavelmente, o menos conseguido a nível de actuações. Há pouco a destacar deste dia, salvo uma ou outra banda. Para ajudar à coisa, The Rapture cancelaram a sua actuação, adiando-se, assim, o início dos concertos relativamente uma hora.


Os Mundo Cão mostraram ter músicas com pujança e força, mas pecam pelas actuações demasiados estáticas da grande maioria da banda. A música pede muito mais dinâmica em palco, algo que é inexistente, neste caso. O concerto teve esta enorme condicionante, que boicota o espectáculo a qualquer espectador. No entanto, não deixou de ser positivo.

Depois de um concerto muito parado, a actuação dos Linda Martini foi uma lufada de ar fresco. Os mensageiros dos Black Sheep Studios em território nacional mostraram a escola Punk/Hardcore com uma performance extremamente enérgica. Ajudados pelo anterior concerto, ainda vivo nas nossas memórias, deu mesmo a sensação de que o concerto atingiu o nível de estupendo. Mas recordo o concerto da Queima das Fitas como superior. No entanto as músicas, dentro do que têm tocado sempre, soavam bem, claras e relativamente iguais ao álbum, o que mostra a capacidade de manter um nível de performance relativamente equilibrado.

Clap Your Hands Say Yeah foi um concerto relativo. Relativo pois, o nível da actuação está sujeito ao quanto se gosta da banda. O vocalista não tem uma voz fácil, mas exagera ao vivo. Esse é o principal aspecto negativo, aliado a umas presenças menos dinâmicas e a um Indie-Rock menos dançável, deixando, desta forma, a apreciação do concerto ao subjectivo de cada um. Pessoalmente, achei-o razoável: as músicas resultam bem ao vivo e não perdem muito em relação ao álbum.

Mäximo Park foi o Rock necessário para reavivar o festival. Uma actuação muito mais mexida, com os membros da banda a preencherem todo o palco, a correrem, a saltarem, à boa moda do Rock. E o público dançava, respondia aos apelos do vocalista e do teclista (que se destacaram dos restantes membros da banda) e cantava as músicas mais conhecidas. Pena é, realmente, os Maximo Park não terem músicas melhores, em relação à actuação que nos proporcionaram - heis a minha opinião - o que não os levou aos melhores concertos do festival, mas ficaram perto.

The Jesus and Mary Chain eram um regresso aguardado. Não se esperava, no entanto, um grande concerto. Falavam os próprios fãs que "não são bichos de palco". E confirmou-se. A actuação foi pouco expansiva e pouco comunicativa, mas as músicas soavam extremamente bem, recordando a todos os presentes porquê que Pixies assumiram estes senhores como principal influência. Não deixou, infelizmente de ser um concerto bastante monótono, ainda que não me tivesse chateado, graças à boa sonoridade (novamente). Destaco, somente, um pormenor caricato: enganaram-se no inínico de uma música, mas, sem qualquer problema, pediram desculpas e recomeçaram como se nada fosse. Muitos anos, portanto...

LCD Soundsystem arrastou, a par de Jesus and Mary Chain, muita gente, dentro do público relativamente reduzido (pelo menos em relação aos restantes dias), para o festival. A sua actuação, inicialmente, parecia repetitiva, mas não tardou até que o público fosse tomado por "North American Skum" e o recinto do festival virasse discoteca com música a sério. Dançava-se muito, no SBSR, mesmo apesar da actuação menos dinâmica de Murphy, cuja música fez tudo. Foi o melhor de todo o dia, sem qualquer tipo de dúvida. Mas decidiram expulsar o público com uma espécie de balada, que quebrou o momento atingido de uma forma abrupta, inoportunamente. O concerto pedia um final mais feliz.

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