segunda-feira, julho 09, 2007

SBSR - dia 3 de Julho

Um dos dias mais prometedores do festival, com bandas extremamente aguardadas pelo público fã de Rock, acabou por ser uma pequena desilusão geral.


Y?, a banda que ganhou o concurso Reload, não se mostrou nada original: uma imitação de Guano Apes, ligeiramente mais Nu-Metal. Pouco há a dizer para além de que tinham uma presença limitada à vocalista.

Seguiram-se os conterraneos Bunnyranch, que não estavam para brincadeiras. Deram um concerto estupidamente enérgico, para uma hora ainda tão matinal (fuso horário festivaleiro - os campistas ainda estavam a chegar) como são as 5h30 da tarde. O vocalista - igualmente baterista - acompanhou sempre os seus pequenos e frenéticos diálogos com o público com ritmo, enquanto tocava o inicio de cada música que se seguia. E o público aderiu. Dançava-se no Super Rock.

The Gift mostrou-se, inevitavelmente, como a hora perfeita para um refeição decente. Um autêntico banquete, diga-se. Soube-se, mais tarde, que ficaram chateados com a falta de público, que não apareceu por ser cedo demais (é óbvio que qualquer fã pagaria 40€ para ver uma banda que pode ver por 5€ noutro sítio qualquer... óbvio!).

Os britânicos Klaxons subiram, finalmente ao palco. Um concerto muitíssimo aguardado, um conceito que, apesar de não apresentar nada de novo, tende para um saborzinho de originalidade. Infelizmente, o concerto não correspondeu às expectativas; foi uma actuação morta à qual os problemas com a bateria não ajudaram em nada. Mais tarde, o público assumiu o concerto como seu e a febre alastrou, melhorando, consideravelmente, a performance dos londrinos.

E, para quem não esperava, The Magic Numbers vieram encantar o público com um Indie-Rock ligeiro e com toques de Folk americano. Enérgico e consistente, numa complexidade instrumental que encanta pela simplicidade com se tecem as suas músicas, a banda dançava, cantava e aproveitava o momento. Uma boa partilha, uma boa surpresa e um bom concerto.

Bloc Party foi outra desilusão, na minha humilde opinião. Para quem assistiu aos anteriores concertos da banda, este foi simplesmente mais um. Nada de novo (como seria de esperar claro), e pouco enérgico. Kele manteve-se muito comunicativo e simpático, o que deixou o público jovem à vontade. Apesar de tudo, nas primeiras filas, dançava-se e saltava-se como se não houvesse amanhã. A audiência fez, mais uma vez, o concerto.

E, finalmente, subiram ao palco os mais aguardados de todo o dia e, a par de Interpol, de todo o festival: Arcade Fire marcaram o seu regresso aos palcos portugueses com Neon Bible na bagagem. Com um palco muito bem montado, extremamente alusivo ao título do mais recente trabalho da banda, e umas ambiências sempre muito negras, o início do concerto é determinado com um pequeno clip (procurem «pastorinha» no Youtube - o clip há de ser colocado, posteriormente, neste espaço). Chocado, o público mal deu pela entrada dos numerosos membros da banda, que iniciou o concerto com "Black Mirror", precisamente a primeira música do último álbum. Seguiu-se "No Cars Go" e um grande concerto, repleto de críticas agressivas ao poder de alienação da religião, durante o qual tocaram "Keep The Car Running", "Intervension", "(Antichrist Tv Blues)", "Power Out", "Rebellion", e fecharam com a inevitável "Wake Up" (salvo o erro).. Infelizmente, o concerto foi demasiado curto e insatisfatório, ainda que brutal (no mínimo), e por isso não é passível de ser considerado O concerto, mesmo tendo sido o melhor deste primeiro dia do segundo acto.

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