sábado, agosto 29, 2009

Depois destas curtas férias...

...gostaria de declarar reaberta a actividade no blogue.

É verdade, os Oasis acabaram. Uma amiga minha, que vai permanecer no anonimato, esteve precisamente no Rock en Seine, em Paris - onde "a melhor banda do mundo" se chateou -, e disse-me e enviou-me a seguinte mensagem: "Yeah yeah yeahs e bloc party, a-ok. Oasis? Due to an altercation between members of the band the oasis gig has been cancelled. Gallagher-pussys." Está dito.

Noutros pontos da ordem de trabalhos que acabei agora mesmo de inventar na minha cabecinha, começaram ontem as Noites Ritual, no Porto. Eu até estive lá. Sou preconceituoso em relação ao Manel Cruz, certamente, porque tudo o que ele faz me soa a pequenas variações dos Ornatos Violeta (algo que destroi fantasticamente qualquer tipo de brilhantismo ou de genialidade que tão frequentemente lhe atribuem; que tipo mais chato, a sério! Não compreendo mesmo como é que ainda não se fartaram de ouvir sempre o mesmo depois de tantos anos!), e Foge Foge Bandido (se tiver vírgulas, perdoem-me) é que não foge a essa regra. Noiserv acabei por não porque fiquei sentado num sítio bom demais para ver Dead Combo - e como não paguei bilhete, também não me chateei. E sim, Dead Combo rendeu. Depois vieram umas cenas electrónicas e os Deolinda - que me perturbam imenso, com a sua Ana Bacalhau e a pseudo-consciência político-popular de intervenção de tasca. Claro que não vi, mas ouvi o suficiente para manter a minha posição.

Hoje são os Mão Morta e o novo projecto do mentor dos Mesa, o senhor João Pedro Coimbra (o projecto chama-se Andrew Thorn, já agora. Se tiverem oportunidade façam o seguinte: ouçam a música do Tricky chamada "Overcome" e ouçam a versão feita por este senhor que está no Myspace. Muito curioso, não?). A ver o que sai. Os outros marmanjos não me interessam muito, sinceramente.

E, pronto, não sei. Se calhar precisava de mais férias, não?

terça-feira, agosto 18, 2009

Evangelista andam outra vez pela Europa

É verdade, a Carla Bozulich e companhia andam por aí e, como eu fui demasiado estúpido para não reparar que iam tocar à ZDB, acho que era porreiro se alguém os trouxesse cá, só para eu me redimir. (é preciso ter lata, bem sei. Pensei em mim como o boneco de lata do Feiticeiro de Oz e não se fala mais nisso.)

Só para agradecer de forma adiantada deixo-vos uma notícia do site Tiny Mix Tapes que anuncia o lançamento do próximo álbum dos Evangelista, Prince of Truth, e tem uma música nova para download.

quinta-feira, agosto 13, 2009

Música Escrita #9

Andava eu a ler algumas coisas sobre Altar of Plagues quando me cruzei com uma coisa curiosa, numa entrevista com o mentor da banda, J. O' Ceallaigh. Já lá vamos. Esta banda fascina-me seriamente, muito porque, para uma banda de Black Metal, foge ao ruído e à matrecada, isto é, não se limita a guitarras apocalípticas, melancólicas e melodiosas de forma arrepiante, consegue criar toda uma ambiência e recorre a uma lentidão que não é bem do género. Há algo de especial no Black Metal dos Altar of Plagues que não é fácil de compreender.

Curiosamente, a entrevista na Lords of Metal que estive a ler toca nesse mesmo ponto e o mentor da banda dá uma óptima resposta - das melhores possíveis, na minha singela opinião. Ora vejam:

"Although black metal seems to be a key element in your music, it doesn't quite cover the whole spectrum. Your range of influences appears to be wider. Could you explain us your main influences?
I personally listen to everything and anything so I have no preferences in that regard. When it comes to writing for AoP I never write with the purpose of adhering to a particular genre. The aggression, brutality and beauty of black metal most definitely form the foundations of our sound but I am also inspired by equally powerful music such as that of Swans, Björk and Arvo Pärt. My main issue with black metal is that bands often do not give their material room to breathe and as a result can become rather tedious and cluttered. Whilst drawing influence from many different styles, it is my aim that they will come together to form a coherent whole.

Björk? I can imagine some people having difficulties understanding how she can be an inspiration (although personally, I really appreciate her music as well). Could you explain how you incorporate those influences in your music?
Artists such as those three I mentioned, and a wealth of others, have an incredible ability to channel immense emotion through their music. The music I find most powerful is that which has the ability to make the listener feel what it is that the track is communicating, be it terror or melancholy. These individuals/acts are masters of their craft and are incredibly focused and honest in their execution. Rather than any sort of musically stylistic inspiration, these acts inspire us to try creating music that is executed with a greater purpose than to simply provide audio entertainment. The only consistency that I think engaging music requires is emotional, not stylistic."

Um pequeno off the record: diz que o trio irlandês vem ao nosso jardim em Novembro. Pessoalmente, considero imperdível. Aposto que deve ser um concerto intenso como poucos.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Mergulho em Paredes de Coura '09 - dia 3


Depois de 2 dias consistentes de boa música, chegava aquele que mais gente atraiu a Paredes de Coura. Com Nine Inch Nails a cabeça de cartaz, estava já pré-definido que o 3º dia do festival seria o melhor. E foi, sem qualquer tipo de dúvida.

O primeiro concerto que vi pertenceu à banda do Alaska, Portugal. The Man. Curiosamente, conheci esta banda aquando da primeira vinda de Trent Reznor a Portugal, em 2007. O pôr-do-sol courense foi testemunho da estreia dos americanos em Portugal que, apesar de não serem muito conhecidos por estas bandas, cativaram uma boa mão cheia de gente, algo positivo tendo em conta a hora a que tocaram. O concerto teve um bom fio condutor, tendo havido vários momentos longos de música ininterrupta, graças à capacidade da banda alongar os seus temas, dando-lhes mais experimentalismo, adicionando diferentes sonoridades, o que se reflectiu, consequentemente, na longevidade das músicas. Foi um excelente primeiro concerto em Portugal, num festival que, este ano, primou pelas estreias nacionais.
Depois de ter falhado Blood Red Shoes (creio que só 2 mergulhadores é que viram) chegou a vez da irreverente Peaches. Após ter passado pelo nosso país no Optimus Alive!08 em DJ set, a canadiana vinha agora para um concerto completo, acompanhada pela sua banda Sweet Machine. Mal o concerto começou, o potente baixo tomou conta da plateia. O rock electrónico levado a cabo pela artista deixou o corpo de qualquer um a tremer, literal e figuradamente. Foi um concerto repleto de fucks, shits, motherfuckers e fatherfuckers. Peaches mostrou ser uma entertainer nata, mudando de outfit várias vezes ao longo do concerto, provocando o público, comunicando abundantemente e, acima de tudo, mantendo um espectáculo de elevada qualidade, algo que foi mais tarde salientado por Trent Reznor à imprensa. The Teaches Of Peaches, Fatherfucker e I Feel Cream foram os álbuns mais visitados, num concerto provocante e cheio de força, que terminou com a eléctrica Fuck The Pain Away.

Nine Inch Nails foram os responsáveis pela enchente de portadores de bilhetes pontuais no dia. Algo mais que esperado, uma vez que se espera que esta tenha sido a última passagem do projecto de Trent Reznor pelo nosso jardim. Foi a 2ª vez que o projecto NIN veio ao nosso país, sendo que a primeira, em 2007, foi em dose tripla. Abrindo com o tema inicial de The Fragile, Somewhat Damaged, Reznor e companhia emergiram da nuvem de fumo que enchia o palco, começando o concerto lenta e progressivamente e estabelecendo logo a atmosfera negra e a sua imponência física. Seguiu-se uma setlist perfeita até ao fim (ver em baixo). Primeiro visitou-se The Downward Spiral através de March Of The Pigs e Piggy. Houve tempo para reviver uma colaboração com David Bowie há alguns anos, facto relembrado pelo frontman da banda, com I’m Afraid Of Americans. Um dos melhores momentos do concerto chegou quando, invariavelmente, Reznor incidiu em The Fragile: a sequência que começou com La Mer (tocada na íntegra!) e terminou com The Wretched foi das melhores coisas que ouvi este ano, chego mesmo a dizer que foi tocante. Entretanto fui visitar a Cruz Vermelha, pelo que perdi, entre outras, Non-Entity, b-side de With Teeth, e Gone, Still, instrumental magnífica do álbum Still. Após Wish e Survivalism, único tema recente tocado no concerto todo, chegou a apoteose final com a enérgica Head Like A Hole, seguida da antítese Hurt e um “Thank You, Good Night” final, com a banda a desaparecer do palco. Pode ter sido a última vez que muita gente viu NIN em Portugal e, quem sabe, na vida. Eu não acredito muito, descrença esta acompanhada de alguma esperança. Por que é que este não foi, para mim, o concerto do Verão? Dois factores muito importantes pesam aqui: já vi Nine Inch Nails em nome próprio e agora mais recentemente tive o privilégio de ver Faith No More. Não deixou de ser, no entanto, um concerto histórico, que não vou esquecer tão cedo. Obrigado Trent!

Setlist NIN:

1. Somewhat Damaged
2. Terrible Lie
3. Sin
4. March Of The Pigs
5. Piggy
6. The Becoming
7. I'm Afraid Of Americans
8. Burn
9. Gave Up
10. La Mer
11. The Frail
12. The Wretched
13. Non-Entity
14. I Do Not Want This
15. Gone, Still
16. The Way Out Is Through
17. Wish
18. Survivalism
20. The Hand That Feeds
21. Head Like A Hole

22. Hurt

segunda-feira, agosto 10, 2009

E o prémio de concerto do Verão vai para...


... Faith No More, indubitavelmente. E isto diz muito, uma vez que também estive presente em Nine Inch Nails. Mas a banda de Mike Patton foi soberba, arrebatou-me por completo. Os 40€ que gastei na minha deslocação ao santuário da poeira que é o Sudoeste não podiam ter sido mais bem gastos.
Mais palavras virão, mas antes ainda falarei do resto de Paredes de Coura '09, coisa que ainda não fiz estritamente por causa de problemas técnicos.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Mergulho em Paredes de Coura '09 - dia 2

29 de Julho marcou a abertura total do recinto, ou seja, o magnífico anfiteatro natural de Paredes de Coura pôde ser apreciado pelos novatos no festival minhoto ou revivido pelos conhecedores ao som de “que saudades Paredes de Coura…”.

Para mim, o dia, em termos de concertos, só começou no último ¼ do concerto levado a cabo pelos The Horrors (não vou aqui discutir as razões pelas quais vi uns concertos e outros não, e confesso que me arrependi em alguns casos, mas o que interessa agora é falar do que vi). Desconhecia por completo a banda de Inglaterra mas, do que vi, gostei essencialmente do ambiente soturno e negro que a música transmitia. No que diz respeito aos escassos minutos que presenciei, deu-me a impressão que o local mais adequado à banda britânica fosse uma sala fechada e, de preferência, tocando em nome próprio. Uma banda a descobrir.

Seguidamente entraram os Supergrass, uma das bandas para qual eu estava mais expectante nesse dia. Quase ícones da cena indie britânica, foi a primeira vez que tocaram no nosso país, em mais de 10 anos de carreira. Visitando os álbuns I Should Coco, Road To Rouen, Supergrass e Diamon Hoo Ha, deram um concerto sólido e consistente, mostrando ser uma banda rotinada e experiente. As palavras não foram muitas mas era notável o prazer com que tocavam junto ao rio Coura. Houve ainda tempo para uma visita a Sunday Morning, tema de abertura do álbum homónimo dos conhecidos Velvet Underground. Sobressaíram principalmente a faixa Pumpin’ On Your Stereo e o tema final, que fechou a actuação em grande.

Sobravam os Franz Ferdinand, a quem coube a função de fechar o segundo dia do festival. Quanto à inclusão deste nome em Paredes de Coura ’09, eu tinha as minhas dúvidas: encontram-se claramente numa fase mais experimental e o seu pico, isto é, a altura em que me aprazia mesmo muito vê-los, terá sido em 2004-2005, quando tocaram no já extinto Lisboa Soundz, juntamente com Mogwai (!). Esperava-os, portanto, com expectativas um tanto quanto baixas. A banda de Alex Kapranos abriu com The Dark Of The Matinee e o alvoroço na plateia foi instantâneo, pela primeira vez no dia (nota negativa aqui para a organização que resolveu remover a carpete de relva sintética este ano, de modo a que toda a gente pudesse respirar e comer poeira – obrigado). A parte inicial do concerto foi muito boa, cheia de energia proveniente da banda, correspondida de imediato pelo público. No entanto, como eu esperava, o ritmo rápido do concerto quebrou a meio, momento em que a banda incidiu mais no seu último álbum, Tonight: Franz Ferdinand. Seguiram-se então momentos chatos q.b., intercalados com hinos dançáveis e pujantes, muito por culpa de nomes como Take Me Out e 40ft. Apesar de não ser particular fã dos temas recentes tocados, confesso que esta foi a primeira vez que vi a banda actuar ao vivo e fiquei impressionado com a excelente qualidade do espectáculo, particularmente da energia e diversão com que se tocava no ex-palco Heineken. Chegado o encore, foi a vez de Michael e The Fallen darem o mote para o reboliço na plateia, seguidos pelo tema final, que começou como rock com uns laivos electrónicos, mas lenta e progressivamente converteu-se num momento electrónico de alta qualidade, tendo os elementos da banda deixado o palco um a um, tendo recebido cada um recebido o respectivo aplauso e ovação. E bem merecidos que foram.

Não sei se confio nestes tipos...

Eu confiava, a sério. Os noruegueses Kings of Convenience sempre mereceram o meu respeito e o seu Riot On An Empty Street é um álbum perfeito para a confecção de iguarias na cozinha, ou para um serão a jogar xadrez. A verdade é que as novas músicas, online no Myspace do duo, parecem sensaboronas, sem o mesmo tacto dos dois álbuns anteriores.

Não sei se volto a confiar os meus cozinhados a estes tipos. Não sei mesmo.

quarta-feira, agosto 05, 2009

A vergonha e o emo

A questão do Emo, Emocore, ou Screamo, é uma questão deveras sensível. Há um grande preconceito em torno disto - tão grande que eu, há pouco mais de um ano, ouvi (ou li, ou alguém me contou, não posso precisar) alguém dizer: "não me apetece nada ir a Paredes de Coura. Vai lá Mars Volta, aposto que aquilo vai estar cheio de Emos."

Uma verdade nesta afirmação: Mars Volta é um bocado/tem coisas de emo (ou teve, em tempos mais felizes, principalmente no De-loused in the Comatorium) e essa foi uma das características que dentro do Progressivo os distinguiu; da mesma forma que, para mim, At The Drive-in se encaixa perfeitamente no compartimento Screamo, apesar de serem planetas distintos - no fundo representam uma mesma escola. Estúpido é julgar as pessoas que os ouvem tendo em conta um rótulo, mas adiante...

Onde quero chegar com isto é que, neste momento de pura invenção de produtos para rápido consumo, o Emo acabou por ser uma fórmula eficaz, que reúne muita massa e afasta uns tantos indivíduos. Talvez por apelar mais facilmente à faixa etária perdida nos meandros da puberdade... É complicado tecer comentários neste ponto, mas a verdade é que há coisas destas a resultar desses estudos de mercado sobre o actual estado da Pop:


Haverá algo mais ridículo do que isto? A sério, digam-me se houver. É que eu, desde que o António Pita, numa sessão de amena cavaqueira, me mostrou esta pérola, já não tenho dedos nas mãos para contar as vezes que vi este vídeo só para saciar a mais pura e imaculada vontade de me rir a bandeiras despregadas. Parece-me verdadeiramente impossível não acontecer.

Mas a verdade é que há dias andava a vasculhar os meus computadores em busca de mp3 perdido e encontrei coisas tão interessantes (que há uns anos eram brutais para mim), mas que não deixam de me envergonhar ligeiramente por estarem imediatamente coladas a esses marmanjos. Vou deixar um exemplo de Screamo que fazia parte dessas coisas que eu com tanto prazer ouvia e que ainda hoje, de vez em quando, me fazem sorrir:

Thrice - Stare At The Sun - Music Video

Fico sempre com uma pergunta a deambular na cabeça quando repesco estas coisas: será que alguma coisa falhou? É que, para todos os efeitos, partilhar uma prateleira com Attack Attack! não é bom para ninguém. Aliás, é vergonhoso - sim, vergonhoso. No entanto, vou manter-me seguro de mim e acreditar que a fórmula apenas pegou; vou continuar a acreditar que há óptimos exemplos de Emo bom - estando este álbum de Thrice, o primeiro de Mars Volta, os Envy, os At The Drive-in e até uns Trail of Dead entre eles (e assim se faz um texto vergonhosamente Emo, ou se termina um texto normal duma forma emocional).

PS: se isto foi uma desculpa para postar uma das piores músicas do século?! Por quem me tomam?! Não é que foi quase?

Infinity

Interrompendo o sururu sobre o festival da praia do Tabuão, aproveito para declarar que fazer uma música de quase 50 minutos coerente do princípio ao fim é de homem (ou de mulher, depende do género)!

O senhor Justin Broadrick já tinha dado mostras do seu génio, no entanto parecia estar a virar-se para ambiências mais aborrecidas nos últimos tempos, com os seus Jesu. Desta feita, Jesu voltam à carga com um grande Infinity. Acho que a audição é obrigatória, nem que seja para admirar o brilhantismo com que se faz uma música de 50 minutos sem que esta pareça um aglomerado de outras tantas.

terça-feira, agosto 04, 2009

Mergulho em Paredes de Coura '09 - dia 1


Não foi permitido pela maldita salmonella algumas vezes, mas estamos aqui para falar de outras águas. Como o André frisou, nada como uma bela de uma banhoca e, no meu caso, um grande e suculento bife (não sou vegetariano, mas confesso que senti falta de chicha decente na semana que passei no Taboão). Anyway, vamos à música, isto é, ao festival em si.

Não fui para Paredes de Coura este ano à espera de um grande festival. Em grande parte, o que me moveu foi o nome cabeça de cartaz: Nine Inch Nails. Não deixou de haver, no entanto, algumas boas surpresas.

O primeiro dia, encabeçado por Patrick Wolf, revelou-se um desastre no que toca a organização: apenas palco secundário? Valente asneirada! Um mar de gente onde só cabiam umas meras centenas. Ridículo no mínimo. Sean Riley & The Slowriders tiveram as honras de abrir o festival e fizeram o melhor que podiam: foram o mais enérgicos que a sua música permite ser e chegaram a entreter-me. Pena não serem o meu prato favorito. Strange Boys foram no mínimo irritantes e chatos, graças principalmente ao vocalista e a sua voz esganiçada. Arrancou-me umas quantas gargalhadas, este sujeito (nota: com outro vocalista a banda podia muito bem ter-me cativado, mas a característica vocal do frontman sobrepôs-se à música levada a cabo pelo resto dos membros, estragando muito do que ali se tocou). Já Patrick Wolf foi uma lufada de ar fresco, colorido e animado. O excêntrico britânico revelou ser um excelente entertainer, multi-instrumentista exímio e cativou o público com a sua simpatia contagiante. Sempre bem disposto e comunicativo, Patrick Wolf visitou principalmente o seu último álbum, The Bachelor, sem que registos anteriores, como The Magic Position, fossem ignorados. Os seus dotes vocais aliados de múltiplos instrumentos, desde o violino, passando pelo ukelele, até ao piano, foram os ingredientes de um concerto rico de sonoridades que despertaram sentimentos variadíssimos. Destacaram-se os temas Battle, Hard Times, The Bachelor e The Magic Position, tema que finalizou a noite de concertos do primeiro dia do festival.

O primeiro dia valeu principalmente pela versatilidade e simpatia de Patrick Wolf e pecou pela abolição perfeitamente descabida de um anfiteatro natural, mais do que adequado e merecido para o artista que ainda agora referi. Todavia, não se pode dizer que foi um mau começo.

Dia 2, 3 e 4 virão num ápice!

domingo, agosto 02, 2009

Depois de Paredes...

...um banho! É essa a verdadeira necessidade do festivaleiro civilizado que vai ao Minho por estes dias. Verdade seja dita, infra-estruturas não existem - eu, enquanto vegetariano, ainda tive de inventar umas refeições estranhas sem ser roubado às claras (esta malta é muito século XIX, ainda. Eheh) - e a organização falhou redondamente em algumas coisas - aquele primeiro dia, de recepção ao campista, com concertos no palco secundário foi um flop grandioso; ainda não percebi o que se passou ali, até porque mal consegui ver um concerto, de tal forma lotado estava o meio recinto aberto ao público.

Fora estas coisas, música. Desordenadamente, começando pelo melhor e avançando sem grande nexo, Nine Inch Nails foi tão bom quanto seria de esperar (que grande baterista!!!!!!!! E que grande banda, que grande alinhamento, que grande entrega... Claramente, foi o concerto do festival.), Blood Red Shoes foi verdadeiramente surpreendente, Peaches foi curioso (tenho de ceder e admitir que ela deu um bom concerto), Patrick Wolf foi decente, Portugal The Man foi bom Q.B. e mote para piadas da senhora Peaches, proporcionou momentos ricos, musicalmente muito interessantes e Franz Ferdinand, apesar de chatíssimos a meio da actuação, iniciaram muito bem e fecharam com um momento electrónico algo incrível.

Para primeiras impressões, nada mais tenho a assinalar. Estes foram os pontos positivos e/ou, digamos, os menos maus/terríveis. Acho que o resto da malta aqui do tasco tem algo de mais decente a dizer.