Num sítio muito bem localizado, á beira de um afluente do Sena, o Point Ephémère é o local ideal para receber bons concertos: tem boa acústica e a lotação deles, ao contrário do afamado Razzmatazz, não é até não se poder fechar a porta, por isso, houve gente suficiente para não deixar o Omar triste e houve espaço suficiente para se respirar. Com este cenário eu ouvi um dos melhores concertos do ano de 2009, até agora.
No meio de uma fumarada dramática os Zechs Marquise entram em cena para me despojar de tudo o que estava á espera, que era muito azeite extra virgem. Pois deram-me azeite virgem extra quanto baste, foram directos no que queriam fazer, e ainda ouve tempo para um encore. Com Marcel Rodriguez-Lopez na bateria, e o seu irmão mais novo Marfred Rodriguez-Lopez no baixo, escondido nas sombras dos holofotes, ouve uma intimidade de irmãos onde os outros dois membros da banda, Marcos Smith e Matthew Wilkson nas respectivas guitarras, foram autorizados a entrar, dando ao concerto aquele ambiente familiar. O publico ficou á vontade para ouvir e dançar ao som das músicas sem estar focado nos membros da banda, sendo trazido de volta ao Point Ephémère por um muito conversador Matthew Wilkson, que após o concerto ficou em palco com o resto dos membros a arrumar o material (eles não têm roadies). Mais uma vez, foi um bom concerto, o melhor até agora. Não foi maçador como estava a contar, mas também não me deixaram com aquela vontade não de ouvir o esperado Omar e companhia.
Omar foi para o palco com Thomas Pridgen na bateria, o grande Juan Alderete no baixo, o Marcel, que entra outra vez em palco mas no orgão e sintetizador, um ilustre desconhecido no órgão, a Ximena a cantar em algumas músicas, mais um camera-man e o irmão Marfred também como camera-man. O Sr. Alfredo Rodriguez-Lopez começou muito bem, mas antes que déssemos por ela uma menina muito sorridente entra em palco e começa a cantar. Pouco a pouco fui percebendo que era Ximena, pois a diferença das fotos que tem no seu myspace para a presença que estava á minha frente é muito grande. E não fui a única a notar, porque depois de uma presença em palco exemplar, Marcel Rodriguez pareceu esmorecer ao tocar as musicas onde Ximena entra. Quanto aos outros membros, Thomas não nota nada nem ninguém quando toca, Juan escondido nas sombras ignorou e o outro teclista, tanto se lhe deu. Mas Ximena ganhou o público, não com a grande química que tem com o seu parceiro, Omar, que teve de a guiar pelo concerto, não pela sua forte presença em palco (na verdade é infantil, enrolando o cabelo com os dedos e fingindo que tocava bateria em conjunto com o Thomas), e não com a sua voz, pois foi abafada pelos outros instrumentos, mas com o seu sorriso infantil que derreteu os corações dos franceses (homens…). Nem eu nem a rapariga espanhola ao meu lado fomos contagiadas por ela. Aparte disso, o Sr. Alfredo deu-nos um belíssimo concerto, seguindo o exemplo dos Zechs Marquise, não exagerando nos jams e nos solos, sendo estes quanto baste. Os momentos altos foram precisamente quando este deixou de tocar para ouvir os companheiros tocar, principalmente o Thomas.