Esta Páscoa fui até Nova Iorque com os meus pais. Enquanto lá estive, e como é obrigatório naquela cidade, fui ver um espectáculo de Jazz. Assim, dirigi-me ao The Blue Note, um dos, senão o melhor, clubes de Jazz de Nova Iorque e, consequentemente, dos Estados Unidos (tinha nas paredes escrito "World's finest Jazz Club & Restaurant", portanto vou confiar).
Enquanto esperava sentado pela banda, folheei o programa de Março, para ver se conhecia alguma banda ou artista e para saber o que ia ver naquela noite. Qual não é o meu espanto quando vejo o nome The Bad Plus. Quem me deu a conhecer estes senhores foi o meu colega stage diver André há cerca de um ano. Os The Bad Plus são um trio de Jazz/Experimental constituído pelos músicos Ethan Iverson (piano), Reid Anderson (baixo) e David King (bateria). Conhecia muito pouco da banda (e ainda conheço), antes do espectáculo, mas isso não me impediu de desfrutar ao máximo do concerto. Aliás, foi uma óptima surpresa.
O concerto começou com um solo do baterista. Começando a um ritmo lento, usando baquetas e as mãos, parecia uma criança a bater nos diferentes componentes da bateria sem qualquer sentido de ritmo ou coordenação, como quem estava a usar o instrumento pela primeira vez na vida e experimentava todo o tipo de sons que dele saíam. No entanto, muito lentamente, a bateria foi progredindo, ganhando ritmo, ganhando alma, sendo notável o gozo que o baterista estava a ter ao tocar sozinho impondo o seu ritmo e improvisando ao máximo. Foi após esta evolução lenta e cativante da bateria que o piano e o baixo entraram de rompante, quando o ritmo da bateria já se encontrava estável. Esta primeira música foi bastante longa e foi claramente protagonizada pelo baterista, quer na intro quer durante o resto da música. A partir daqui o concerto fluiu de forma espantosa.
O porta-voz da banda era o pianista, que a cada 3 ou 4 músicas fazia uma pausa para explicar a história por detrás das faixas que tinham tocado anteriormente ou que iam tocar de seguida. No entanto, ao longo do concerto não foi só o baterista que teve direito ao seu momento. Ambos o pianista e o baixista se fizeram notar em largos minutos em que o palco foi apenas seu. O baterista apenas se destacou mais porque foi o mais espalhafatoso, no bom sentido claro (dos três instrumentos, a bateria é o mais espalhafatoso). Houve também momentos em jeito de dueto - Bateria+Baixo e Piano+Baixo - sendo estes bastante diversificados: ora muito lentos intercalados com largos períodos de silêncio (e silêncio mesmo, fora uma ou duas vezes em que um americano estúpido berrou "Wooohooo!"), ora tocados a um ritmo bastante dançável. Destacaram-se os temas Big Eater, Smells Like Teen Spirit (cover dos Nirvana, das poucas que eu conhecia), Life On Mars (cover de David Bowie), 1972 Bronze Medalist e Anthem For The Earnest (como é que eu sei os nomes das músicas que eles tocaram se na altura não os conhecia? Já aqui tenho a obra completa da banda e pesquisei quais as músicas que tinha ouvido). Foi um excelente concerto, em que o que me cativou e impressionou mais foi a vertente progressiva de Jazz. Todas as músicas cresceram, umas mais rápido que outras, até um pico, ou vários, lentamente desvanecendo de seguida mas sempre doseadas com experimentalismo q.b..
A banda criada em 2000, tem 6 álbuns editados e está no bom caminho para continuar a produzir música de alta qualidade. Aconselho a fãs de Jazz e não só. Aconselho também o The Blue Note a quem visite Nova Iorque. Para os interessados, deixo-vos:
Uma música: boomp3.com
Myspace da banda
Site oficial da banda
Um vídeo:
Enquanto esperava sentado pela banda, folheei o programa de Março, para ver se conhecia alguma banda ou artista e para saber o que ia ver naquela noite. Qual não é o meu espanto quando vejo o nome The Bad Plus. Quem me deu a conhecer estes senhores foi o meu colega stage diver André há cerca de um ano. Os The Bad Plus são um trio de Jazz/Experimental constituído pelos músicos Ethan Iverson (piano), Reid Anderson (baixo) e David King (bateria). Conhecia muito pouco da banda (e ainda conheço), antes do espectáculo, mas isso não me impediu de desfrutar ao máximo do concerto. Aliás, foi uma óptima surpresa.
O concerto começou com um solo do baterista. Começando a um ritmo lento, usando baquetas e as mãos, parecia uma criança a bater nos diferentes componentes da bateria sem qualquer sentido de ritmo ou coordenação, como quem estava a usar o instrumento pela primeira vez na vida e experimentava todo o tipo de sons que dele saíam. No entanto, muito lentamente, a bateria foi progredindo, ganhando ritmo, ganhando alma, sendo notável o gozo que o baterista estava a ter ao tocar sozinho impondo o seu ritmo e improvisando ao máximo. Foi após esta evolução lenta e cativante da bateria que o piano e o baixo entraram de rompante, quando o ritmo da bateria já se encontrava estável. Esta primeira música foi bastante longa e foi claramente protagonizada pelo baterista, quer na intro quer durante o resto da música. A partir daqui o concerto fluiu de forma espantosa.
O porta-voz da banda era o pianista, que a cada 3 ou 4 músicas fazia uma pausa para explicar a história por detrás das faixas que tinham tocado anteriormente ou que iam tocar de seguida. No entanto, ao longo do concerto não foi só o baterista que teve direito ao seu momento. Ambos o pianista e o baixista se fizeram notar em largos minutos em que o palco foi apenas seu. O baterista apenas se destacou mais porque foi o mais espalhafatoso, no bom sentido claro (dos três instrumentos, a bateria é o mais espalhafatoso). Houve também momentos em jeito de dueto - Bateria+Baixo e Piano+Baixo - sendo estes bastante diversificados: ora muito lentos intercalados com largos períodos de silêncio (e silêncio mesmo, fora uma ou duas vezes em que um americano estúpido berrou "Wooohooo!"), ora tocados a um ritmo bastante dançável. Destacaram-se os temas Big Eater, Smells Like Teen Spirit (cover dos Nirvana, das poucas que eu conhecia), Life On Mars (cover de David Bowie), 1972 Bronze Medalist e Anthem For The Earnest (como é que eu sei os nomes das músicas que eles tocaram se na altura não os conhecia? Já aqui tenho a obra completa da banda e pesquisei quais as músicas que tinha ouvido). Foi um excelente concerto, em que o que me cativou e impressionou mais foi a vertente progressiva de Jazz. Todas as músicas cresceram, umas mais rápido que outras, até um pico, ou vários, lentamente desvanecendo de seguida mas sempre doseadas com experimentalismo q.b..
A banda criada em 2000, tem 6 álbuns editados e está no bom caminho para continuar a produzir música de alta qualidade. Aconselho a fãs de Jazz e não só. Aconselho também o The Blue Note a quem visite Nova Iorque. Para os interessados, deixo-vos:
Uma música: boomp3.com
Myspace da banda
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