segunda-feira, outubro 08, 2007

Entrevista ao realizador do filme "Control"


«"Control", a biografia de Ian Curtis, chega às salas de cinema no dia 15 de Novembro. O realizador, Anton Corbijn - um dos mais conceituados fotógrafos do universo da música, parceiro dos Depeche Mode - falou com a "Blitz" sobre os Joy Division e os amores imperfeitos do líder carismático.


Algumas das canções de Control foram cantadas e tocadas pelos actores que interpretam os papéis dos Joy Division. Foi sempre essa a ideia?

Imploraram-me para cantar ao vivo no filme, mas ao princípio disse-lhes que não podia ser. Tomei essa decisão numa fase mais avançada da produção, quando percebi que eles já tinham dominado por completo a música.


Claro que já sabiam tocar…

O Harry (Treadaway, que interpreta Stephen Morris) tocava um bocadinho de bateria, o James (Anthony Pearson, que revive Bernard Sumner) aprendeu a tocar guitarra em cinco semanas. O Joe (Anderson, Peter Hook em "Control") já tinha tocado, mas nunca baixo.


Tendo conhecido Ian Curtis, na sua opinião, porque razão é que ele se suicidou?

É sempre especulação… Penso que se estamos divididos entre duas mulheres, não parece ser uma situação fácil de viver. Talvez o que o tenha levado a cometer aquele acto tenham sido as drogas que tinha de tomar para controlar a epilepsia. Nos anos 70, tinham efeitos secundários terríveis, que incluíam depressão - em especial quando eram misturadas com álcool, o que ele fazia.


Como é que ele era, na realidade?

Tinha muitos momentos baixos e talvez num desses momentos tenha achado que a sua situação era demasiado pesada para aguentar. Talvez o Ian tivesse um ligeiro fascínio por pessoas que morrem cedo e deixam obra para trás.


Não foi também um pouco ingénuo ao casar tão novo, com Debbie Curtis?

Sim, mas é uma coisa muito inglesa… Comprar uma casa com empréstimo, ter filhos e beber chá. Mas depois conheceu aquela belga, Annik Honere, que representa melhor os interesses na vida.


Houve algum controlo por parte dos New Order em relação ao filme? Correu o rumor de que eles o acharam demasiado coercivo nas filmagens.

Nenhum deles assistiu às filmagens. A minha relação com eles é incrivelmente boa: o Hookie (Peter Hook) dá-me um beijo quando me vê. Há muito tempo que não fala com ele, mas é óbvio que fui a casa deles com o guião e falámos muito sobre o filme.»



Excerto da entrevista contida na revista 'Blitz'

embora retirada do gratuito 'Metro'

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