Uma relação curiosa

Recebi na mailing list do grande Le Monde Diplomatique um curioso teaser de um dos textos da edição deste mês, salvo o erro.

Ei-lo:
«Um jornalista de melena e impermeável de plástico aproxima‑se de Jimi Hendrix. «Sou do The New York Times», diz‑lhe ele. Hendrix sorri com ar cansado e responde‑lhe: «Prazer. Eu sou de Marte»1. O gracejo, à sua maneira, enuncia uma certa verdade. Durante os quinze anos das primeiras grandes expedições espaciais, o rock (e aparentados) sonhou com «contactos » e mergulhos inter‑siderais, vibrou por entre misticismo e galhofa, convulsionadas visões interiores e fantasias galácticas. Nada de muito surpreendente, visto se concentrar nisso a relação, dupla e dual, que os humanos das nossas regiões ocidentais têm geralmente com os mistérios dos céus. Mas o rock exagera.»

Onde é que o Rock exagera? Não ficaram tão curiosos quanto eu? Parece-me uma relação plausível, ainda que estabelecida de forma curiosa.

Tudo isto pela mesma razão: fez ontem 40 anos que a Apollo 11 aterrou na lua. Os senhores da Amplificasom já chutaram uma boa pergunta, também. Digamos que eu não resisti, principalmente depois de me ter cruzado com o e-mail de que falei em cima.

Um tributo que vale a pena

Larguem as flores e as luvas brancas e os chapéus. Não saiam de casa para ir à estrela em LA, para ir ver uma parada de artistas amigos desde pequenino e desistam de comprar um bilhete para os concertos que nunca foram.

Vão aqui e vejam o verdadeiro e o único Moonwalk.

Eternal Moonwalk

Julian Casablancas lança álbum a solo

Phrazes For The Young é o nome do trabalho do frontman dos The Strokes, a ser lançado no Outono. Pouco mais se sabe sobre este registo, no entanto, temos trailer.

Nada de comunistas, dizia o Nixon e diz o Tio Alberto Jardim

Quem discorda são os (International) Noise Conspiracy - e sim, isto é uma desculpa actual para partilhar este vídeo:


Let's all share our dreams in a communist Madeira?

E já que estamos nesta de anuncios...

...leiam as próximas linhas:

"Looks like we'll finally be playing Portugal on our upcoming fall Euro tour. No guarantees, but it's def in the cards! Awesome!" in Aaron Harris Twitter

Confirmar-se-á? Serão os senhores do post em baixo os responsáveis?

Kayo Dot em Portugal!

Dia 24 de Setembro, Passos Manuel, Porto. 22 Horas.

Mais uma vez podemos agradecer o mimo à Amplificasom e à Lovers & Lollypops.

Jovens e Juventudes

Ainda sou destas coisas, é verdade. Mas pronto, já fui mais e mais ingénuo. Ouvi coisas más e outras terríveis, mas no meio de tanta porcaria há sempre coisas que recordo com algum carinho - e confesso, sinceramente, que de alguma forma isso me pode toldar o espírito crítico. Há alguns exemplos imediatos: os incontornáveis Korn, os Limp Bizkit (estes dois já me ultrapassam) e os Refused. No caso dos dois primeiros, não sei sinceramente se gosto ou não do que ouço, e da mesma forma que não sinto vontade de pôr a tocar alguma coisa deles, também não sinto nenhuma força visceral que me leve a parar uma música deles a meio (e essa é uma vontade recorrente em mim, em relação a muita coisa). Refused é e será sempre diferente; mesmo os momentos mais Hardcore deles ainda me põem o coração aos pulos.

Um daqueles projectos que eu ainda sinto necessidade de pôr a rodar na aparelhagem é o do senhor Marilyn Manson, em especial o Mechanical Animals. Um álbum que, estranhamente, surgiu lá em casa, original, e que ninguém ouvia: a curiosidade lá me levou a pô-lo a tocar (quem é que não quis ouvir o homem que andava crucificado em televisões e que se blasfemava como quem vai à casa de banho?). Ainda hoje o ouço e ainda hoje gosto dele.

À procura na tuba, encontrei esta versão de uma daquelas músicas porreiras:

Altos e Baixos do Alive!09

Altos:

The Prodigy - O que eles fizeram ali não tem grandes palavras. Foram uns RATM de 2009 - isto até soa bem se virem o quão electrónico estava o cartaz.

Crystal Castles - Vale pelo espírito praticamente punk e pela fabulosa Alice Glass. Pode haver bandas a mais neste universo indie e electrónico, mas esta é claramente uma que faz falta.

Placebo - Já foram hype, já estiveram mortos, e na última sexta-feira deram um best-of que ficará na memória (e vi apenas pouco mais de meia-hora).

Mastodon - Curto e a mostrar mais do que o Crack The Skie. E este último pormenor elevou um pouco o concerto. Qualidade inegável, mas não se deixa de ficar com aquela sensação de porque às 6 da tarde?

Linda Martini - Salvando o dia 11, fizeram-no em força, qualidade e presença. Melhor concerto deles que vi até hoje, o que diz alguma coisa.

Baixos:

Palco Principal de dia 11 - Uma banda a menos não justifica o quão pobre este dia era. Dois primeiros nomes que nem valiam a visita, restantes 3 que confirmaram os receios. Fraco.

Hadouken! - Uma das bandas que vêm com aquele rótulo de sensação da NME mas que provou pouco em palco. Pode ter sido dia mau, ou pode ser do tal rótulo.

Já que andamos nisto das entrevistas...

Justin Broadrick em entrevista, tudo sobre Jesu. Tem óptimas questões e aborda grande parte do trabalho de JKB neste projecto específico - mesmo os pontos mais interessantes, as estruturas que utiliza nas composições, as influências, as mudanças de algo mais 'guitar-driven' para uma música mais electrónica...

Só para aguçar a curiosidade, o senhor Broadrick já avançou que o próximo trabalho de Jesu será novamente guiado com muitas guitarradas - e parece já se fartou dos elementos electrónicos ("I contradict myself often with what I’m searching for and often do the opposite of what I did previously.").

Leonard Cohen numa boa entrevista

Eu gosto do Guardian, sempre gostei. Esta entrevista, diria eu, é apenas mais um ponto a favor do jornal britânico, ainda que seja uma versão escrita e editada da entrevista feita na estação de rádio canadiana CBC - acho que não sou tão exigente quanto aparento.

Algo que deve ler, diga-se.

As coisas completamente irrelevantes do Beck

A primeira de todas elas foi uma conversa com o Tom Waits. Não interessa ao menino jesus, para dizer a verdade. Pensei: Uma conversa entre dois músicos! Incrível! Deve ser a coisa mais interessante de sempre, principalmente sendo um deles o Tom Waits. Mas não... Nada disso. A palavra "irrelevant" não consta do Becktionary - como o senhor Groening decidiu parodiar em Futurama - e as conversas são mesmo cheias de tópicos estranhos e que nos ultrapassam a todos.

Pronto, é isso o Irrelevant Topics do Beck, inaugurado entretanto com uma conversa com Tom Waits. Nada de especial. Mas é sempre curioso saber que na zona de Los Angeles em que o Beck cresceu dreneram um lago que no fundo tinha ossos humanos e pedaços de carros; e que outro lago lá da área californiana, quando drenado, revelou um submarino caseiro, do tempo em que era habitual fazerem-se submarinos em casa.

Ainda estou para perceber a relevância desta posta, verdade seja dita.

Cartaz de Paredes de Coura 09 fechado

E é o seguinte:

29 de Julho
Patrick Wolf
The Strange Boys
Sean Riley and the Slowriders
Bons Rapazes

30 de Julho
Franz Ferdinand
Supergrass
The Horrors
The Pains Of Being Pure At Heart
The Temper Trap
Palco Burn After-Hours: Chew Lips e Holy Ghost

31 de Julho
Nine Inch Nails
Peaches
Portugal. The Man
Blood Red Shoes
Mundo Cão
Palco Burn After-Hours: Kap Bambino e Punks Jump Up

1 de Agosto
The Hives
Jarvis Cocker
Howling Bells
Foge Foge Bandido
The Right Ons
Palco Burn After-Hours: Sizo e Nuno Lopes

O que é fabuloso é que no site oficial anuncia-se para breve as confirmações para o palco ibérico e para o jazz na relva. E no entanto recebo um mail da Ritmos a dizer que o cartaz está fechado. Não sou daqueles que diz que o cartaz está fraquissimo. Tem opções menos boas - na minha perspectiva - mas tem nomes interessantes e de qualidade. Agora estou convencido que a confusão reinou na organização. O After-Hours do último dia é uma forte nota a ter em conta neste particular.

Faltou-me esta música em Coimbra

Os Jackie-O Motherfucker deram um concerto fantástico, apesar do sururu que se fez e das peripécias da noite. Psicadélico, intenso, denso e com uma suavidade anormal, tendo em conta as camadas de som que os efeitos todos da banda faziam. Mas teria sido muito melhor se esta música constasse no alinhamento da actuação dos americanos:

Kayo Dot ainda voltam à carga este ano

Parece que vão entrar agora em estúdio, que o produtor será o grande Randall Dunn e que o sucessor de Blue Lambency Downward será editado pela Hydra Head, crê-se que este ano ainda.

Depois de uma estranha estreia (com um bom álbum, mas tão pouco pesado e tão Jazz que não satisfez o meu desejo de requinte) pela editora de Aaron Turner, fica-se à espera de algo grandioso destes senhores.

Acho que depois de ouvir o álbum dos maudlin of the Well editado este ano, a minha esperança de que a veia metal do senhor Toby Driver volte a correr livremente viu um novo alento. A ver vamos.

A moda do Twitter

A Blitz, tenho que ser justo, às vezes dá jeito. Deu para ler uma notícia em que se dizia que os Muse deram a conhecer os nomes das músicas do seu próximo album - The Resistance, com lançamento marcado para Setembro - no Twitter. Não que seja particularmente interessado nos Muse, ou que esteja em pulgas para este novo registo, mas sim porque acho bastante interessante este método de noticiar mais do it yourself - e quiça in your face, já que estamos nisto.

Para o registo, já que falei disso:

Uprising
Resistance
Undisclosed Desires
United States Of Eurasia (+Collateral Damage)
Guiding Light
Unnatural Selection
MK Ultra
I Belong To You (+Mon Coeur S'Ouvre A Ta Voix) - título de uma ária da ópera Sansão e Dalila
Exogenesis: Symphony Part I (Overture)
Exogenesis: Symphony Part II (Cross Pollination)
Exogenesis Part III (Redemption)

Five Suns

É sempre injusto falar dos Guapo e referir apenas um álbum. É injusto porque se trata, sem a mais pequena das dúvidas, de uma grande banda, com um conjunto de trabalhos muito bons, e não apenas um que se destaque. A exploração que fazem da sua música leva-nos para um sítio onde as melhores bandas de Rock Progressivo foram mergulhadas num transe muito negro. É uma viagem assim: imprevisível, desconfortável, mas cheia de pormenores fascinantes.

Inevitavelmente, é esse lado negro que me fascina imensamente em Five Suns. Aliás, as cinco faixas de abertura são simplesmente dos momentos mais desconfortáveis e 'noir' num álbum progressivo, dentro de tudo aquilo que já tive o prazer de ouvir (não é tanto quanto desejava, mas é sempre mais do que nada).

À laia de partilha, deixo este vídeo aqui:

Super Bock Surf Fest

A edição deste ano do festival Super Bock Surf Fest está muito bem compostinha, não desfazendo na edição do ano passado. Destaque para Asian Dub Foundation, Nouvelle Vague, Kumpania Algazarra e 2 Many DJs. Os preços é que subiram em flecha: quem quiser ir a 1 dia terá de pagar 25€, enquanto que o passe geral custa 40€. Os portadores do passe geral têm direito a acampamento grátis no Parque Orbitur de Sagres que, provavelmente, será o mesmo campo de futebol de terra batida onde se podia acampar o ano passado (dormir-se-á em cima de calhau, mas vá, são só 2 dias). Recordo que o festival se realiza nos dias 13 e 14 de Agosto, na Praia do Tonel, em Sagres.

Cartaz completo e definitivo:
Dia 13
Nitin Sawhney
Gentleman
Babylon Circus
Asian Dub Foundation
Kumpania Algazarra
João Maria
João Araújo
Dia 14
2 Many DJ's
Easy Star All Stars
Tristan Prettyman
Nouvelle Vague
Ziggi
Souls Of Fire
Zé Pedro Moura
Mary B

Curto e grosso.

É uma forma eficaz para descrever o clip da "First Season" dos Men Eater. A faixa de abertura do mais recente Vendaval já anda aí a 'rockar' os vídeos. Não tem nada de fantástico. Acho que é uma boa forma de recordar a energia da banda ao vivo, com a música clarinha e limpinha, como é bom e gostoso.

Vejam:
Men Eater - " First Season "