Ontem, o Santiago Alquimista, em Lisboa, recebeu os suecos Logh (+ Christian Kjellvander + Katabatic, na primeira parte), concerto em que eu, como não podia deixar de ser, marquei presença. Sunset Panorama é daqueles álbuns que ainda agora me arrepia de tão bom: muito equilibrado, consistente e apesar de uma sonoridade leve e pouco pesada, tem uma carga grande melancólica imensamente contagiante. Mesmo o hábito não atenuou o efeito que o penúltimo trabalho da banda tinha em mim - se tanto, amadureceu a minha forma de o ver e intensificou-o, de certo modo. Confesso que North, o mais recente álbum da banda, me deixou de pé atrás, bastante exitante quanto ao concerto, mas como nem sequer que conheço este trabalho decentemente, acho que não seria justo deixar de ver o concerto. Aliás, ao vivo, North parece resultar muito melhor, ou pelo menos deixou-me curioso para ouvir melhor e com mais atenção.
A sala de espectáculos era uma novidade para mim. Nunca tinha ao Santiago Alquimista e fiquei agradávelmente surpreendido. Para os concertos que nos esperavam, o formato de bar com música ao vivo era perfeito. (vamos ver se aplicável para Pelican, ahah). Infelizmente, acho que o PA estava com alguns problemas, pois desde o início que enchia a sala com um ruído bastante irritante, muito evidente durante o concerto de Christian Kjellvander. Mas isso são pormenores...
Katabatic
Estes portugueses fazem parte da nova geração de Post-Rock que está em surgimento na capital. Também estes gravaram na Black Sheep Studios (assim como Linda Martini, Riding Panico, If Lucy Fell, Men Eater, entre outros) recentemente e apresentam uma sonoridade muito ambiental - talvez demais - e claras influências de Sigur Rós e God is an Astronaut. O concerto não foi muito vivo, pois parecia que a banda se ficava simplesmente pela ambiência, deixando a música um pouco vaga. Apesar de tudo, foi interessante ver o uso do arco de violoncelo na guitarra e alguns instrumentos estranhos noutras alturas. Outro problema que demonstraram foi na ligação entre as músicas, onde demoravam imenso e cortavam logo todo o efeito da música e da ambiência criada, o que não ajudou em nada ao espectáculo. O mais provável é que toda a minha opinião tenha sido influenciada por pequenos pormenores como este, mas que dizem imenso. Katabatic não apresentam nada de novo dentro do Post-Rock, fazem o que gostam e isso vê-se e é importante.
Christian Kjellvander
Também sueco, tem acompanhado os Logh nesta tour. Song Writter e com uma voz extremamente peculiar e interessante. Acompanhado por uma bonita rapariga, com uma voz muito interessante, a sua música, na sua maioria acústica, mostrou-se muito melodiosa e harmoniosa, conseguindo sobrepôr-se ao burburinho que enchia o bar. Burburinho que rapidamente se dissipou, assim que Christian começou a contagiar o público, o que não se mostrou ser difícil para ele, bastate comunicativo, calmo e simpático. Conseguiu deixar toda a gente muito à-vontade com a sua música, principalmente quando explicou a razão que o levou a compôr uma música com o nome de "Portugal" (numa tradução sueco-português ou inglês meio manhosa). As suas composições pareciam simples, mas tinham o essencial para satisfazer uma pessoa calma, e a música de Christian é, acima de tudo, apaziguadora.
Foi interessante ver como, para além da guitarra, conseguiu introduzir bem outros instrumentos nas suas composições, para além da backvocals, sem quebrar o feeling que as enche. E instrumentos como o famoso e mítico Serrote, por exemplo. No fim, fechou com uma música «não-acústica», dando um gosto do que seria o próximo e esperado concerto.
O concerto foi perfeito para o formato da sala, conseguindo dissipar o burburinho que enchia o público. A música, e a sua voz, eram bonitas, calmas e simples, deixando qualquer pessoa bastante feliz com aquele momento. Foi um concerto muito engraçado e uma experiÊncia quase que nova para mim, que já não sabia o que era estar sentado a assistir a um concerto de um Song Writter sem ter de saltar e fazer o pino. O sossego também é música, e Christian Kjellvander conseguiu deixar isso bem claro.
Logh
O momento porque todos os presentes esperavam. Mal subiram ao palco, encheram a sala com o single do último álbum, que, felizmente, resultou muito melhor naquele momento do que quando o ouvi pela primeira vez. Para quem esperava um concerto vazio, os Logh contrariaram essa hipótese com muita classe. Apresentaram-se com os seus 6 elementos em palco, preenchendo muito bem as melodias musicalmente, e todos mostraram ter vontade de estar em palco, vontade de tocar, com uma energia oscilante, establecendo uma ligação forte com as suas músicas. Mattias Friberg, o vocalista, falou pouco, mas falou o essencial, deixando a sua presença falar acima de todas as palavras, assim como o resto da banda; uma presença muito negra e triste, intensificada não só pelas roupas de todos eles (pretas), mas pelas próprias letras, muito obscuras e depressivas. No entanto, deixou-nos a todos com um sorriso, talvez de ironia.
Na realidade, há poucas palavras para descrever um bom concerto. Fico sempre com a sensação que deixo algo de fora, mas também não quero deixar ninguém com a imagem errada de uma boa simplicidade. Foi um concerto tranquilo nalguns pontos, enérgico noutros; contagiante e equilibrado; uma setlist muito bem ponderada e que resultou na perfeição; presença em palco excelente... e seria muito fácil continuar com esta descrição.
Infelizmente para mim, deixaram Sunset Panorama de parte, tocando apenas uma música, o que é perfeitamente compreensível, visto que estão em tour a promover o mais recente North. Mas nem foi mau, muito pelo contrário: fiquei com uma ideia completamente diferente do trabalho em geral de Logh, que não conhecia tão bem como o penúltimo trabalho.
No final, o encore foi necessário e, mais uma vez, bem gerido. Tocaram 3 músicas (entre elas "Smoke Will Lead You Home") bem trabalhadas, reflectindo o que foi o concerto: muito bom.
A sala de espectáculos era uma novidade para mim. Nunca tinha ao Santiago Alquimista e fiquei agradávelmente surpreendido. Para os concertos que nos esperavam, o formato de bar com música ao vivo era perfeito. (vamos ver se aplicável para Pelican, ahah). Infelizmente, acho que o PA estava com alguns problemas, pois desde o início que enchia a sala com um ruído bastante irritante, muito evidente durante o concerto de Christian Kjellvander. Mas isso são pormenores...
Katabatic
Estes portugueses fazem parte da nova geração de Post-Rock que está em surgimento na capital. Também estes gravaram na Black Sheep Studios (assim como Linda Martini, Riding Panico, If Lucy Fell, Men Eater, entre outros) recentemente e apresentam uma sonoridade muito ambiental - talvez demais - e claras influências de Sigur Rós e God is an Astronaut. O concerto não foi muito vivo, pois parecia que a banda se ficava simplesmente pela ambiência, deixando a música um pouco vaga. Apesar de tudo, foi interessante ver o uso do arco de violoncelo na guitarra e alguns instrumentos estranhos noutras alturas. Outro problema que demonstraram foi na ligação entre as músicas, onde demoravam imenso e cortavam logo todo o efeito da música e da ambiência criada, o que não ajudou em nada ao espectáculo. O mais provável é que toda a minha opinião tenha sido influenciada por pequenos pormenores como este, mas que dizem imenso. Katabatic não apresentam nada de novo dentro do Post-Rock, fazem o que gostam e isso vê-se e é importante.
Christian Kjellvander
Também sueco, tem acompanhado os Logh nesta tour. Song Writter e com uma voz extremamente peculiar e interessante. Acompanhado por uma bonita rapariga, com uma voz muito interessante, a sua música, na sua maioria acústica, mostrou-se muito melodiosa e harmoniosa, conseguindo sobrepôr-se ao burburinho que enchia o bar. Burburinho que rapidamente se dissipou, assim que Christian começou a contagiar o público, o que não se mostrou ser difícil para ele, bastate comunicativo, calmo e simpático. Conseguiu deixar toda a gente muito à-vontade com a sua música, principalmente quando explicou a razão que o levou a compôr uma música com o nome de "Portugal" (numa tradução sueco-português ou inglês meio manhosa). As suas composições pareciam simples, mas tinham o essencial para satisfazer uma pessoa calma, e a música de Christian é, acima de tudo, apaziguadora.
Foi interessante ver como, para além da guitarra, conseguiu introduzir bem outros instrumentos nas suas composições, para além da backvocals, sem quebrar o feeling que as enche. E instrumentos como o famoso e mítico Serrote, por exemplo. No fim, fechou com uma música «não-acústica», dando um gosto do que seria o próximo e esperado concerto.
O concerto foi perfeito para o formato da sala, conseguindo dissipar o burburinho que enchia o público. A música, e a sua voz, eram bonitas, calmas e simples, deixando qualquer pessoa bastante feliz com aquele momento. Foi um concerto muito engraçado e uma experiÊncia quase que nova para mim, que já não sabia o que era estar sentado a assistir a um concerto de um Song Writter sem ter de saltar e fazer o pino. O sossego também é música, e Christian Kjellvander conseguiu deixar isso bem claro.
Logh
O momento porque todos os presentes esperavam. Mal subiram ao palco, encheram a sala com o single do último álbum, que, felizmente, resultou muito melhor naquele momento do que quando o ouvi pela primeira vez. Para quem esperava um concerto vazio, os Logh contrariaram essa hipótese com muita classe. Apresentaram-se com os seus 6 elementos em palco, preenchendo muito bem as melodias musicalmente, e todos mostraram ter vontade de estar em palco, vontade de tocar, com uma energia oscilante, establecendo uma ligação forte com as suas músicas. Mattias Friberg, o vocalista, falou pouco, mas falou o essencial, deixando a sua presença falar acima de todas as palavras, assim como o resto da banda; uma presença muito negra e triste, intensificada não só pelas roupas de todos eles (pretas), mas pelas próprias letras, muito obscuras e depressivas. No entanto, deixou-nos a todos com um sorriso, talvez de ironia.
Na realidade, há poucas palavras para descrever um bom concerto. Fico sempre com a sensação que deixo algo de fora, mas também não quero deixar ninguém com a imagem errada de uma boa simplicidade. Foi um concerto tranquilo nalguns pontos, enérgico noutros; contagiante e equilibrado; uma setlist muito bem ponderada e que resultou na perfeição; presença em palco excelente... e seria muito fácil continuar com esta descrição.
Infelizmente para mim, deixaram Sunset Panorama de parte, tocando apenas uma música, o que é perfeitamente compreensível, visto que estão em tour a promover o mais recente North. Mas nem foi mau, muito pelo contrário: fiquei com uma ideia completamente diferente do trabalho em geral de Logh, que não conhecia tão bem como o penúltimo trabalho.
No final, o encore foi necessário e, mais uma vez, bem gerido. Tocaram 3 músicas (entre elas "Smoke Will Lead You Home") bem trabalhadas, reflectindo o que foi o concerto: muito bom.
1 comentário:
Anexo nº1:
o teclas parecia o Jack Bauer
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