Tentativa de mostrar as intermináveis filas...
Como já referi, o concerto de Mastodon foi “boicotado”, mas eu tive a sorte de apanhar as duas ultimas músicas. Só fiquei ainda mais frustrado por não ter visto o concerto no seu todo. Mastodon – cujos álbuns são obras que eu respeito imensamente pelo trabalho técnico da banda, quer individualmente, quer em conjunto – surpreendeu-me, pois o concerto mostrou-se extremamente vivo. Algo que não era de esperar, tendo em conta que as músicas são extremamente técnicas e muito trabalhadas, podia tornar o concerto bastante enfadonho e tal não aconteceu. Muito pelo contrário, não só a banda me pareceu muito enérgica e animada, como as músicas bastante melhores ao vivo do que eu esperava. O som estava imensamente bom – outra surpresa – , som que nem estava preparado para eles e que tinha como principal obstáculo o espaço (tão conhecido pela má acústica) e a própria sonoridade da banda, cheia de distorções.
Depois vem a eterna espera que precede cada concerto de Tool. Por hábito, culpa-se sempre Maynard James Keenan, o vocalista da banda, que é conhecido pelo seu feitio de perfeita rock-star, mas toda a banda é extremamente perfeccionista e isso reflecte-se claramente nos concertos, todos muito bem programados. Cada música, cada minuto, cada segundo todo sincronizado com os próprios contratempos, tão característicos na musicalidade dos missionários do prog-metal actual. Por regra, nada falha num concerto de Tool. Este não foi excepção.
Entram Danny Carey, o senhor baterista, Adam Jones, o senhor guitarrista, e Justin Chancellor, o senhor baixista. Maynard demorou-se na entrada.
Começa Stinkfist. Toda a audiência sabia as letras, e menos não seria de esperar. O pavilhão Atlântico, bastante cheio, mas não completamente, fazia-se ouvir, quase se sobrepondo aos próprios instrumentos. Um início mais brutal ou violento era impossível; foi um início perfeito para o concerto que se avizinhava.
Seguiu-se The Pot, do novo álbum, 10.000 Days, precedida de um alegre “Goodnight Portugal” do vocalista, que, mais uma vez foi entoada em uníssono pela audiência. Maynard ajudou ao espectáculo permitindo o sing-along e criando um grande compasso de espera até que se retomasse a música, criando um grande ímpeto. Mais uma vez, há que referir a grande propriedade de tudo estar programado e ensaiado ao milímetro num concerto de Tool: o baixo entrou, em grande força (e com um grande ovação), precisamente ao mesmo tempo que a voz – e não se esperava menos que isso.
Depois, veio Forty Six & 2, outro dos grandes clássicos da banda. O solo de bateria de Danny Carey, que no álbum soa incrivelmente genial, ao vivo soa ainda melhor, porque realmente o senhor mostra que sabe tocar, e muito. Contratempo seguido de contratempo em contratempo com o anterior contratempo… é a única forma que encontro de descrever o que acontece naqueles últimos 2 estonteantes minutos de música.
Jambi veio fazer perdurar todo aquele sentimento até a um interlúdio repleto de ambiências negras: era a vez de Schism, muitíssimo aclamada por toda a gente. Com um baixo no mínimo característico e em grande destaque.
Entretanto, a setlist mostrou um pequeno boicote, e o concerto perdeu bastante todo o poder que tinha sido cultivado pela banda até então, caindo mais na técnica, com a banda a abusar dos efeitos (todos excelentes, sem qualquer dúvida) dos seus instrumentos. Mas há um merecido destaque para os efeitos de luzes, que estavam, no mínimo, muito bons e sempre sincronizados com as características imagens que passam nos ecrãs do palco. Desde lazers, aos típicos holofotes, ainda com projectores ascendentes e descendentes e mesmo a imagem do 10.000 Days bem acima dos ecrãs… tudo muito bem estudado.
Fizeram, então, a pausa mais interessante a que já assisti: uma pequena reunião de grupo no centro do palco, em que picaram um bom bocado os fãs, fazendo-os cantar, levantar isqueiros e telemóveis…
Lateralus marcou o retomar do concerto, seguida de um estranho discurso sobre uma tarde de sol, em pleno o verão,
Vicarious e Aenima acabaram, então, o concerto de em grande força, com ovações incessáveis e ensurdecedoras. O público pedia o encore, mas os Tool já deixaram de os fazer.
O concerto foi bastante longo para as 10 músicas tocadas, o normal para um concerto de Tool. Apesar da produção do concerto estar mais trabalhada, no SBSR a banda teve uma setlist ligeiramente diferente e que na altura me entrou bastante melhor; mas festival é festival, não é sequer uma boa medida de comparação.
6 comentários:
agora... o Maynard prometeu um regresso. talvez seja desta que eles trazem os Isis cá.
e parece que os Mastodon pretendem regressar!!!! :D ou seja, banda de abertura são os Neurosis (como tem sido) :D
ah!, e estar ao lado do Darklord senhor António Freitas foi um momento interessante.
Ó meu coninhas... da próxima que eles cá vierem não falho
ah pois é! só para ouvir o chancellor outra vez, vou contigo! ;)
Da proxima que eles cá vierem vamos todos. Eu tenho que ouvir aquele baixo ao vivo!!!
:D
se eles trouxerem isis...!!!
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