terça-feira, novembro 07, 2006

Tool + Mastodon @ Pavilhão Atlântico

Antes de adiantar seja o que for sobre o concerto, deixo uma forte critica à organização do evento que fez mais de metade do público perder grande parte da actuação de Mastodon ou mesmo a totalidade desta. Para além da abertura das portas ter sido imensamente tardia, as filas, por causa das excessivas revistas realizadas pela segurança (com uma muito grande possibilidade de ter sido exigida pelos Tool), não avançavam, pura e simplesmente.

Tentativa de mostrar as intermináveis filas...


Como já referi, o concerto de Mastodon foi “boicotado”, mas eu tive a sorte de apanhar as duas ultimas músicas. Só fiquei ainda mais frustrado por não ter visto o concerto no seu todo. Mastodon – cujos álbuns são obras que eu respeito imensamente pelo trabalho técnico da banda, quer individualmente, quer em conjunto – surpreendeu-me, pois o concerto mostrou-se extremamente vivo. Algo que não era de esperar, tendo em conta que as músicas são extremamente técnicas e muito trabalhadas, podia tornar o concerto bastante enfadonho e tal não aconteceu. Muito pelo contrário, não só a banda me pareceu muito enérgica e animada, como as músicas bastante melhores ao vivo do que eu esperava. O som estava imensamente bom – outra surpresa – , som que nem estava preparado para eles e que tinha como principal obstáculo o espaço (tão conhecido pela má acústica) e a própria sonoridade da banda, cheia de distorções.

Depois vem a eterna espera que precede cada concerto de Tool. Por hábito, culpa-se sempre Maynard James Keenan, o vocalista da banda, que é conhecido pelo seu feitio de perfeita rock-star, mas toda a banda é extremamente perfeccionista e isso reflecte-se claramente nos concertos, todos muito bem programados. Cada música, cada minuto, cada segundo todo sincronizado com os próprios contratempos, tão característicos na musicalidade dos missionários do prog-metal actual. Por regra, nada falha num concerto de Tool. Este não foi excepção.

Entram Danny Carey, o senhor baterista, Adam Jones, o senhor guitarrista, e Justin Chancellor, o senhor baixista. Maynard demorou-se na entrada.
Começa Stinkfist. Toda a audiência sabia as letras, e menos não seria de esperar. O pavilhão Atlântico, bastante cheio, mas não completamente, fazia-se ouvir, quase se sobrepondo aos próprios instrumentos. Um início mais brutal ou violento era impossível; foi um início perfeito para o concerto que se avizinhava.

Seguiu-se The Pot, do novo álbum, 10.000 Days, precedida de um alegre “Goodnight Portugal” do vocalista, que, mais uma vez foi entoada em uníssono pela audiência. Maynard ajudou ao espectáculo permitindo o sing-along e criando um grande compasso de espera até que se retomasse a música, criando um grande ímpeto. Mais uma vez, há que referir a grande propriedade de tudo estar programado e ensaiado ao milímetro num concerto de Tool: o baixo entrou, em grande força (e com um grande ovação), precisamente ao mesmo tempo que a voz – e não se esperava menos que isso.
Depois, veio Forty Six & 2, outro dos grandes clássicos da banda. O solo de bateria de Danny Carey, que no álbum soa incrivelmente genial, ao vivo soa ainda melhor, porque realmente o senhor mostra que sabe tocar, e muito. Contratempo seguido de contratempo em contratempo com o anterior contratempo… é a única forma que encontro de descrever o que acontece naqueles últimos 2 estonteantes minutos de música.

Jambi veio fazer perdurar todo aquele sentimento até a um interlúdio repleto de ambiências negras: era a vez de Schism, muitíssimo aclamada por toda a gente. Com um baixo no mínimo característico e em grande destaque.
Entretanto, a setlist mostrou um pequeno boicote, e o concerto perdeu bastante todo o poder que tinha sido cultivado pela banda até então, caindo mais na técnica, com a banda a abusar dos efeitos (todos excelentes, sem qualquer dúvida) dos seus instrumentos. Mas há um merecido destaque para os efeitos de luzes, que estavam, no mínimo, muito bons e sempre sincronizados com as características imagens que passam nos ecrãs do palco. Desde lazers, aos típicos holofotes, ainda com projectores ascendentes e descendentes e mesmo a imagem do 10.000 Days bem acima dos ecrãs… tudo muito bem estudado.

Fizeram, então, a pausa mais interessante a que já assisti: uma pequena reunião de grupo no centro do palco, em que picaram um bom bocado os fãs, fazendo-os cantar, levantar isqueiros e telemóveis…
Lateralus marcou o retomar do concerto, seguida de um estranho discurso sobre uma tarde de sol, em pleno o verão, em que Maynard mostrou a boa disposição com que estava.
Vicarious e Aenima acabaram, então, o concerto de em grande força, com ovações incessáveis e ensurdecedoras. O público pedia o encore, mas os Tool já deixaram de os fazer.
O concerto foi bastante longo para as 10 músicas tocadas, o normal para um concerto de Tool. Apesar da produção do concerto estar mais trabalhada, no SBSR a banda teve uma setlist ligeiramente diferente e que na altura me entrou bastante melhor; mas festival é festival, não é sequer uma boa medida de comparação.

6 comentários:

André Forte disse...

agora... o Maynard prometeu um regresso. talvez seja desta que eles trazem os Isis cá.
e parece que os Mastodon pretendem regressar!!!! :D ou seja, banda de abertura são os Neurosis (como tem sido) :D

André Forte disse...

ah!, e estar ao lado do Darklord senhor António Freitas foi um momento interessante.

Tiago Martins disse...

Ó meu coninhas... da próxima que eles cá vierem não falho

André Forte disse...

ah pois é! só para ouvir o chancellor outra vez, vou contigo! ;)

João Silva disse...

Da proxima que eles cá vierem vamos todos. Eu tenho que ouvir aquele baixo ao vivo!!!

André Forte disse...

:D
se eles trouxerem isis...!!!