Lisboa acolheu quinta-feira 26 de Outubro, os britânicos Muse num concerto de apresentação do seu novo álbum intitulado “Black Holes And Revelations”.
Poet In Process
A abertura do concerto ficou a cargo dos espanhóis Poet In Process, oriundos de Barcelona, cuja escolha se perpetuou para a abertura de outros 5 concertos da banda inglesa na actual tournée. O quarteto espanhol ficou desde o início bastante limitado, devido ao escasso palco a que teve direito, uma vez que o restante palco estava interdito por um pano negro, encobrindo o palco que os Muse tinham preparado para este concerto. Desde cedo que os Poet In Process não foram muito bem recebidos pelo público português, que estava impaciente para ver o concerto que o trio britânico tinha preparado. Apesar do público difícil, os Poet In Process conseguiram tocar um concerto mais ou menos coeso, não obstante a reacção que estavam a obter dos espectadores. Isto deveu-se em grande parte à energia e sensualidade em palco da vocalista Lynne Martí, que se destacava na banda pelo seu carisma. Quanto à qualidade dos temas apresentados, Poet In Process revelaram-se fraquíssimos, especialmente na clara falta de talento e entusiasmo de todos os membros da banda, à excepção da vocalista. O público viu os hispânicos partir da mesma forma que os viu a entrar: com indiferença e desdém.
Muse
Com mais um álbum na bagagem, os rapazes de Teignmouth apareciam desta vez em Portugal com uma panóplia de temas mais alargada, mas, estando incluído na tournée do novo álbum, o concerto iria incidir mais nos temas do novo álbum.
Após a partida dos Poet In Process, passaram-se cerca de trinta minutos, que se revelaram exasperantes para os fãs mais ávidos. Tudo o que se passava por detrás do pano negro era um mistério para aqueles que aguardavam impacientemente o aparecimento da banda inglesa. Assim que o pano negro desceu, a curiosidade e estupefacção estampou-se em todos os rostos presentes no Campo Pequeno. O palco arrojado levou algum tempo a ser totalmente assimilado pelo público, que o perscrutava de uma ponta à outra, à procura de alguma coisa que tivesse escapado até ao olho mais atento. No background, um painel de luzes gigante. À esquerda, uma pirâmide octogonal invertida também ela revestida por um painel de luzes.
Abrindo com um tema que em 2004 era apenas um interlúdio de piano usado em concertos (Take A Bow), os Muse estavam incompletos: pisavam o palco apenas o frontman Matt Bellamy e o baixista Chris Wolstenholme, que eram os únicos membros necessários para tocar o início do tema de abertura. No entanto, segundos antes da música atingir o clímax, Bellamy, iluminado por múltiplos holofotes, saudou o público com o seu tradicional braço estendido para o infinito e a estranha pirâmide elevou-se no ar, ficando à mostra o que se encontrava escondido no seu interior: o baterista Dominic Howard, que acompanhou a banda a partir daqui, fazendo deste um dos pontos altos do concerto. A partir deste momento, o concerto fluiu de uma forma natural e harmoniosa, encaixando todas as músicas da melhor forma, intercalando, por vezes, com fantásticos improvisos e riffs por parte do talentoso Matthew Bellamy. Exemplo disto foi quando Bellamy brindou o povo português com excelentes performances no sintetizador inserido na sua guitarra.
O trio britânico não fugiu à temática do concerto e fez o que se esperava: uma promoção do seu novo álbum e, portanto, nove dos dezanove temas tocados fazem parte do último trabalho da banda. A actuação dos Muse decorreu sem qualquer tipo de falhas, mostrando o profissionalismo e talento de todos os membros da banda. A comunicação verbal com o público foi escassa, tendo sido Dominic quem falou mais com os fãs, mas Bellamy foi aquele que, com saudações e outros tipos de gestos simbólicos, estabeleceu a comunicação perfeita com o público.
Destacaram-se os singles do novo álbum, Supermassive Black Hole e Starlight, ao som dos quais a plateia enlouqueceu, e também os temas Plug In Baby, Hysteria, Butterflies & Hurricanes, New Born, Time Is Running Out, entoado pela multidão ensurdecedora sobrepondo-se à voz de Bellamy, Muscle Museum (única música do álbum Showbiz tocada no concerto) e Forced In, tocada pela banda de volta da bateria de Dominic enquanto na pirâmide flamejavam labaredas. O encore teve três músicas, fechando o concerto em apoteose com Knights Of Cydonia, que já foi considerada várias vezes pela imprensa britânica como “uma das melhores faixas de sempre para fechar concertos”. Após este tema, os Muse abandonaram o palco prontamente, com a excepção de Dominic, que veio ao microfone principal agradecer, aplaudir e tecer elogios ao público presente no Campo Pequeno.
De louvar foi também toda a cenografia do concerto que, conjuntamente com os temas eximiamente tocados, enalteceu todos os momentos daquela noite, estabelecendo uma combinação perfeita entre a música e o espectáculo visual, elevando o concerto ao nível de um espectáculo audiovisual de alta qualidade. Exemplo disto foram as bolas insufláveis gigantes libertadas para a plateia, que eventualmente rebentavam levando a uma chuva de confettis, e todos os temas mostrados no painel de luzes, com destaque para a chuva de estrelas aquando de Starlight, a dança frenética de robôs ao som de Supermassive Black Hole e as letras gigantes com o refrão de Knights of Cydonia.
De parabéns está também a organização do concerto que fez um trabalho excepcional e a escolha da sala de espectáculos não poderia ter sido melhor: o look vintage do Campo Pequeno encaixou perfeitamente no estilo musical dos Muse, revelando-se um elemento essencial de uma noite perfeita.
Os Muse mostraram que continuam a fazer música com qualidade e a protagonizar espectáculos fantásticos e não apenas meros concertos, deixando indubitáveis marcas na memória dos presentes.
”Link it to the world, link it to yourself…”
Take A Bow
Histerya
Map Of The Problematique + Riff
Butterflies And Hurricanes
New Born
City Of
Plug In Baby
Forced In
Bliss
Apocalypse Please
Hoodoo
Invincible
Supermassive Blackhole
Starlight
Time Is Running Out
Stockholm Syndrome + Riff
Citizen Erased
Knights Of Cydonia
6 comentários:
hm. nao concordo com a aprte da indiferença e desdem do publico emr elaçao aos poet in process.. se bem q uma parte pudesse estar a ignorar a banda por estar impaciente para ver muse, muita da plateia estava a vibrar c os espanholitos :P e tens a certeza de q houve encore? nao me pareceu meeeesmo nada.. o maximo q houve foi um intervalo, va-se la saber pa qê (beber agua, sempre beber agua) :P opa, fora iso concordo bastante com o teu texto - ok q nao achei o concerto tao outsanding assim, mas ok. sao as hormonas. :*
Um encore nem sempre vem por pedido do publico. Os encores a sério a sério, deveriam ser como assim como tu dizes. Mas a verdade é que a maior parte ja são planeados pelo artista antes do início da actuação (a tal pausa para água:P)
http://en.wikipedia.org/wiki/Encore_%28concert%29
"The artists usually perform an encore when the audience requests it by long applause or standing ovations, in order to thank the audience for their appreciation. In most cases, encores have been planned for in advance."
"Some rock or pop bands include their encore as the second half of the concert
o que não é propriamente uma boa coisa.
encore é encore. os planos não fazem espectaculo. o "encore" dos tool resultou da reunião a meio do concerto, no momento em que se sentaram no palco a falar uns com os outros. de seguida o maynard lá disse o tipico "do you want more" e tocaram 3 musicas. estava mais que planeado, mas estes já não se preocupam muito com o conceito de encore.
aliás, o maynard não faz encore :P
ainda assim, prefiro um encore genuino. tem sempre o sabor do feeling! :D
still. foi uma pausa minima na qual eu nao reparei. nem as outras 6888 pessoas q ficaram paradas a olhar pos anoes verdes a arrumarem as coisinhas todas do palco de boca aberta. :P
Para ver mais fotos.
Ir a microcuts.net e seguir o seguinte caminho:
Photos - Live - 2006 - Lisboa,Portugal
aah:D
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