Ontem decorreu mais uma edição dos enfadonhos
Grammys. Quando se lê os jornais e os nossos olhos dão de caras com as capas das revistas, cai-nos na ideia de imediato que os Grammys são o que aparentam ser: uma masturbação do negócio discográfico. A única relação que aqui há com a música é que o primeiro vive do segundo. Seja com macacos de imitação ou com o maior génio musical.
Podia entrar na usual crítica aos principais prémios desta coisa. Alguém acha mesmo que aquela música dos
Coldplay não é igual ao riff do
Satriani? É que ela ganhou o prémio de melhor música...Mas indo onde quero mesmo: ainda há Música com M grande nos Grammys?
Vejamos, há 110 categorias (!!!), muitas delas de coisas bem mais interessantes que desconhecia por completo. E quanto a nomes? Os
Daft Punk ganharam dois prémios destes, sendo a sua qualidade indesmentível.
Frank Zappa também. E os
The Mars Volta. E o terrífico album de
B.B. King também. E para quem gosta de ouvir cinema,
Hans Zimmer e
Peter Gabriel (este último até levou 2). E se nos centrarmos na lista de nomeados, ficamos surpreendidos com
Erykah Baduh (este nem tanto) ou
Nine Inch Nails ou mesmo a banda sonora do
Sweeney Todd. E será
Gilberto Gil um mau exemplo? Ou
David Gilmour?
E agora o que me chateia: porque é que todos estes nomes ficam presos em categorias menores ou de género musical? Todos nós sabemos a resposta. Mas acaba por ser um bocado como o futebol em Portugal. Toda a gente sabe ou desconfia o que se passa, mas ninguém faz nada e cria-se um desinteresse que demora muito tempo a curar. E tudo se torna numa fachada que enriquece. Mas não quem deve. Por muito que se diga que não se quer saber disto e que ninguém liga nenhuma, não vos chateia os
Coldplay ganharem, onde quer que seja, a Melhor Canção do Ano?
Notas finais: porque um melhor album ou canção Gospel e não Post-Rock ou Prog? Mas a sério, é que há um prémio para o melhor album tropical latino...
E sabiam que
Barack Obama já tem no seu curriculo 2 Grammys?