Com alguma pena minha, perdi as primeiras 3 actuações (Primitive Reason, DaPunkSportif e Alice In Chains – este ultimo em parte, apenas). Mas suponho que a perda não foi significativa, tendo em conta, principalmente, o que vi do concerto de Alice In Chains, que me pareceu um concerto mais para os fans e pouco cativante, e tendo em conta, também, os concertos que se seguiram, dos quais eu vou falar numa ordem cronológica.
If Lucy Fell, com o seu Post-Hardcore, demonstraram atitude em palco – principalmente por parte do vocalista – e uma grande energia. É o que chamo de um “bom começo” (que ainda era de dia). O baterista – sobre o qual não me vou estender muito, visto que já falei dele, num post dedicado a uma outra banda a que pertence, os Linda Martini – demonstrou-se, como já esperava, grande; sendo If Lucy Fell uma banda muito técnica, ele provou que tem estofo e técnica para a aguentar com alguma facilidade.
Os Deftones deram um bom concerto. O baterista, de início, cometeu alguns pequenos grandes erros, e a voz do Chino Moreno não estava muito fiel ao que os cds nos habituaram. O concerto em si foi um pouco monótono, sem grandes altos, mas sem nenhum baixo. As músicas mais conhecidas acabaram por mover o publico, que, maioritariamente, conhecia bem a banda – fiquei com pena de não haver mais um refrão na Passenger. Durante a Hexagram, Chino Moreno Decidiu saltar para as grades e interagir com o público, o momento alto do concerto.
X-Wife, com um som de excelente qualidade, puseram todo o publico a dançar ao som do Electro-Rock a que nos habituram a ouvir nas rádios. Este foi um dos concertos que infelizmente só duraram 20 minutos, que pouco fica para adiantar. Espero poder ver um concerto completo e decente deles (e com um background maior da minha parte).
Os Placebo, foram para mim, a grande surpresa da noite. Uma banda que até então me deixava apreensivo, conquistou-me com o profissionalismo e com o excelente concerto que deram, que foi, indubitavelmente, o melhor da noite (farei a distinção entre “concerto” e “espectáculo” de seguida). depois do que vi deles, sinto-me na obrigação de afirmar que os Placebo são uma das bandas mais competentes do rock que se faz actualmente a nivel mundial. O pouco que interagiram com o publico foi mais que suficiente: não tirou a vontade de saltar que toda a gente tinha e colocou-nos o sorriso de quem reconhece a palavra “obrigado”, o que reflectiu o seu profissionalismo, visto que fizeram o que tinham de fazer com muita emoção e com gosto. Foram, também, a única banda com direito a um Encore – e que grande Encore. Foi um concerto electrizante, cativante, mas acabou, infelizmente.
The Vicious Five, com as suas músicas “dos putos para os putos”, contagiaram o publico com o seu enérgico Punk-Rock, tendo mesmo direito a alguns Stage Dives. O vocalista tem uns diálogos originais e irreverentes, como quem “pica”, procurando um pouco da fúria de toda a gente, uma fúria que também eles têm e expressam de forma alegre, através do Rock eléctrico e super dançável. Outro banda da qual espero ver mais do que 20 minutos.
Ora, chegamos ao melhor da noite: Tool. A banda deu um concerto infernal, simplesmente, proporcionando um espectáculo incrível. Espectáculo e não concerto, pois todo ele foi programado ao mais ínfimo e pequeno pormenor; cada batida de bateria, cada riff de guitarra e baixo, sempre acompanhado com filmes bem escolhidos, que ajudavam à ambiência que a própria musica, por si só, criava. Um concerto de emoções negras e de um peso emocional incomensuráveis, que foi apoiado pelo bom humor do vocalista Maynard James Keenan, que é conhecido pelo seu carácter de “rock-star” extramente egocêntrica; falou imenso, tendo mesmo começado o concerto com umas palavras em português, que prometeram logo algo em grande. O baterista, Danny Carey, não desiludiu ninguém, mostrando que é um dos melhores bateristas actuais, fazendo mesmo um pouco de música sozinho, apenas ele e a sua bateria. Os Tool confirmaram a sua genialidade, não só com este grande espectáculo, mas também com o seu último álbum, “10 000 Days”, 5 anos depois de Lateralus, sempre muito fiel ao estilo a que nos têm vindo a habituar, que está, musicalmente, muito bom, e com umas letras mais criticas quanto à sociedade/humanidade.