Não há muitas palavras que consigam descrever Given to the Rising; o álbum está sufocante, intenso e muito forte, sempre com o peso característico de Neurosis. É uma obra-prima, definitivamente.
sábado, maio 26, 2007
Given to the Rising, Neurosis
Não há muitas palavras que consigam descrever Given to the Rising; o álbum está sufocante, intenso e muito forte, sempre com o peso característico de Neurosis. É uma obra-prima, definitivamente.
From Monument to Masses
Não podia estar mais enganado, felizmente.
From Monument to Masses é muito bom! Têm uma sonoridade tipicamente Post-Rock, admito, mas dão-lhe um carácter muito próprio, com influências muito Punk/Hardcore, visível, principalmente, na da carga crítica e política que as letras têm, e na própria energia que a música tem. Desde sustentarem as suas letras com citações de Noam Chomsky e discursos do genialíssimo Jorge Arbusto filho, mostram um lado consciencioso na sua música, e não somente melodioso (que também é, muito).
Estou alegremente triste com a descoberta: demorei muito para chegar lá, mas cheguei.
sábado, maio 19, 2007
Festa dos Blocos
Indo ao que interessa. Chegámos cedinho ao grandioso Coliseu e, após termos tratado do chop-chop, fomos acampar, mesmo ali à porta (É que isto de ser fã tem que se lhe diga! Asseguro-vos. Foram 10 penosos minutos, ali, sentado num canteiro de uma sebe ranhosa que me picava o rabo de maneira veemente) .
Os D3o abriram a rasgar e deram um concerto a mostrar quem manda. Tony Fortuna fez o seu habitual topless e lá fomos rocalhando durante uns agradáveis minutos. Porém, aquele que podia ser um concerto muitíssimo bom, revelou-se algo mortiço. O pessoal, algo enconado, entrou numa de politicamente correcto e aquelas quebras de ritmo desorientaram o pessoal que ficou com medo de começar a dançar no vazio.
Quando vieram os reis da noite tudo mudou. O pessoal, que se vinha chegando todo à frente como se quisesse ir para de cima do palco, começou a entrar em ebulição e, ao ritmo da Song for Clay, começou aos baldões, procedendo-se assim à filtragem do pessoal que realmente queria andar aos pinotes e do pessoal que queria ver o espetáculo em paz. Foi durinho. Aquele calor sufocante ia dando cabo de mim. Mas vá, com sacrifício lá se aguentou e, com o tempo, lá me fui ambientando.
De realçar como sou fixe: fiz o único crowd surfing bem sucedido que vi e andei em tronco nu. Ok, admito. Tirei a t-shirt porque estava a hiper-ventilar. Não foi uma questão de estilo...
Queria só dar um abraço ao gajo que ajudei a subir para me tentar imitar (lá está, só podia...) e que se mandou para um sítio vazio, caindo redondinho no chão, protagonizando o malho da noite.
Jeff Buckley
Melodias bonitas, fortes, alegres, tristes... todas elas com a carga melancólica de uma vida desgastada caracterizam este talento marcado pela morte aos 25 anos. Não fica aquela questão Como seria se ele tivesse vivido? Não teria tanto para dar? A realidade é que o esquecimento já tinha sido posto de lado em 1994. Quem é que não conhece a famosissíma Hallelujah, música de mil e um momentos, filmes, séries de televisão, etc?
Deixo na memória deste espaço o que não é para ser esquecido:
Jeff Buckley - Last Goodbye
sábado, maio 12, 2007
"a pirataria financia o terrorismo"
Não vou tecer mais comentários à afirmação de Tozé Brito.
Logh @ Santiago Alquimista
A sala de espectáculos era uma novidade para mim. Nunca tinha ao Santiago Alquimista e fiquei agradávelmente surpreendido. Para os concertos que nos esperavam, o formato de bar com música ao vivo era perfeito. (vamos ver se aplicável para Pelican, ahah). Infelizmente, acho que o PA estava com alguns problemas, pois desde o início que enchia a sala com um ruído bastante irritante, muito evidente durante o concerto de Christian Kjellvander. Mas isso são pormenores...
Katabatic
Estes portugueses fazem parte da nova geração de Post-Rock que está em surgimento na capital. Também estes gravaram na Black Sheep Studios (assim como Linda Martini, Riding Panico, If Lucy Fell, Men Eater, entre outros) recentemente e apresentam uma sonoridade muito ambiental - talvez demais - e claras influências de Sigur Rós e God is an Astronaut. O concerto não foi muito vivo, pois parecia que a banda se ficava simplesmente pela ambiência, deixando a música um pouco vaga. Apesar de tudo, foi interessante ver o uso do arco de violoncelo na guitarra e alguns instrumentos estranhos noutras alturas. Outro problema que demonstraram foi na ligação entre as músicas, onde demoravam imenso e cortavam logo todo o efeito da música e da ambiência criada, o que não ajudou em nada ao espectáculo. O mais provável é que toda a minha opinião tenha sido influenciada por pequenos pormenores como este, mas que dizem imenso. Katabatic não apresentam nada de novo dentro do Post-Rock, fazem o que gostam e isso vê-se e é importante.
Christian Kjellvander
Também sueco, tem acompanhado os Logh nesta tour. Song Writter e com uma voz extremamente peculiar e interessante. Acompanhado por uma bonita rapariga, com uma voz muito interessante, a sua música, na sua maioria acústica, mostrou-se muito melodiosa e harmoniosa, conseguindo sobrepôr-se ao burburinho que enchia o bar. Burburinho que rapidamente se dissipou, assim que Christian começou a contagiar o público, o que não se mostrou ser difícil para ele, bastate comunicativo, calmo e simpático. Conseguiu deixar toda a gente muito à-vontade com a sua música, principalmente quando explicou a razão que o levou a compôr uma música com o nome de "Portugal" (numa tradução sueco-português ou inglês meio manhosa). As suas composições pareciam simples, mas tinham o essencial para satisfazer uma pessoa calma, e a música de Christian é, acima de tudo, apaziguadora.
Foi interessante ver como, para além da guitarra, conseguiu introduzir bem outros instrumentos nas suas composições, para além da backvocals, sem quebrar o feeling que as enche. E instrumentos como o famoso e mítico Serrote, por exemplo. No fim, fechou com uma música «não-acústica», dando um gosto do que seria o próximo e esperado concerto.
O concerto foi perfeito para o formato da sala, conseguindo dissipar o burburinho que enchia o público. A música, e a sua voz, eram bonitas, calmas e simples, deixando qualquer pessoa bastante feliz com aquele momento. Foi um concerto muito engraçado e uma experiÊncia quase que nova para mim, que já não sabia o que era estar sentado a assistir a um concerto de um Song Writter sem ter de saltar e fazer o pino. O sossego também é música, e Christian Kjellvander conseguiu deixar isso bem claro.
Logh
O momento porque todos os presentes esperavam. Mal subiram ao palco, encheram a sala com o single do último álbum, que, felizmente, resultou muito melhor naquele momento do que quando o ouvi pela primeira vez. Para quem esperava um concerto vazio, os Logh contrariaram essa hipótese com muita classe. Apresentaram-se com os seus 6 elementos em palco, preenchendo muito bem as melodias musicalmente, e todos mostraram ter vontade de estar em palco, vontade de tocar, com uma energia oscilante, establecendo uma ligação forte com as suas músicas. Mattias Friberg, o vocalista, falou pouco, mas falou o essencial, deixando a sua presença falar acima de todas as palavras, assim como o resto da banda; uma presença muito negra e triste, intensificada não só pelas roupas de todos eles (pretas), mas pelas próprias letras, muito obscuras e depressivas. No entanto, deixou-nos a todos com um sorriso, talvez de ironia.
Na realidade, há poucas palavras para descrever um bom concerto. Fico sempre com a sensação que deixo algo de fora, mas também não quero deixar ninguém com a imagem errada de uma boa simplicidade. Foi um concerto tranquilo nalguns pontos, enérgico noutros; contagiante e equilibrado; uma setlist muito bem ponderada e que resultou na perfeição; presença em palco excelente... e seria muito fácil continuar com esta descrição.
Infelizmente para mim, deixaram Sunset Panorama de parte, tocando apenas uma música, o que é perfeitamente compreensível, visto que estão em tour a promover o mais recente North. Mas nem foi mau, muito pelo contrário: fiquei com uma ideia completamente diferente do trabalho em geral de Logh, que não conhecia tão bem como o penúltimo trabalho.
No final, o encore foi necessário e, mais uma vez, bem gerido. Tocaram 3 músicas (entre elas "Smoke Will Lead You Home") bem trabalhadas, reflectindo o que foi o concerto: muito bom.
quarta-feira, maio 09, 2007
The Vicious Five + Linda Martini @ Queimodromo
Como não podia deixar de ser, e como já referi anteriormente, eu marquei presença nestes concertos. Infelizmente, não estava nas melhores condições para tirar fotografias ou tomar nota das músicas tocadas – fui arrastado várias vezes para o mosh pit que se gerou mesmo ao meu lado – e, por isso, não vou brindar ninguém com imagens bonitas dos concertos ou setlists chorosas (pelo menos até as arranjar). Claro que o som não estava o melhor – afinal, não eram cabeças de cartaz, convinha terem um som pior que Xutos e Pontapés para não deixar ninguém envergonhado – e o público não era o mais fácil, visto que toda a gente esperava ouvir as músicas cujas letras toda a gente conhece, mas eles chegaram, viram e tocaram o que tinham a tocar da melhor maneira que se pode imaginar, conseguindo mesmo, tanto The Vicious Five como Linda Martini, arrebatar alguns fãs aos Xutos.
The Vicious Five
Vieram novamente a Coimbra com a energia toda. Sempre irreverentes, puseram os ainda poucos – mas cada vez mais, gradualmente – espectadores a dançar, a saltar, ou simplesmente aos empurrões solidários. Apresentaram uma música nova, sempre rock, sempre enérgico; nada de novo, portanto. Tocaram os singles de Up On The Walls, mostrando uma onda mais de dar ao público o que querem, ao invés de entrarem numa de promoção do álbum, num pedido de socorro para que consumam os belos CDs. Quim (ou CALIPO, segundo o Myspace), o vocalista, está cada vez mais eloquente nos seus discursos e apelos à revolta e revolução, assumindo desta vez uma posição muito crítica em relação à escola e ao ensino, mas sempre de forma pertinente, aproveitando o momento de Queima e mostrando o seu sentido de opurtunidade; esteve acima de tudo muito interactivo, o que ajudou imenso ao concerto e levou à adesão de muitos dos que não estavam presentes para ver The Vicious Five.
O concerto foi muito enérgico, mas eu já tive o prazer de ver melhor deles. Mas isso não significa nada, até porque o território da Queima das Fitas, num concerto de abertura dos Xutos não facilita em nada a situação. Acima de tudo, acho que The Vicious Five estão de parabéns pelo o crescimento que têm demonstrado.
Linda Martini
Vindos de Queluz, vieram dar o seu primeiro concerto a Coimbra, visto que só tinham showcases no seu reportório da cidade. Começaram logo com “Este Mar”, envolvendo logo o público pré-disposto ao seu som; nenhumas palavras para começar, apenas música. De seguida, após uma curta e sóbria «identificação», tocaram “Amor Combate”: era óbvio que tinham preparado um concerto muito enérgico e a setlist mostrou-se, desde logo, prova disso. Sendo o primeiro single da banda e a música que os chutou para um mercado mais mainstream, a “Amor Combate” é a música que é mais facilmente aceite pelo público em geral, e na Queima não foi diferente, nas primeiras filas cantava-se a letra bem alto. A partir daqui, o concerto foi simplesmente brutal. Desde mosh a momentos mais ambientais e envolventes, a actuação de Linda Martini foi o momento alto da noite, e a banda mostrou-se capaz de aguentar isso, apresentando-se com uma atitude de palco cada vez melhor e mais espontânea (pobres Xutos e Pontapés, nunca hão-de conseguir dar concertos assim. Tive pena deles…), apesar de muito introspectiva, não deixou de ser contagiante. Para além das já referidas, tocaram ainda “Efémera”, “Dá-me a tua melhor faca”, “Estuque”, “Cronófago”, “Lição de voo nº1” e fecharam com “A Severa (ver de perto)”. Esta última é outra música que merece destaque: assim como “Este Mar” é um início perfeito para o que os Linda Martini têm para mostrar, a última faixa do Olhos de mongol é simplesmente a desfecho que um concerto deles pede. Começa calma, mas cedo começa a crescer e não tarda o momento em que sufoca com um balanço, uma energia e um ambiente incrível.
Vieram de Queluz até a Coimbra para mostrar que não esqueceram o EP – felizmente, que eu já estava a começar a acreditar que esse grande trabalho já tinha se tinha perdido no grande Olhos de mongol – e para mostrar que, mesmo que não cresçam mais nos meios comerciais, têm imenso para dar. Aguarda-se o regresso para um concerto com ainda mais tempo – sabe sempre a pouco; fica-se com vontade de mais.
segunda-feira, maio 07, 2007
Hoje...
Sinceramente, não estou muito preocupado. Os Linda Martini já têm anos de estrada e a música deles tem vindo a amadurecer cada vez mais, assim como as suas actuações estão cada vez mais enérgicas e envolventes. Acho que vai ser complicado o público não se deixar arrastar pela onda da banda. Lá estarei para ver.
Não posso deixar de estar entusiasmado com o concerto de The Vicious Five, igualmente esperado (acho que nunca falei de nenhum concerto deles no blog). Igualmente com "estaleca" e estrada, os revolucionários lisboetas andam a cantar cada vez mais forte a diferença.
Os concertos de hoje são, portanto, The Vicious Five e Linda Martini. Depois são os Xutos que vão fazer não sei o quê... é o espirito da Queima das Fitas, não é? Ninguém estará sóbrio, já, toda a gente vai curtir à sua maneira.
terça-feira, maio 01, 2007
Rage Against The Machine
Testify