segunda-feira, maio 31, 2010

O baterista do Cirque du Soleil

O senhor Aaron Harris partilhou isto através do Twitter, portanto tem selo de qualidade geek-dos-ISIS.



Para mim, este suplanta o baterista coreano. Vocês sabem, aquele.

Ja viram o cartaz do Marés Vivas?

O Porto voltou a ficar à frente, no que diz respeito ao indicador mágico preço-qualidade. Por enquanto, a coisa vai em 40€ por três dias de música boa. Pop, mas boa pop — nada contra isso.

No entanto, olhando para o cartaz, não deixo de pensar que está ali algo de errado quando vejo que o David Fonseca vai tocar mais tempo que os dEUS ou tanto quanto os Editors. Não estamos fartos do rapaz?

domingo, maio 30, 2010

O Arizona e a falta de música

Isto é algo que, naturalmente, nos passa ao lado, mas no estado do Arizona, nos US of A, aprovou-se uma lei anti-imigração que permite à polícia perseguir uma pessoa que considere suficientemente suspeita de não ter documentos legais do país. Isto é, qualquer pessoa que, por exemplo, fale castelhano ou, ainda pior, tenha um ar mais sul-americano está queimada. Isto é, com as letras todas, racismo.

Felizmente, isto não é algo que deixe impávidos músicos e artistas conscientes. Zach de la Rocha começou um movimento de boicote ao Arizona, que basicamente leva a que artistas simplesmente deixem aquele estado fora de qualquer actividade cultural — basta que haja artistas a aderir.

Dito pelos situacionistas, lá pelos anos de 60, "a cultura é a mercadoria que justifica todas as outras," isto é, através do consumo cultural criam-se grupos de pessoas autónomas que acabam por tentar levar um estilo de vida autónomo relativamente aos demais. É uma mercadoria importante por se relacionar directamente com a individualidade.

Há, claro, muito mais na cultura, nem que seja o simples facto de ser expressão pura e humana (há algo maior do que isso?). Mas é por reconhecer esta importância, de que falei acima, que ainda deposito tanta esperança na música, nas outras artes, e nos resultados que este protesto pode vir a ter. Será que o povo do Arizona vai reagir ao Sound Strike, se ainda não reagiu à lei racista recentemente aprovada?

Até ver, já há uma lista bem decente de coisas que me deixavam chateado (e solidário, mas acima de tudo chateado) caso isso acontecesse em Portugal:

Cypress Hill
Juanes
Conor Oberst
Los Tigres del Norte
Rage Against the Machine
Cafe Tacvba
Micheal Moore
Kanye West
Calle 13
Joe Satriani
Serj Tankian
Rise Against
Ozomatli
Sabertooth Tiger
Massive Attack
One Day as a Lion
Street Sweeper Social Club
Spank Rock
Sonic Youth
Tenacious D


Escolham os vossos.

sexta-feira, maio 28, 2010

A nova banda do Reznor soa a Ghosts com voz

Não é que isso me chateie. Longe disso, adorei o conceito e as músicas. É dos meus álbuns preferidos de Nine Inch Nails (entre os 6 ou 7 de que gosto mais, este é o 2º ou 3º de que gosto mais)!

A única questão é: a nova música dos How to Destroy Angels, The Believers, pareceu-me uma versão mais limpinha e melhor remisturada da Ghost-III. Será que estou a solo nesta?

quinta-feira, maio 27, 2010

Fala-se de Portugal nas webzines todas de música!

Infelizmente, é devido ao espancamento de malta dos simpáticos No Age por seguranças de um clube nocturno qualquer.

Hoje há mais Rock in Rio.

Vocês sabem, aquele festival em que se paga 60€ para que haja um espaço VIP enorme, zonas comerciais, parques de diversões e pouca música.

Há duas semanas, o Ipsílon teve a classe de descrever algumas bandas que lá vão actuar, mais precisamente os cabeças-de-cartaz do primeiro dia e de hoje. Citando alguns excertos (agora não me recordo dos jornalistas com muitas certezas, mas tenho ideia de que foi o João Bonifácio que escreveu estas pérolas):

"A música da Shakira mistura exotismo nativo com suposta sofisticação pop e a ocasional balada, mas a Shakira-o-ícone é um programa de tonificação muscular, música para aulas de step e respectiva coreografia. A música não importa, importa a barriga mais sexy do mundo não-desenvolvido."

"Quantas vezes foram os Muse comparados a imitadores de Radiohead sem neurónios, que do original retiraram apenas uma noção vaga de 'épico', adulterando-a em favor de priapismo virtuosista acompanhado textos analfabetos sobre o fim do mundo? Não as suficientes."

Bullseye!

quarta-feira, maio 26, 2010

Cá estou eu a desejar que a Joanna Newsom venha a Portugal (porque nem só de metal e matrecada vive a alma)

Ando agora a explorar o novo álbum da harpista mais fofinha que por aí anda (a Joanna Newsom, claro) e, até agora, estou a gostar imenso daquilo.

Suceder ao Ys é uma tarefa difícil, mesmo muito difícil, mas esta senhora parece estar empenhada em mostrar-se brilhante no que toca a fazer música. Arrisco-me a dizer que, de certa forma, o álbum deixou a faceta folk de Newsom em Ys e no seu predecessor, em prol de um lado sinfónico que, em certos aspectos, relembra a fase dourada dos anos 60 e 70 do rock mais progressivo (esta minha comparação rebuscada vai mais direccionada para os arranjos dos Genesis).

Por isso mesmo, despertou-se-me a curiosidade para ver este Have One On Me em concerto. Quão interessante não seria? E não é que ela até vai andar em tourné pela Europa no verão. Coincidência? Eu diria que talvez. Mas vejam por vocês próprios:

05.25.10 - Oslo, Norway - Sentrum Scene
05.27.10 - Helsinki, Finland - House of Culture
05.29.10 - Eindhoven, Netherlands - Muziekcentrum Frits Philips
05.30.10 - Amsterdam, Netherlands - Melkweg
05.31.10 - Paris, France - Grand Halle de la Villette
08.22.10 - Glanusk, Wales - Green Man Festival

Viram aquele festival em Agosto, no País de Gales, viram? É precedido de uma maravilhosa falta de concertos de 15 dias. Duas semaninhas vazias que podiam ser preenchidas por estes lados, eventualmente. Pensem nisso, senhores-que-arranjam-concertos-à-malta-e-organizam-festivais-porreiros (partindo do princípio que lêem aqui o estágio).

sexta-feira, maio 21, 2010

Depois de muita ponderação...

...decidi afirmar que, para mim, o riff de 2009 é dos Altar of Plagues, na Gentian Truth (última faixa do disco). Grande malha!

quinta-feira, maio 20, 2010

Já ouviram o novo dos Rosettas?

Correndo o risco de exagerar imenso com esta afirmação, a audição do Wake/Lift mudou muito a forma como via o metal mais larilas (e não me compreendam mal, nem descontextualizem: é desse metal que eu gosto). Mas vá, para não exagerar, mudaram a forma como via as camadas de delays: voltei a ter esperança de que não seriam para sempre um cliché. Fora isso, é um daqueles álbuns que vou ouvindo e reouvindo com gosto e que ainda me faz curvar a espinha.

A Determinism of Morality caminha para esse lado, também. Parece que muita coisa cresceu ali e confesso que isso me fez confusão nas primeiras audições, mas agora a coisa começa a entranhar-se.

Os Rosetta nunca estiveram com meias medidas, pelo que foi lendo e ouvindo, porque começar a sua carreira discográfica com um álbum duplo quase a tentar seguir as pisadas de uns Neurosis e dos alter-egos Tribes of Neurot (no caso dos Rosetta, em que o primeiro se sobrepõe ao segundo completando-o) é de gente com coragem — mesmo que o resultado não seja o melhor. Para segundo álbum, o Wake/Lift é uma grande chapada na malta toda. E imagino-os a dizer "toma! toma!" quando começaram a ver as reacções à coisa. Só têm de ter orgulho e de reunir uma ainda maior quantidade de coragem para se tentarem ultrapassar.

Eu ainda não o sei dizer, mas será que o conseguiram? Lá moralmente determinados, estão eles.

quarta-feira, maio 19, 2010

Tanta alegria junta há-de fazer mal à vesícula

Andava a passear-me pela Pitchfork Media quando tropeço numa actuação da Janelle Monae, no Letterman, em que a rapariga, com a sua trupe de pessoas felizes, quase me pôs a dançar na cadeira em que me sento agora. Caramba, vejam vocês mesmos que isto alegra qualquer um.

Os Isis acabaram...

A humildade deles é louvável, mas entristece-me. Custou-me ler no blogue da banda que preferem acabar em glória, pois fizeram tudo o que queriam fazer e sentem-se realizado com um projecto de 13 que nunca esperaram levar tão longe.

Já a Decibel o havia dito, que Wavering Radiant podia ser o último álbum. Apresentaram, no entanto, as razões erradas. O orgulho deste quinteto pelo trabalho (tão bem feito) motivou este fim. Eu acho que, sendo eles pessoas tão capazes, tinham mais para dar. Acredito nisso. Espero não estar enganado, mas acho que não saberemos tão cedo.

Obrigado, senhores! Boas memórias levo eu dos dois concertos em Portugal!

terça-feira, maio 18, 2010

Linda Martini na Queima de Coimbra foi bem simpático!

Tive o prazer de rever os Linda Martini a actuar na Queima de Coimbra. Prazer por uma razão sólida: a última memória que guardava de um concerto deles não era a melhor — quase desfazia óptimas memórias dos primeiros concertos que vi deles.

Este redimiu-os. Começaram com as clássicas instrumentais do EP homónimo, foram ao single do Olhos de Mongól e depois ainda atacaram algumas ondas novas, intercalando-as com muita coisinha do álbum de estreia que eu pensei que eles tivessem deixado esquecido (e aqui destaco a mais apunkalhada Amor é não haver polícia).

Aliás, amorosos estão eles, que falam de amor repetidamente das formas menos fofinhas possíveis. Deram-se ao luxo de acabar o concerto a quatro vozes (tantas quanto os actuais membros da banda) declamando "Foder é perto de te amar" até ao silêncio.

No fundo, o concerto mostrou que eles estão cheios de energia e que as músicas novas, por muitas dúvidas que despertem nas versões de estúdio, têm muito que se lhes diga: têm power e a dinâmica de vozes resulta mesmo bem. É bom ver que eles deixaram o Post, ou acrescentaram o prefixo deles ao Post que já lá estava, ou sufixaram o Post-Rock deles de alguma forma estranha. Pelo menos são mais Linda Martini. E pronto, quem gosta, gosta.

Fica aqui, já que estamos nisto, o último single destes meninos:

quinta-feira, maio 06, 2010

Trent Reznor e as coisas novas dele



Esta é uma das músicas do novo EP dos How To Destroy Angels - que é Reznor mais a sua cara metade.

Fica-nos no ouvido o som dos NIN, digamos que num tom Ghosts, com uma voz feminina, que joga muito bem. Vamos ver o tal EP, que sai lá para o Verão.