domingo, junho 29, 2008

Alguém gozou na cara...

Sobre a possibilidade de o Jay-Z actuar no grande Glastonbury, Noel Gallagher, esse ser de extrema humildade e sensatez também conhecido como vocalista da "melhor banda de sempre" - se virmos no dicionário Gallagher-Português, percebemos que é nos Oasis que ele canta -, disse isto: "I'm sorry, but Jay-Z? No chance. Glastonbury has a tradition of guitar music and even when they throw the odd curve ball in on a Sunday night you go 'Kylie Minogue?' I don't know about it. But I'm not having hip-hop at Glastonbury."

É talento natural para a parvoíce... Principalmente porque outrora, quando ele não dizia nada, The Roots, De La Soul e Cypress Hill, bem conhecidos por tocarem o infame Hip Hop, já actuaram no grande festival britânico. Mas o Jay-Z foi lá e respondeu à letra.

Qual foi mesmo a resposta de Jay-Z? Querem saber? Ei-la:


Eu não sou fã do rapaz, ou rapper, nem sequer aprecio as coisinhas dele. Mas admito: ele teve classe!

Ainda assim, merece o prémio "Wonderwall mais mal cantada que já ouvi" (não faz sentido dar o prémio a um ser barroco que goste de karaoke, não é?).

sábado, junho 28, 2008

Cascais Prog cancelado - ou melhor: adiado

A edição deste ano do Cascais Prog foi cancelada por falta de apoios. No entanto, a organização já começou a trabalhar na edição do próximo ano, tendo mesmo adiantado as datas agendadas: o Cascais Prog 2009 irá decorrer no primeiro fim-de-semana de Outubro, mais precisamente nos dias 2, 3, 4 e 5.

O alinhamento das bandas, em 2009, deverá manter-se igual à edição recentemente cancelada.

Para mais informações, visitem o blogue do Cascais Prog.

Update Paredes de Coura

Já se sabe melhor alguns contornos daquilo que vai ser o cartaz deste ano de Paredes de Coura, e aqui ficam as novidades mais recentes:

31 de Julho
Sex Pistols
Mando Diao
X-Wife
Bunnyranch
Palco Burn After-Hours: The Mae Shi

1 de Agosto
Primal Scream
Editors
The Rakes
Two Gallants
The Long Blondes
Palco Burn After-Hours: These New Puritans

2 de Agosto
The Mars Volta
dEUS
The Pigeon Detectives
Wraygunn
Palco Burn After-Hours: Au Revoir Simone

3 de Agosto
Thievery Corporation
Biffy Clyro
Ra Ra Riot
The Lemonheads
Palco Burn After-Hours: Caribou

Com este cartaz já confirmado ficam a faltar apenas 3 bandas para o palco principal, uma para cada dia excepto o dia 1 de Agosto. O Palco After-Hours fica com nomes sonantes, que não destoariam no Palco Principal.
P.S.- visitem o site oficial, e vejam o spot publicitário que deverá andar a correr as televisões portuguesas.

sexta-feira, junho 27, 2008

The Rising Sun Experience

Estamos perante uma banda que não tem editora, não porque não queira, mas sim porque não tem projecção para isso. Para já. Uma banda que tem apenas um concerto agendado para Julho. E no entanto, se passarem no seu myspace, vão ficar tão surpreendidos quanto eu. Resumindo em poucas linhas um som complexo, os The Rising Sun Experience fazem Rock, com progressismos e psicadelismos que se tornam indispensáveis à primeira música. Assumidamente anos 70, dão uma nova cara quando sobem a dureza dos riffs, quando experimentam com a electrónica, ou quando mostram jogo de cintura com momentos mais funk.

Mas ouçam e preparem-se. Vale bem a pena.

quinta-feira, junho 26, 2008

X-Wife e Bunnyranch em Paredes



Para substituir os recém cancelados The Wombats, as duas bandas portuguesas são as mais recentes confirmações para o Festival da praia do Tabuão.

http://www.paredesdecoura.com/programa/

Novo vídeo de Primal Scream



"Can't Go Back" faz parte de Beautiful Future, a ser editado a 21 de Julho.

Biffy Clyro e Ra Ra Riot em Paredes



E é só isso...

Erykah Badu - New Amerykah Part One (4th World War)

Este álbum é aquilo a que se pode chamar de obra-prima. Tudo no sítio, tanto a nível de composição como a nível de mensagem, do conteúdo dela e da forma como é transmitida. A senhora Erykah excedeu-se neste último álbum.

Part One - chamemos-lhe assim, visto que ainda este ano vai circular a Part Two (Return of the Ankh) - está estruturado como uma emição de rádio, e é dessa forma que as músicas e alguns discursos corrosivos alternam de protagonismo, sem qualquer tipo de aviso. Simplesmente, estamos a ouvir música num momento e, mal ela acaba, somos assaltados por uma verdade dura e inevitável. E isto quando não é a própria Erykah a atirar com as suas críticas, fortes e objectivas, através das suas letras, caracterizando partes da sociedade americana que são realmente problemáticas. É um álbum com um objectivo vincado: mostrar a alternativa, a New Amerykah de Erykah Badu (é esse o trocadilho e é essa a verdade que cantora com a afro mais bonita que este blogue já conheceu tenta transmitir). É, por isso, impossível de separar música e ideias neste caso.
Mas mesmo assim, tento a minha sorte: o álbum, musicalmente, está muito bom. Tudo no sítio. Os baixos com o groove da Funk, os sintetizadores com as melodias repetitivas do Hip Hop, os teclados típicos da Gospel, as batidas com o balanço da Soul e a voz bela e única de Badu. É o resultado daquilo que esta cantora representa: uma síntese de géneros que são indissociáveis da cultura afro-americana, tocados com tanto feeling quanto é possível. De tudo isto, tenho mesmo de destacar as vozes, não a de Erykah - essa já se conhece bem -, mas dos seus coros. Estão, acima de tudo, versáteis: tanto fazem simples backvocals como numa música de Soul puro, como são verdadeiros instrumentos, fazendo sons e melodias alternativas às próprias canções, sempre inteligentemente colocados.
Outro pormenor incontornável são as colaborações: 9th Wonder, Madlib, Mike “Chav” Chavarria, Bilal, Ahmir “?uestlove” Thompson, Shafiq Husayn e Omar Rodríguez-López. Alguns menos importantes para estes lados, outros bem marcantes, mas todos juntos, num único álbum, definem uma única verdade - é um álbum arrojado, que junta visões distintas da música e do que se pode fazer com ela, ou com as suas entrelinhas.

New Amerykah Part One
não é só uma visão de uma sociedade problemática e o cartão de entrada para um mundo idealizado por Badu. É um grande álbum de música.

quarta-feira, junho 25, 2008

Trail Of Dead - Novo álbum, nova editora


E com isto não quero dizer que eles tenham mudado de editora. Simplesmente decidiram criar uma deles, a Richter Scale. Infelizmente, essa atitude não é tão boa quanto parece, pois é uma fusão com uma editora do grupo da Universal. Adiante...

A Richter Scale será estreada, precisamente, com a edição do próximo álbum dos cristãos preferidos de muito boa pessoa - que até estiveram no edição de 2007 do Sudoeste -, algo que deve acontecer em meados de Janeiro do próximo ano.

Os ...And You'll Know Us By The Trail Of Dead têm actualizado o seu site com informações através de vídeos, por isso, em caso de curiosidade, basta visitarem o dito cujo.

Conversa pequena...

... Uma expressão tipicamente anglófona e que já tardava na sua aparição neste blogue. Hoje, nestes termos, vamos falar de algo muito importante na vida do festivaleiro: a Meteorologia.

Para os odiáveis seres endinheirados que vão ao Reino Unido, para o mítico e respeitável Glastonbury, entre os quais eu gostava de me encontrar - sendo igualmente odiável, portanto -: ficai descansados que o tempo não vai estar tão mau quanto no ano passado, alguém o disse. Isto é, não vai estar assim...


Mas não se faça a festa prematuramente. Previa-se, há uns tempos, que não chovesse sequer na região de Wimbledon, no entanto o pessoal da meteorologia da BBC lá voltou atrás com as previsões e avisou que vai chover. Por isso: levem galochas, pois a imagem deste ano poderá, ainda, ser a seguinte.


Só mesmo para que fique registado, eu odeio-vos. Obrigado.
Continuando...

O mítico festival britânico arranca já no próximo dia 27. O seu cartaz conta com quase todos os nomes que vão marcar presença nos festivais portugueses e ainda tem alguns extras de suplicar por uma travessia em direcção ao nosso jardim (Battles, Seasick Steve, Manu Chao, British Sea Power, Black Mountain, etc., etc., etc.) e outros tantos que apenas servirão para as horas das refeições para aqueles lados. Ainda assim, um festival para todos os gostos, os bons e os maus.

terça-feira, junho 24, 2008

Sunn 0))) em estúdio

E mais não vale a pena dizer. Cá esperamos.

Novo álbum de Kings Of Leon


Os meninos de Nashville que andaram pela Europa nos próximos dois meses já anunciaram detalhes para o seu quarto álbum.

O sucessor de Because of the Times (2007), gravado na cidade natal dos Kings Of Leon, será editado a 22 de Setembro deste ano. Falta esperar...

segunda-feira, junho 23, 2008

A Música dá prazer, muito prazer

Que o diga a mademoiselle Badu, que o prova nesta interpretação que faz do seu mais recente single, "Honey". Fenomenal:

Erykah Badu - Honey

domingo, junho 22, 2008

The Wombats fora de Paredes

Esta é uma notícia ainda não confirmada, mas já praticamente segura. Os The Wombats não irão actuar no festival minhoto. A notícia começou a ser ventilada há uns dias e agora parece já ser seguro afirmar que podemos estar perante um sindrome Editors - que o ano passado cancelaram a presença no Sudoeste, afirmando mesmo nem sequer terem sido contactados, quando a organização já os dava como confirmados.

A banda está confirmada no site oficial de Paredes de Coura, bem como no site FestivaisPT, mas como se pode ver no MySpace da banda e no site da casa de espectáculos Hi-Fi de Melbourne, já têm concerto marcado no dia 31 de Julho na Austrália.

A Tour Australiana da banda começa no dia 30 de Julho e termina no dia 7, e o último espectáculo em solo europeu é no dia 23 de Julho, e depois apenas a 15 de Agosto.

Sigur Rós vêm ao Campo Pequeno


Os islandeses actuam em Lisboa no dia 11 de Novembro, no contexto de uma tour que servirá para apresentar o mais recente Með suð í eyrum við spilum.
Apesar de já estar em circulação pela Internet, e de ser passível de audição no site oficial da banda, o álbum é oficialmente editado amanhã, segunda-feira 23, em formato formato físico (CD e edição de luxo) e digital.

Para mim, a notícia avançada pela Blitz é algo semelhante a uma dupla frustração: pelo sítio onde actuam, e para apresentar um álbum que tenho gostanto tanto de conhecer quanto aprecio engolir sapos. No entanto, na última tour a passar por Portugal, os Sigur Rós presentearam-me com um dos melhores concertos, mais intensos e dos melhores despoletadores de sentidos, a que já assisiti. Estou num impasse.

Actualização: aiaiai, o impasse está-se a desfazer e eu esto a entrar na onda do álbum. Já não é um sapo, mas uma espécie de morango sem açucar. Vamos ver como corre.

sábado, junho 21, 2008

Imparável, o Josh

No seguimento desse vídeo que tem vindo a circular pela net de todo o mundo, algumas pessoas começaram a questionar (num tom que me parece ser claramente acusatório) se o senhor Homme é homofóbico. Porquê? Pela quantidade de insultos que normalmente se associam, no inglês, à homossexualidade que proferiu em direcção ao atirador de sapatos que ele expulsou do concerto.
Mas ele respondeu, pois respondeu:


Member of the Peanut Gallery:

Some journalists & citizens on the internet & are wondering: Q? Am I a homophobe because I included a slang for gay in with other "acceptable" curse words during a verbal lashing I gave a young concertgoer, after being hit by his shoe, during a show the other day? A= Nope. My gay family & friends, as well as myself, KNOW I am not a homophobe. For years now I've known gay is not a choice; one's skin color doesn't determine one's intelligence level; & red hair doesn't mean you're someone's stepchild. You see, it's not the words, it's their intent. I never said, nor suggested, that being gay is wrong, but apparently, based on your outrage to my flu-infused rant, you do! By that logic... I also told that young whipper snapper I'd have anal sex with him... how can I possibly reconcile these opposing viewpoints? I called him a pussy too. Does it mean I hate our one worlds' collective vagina? I never have been nor intend to be politically correct. That's your cross to bear. To me, that PC world would suck more shit than the porta-potty truck at Glastonbury. Homophobic? I'm in Queens of the Stone Age for crissake... You say, "So. Your band name doesn't prove anything." Maybe not. But it's a helluv a lot more definitive than the logic of some watchdog... (sorry canine-American, canine-European, canine-African, canine-Australian & canine-Asian) moralist, keeping score from pure perfectionville? If your glass house is squeegeed that clean & you need to do something, do what the great philosopher Bill Hicks once suggested: - forgive me-. Or don't. I'm not asking for either, OK? I think you should let both of your cheeks go loose so the stick will drop out. Either way I expect that you'll soon find another injustice from your chair, then roll to your bullhorn & point it out to the rest of us... Because you're so above it all. Or If you'll allow me to translate a wish of mine into your PC lingo:
Will you please go have consensual, sex with yourself.
Pretty please with all natural, carbon offset sugar on top.

Sincerely,
Mr. Missundastood
A.K.A. Joshua, Baby Duck, Jho
Head Choreographer & Do Stuff Corporation's pansexual spokes-thing


Yeah!

Rodrigo Y Gabriela

Venho aqui falar-vos de um duo mexicano que gosto mesmo. Mas são 4:30 da manhã (como podem ver ali em baixo) e o meu objectivo é mais mostrar isto do que falar disto, porque duvido que muito gente que lê o Stage conheça. E mesmo que conheça, aqui vai. Uma senhora e um senhor, os nomes são o título, guitarras acústicas, ritmos latinos, dedilhares frenéticos. E no seu álbum homónimo de 2006 até podem ficar deslumbrados com novas visões - que é como quem diz covers - da Stairway To Heaven e da Orion.

Ouçam-no, vale bem a pena.

sexta-feira, junho 20, 2008

O Primeiro Condenado Português

Foi pela primeira vez condenada em Portugal uma pessoa por pirataria musical. A pena - de 60 a 90 dias de prisão - é pioneira em tribunais portugueses.

O processo foi instaurado pela Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e pela Audiogest.

Para mais informações visitem a notícia na Blitz.

terça-feira, junho 17, 2008

Notícias da Suécia

The (International) Noise Conspiracy andam por aí a dar concertos, a tocar músicas que já tocaram no ano passado, em pleno Alive'07. Isto quer dizer que o álbum já está pronto, gravadinho e prestes a saltitar por aí.

Deixo-vos os vídeos de algumas dessas músicas novas:
"Black September"


"Hiroshima Mon Amour"



Mas para não lhes chamar preguiçosos, deixo aqui uma possível justificação da demora (de quatro anos!!!) destes meninos: o Dennis, vocalista da banda, juntou-se com David Sandström, baterista dos Refused, para fazer uma banda de Hardcore, daquele mesmo oldskool. Ora vejam:
AC4 - "Q: Are You Gonna Bow Down? A: No."

De Novo Masculino?

Será o renascimento do (até aceitável) jornal?

Blitz

EDIT: Afinal não, é só um site novo...

Dá-lhe Josh!

Durante um concerto na Noruega, o frontman dos Queens Of The Stone Age, Josh Homme, fez isto:

sábado, junho 14, 2008

Dixieland, dia 13

Fiz ontem a minha única visita ao festival de Jazz mais cool de Portugal - única pois, como podem ver pelas minhas postagens, tempo é uma coisa que não tenho em abundância. E posso dizer-vos: ser Dixie não é só utilizar chapéus ou suspensórios por cima de uma camisa. Mas eu estou a pensar em adquirir ambos, só para acompanhar o contágio. Falamos de algo realmente electrizante.

A noite começou com os senhores Always Drinking Marching Band, dali de Barcelona. Não marcharam, mas que estavam com uma genica descomunal, estavam. O Jazz deles quase roçava o Funk, com aquele balanço e aquela força tão dançáveis que nos fazem ficar com vontade de dobrar sistematicamente os joelhos, como se estivéssemos a dançar. E foi assim, simpaticamente, durante três músicas com muita geleia (Nota do redactor: Jam no original; há quem lhe chame improviso) à mistura. Até que o simpático catalão diz, no seu espanhol catalónico, que iam ficar mais Dixie e que para isso iriam recorrer à ajuda da nossa diva do Jazz: a extremamente simpática Maria João. E aqui começou a festa a sério. A banda se ficou Dixie, foi nas músicas que tocou e pronto. De resto, o Jazz moda Funk com uma voz verdadeiramente Soul - ainda que ao solar mostrasse que dava para cantar tudo - vingou enquanto em palco estava essa gente. Muito se dançava em palco, enquanto que o público se mostrava renitente em fazê-lo. Os samples de bateria usados pela banda davam uma dinâmica muito diferente às músicas tocadas (eu diria que a famosa onda Funk vinha daí), e a Maria João não lhes ficou nada atrás, mostrando bem o que a sua voz era capaz de fazer: do mais grave som ao mais agudo em fracções de segundo extremamente bem afinadas; gritos imaculados de deixar uma pessoa siderada; e frases com a voz bem rouca, à moda dos Blues de antigamente. Bem, foi simplesmente incrível. Não se trata só de ter uma grande voz, como se diz que esta ou aquela têm; trata-se de fazer da voz um instrumento e saber utilizá-a como tal. E aqui, bendita Maria João, a senhora sabe incrivelmente bem o que faz!
Esta festa, com as geleias bem intercaladas entre voz e metais, com muitos sorrisos e com pés sempre em movimento, quer se estivesse sentado ou não, acabaria com um muito merecido encore, ainda que eu não saiba se isso é, ou não, prática corrente num concerto Jazz. Deve ser, porque nenhum dos que repetiu a passagem pelo palco se fez rogado.

Depois, o Dixie verdadeiramente dito é que assume as rédeas. Uma simpática pausa para mudar o palco, aproveitada pelos presentes para colocar a conversa em dia, deu tempo aos Disbundixie, de Leiria, para se prepararem. Assim que começaram a tocar pode-se dizer que alguém já sabia dançar o assunto: algumas senhoras a aproveitar a onda para colocar o seu charleston em dia começaram de imediato aos pontapés no ar enquanto que os braços desempenhavam simultaneamente o papel de Travoltas num febril sábado à noite, apontando repetidamente o tecto da tenda. Os Disbundixie agradeceram, mas ficaram só estas meninas e um ou outro rapaz embriagado (de música! Embriagado de música!!) a fazer as honras da pista de dança. Os rapazes de Leiria não falharam em nada, mostrando que tinham a lição bem estudada. Esse foi, provavelmente, o pormenor menos bom da sua actuação: nada falhava e as músicas acabavam por se tornar algo previsíveis. Mas compensaram em boa disposição e comunicação.

Segundos depois dos Disbundixie terem parado, estavam o público a pensar que era outra merecida pausa para o bom cigarro e as dançarinas a ponderar descalçar os saltos altos, quando os The Juggets Jazz Band saem dos bastidores, vindos da Holanda, a marchar liderados por um simpático velho de guarda-chuva e cartola e a tocar Dixie sem amplificação alguma, apenas a que os seus pulmões conseguíam - o que, se eles não tivessem todos cabelos brancos e proeminentes barrigas de quem há muito anda pelo mundo, não seria nada de impressionante. Mas lá genica tinham eles e a partir daí foi festa dura para a frente, com o velho a pular de forma aparatosa e de sombrinha bem levantada, sempre rodeado de senhoras do Charleston (acho giro dizer "senhoras do Charleston" como se estivesse a dizer "damas do Hip Hop"). Aqui o divertimento assumiu as rédeas ao típico Jazz, em que se fica sentado esperando para se aplaudir o grande solo. Confesso que nem reparei bem nos solos, mas eles devem ter acontecido. A verdade é que estes senhores de suspensórios estavam ali para a farra, e já estava eu a abandonar o recinto de guerra quando eles andavam a marchar por onde havia espaço - e o raio do velho de guarda-chuva não parava de levantar ora uma perna, ora outra!!

A organização está, claramente, de parabéns pela forma como esta V edição do festival internacional de Dixie está a acontecer. O espaço era fantasticamente perfeito para o evento. Mas as bandas fazem o resto, sem a ajuda de ninguém.
Bem, eu ainda não sei realmente o que é ser Dixie, mas acho que vou começar a fazer exercício físico diário e rigidamente estruturado, visto que eu não aguento tal farra... como prémio talvez me dêem um reco-reco e uns suspensórios.

quarta-feira, junho 11, 2008

M.I.A. Cancela Tour

Descansa Negrão, que já não vais perder o teu guilty pleasure para o mês que vem. A verdade é que num concerto no passado dia 6, M.I.A. despediu-se do público dizendo que este era o seu último concerto de promoção do seu álbum Kala, confirmando o cancelamento da Tour Europeia que estava prevista para daqui a poucas semanas.

Fica para a próxima, de preferência no Inverno, para as carteiras andarem mais recheadas.

Dois Homens com Máquinas

Jim Morrison dizia que no futuro a música ia ser feita por homens com máquinas. Se mais provas fossem necessárias, saiu já o álbum em conjunto de Omar Rodriguez e Jeremy Ward, falecido manipulador de som dos The Mars Volta. O álbum, homónimo dos dois senhores, é um bom exemplo daquilo a que podemos chamar de músique concrète. São simplesmente sons caóticos, sem qualquer linha melódica aparente, na sua maioria robustos. Destaca-se desta afirmação a faixa Impoverished Beliefs, onde já se encontra algo de De Facto no ar. A verdade é que muita gente vai ficar decepcionada com este álbum, pois esperariam algo mais "musical" vindo dos dois em questão. Mas não é menos verdade que quer Omar quer Jeremy são conhecidos pela sua vontade em experimentar. E este é mais um experimentalismo que tem qualidade. Quanto mais não seja porque data de 2001, e nele se podem ver claramente já algumas linhas para aquilo que hoje está na berra.

terça-feira, junho 10, 2008

O Spoil

Rage Against The Machine

Se, por mero acaso, gostam tanto da banda e das suas ideias quanto eu, vejam o que nos espera no Alive!08. Se preferirem, aguardem o mesinho que falta, que, garanto-vos, vale muito bem a pena. Eu gostava de não me ter cruzado com isto, evitava esta energia toda.

Agora vou fazer aqui a revolução, nos meandros da minha casa...

domingo, junho 08, 2008

Rock in Rio Dia 6 - Review

Um dia muito quente anunciava que não ia ser fácil para os fãs aguentarem na primeira fila para verem os seus idolos mais de perto. As sombras eram poucas e as filas intermináveis, para onde quer que fosse. O recinto, sabia-se, estava esgotado.

Desde cedo decidi que iria acompanhar as movimentações do palco secundário, onde cheguei mesmo às 17 horas, onde os CAIM começavam a sua curta mas segura actuação. A presença de Ciro Cruz, baixista que tocou em Coimbra com Gabriel, O Pensador, foi o momento alto da actuação da banda madeirense. De seguida vieram os Brothers of Brazil. Samba de festival em inglês, para tirar o pé do chão e olhar para as vestes amarelas e verdes do baterista, que tentava acelerar o passo, quando aumentava a cadência. Algumas covers brasileiras de sempre foram entoadas pelo público, que já enchia bastante as imediações do Palco Sunset aguardando um dos melhores concertos do dia, o dos Buraka Som Sistema. A banda lisboeta partiu tudo o que havia a partir, levantou tudo o que havia para levantar, dançou, gritou, falou, trouxe convidados, enfim, deu alma às músicas que, no meu entender, não são de tanta qualidade num leitor de cd's.
Depois da correria em massa para o Palco Principal, reparei nuns Kaiser Chiefs que já estavam a dar um bom concerto. Talvez preteridos pela hora ainda diurna da sua actuação, e também pelos Super-Buraka, os Chiefs não deixaram no entanto de dar ao seu público o que eles queriam ver. Everyday I Love You Less And Less, Ruby e I Predict a Riot, entre outras, foram entoadas pelos largos milhares que já viam a banda de Ricky Wilson, bem animado por sinal. Quando os britânicos abandonaram o palco, a tensão subiu. O público sabia que eram os Muse que vinham aí. E quando vieram, deram o melhor concerto da noite. Pleno de emoção, a tocar grande parte dos álbuns, a provocar gritos de anticipação aos primeiros acordes das músicas. Nem a fita de Bellamy conseguiu estragar a New Born, ou outros tantos êxitos, como Knights of Cydonia, Hysteria, Starlight (já vi uma boa cover desta), Stockholm Syndrome, etc, etc. O concerto pecou apenas pela sua curta duração, e pelo simples facto de ser uma banda de 3 elementos naquele palco gigante. A rever obrigatoriamente numa próxima passagem a título individual. Quando a banda abandonou o palco, com Take a Bow, as perto de 100.000 pessoas que os aplaudiam pediam mais, mas a banda não cedeu ao encore. Algumas pessoas abandonaram então a frente do palco, dando claro sinal de que não queriam ver as duas últimas bandas do Rock in Rio Lisboa 2008, dois icones da mesma juventude, do Punk ao Nu-Metal, os Offspring e os Linkin Park. Os Offspring posso resumir numa simples palavra: sentado. Mesmo os grandes hits - Pretty Fly (For a White Guy), Self Esteem e All I Want - já não são do tempo de hoje. Fica a recordação e pouco mais. No final, um concerto que me surpreendeu pela positiva. Não pela qualidade, mas pela entrega e honestidade dos Linkin Park. É uma banda que facilmente ganha a simpatia de quem os está a ver, pelos olhares directos, pelo mergulhar na multidão, quer de Mike Shinoda quer de Chester Bennington, pela bandeira portuguesa no palco. E o concerto ganha com isso, bem como com a percepção da banda de que os seus êxitos ainda são aquilo que a banda é. Hits que toda a gente conhece como Somewhere I Belong, Numb, Crawling, In The End e Breaking The Habit levaram os pais a temer pelos seus rebentos, que saltavam até à exaustão mesmo à sua frente. Terminado o concerto era tempo dos fãs mais emocionados limparem as suas lágrimas, acompanhadas por alguns "valeu a pena".

Depois de mais um passeio e ainda uma curta incursão pela "Tenda" Electrónica, a Missão Rock in Rio estava cumprida. Estive no covil do inimigo, mas volto o mesmo e sem suores frios.

Notas do RiR - TV

Este é um curto post, que serve para dissecar as prestações que consegui seguir do Rock in Rio, em apenas um par de linhas. Aqui ficam então as ideias principais:

- A badalada Amy Winehouse deu o concerto, o que só por si é um bom sinal. Não impressionou ninguém, tocou menos de uma hora, mas cumpriu a sua função, passeando os maiores hits.

- Os Bon Jovi deram um concerto cheio de exitos e foram a figura do primeiro acto. Provocar lágrimas durante mais de vinte anos não é para todos.

- Os Tokio Hotel a confirmarem aquilo que se diz deles. Poses e fachadas a encobrir uma má voz, mas que ainda assim consegue (para já) emocionar as nascidas na segunda metade da década de 90.

- O concerto dos 4taste teria passado ao lado de tudo o que estava a fazer, não fosse terem dedicado uma música (de título "Um copo a mais", se não estou em erro) a Amy Winehouse. Não sou fã, nem sequer defensor de Amy, mas consigo distinguir o talento e a honestidade musical. Mais um prego desta fugaz banda teen portuguesa, mas desta vez não no manuseamento de instrumentos.

- Do dia de Metal apenas consegui ver alguns instantes dos Apocalyptica e fiquei positivamente surpreendido. A combinação resulta muito bem e a apresentação de temas conhecidos do público em geral facilita a apoteose.

sexta-feira, junho 06, 2008

Tributo a Joy Division em Paredes

Será uma redundância? Já toda a gente sabe que os Wombats têm uma música em que referem Joy Division... Mas isso é terrível! E não é um tributo, é uma razão para ficarmos tristes - e isso não quer dizer que essa música surta o efeito da música dos Joy Division, claramente depressiva, quer só dizer que é música desagradável em comparação à desses senhores do Pós-Punk.

A verdade é que o senhor Rodrigo Leão, que dEUS o salve, assumiu as rédeas de um projecto de tributo à banda de Ian Curtis que se vai estrear no festival transmontano, mais precisamente no dia 3 de Agosto. A alinhar com esse senhor da nossa música no Tributo a Joy Division estarão Bernardo Devlin, Nuno Gonçalves dos Gift e Eleutério dos Cindycat.


Correcção desnecessária: pela sua parvoíce... Paredes de Coura é mesmo no meio do Minho. Por isso, onde se lê "transmontano", deve-se ler "minhoto".

Cascais Prog

Dando a nossa primeira notícia desde segunda-feira (há que dar a mão à palmatória, também), tenho o prazer de anunciar um evento no qual certamente estarei presente. Chama-se Cascais Prog e é um festival de música progressiva e de arte, realizado - como é evidente - em Cascais.
A data de realização é já numa altura mais desafogada para as carteiras, que é como quem diz nos dias 5, 6 e 7 de Setembro. O local está ainda por designar, bem como o preço e o local de venda dos bilhetes.

Não há nomes muitos sonantes no cartaz, mas há sem dúvida qualidade em bandas como RPWL, The Flower Kings e Focus.

Site Oficial do Festival

quinta-feira, junho 05, 2008

E agora... secção de cultura do Jornal de Notícias

Na edição Norte de hoje, na página 56, num artigo de Sérgio Almeida: "Sem material novo, o grupo de Fernando Ribeiro deverá alicerçar a sua prestação em "Under Satanae", disco composto por regravações das primeiras demos".

Muito bonito, sim senhor, mas há boatos que anda aí um cd de nome "Night Eternal" lançado este ano, no dia 19 do passado mês... Bem sei que isto de estar constantemente a pegar nos erros dos jornalistas é algo criticável, mas há que haver um mínimo de qualidade de informação.

terça-feira, junho 03, 2008

Bateu no fundo!

Blitz Online excede-se... negativamente

Um dos destaques que se encontram no site da Blitz hoje é, possivelmente, o mais ridículo de que me lembro, o que me leva a afirmar que podemos encerrar uma série - que já se revela fatigante - de ataques manhosos a esta pérola da jornalismo musical.

Deixemo-nos de rodeios. Eis o título do destaque: "Vocalista dos Sex Pistols arranja os dentes"

E não se discute mais o assunto. Ponto final.

segunda-feira, junho 02, 2008

Novos LP e EP de Mogwai


Os escoceses já agendaram a data de lançamento para o novo The Hawk is Howling e garantiram que algumas semanas antes teremos um EP, Batcat, editado. Mesmo para aguçar a curiosidade.

Os veteranos do Rock pós-moderno vão editar o novo álbum no dia 22 de Setembro deste ano pela Matador. Pela mesma editora será também editado Batcat EP, no dia 8 de Setembro, e conta com a participação do ícone do Rock Psicadélico Roky Erickson, guitarrista/compositor da banda 13th Floor Elevators numa das músicas.

Para Batcat, os Mogwai já revelaram as músicas que o vão protagonizar, ainda que eu não tenha descoberta a ordem por que estão alinhadas: haverá a "Stupid Prick Gets Chased by the Police and Loses His Slut Girlfriend", a "Batcat" - obviamente - e "Devil Rides", música em que Roky prefigura.

Dixieland - o regresso

O único festival de Jazz de rua de Portugal está de volta ao município de Cantanhede (sim, a mesma localidade que vai receber a feira agrária com bandas agrónomas). Pela quinta vez, este festival, como o próprio nome indica, não traz o banal Jazz, mas sim o Dixie, uma vertente extremamente divertida e descomprometida de o tocar.

O Dixieland decorre entre os dias 12 e 15 de Junho, terminando com uma Street Parede, durante a qual todas as bandas se passeiam pelas ruas da cidade a tocar e a fazer uma verdadeira festa. O destaque deste ano vai, no entanto, para a nossa Maria João, que vai partilhar o palco com os espanhóis Always Drinking Marching Band - visto que a Street Parede é o já banal final mítico.

As bandas que, para além da já referida Always Drinking Marching Band, vão participar nesta verdadeira festa do Jazz, no seu estado mais simples e solto, são The Juggets Jazz Band (Holanda), Dixieman Four (Alemanha), Dixieland Crackerjacks (Holanda), Tiger Dixie Band (Itália), Remember Swing (Espanha), e as portuguesas Dixie Boys, Desbundixie Jazz Band e Castiço Jazz Band.


Ah, este é o Post 500. Eheh...