sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Novo EP de Animal Collective

Water Curses é o nome do novo trabalho, que será editado a 5 de Maio. Deste novo registo, três músicas foram gravadas ao mesmo tempo que as de Strawberry Jam (2007), ou seja, na mesma sessão de estúdio. Algo deve ser diferente, senão seria enquadrado no alinhamento do álbum.

E por falar em alinhamento, eis o do novo EP de Animal Collective:
Water Curses’
‘Street Flash’
‘Cobwebs’
‘Seal Eyeing’

Duas confirmações novas para um Primavera veraneante

No que toca ao espírito primaveril, os veteranos Young Marble Giants têm concerto agendado para dia 31 de Maio, na Casa da Música do Porto.

O espírito veraneante é a confirmação dos Gogol Bordello para o Alive! '08. Para quem estava com problemas de dinheiro, pode só comprar o bilhete para dia 10 de Julho (dia da actuação dos grandiosos Rage Against The Machine), que os ciganos preferidos de todos os Punks vão lá estar.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Mais dois para Paredes

Mando Diao e Wombats juntam-se a Sex Pistols no dia 31 de Julho em Paredes de Coura.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Beirut no Festival Músicas do Mundo

... E há pouco mais a dizer, na verdade. O concerto está marcado para dia 24 de Julho.

Joy Division, o documentário

Pode ser que «Control» tenha aberto algumas portas, assim como o grande «24h Party People» (espécie de documentário dirigido por Michael Winterbottom sobre 'Madchester', aquando da explosão Punk). Ao que parece, agora é moda e é, finalmente (?), aceite com unanimidade que os Joy Division são umas mais importantes bandas para a sonoridade do Rock actual, e isso vale-lhes mais uma película cinematográfica, desta vez sobre toda a banda, em formato documental.

«Joy Division» vai ser dirigido por Grant Gee, mente por detrás do documentário «Meeting People is Easy» sobre a tour do OK Computer dos Radiohead, e vai ser lançado primeiramente no Reino Unido, a 2 de Maio.

A nível de conteudo, o documentário está recheado com entrevistas dadas pelo Tony Wilson, declarações dos membros da banda que ainda estão vivos e da jornalista belga Annik Honoré, com quem Ian Curtis manteve uma relação extra-conjugal. O documentário «Joy Division» vai ser ainda meio de divulgação de imagens, fotos e gravações inéditas dos britânicos.

Fonte: Cotonete

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Rock in Rio Lisboa

O próximo nome anunciado para o festival foi o de Joss Stone, que actuará dia 1 de Junho.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A Música nos Oscares

Numa festa dedicada ao Cinema, há sempre lugar para o som, e para, claro está, a Música. Por entre muitos premiados, dois deles interessam-nos (ou não, depende). Na categoria de Melhor banda sonora, o vencedor foi o filme Expiação (vão todos ver o filme de olhos fechados, vá). Na categoria de Melhor canção original, a música Falling Slowly da dupla Glen Hansard e Markéta Irglová. Esta canção é retirada do filme Once, de John Carney.

Melhor Canção Original

Coimbra em Blues 2008

O TAGV recebe mais uma boa iniciativa, organizada em conjunto com a Direcção Regional da Cultura do Centro, durante os dias 13, 14 e 15 de Março.

Este evento vai receber nomes como Steve Morrison and Billy Jenkins, Afrissippi, Ruby Ann e Super Chikan, e será igualmente palco de uma colaboração especial entre os Dead Combo e Gary Lucas (que há quem diga que é o senhor que impulsionou Jeff Buckley, mas facto é que tocou com ele e foi uma das mentes por detrás de músicas como "Grace" e "Mojo Pin").


Eis o 'menu' da Coimbra em Blues:
Dia 13 - Gary Lucas Vs. Dead Combo
Dia 14 - Billy Jenkins & Steve Morrison + Afrissipi
Dia 15 - Ruby Ann + Super Chikan


Para mais informações, visitem a página do TAGV.

Björk no Sudoeste

Parece que o dinheiro vai ter que esticar. Os bolsos dos portugueses não aguentam tantos nomes em tantos festivais diferentes!

Desta vez é um dos maiores nomes da música europeia, das personalidades mais criativas e inventivas de todo o Mundo, ex-Sugarcubes, Björk. O seu último registo data de 2007, e chama-se Volta. A islandesa vai actuar no dia 7 de Agosto na Zambujeira do Mar.

Nova música de The Vicious Five


Não é tão rasgada, furiosa ou gritante. É dançável, tem muito balanço e é coisa para pôr um festival aos saltos. Não é pior que as outras, é diferente. Ainda bem...
Ouçam vocês mesmos, a "Coffee Helps" está no Myspace.

Sounds Like Trouble fará a sua invasão oficial no dia 10 de Março. Falta pouco... Relembro que será financiado pelos próprios The Vicious Five, por isso quase que entro num discurso Tozé Brito e digo "a Internet faz mal às bandas, deviam-se comprar os CDs", porque desta vez não há uma editora a explorar os coitados. Mas vá...

sábado, fevereiro 23, 2008

O Surrealismo e a Música - Pink Floyd

Tarde é o que nunca chega, e aqui se cumpre a promessa feita há mais de mês e meio. As minhas desculpas pelo atraso, mas vamos passar ao que interessa.

Se procurarmos na música da segunda metade do século XX e nos inícios deste século XXI a referência a sonhos, ao fantástico, à construção de uma paisagem caótica e utilizando imagens metafóricas e simbólicas, alguns nomes saltam de imediato para a ribalta. Um deles é Pink Floyd. Esta gigante banda do Rock Progressivo e Experimental, com elementos de qualidade reconhecida, abriu vários horizontes musicais e líricos e inspirou um sem número de bandas. A frase "Hey, teachers, leave our kids alone" desprendeu-se do seu momento e tornou-se eterna.

Analisando cuidadosamente as letras de algumas músicas dos Pink Floyd, rapidamente chegamos à conclusão de que existe uma grande ligação ao sonho, às alucinações fantásticas. Pegando na letra de Comfortably Numb (em tradução directa, Confortavelmente Entorpecido):

There is no pain you are receding
A distant ship smoke on the horizon.
You are only coming through in waves.

(Não há dor que afastes
O fumo de um navio distante no horizonte.
Estás a vir apenas em ondas.)
.
Esta letra poderia ser muito bem uma descrição de uma pintura de Magritte, ou mesmo de Frida. Mas é uma música pelos Pink Floyd. E a sua pertinência artística é tão grande ou maior que as pinturas dos autores que referi. E insere-se tanto no Surrealismo quanto as obras destes dois autores. Continuando nos Pink Floyd, Waiting for the Worms (À espera dos Vermes):

Sitting in a bunker here behind my wall
Waiting for the worms to come
In perfect isolation here behind my wall
Waiting for the worms to come

(Sentado num bunker aqui atrás da minha parede
À espera que os vermes venham
Em perfeito isolamento aqui atrás da minha parede
À espera que os vermes venham)

Mais uma vez os Pink Floyd demonstram que a poesia das suas canções poderia ser um quadro deslizante de Dali, ou mesmo um abrigo de Tanguy. Dando apenas mais um exemplo dos Pink Floyd, com a letra de Wish You Were Here (Desejava que Aqui Estivesses):
.
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears.
Wish you were here.

(Como desejava, como desejava que aqui estivesses.
Somos apenas duas almas perdidas
A nadar num aquário
Ano após ano,
A correr no mesmo terreno velho.
O que é que encontramos?
Os mesmos velhos medos.
Desejava que Aqui Estivesses.)

A qualidade metafórica destes versos, que tão bem joga com a música de uma calma aparente, sofucante, é de um brilhantismo imenso. A imagem que os Pink Floyd conseguiriam criar com a sua música seria bastante idêntica a uma pintura surrealista. Esta é, possivelmente, uma das bandas que mais se aproximou do Surrealismo, tocando vários pontos essenciais dessa corrente artística.
.
As duas primeiras são do álbum The Wall (1979), enquanto que a última é do álbum Wish You Were Here (1975).

boomp3.com
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Brit Awards

Com momentos tristes, como este, o que mais se safou ainda foi o senhor Mika. E eu não gosto dele... mas temos de admitir que esteve relativamente bem. De qualquer forma, é a tal coisa: estas festas são uma fantochada.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Cava um buraco e esconde-te, Lazaro

E quem não tem razões para se esconder é o senhor Nick Cave, que, com os seus Bad Seeds, está de volta aos singles, e com grande estilo. Eis o 1º do novo álbum, Dig, Lazarus, Dig:

Dig, Lazarus, Dig (curiosamente, tem o mesmo nome do álbum...)


Nick Cave & The Bad Seeds têm dois concertos agendados para Portugal, dia 21 de Abril em Lisboa e dia 22 no Porto.

Myspace divulga as bandas que vão marcar 2008

Previsões não se fazem, isso todos nós, os cépticos, sabemos; se forem crentes, acho que o deus em causa chama-se "Mercado" e é dotado de uma espécie de mão invisível. Só que neste caso não fui misterioso na forma de trabalhar. O Myspace divulgou as dez bandas que vão marcar 2008, assim como os géneros musicais que vão estar nos píncaros:

As bandas:
  1. Partyshank
  2. Peggy Sue And The Pirates
  3. Riuven
  4. Naz T Da Younger
  5. Tape Deck
  6. Conan and Mockisans
  7. Ebony Bones
  8. Joe Lean And The Jing Jang Jong
  9. Dead Disco
  10. Make Me a Model


Os géneros:

Toystep/Joystick Jungle
Bassline
Tape Music
Acousmatic
IDM (Intelligent Dance Music)
Screamo

De etiquetas musicais sei alguma coisa, mas não sei como é que elas andam na moda. Agora de bandas, sei algumas curiosidades: a grande maioria das aqui presentes são britânicas, ainda não gravaram nenhum LP (long play, entenda-se) e - pois claro - têm página no Myspace. Naturalmente que um estudo assim pouco tem de fidedigno, basta compreender que a população inquirida é composta por uns escassos 2 500 indivíduos britânicos, entre os 18 e os 24 anos. Aquilo que este estudo consegue é, no máximo, condicionar alguns gostos. A única coisa que tem de astrológico é o facto de conseguir levar pessoas a ouvir o que eles dizem para ouvir, qual lua cheia.

Portalegre Jazzfest começa hoje

Citando o Cotonete, «O Júlio Resende 4teto abre esta Quinta-feira (21 de Fevereiro) o Portalegre Jazzfest , o festival internacional de jazz daquela cidade alentejana. (...) A actuação está marcada para as 21h30, no Grande Auditório, do Centro de Artes do Espectáculo - espaço onde têm lugar os principais concertos do evento.»


Programa:

Dia 21 de Fevereiro - Júlio Resende "Da Alma"
Grande Auditório
Início 21.30h
Preço único 10 euros

Dia 22 de Fevereiro - Trio Joachim Kuhn, Daniel Humair e Jean Paul Celea
Grande Auditório
Inicio 21.30h
Preço único 10 euros

Dia 23 de Fevereiro - One Night With Melissa Walker and Friends¿
Grande Auditório
Inicio 21.30h
Preço único 10 euros

Dia 22 e 23 de Fevereiro - Scott Fields Freetet
Café Concerto - Jazz
Inicio 23.30h
Preço único 5 euros

Livre-trânsito para todos os espectáculos - 20 euros


Este tipo de eventos, ainda que bastante esquecidos no panorama mediático, é que acabam por dar alguma relevância à cena musical portuguesa, que peca por não ter público para bandas mais - recorrendo ao cliché - "alternativas". É necessário investir nestes eventos, e acho que é importante que haja abertura de mentalidades para recebê-los.
E a abertura não tem que existir somente nos que se querem aventurar numa coisa destas, mas também por parte de quem já é frequente, parece-me lógico; mas também me parece ser um problema um tanto frequente, esta 'etiquetização' musical das pessoas.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Para aprenderem a gostar de música II

Skid Row em resposta ao arremesso

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Para aprenderem a gostar de música

Jared Leto em Londres...

Mesa já andam pelo estúdio

Há algum tempo, até. Parvoíce é mesmo os meios de comunicação não acompanharem estas coisas, já que se trata de uma das melhores bandas nacionais (o álbum de estreia da banda foi considerado um dos 10 melhores de 2004 pela Billboard - ficou em 9º, para ser mais preciso).

Os Mesa começaram a gravar o sucessor de Vitamina em Dezembro, pelo que nesta altura já deve ir na fase de remisturas - eu gosto de especular. Aguardamos este regresso, para que a banda não caia no "Esquecimento" que não merece:
boomp3.com

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E em Maio é a vez de...

The National vêm reapresentar o seu mais recente Boxer (2007) na Aula Magna, lá para os meados do dia 11, enquanto que Cat Power ataca duplamente em Lisboa e no Porto, dias 26 e 28, respectivamente, com a sua Jukebox (2008).



É caso para dizer: "o que fazer?"


The Kills @ Casa da Música


















12 de Abril, Porto
Apresentam o novo álbum: Midnight Boom, que sairá em Março

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Marsupial já está gravado

Diz-nos a Trompa que agora é só esperar até Março para termos acesso ao novo EP da banda mais mediático do Pós-Rock português.

Ao que parece, o Marsupial de Linda Martini tem 7 músicas, uma delas um cover.
Aguardamos...

E esta?

Os Klaxons têm dueto marcado com a grande Rihanna para os Brit Awards. É verdade, vai ser a "Umbrella" à velocidade dos britânicos.

Bem, sem comentários...

domingo, fevereiro 17, 2008

Joy Division Vinyl Box Set

O que é? Unknown Pleasures + Closer + Still
Qualidade? 4 LPs de 180 gr
Vale a pena? Vale muito a pena
Preço? 230€
Há dinheiro? Não, não há
Temos pena? Temos muita, mas muita pena

sábado, fevereiro 16, 2008

Lydia Lunch @ Zé dos Bois (15/02/08)

A noite começou com uns estranhos Flanela de Tal. Algo completamente fora, de um planeta distante, que quase que adquiria alguns contornos ridículos. Mas desminta-se: foi entretenimento. As melodias de uma guitarra, raramente acompanhado com mais do que uma voz, sobre umas batidas sampladas faziam a música desta banda, que pouco fugiu à fórmula apresentada - eventualmente um piano, outra guitarra ou mais uma voz. E três pessoas chegavam para o grotesco espectáculo, pintado em tons de "amarelo canário", como os dedos dos "rapazes que fumam nos balneários", nas palavras dos próprios - isto é uma letra, claro está. Alguns gritos de "come a caspa! Cospe a caspa!" precederam os Yupies que querem ser groupies e todo o concerto foi aparatoso e estranho. Abstenho-me de qualquer opinião, que este é um que não conheço bem. Conheço, pouco, de música e já vi alguns concertos, deu para reparar que a banda estava 'verde' em palco, com alguns problemas em acertar nos tempos. Mas atitude não lhes faltou.

Mas nada fazia prever aquilo que foi a senhora (sim, "senhora" é a palavra, para evitar "mulherão" e "besta apocalíptica") Lydia Lunch e tudo aquilo que o seu Spoken Word acarreta. Um espectáculo rico em imagens e sons, complementado pela performance de uma excelente actriz que subjugou o palco e hipnotizou o público. Aliás, o contrário verificou-se muito mais: tudo pareceu um adereço da senhora Lydia Lunch, desde a audiência à própria música; o espectáculo poderia ser só ela a falar numa sala deserta que seria igualmente incrível.
Quando, depois de se arrumar o palco para a norte-americana - por arrumar entenda-se retirar os instrumentos todos e colocar dois microfones e um suportezinho, daqueles em que se colocam pautas, enfeitado com um molho de folhas - pouco tardou até que a senhora que se conhece das fotos entrasse. Com ela vinha um ar cansado, desgasto pela idade que já tem (diga-se, com toda a gentileza, que a senhora nasceu em 1959), mas aperaltado por um bonito vestido. Esclareçam-se as coisas, "Thank you for coming. Let me entertain you", aprontou-se a dizer, tomando o espectáculo de imediato com a sua "Hangover".
Toda a actuação ficou marcada pelas ambiências e pelos sentimentos que Lydia Lunch conseguiu partilhar, desde a maior decadência ao espírito mais humano e egoísta. Ouviu-se sobre drogas, alucinações, sexo, morte em todas as suas formas e liberdade, tudo sem os tabus característicos a estes temas; todos consumimos drogas, todos alucinamos, todos desejamos, todos morremos, matamos ou cometemos suicídio, todos desejamos a liberdade e já todos a esquecemos, e por lembrar nada disto ficou. Isto, que era mais que claro para quem ali mandava e hipnotizava; e se dúvidas restavam sobre de quem era o espectáculo, a senhora acendeu o cigarro, mesmo sob aviso. "Are you going to stop me?", atirou logo retoricamente, rematando com um arrastado "where is the fucking police when you feel like fucking the police?" depois de se aperceber porquê o aparato. Ficámos esclarecidos.
Ovação atrás de ovação, percebemos que o que é pesado naquela alma não é a idade, mas a própria consciência de quem não tem tabus e vive abertamente. Aqueles textos eram reflectidos, pensados e/ou vividos; eram fluídos e estavam perfeitamente enquadrados com as ambiências para eles recriados, tanto através da música (ainda que complexa conseguiu não reter a atenção de ninguém), como através do uso de diferentes microfones - um com som limpo e outro com efeitos, que funcionava dramaticamente -, ou ainda dos vídeos feitos pela própria artista. E o que atribui a toda a actuação contornos ainda mais perturbadores foi a interacção fenomenal de Lydia Lunch com o público, apontando, fitando os olhos e falando com todos os presentes, um a um. Apontou para um senhor no canto e perguntou-lhe se alguma vez lhe apeteceu matar o demónio, mesmo depois de ter interrogado uma rapariga sobre se alguma vez tinha tido a sensação de estar a dormir com o demónio; fitou alguém e disse "you better believe... you better believe in ghots. 'Cause soon you'll become one". Ainda que a resposta viesse dela mesma, era mais que suficiente: estava criado um diálogo, uma interacção. Um palco que parecia vazio estava realmente cheio.

Lydia Lunch não é uma senhora de palco, mas sim A senhora de palco. Acreditam quando eu digo que tudo o que aqui disse não é exagerado. Em tom de exagero, diria que tudo o que debitei em cima é pouco. E talvez seja...

Infelizmente não estava em condições para tirar fotografias, algo que deve ter tornado o texto mais pesado... Mas em compensação vou tentar arranjar alguns momentos fotográficos deste concerto ou do de Guimarães.

Antes tarde que nunca...

Já estava anunciado desde Novembro. Eu é que sou distraído e me esqueci de colocar aqui isto:

Kayo Dot editam novo álbum em Março!

O novo trabalho do projecto de Toby Driver e Mia Matsumiya chama-se Blue Lambency Downward e já tem alinhamento:

1. Blue Lambency Downward
2. Clelia Walking
3. Right Hand is the One I Want
4. The Sow Submits
5. The Awkward Windwheel
6. The Useless Ladder
7. Symmetrical Arizona


Os Kayo Dot vão editar o trabalho produzido por Randall Dunn (mentor de projectos como Sunn o))) e Earth) pela Hydra Head.

Mão Morta anunciam datas para Maldoror

A interpretação da obra-prima de Isidore Ducasse, escrita sob o pseudónimo Conde de Lautréamont, vai percorrer, finalmente, Portugal. Infelizmente para nós - e estranhamente, sublinhe-se -, Coimbra não está no roteiro; felizmente, o nosso país até é pequeno, nós lá arranjamos forma de ver o bicho.
Eis a datas anunciadas pelos Mão Morta:

23 de Fevereiro - Teatro Virgínia em Torres Novas
7 e 8 de Março - Teatro Viriato em Viseu
13 de Março - Teatro José Lucio da Silva em Leiria
5 de Abril - Teatro Municipal de Faro
12 de Abril - Cine Teatro de Estarreja
23 de Abril - Culturgest em Lisboa
3 de Maio - Theatro Circo em Braga


A acompanhar a banda, vai o 10º álbum de originais, numa edição especial, reduzida a míseros 3 000 exemplares sem quaisquer possibilidades de ser reeditado, e que apenas vai ser vendido nos recintos que vão receber o espectáculo Maldoror - que partilha o título com o novo trabalho de estúdio da banda bracarense.

Alinhamento do novo de Portishead


A banda já anunciou o alinhamento de Third:

1. Silence
2. Hunter
3. Nylon Smile
4. The Rip
5. Plastic
6. We Carry On
7. Deep Water
8. Machine Gun
9. Small
10. Magic Doors
11. Threads

Rinding Pânico apresentam Lady Cobra

A banda de Post-Rock que vem dos Black Sheep já anunciou as datas, através do Myspace, em que vai apresentar o álbum:

28/03 @ Alfa Bar, Leiria
03/04 @ Music Box, Lisboa
05/04 @ TBA, Braga
17/04 @ TBA, Portalegre

Possíveis confirmações (o que quer que isso seja...)

A Blitz fez uma espécie de investigação e averiguação, tendo como base simples boatos, que lhes permitiu fazer um levantamento das possíveis confirmações de nomes grandes para concertos ou festivais de verão, apresentado em percentagem a margem de certeza que se tem no facto. Eis os resultados:

Björk - 95% (para o SBSR)
Led Zeppelin - 7% (concerto da banda, somente)
Radiohead - 23% (Alive e SBSR)
(e outros tantos que pouco importam)

Bem, a Blitz é aquela revista fantástica e esta previsão ganha contornos algo ridículos (tal e qual como o facto de nós estarmos sempre a cascar neles. Mas eles estão a pedi-las...), mas, por uma vez na vida, sinto-me na obrigação de dizer "QUE DEUS OS OUÇA!!" - não que seja católico ou crente. Digamos que Björk em Portugal era simplesmente fantástico.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Compare and Contrast

"Na arte a mão nunca pode executar algo superior ao que o coração pode inspirar."
Ralph Waldo Emerson


Em análise a música "Mãe", interpretada pela mais progressiva e inovadora banda portuguesa das últimas décadas, em contraponto com a versão original dos Xutos e Pontapés.

A versão original dos Xutos e Pontapés, com todos os tiques de uma banda que nunca se soube reiventar e que, na minha opinião, sempre foi claramente sobrevalorizada (não pondo no entanto em causa os caminhos que abriram à música portuguesa), de fraca intensidade, onde uma letra com potencial se esvai em mediania e vulgaridade:



E a versão realmente "psicanalítica e freudiana" dos Mão Morta, executada com a mestria performativa do costume. Um verdadeiro toque de Midas que modifica por absoluto uma música de qualidade tão medíocre e que lhe confere todo um outro carácter e intensidade na sua interpretação. Mas palavras para quê? Acho que os vídeos dizem tudo...


(Sim, verdade, fui procurar uma epígrafe a um site tipo Citador. Não volta a acontecer. Só quando for Mão Morta e as palavras se esgotarem novamente)

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Erykah Badu - depois de tanto tempo...

Depois de cinco anos, a cantora com voz mais peculiarmente bonita do momento (desde há dez anos, aliás, que isso acontece) vai voltar a presentear o mundo com mais uma obra sua. New Amerykah vai ser editado no dia 26 deste mês, "freeing the slaves and slave masters", como a própria Erykah Badu tem no seu site.

Eis o alinhamento:
01 - “Amerykahn Promise”
02 - “The Healer / Hip-Hop”
03 - “Me”
04 - “My People”
05 - “Soldier”
06 - “The Cell”
07 - “Twinkle”
08 - “Master Teacher”
09 - “That Hump”
10 - “Telephone”
11 - “Honey” (Bonus)

O single do álbum já foi editado, como que para dar um sabor do que nos espera. A viragem de Worldwide Underground (2003), que precede New Amerykah, do instrumental para o uso de sonoridades mais electrónicas - conotando Erykah Badu mais com o Hip Hop - parece algo irreversível, mas não é mau, como fica claro nesta "Honey":

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Ser Scarlett é ter auto-promoção

Imaginem uma foto da Scarlett Johansson.
Eu só não pus porque este é um blogue decente
e não pretende ter visitas que não
venham pelo gosta à música... (não?)


A senhora Johansson, que está a preparar um álbum composto quase só por covers de Tom Waits (tem uma original lá pelo meio, "Song for Jo", que, ao contrário do ênfase que lhe estou a dar, vai ser a obra principal do trabalho) há já algum tempo, vai ter como convidado especial David Bowie. Ou seja: isto é um álbum no mínimo ofuscante! David Bowie e Flea a participar num álbum de Scarlett Johansson que é produzido por Dave Sitek, guitarrista de TV On The Radio e Cellebration. É alguma coisa, sim...

Até agora, não se fala em actuações, mas esta é uma hipótese que a própria não descartou. Quem sabe num festival grande ou assim.

Outra coisa que já se sabe, anunciado há uns dias, é o alinhamento de Anywhere I Lay My Head - nome do álbum:
"Fawn"
"Town With No Cheer"
"Falling Down"
"Anywhere I Lay My Head"
"Fannin' Street"
"Song for Jo"
"Green Grass"
"I Wish I Was in New Orleans"
"I Don't Want To Grow Up"
"No One Knows I'm Gone"
"Who Are You?"

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Mais um passo para o Homem

E para o mundo da Música também. O conhecido rapper e produtor Timbaland vai lançar um álbum exclusivo para telemóveis. E é o primeiro a fazê-lo. Tudo isto foi possível graças a uma parceria com a empresa de telemóveis Verizon Wireless, que prevê o lançamento de uma música por mês, para quem subscrever o serviço. É só de mim, ou este álbum vai demorar quase um ano a estar todo cá fora? De qualquer forma, esta é mais uma mudança assinalavel na industria, mesmo que venha de dentro dela.

Isto é quase cópia do Cotonete, mas eles não devem levar a mal.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Elbow - Grounds for Divorce

Grounds for Divorce, o novo clip dos Elbow, do The Seldom Kid, a lançar a 17 de Março deste ano.

domingo, fevereiro 10, 2008

Ok Go lançam EP Solidário

Os Ok Go vão lançar um novo EP, cujos lucros irão ajudar as vitimas do furacão Katrina, que devastou a zona de New Orleans há dois anos. O EP, que foi gravado juntamente com a banda soul Bonerama, é uma forma de angariar dinheiro para muitos músicos desalojados e com enormes perdas. Como é conhecido, a zona de New Orleans é um local de muito talento e de grande renome, principalmente no Jazz.

O EP em si chama-se You're Not Alone, e conta com 5 músicas, sendo 3 delas originais e as restantes covers. O alinhamento do álbum é o seguinte:

- Rock ‘N’ Roll Suicide (original de David Bowie)
- A Million Ways
- Oh Lately It’s So Quiet
- It’s a Disaster
- I Shall Be Released (original de Bob Dylan, com "Carnival Time" Johnson na voz)

Godspeed You! Black Emperor - O Fim

É oficial: os canadianos terminaram definitivamente o projecto.

Desde de 2004 que os Godspeed You! Black Emperor (GY!BE) haviam interrompido o seu trabalho, sem que tivessem tomado uma decisão relativamente ao futuro da banda.

O vocalista de Silver Mt. Zion, Efrim Menuck, explicou, em entrevista à Drowned In Sound, que a banda interrompeu a sua produção devido a um problema de comunicação que se havia estabelecido com o público, isto é, sendo os GY!BE uma banda claramente política, os seus concertos não iam de encontro a este ideal de transmitir uma mensagem alternativa, já que não enviavam qualquer tipo de informação clara - como diz o próprio Menuck, "apontavam em direcção aos problemas que assolavam o mundo nessa altura", mas "o que as pessoas precisam é de algumas palavras ridículas, uma apresentação mais humana [destas questões]".

Naturalmente que esta não foi a única motivação para o fim de um projecto, agora paralelo. Os membros da banda admitem ter sentido necessidade de se dedicar a coisas novas. "Eu cheguei a um ponto em que eu já não sentia vontade de contribuir para a condução do 'navio'", explica o vocalista de Silver Mt. Zion.

Fica, então, o legado de uma banda que deixou um trabalho de três álbum e um EP oficiais, todos eles trabalhos fantásticos e excelentemente orquestrados. Infelizmente, este fim foi pelo melhor: não faz sentido insistir num projecto que não vai de encontros a aquilo a que se propôs inicialmente.


Deixo, para recordação, uma música do segundo álbum de Godspeed You! Black Emperor, Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven:

boomp3.com
Só tem 20 minutos, tenham paciência...

sábado, fevereiro 09, 2008

Pinion

Quando lançaram o Broken EP, os Nine Inch Nails fizeram um vídeo espectacularmente perturbante para a intro do EP. Aqui está ele:)

Charles Aznavour

Charles Aznavour, 83 anos, tenor francês que todos nós conhecemos. Um dos mais influentes autores franceses, que muito contribuiu para a popularização da Chanson, está em Portugal. Com uma actuação única marcada para o dia 23 no Pavilhão Atlãntico, esta será com certeza a derradeira oportunidade para ver um dos mais emblemáticos artistas europeus do século XX. Tudo isto, mas principalmente a sua música, mais do que justificam a distinção por parte da Sociedade Portuguesa de Autores, que torna assim Aznavour o primeiro estrangeiro a ser galardoado com a Medalha de Honra.

Se ainda assim estão com dúvidas se conhecem este senhor, que vendeu mais de 100 milhões de discos por todo o Mundo, tendo composto mais de mil canções em várias línguas, fiquem com uma das suas músicas mais conhecidas, que irão, com certeza, reconhecer:

La Bohème ao Vivo

Nomes Grandes da Electrónica no Rock in Rio

O Rock in Rio é um festival a que ponho sempre grandes reservas, mas a verdade é que nomes grandes é o que não costuma faltar em nenhuma edição do evento. Da deste ano, aproveito para destacar os nomes grandes da electrónica que vão pisar palcos portugueses, como é o caso de Paul van Dyk, Carl Cox e o português DJ Vibe. Com poucos eventos da especialidade com capacidade para trazer os grandes nomes, é sempre de salientar quando eles dão um salto ao nosso rectângulozinho. Mesmo que seja no RiR...

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

"Sweeney Todd" de Tim Burton

"At last! My arm is complete again!"


A história de Sweeney Todd remonta à lenda do século XIX. Em 1936 tivera já direito a uma adaptação ao grande ecrã, dirigida por George King, porém, é em 1979 que, com o musical da Broadway (vencedor de um Tony e de todo um grande rol de distinções), ganha mais visibilidade.

Sweeney Todd, de Tim Burton, é indiscutivelmente um grande filme. O argumento, adaptado do musical, está bastante bem construído, evitando o excessivo apego à versão anterior sem deixar de ser fiel e dá, comparativamente, uma maior profundidade às personagens. A fotografia está, também ela, irrepreensível. Cobrindo a tela em tons de cinzento e dando particular enfoque ao vermelho carmim, esta palete de cores é apenas quebrada aquando da cena evocativa dos sonhos de Mrs. Lovett, altura em que as cores ganham uma excessiva e intoxicante luminosidade, que curiosamente adensa a estética grotesca bem ao estilo de Burton. No seguimento do ambiente gótico, aproveito ainda para destacar o fabuloso guarda-roupa e a maquilhagem. As performances dos actores também são fora de série. Johny Depp, Sacha Baron Cohen e Alan Rickman são, na minha opinião, os que mais se destacam no elenco.


Chegando ao ponto que pretendo, queria aproveitar para destacar a excepcional banda sonora do filme, de Stephen Sondheim, o mesmo responsável pela música do espectáculo de 1979. Num tom de vozes mais acessível e, na minha opinião mais compatíveis (talvez por obra do trabalho de cabine), que a sua tal anterior versão, esta tem o mérito de acentuar consideravelmente o carácter das personagens e a carga dramática da própria acção. Para além do mais, esta consegue viver para além do filme o que, só por si, é prova evidente da sua grandeza. Gosto especialmente da entrada do filme, soturna, assustadora, da "No Place Like London", da "By the Sea" e da Worst Pies in London". Quanto a letras, prefiro a da música correspondente à escolha da carne para as empadas, a "A Little Priest", provavelmente a que tem a crítica social mais presente.
No seu conjunto a obra de Sondheim é uma produção caliginosa, intensa, complexa e, ainda assim, cativante, merecedora de uma atenta audição, preferencialmente com prévia visualização do filme. Digo-vos, haá muito que uma banda sonora original não me arrebatava desta maneira.

Para os interessados cliquem aqui. E não se esqueçam de comprar o cd. Se puderem dispender um pouco mais, aconselho a edição de luxo, que inclui todas as canções e um livro de 80 páginas, com prefácio de Tim Burton.

Este musical é acessível mesmo a quem não gosta do género, sem nunca decepcionar os amantes deste. Os atributos técnicos são, como acima referi, fora de série. E a história... bem, desde a forte crítica social, tantas vezes esquecida, ao elogio do canibalismo, ao demolidor drama, acho que pouco mais se pode pedir. Em suma, este é um filme que proporciona ao espectador o que de melhor o cinema tem para oferecer. Tim, já sabes, és o maior.


(Para os interessados, está no youtube disponível a versão do musical em quinze partes)

Shout Out Louds @ Aula Magna

26 de Março
Concerto em jeito de resposta ao post sobre eles feito pelo André. Impossible poderá ser ouvido em Portugal ao vivo já em Março

Este ano em Paredes de Coura

Sex Pistols, 31 de Julho

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Black Mirror rorriM kcalB

Após a simpática oportunidade de poder manietar o grandioso Win Butler no vídeo de Neon Bible, surge agora um novo clip dos Arcade Fire, na linha do anterior, promovendo a interactividade com o espectador/ouvinte. O novo vídeo da Black Mirror, a preto e branco, dirigido por Olivier Groulx e Tracy Maurice, permite-nos desligar e combinar as faixas dos instrumentos e voz que queremos ouvir. As experiências possíveis são incontáveis, dando, por exemplo, para ouvir a música só com a voz de Win, o que, verão, é no minímo estranho.
Nada como cada um experimentar por si. Para os interessados, o vídeo está aqui.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Novo EP de Shout Out Louds

Os suecos que invadiram Paredes de Coura, em 2006, com a boa música à moda de The Cure preparam-se para brincar o público Indie com mais música: Impossible será o nome do novo registo discográfico dos Shout Out Louds e será lançado em Abril - diga-se que esta Primavera é uma bomba dos lançamentos discográficos.

Fiquem com o vídeo da música que empresta o seu nome ao EP:
Impossible

Karkov abandona Blasted Mechanism

E pouco mais há a acrescentar. O agora ex-vocalista da banda considerou que pouco tinha para dar ao projecto. Entretanto, também foi apresentado o substituto de Karkov, que será o senhor dos Zedisaneonlight, Pedro Lousada.

Correndo o risco de ser 'quase-polémico', diria que esta foi uma decisão sensata por parte do Karkov. Ainda que sendo uma banda original, pela reinvenção exaustiva de estilos musicais que juntavam num único projecto, a sonoridade base dos Blasted Mechanism já conheceu momentos melhores, e neste momento peca pela repetição.
Acho interessante que o senhor que encarna a personagem Karkov se tenha apercebido de que há que avançar, ao invés de estagnar na segurança de um projecto que já vingou.

Resta saber se podemos esperar algum projecto novo por parte deste senhor...
Dos Blasted Mechanism já se espera um novo álbum, para o início do próximo ano.

O Jornalista da Blitz

Isto é mais um episódio caricato que confirma uma constatação que há muito podia ser feita: a Blitz é uma má revista de música. Mas não vamos aqui fazer publicidade nenhuma, nem qualquer tipo de comentário mais. Apenas - e visto que tem havido pouca coisa a dizer - rir um bocadinho desta "notícia" escandalosa.

Na sua página, a Blitz anuncia "Led Zeppelin actuam em festival norte-americano" (ver AQUI). A notícia é escrita por um jornalista da revista, e não por um qualquer internauta. Agora para a parte gira, vejam a fotografia.


Já agora vejam as meninas Lez, que são impressionantes.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Cult of Luna ensaiam as novas músicas - o estúdio estará para breve?

O sucessor de Somewhere Along The Highway já está a ser ensaiado, segundo anuncia a banda através do seu Myspace. Devemos portanto aguardar o regresso ao estúdio por parte dos Cult of Luna.

As boas notícias: o baterista de estúdio continua a ser o de The Perishers, Thomas Hedlund.

domingo, fevereiro 03, 2008

Evangelista - Hello Voyager

Carla Bozulich regressa, depois do álbum Evangelista, com o projecto denominado da mesma forma. Evangelista estreia-se oficialmente pela Constellation - apesar de já ser o segundo álbum registado pela senhora Bozulich na editora canadiana - na próxima semana, mas, naturalmente, o álbum já circula pela net (os links, já os perdi; hei-de procurar mais alguns, entretanto).


Hello Voyager não é só um novo álbum, mas uma nova forma de ver o Noise por parte da mentora de Evangelista. Talvez motivada pela existência de uma banda, isto é, pela influência de outros músicos (além dos produtores, etc.), as composições adquiriram uma identidade muito mais afincada. É óbvio que quando se ouve Carla Bozulich, a sua voz country estridente e de interpretações únicas é um pormenor que identifica o projecto; mas o álbum Evangelista era uma fórmula mais repetida e comum, com sonoridades que se ouvem em projectos como Oxbow. Este novo trabalho já não corre o risco de se aglutinar a demais projectos: Evangelista é um projecto único, com as influências do Country - primeira etiqueta a que se associa o nome Bozulich - mais suavizadas por algum Folk e Indie, ainda que muito desmontados por toques de Shoegaze; tudo isto numa fórmula de Noise-Drone, de quase anti-música.

Aquilo que realmente sobressai em Hello Voyager é a presença de uma objectividade musical, que não se perde na abstracção do próprio conceito em que insere. Neste caso, o Noise não tornou o álbum inaudível, tornou-o estranho, estranhamento bom e interessante. Desde registos mais calmos em que Carla se destaca pela forma como coloca a voz na música (destaco "Blue Room") a músicas com uma força incrível, com batida forte e uma melodia feita de ruído (como "Truth Is Dark Like Outer Space"), sem esquecer algumas músicas mais Drone ("The Frozen Dress"), tudo é bem conseguido no álbum. Pode-se dizer que Thierry Amar e Efrim Mennuck dos Silver Mt. Zion fizeram um belo trabalho a nível de produção; melhor resultado que Hello Voyager é impossível de obter (ou pelo menos, assim me parece; bom seria que alguém conseguisse superar um álbum tão bom quanto este!).

Liricamente, o álbum está corrosivo e violento. Não está interventivo, ou pelo menos não aspira a isso de uma forma directa; está antes 'chocante' - que não deixa de ser uma forma de intervenção -, com vozes a condizer. Letras construídas com pequenas citações, como "the west is the best" (J. Morrison, 1967), que são desmontadas e reinterpretadas de imediato, ou com afirmações como "this is me feeling superior to you! (..) This is my homossexual incarnations!", inseridas no ambiente caótico conseguido por Evangelista, são frases que nos ficam na cabeça e que conseguem chocar/marcar de alguma forma.

Hello Voyager é o melhor trabalho de Carla Bozulich editado pela Constellation, em relação a isso não há dúvidas. Não sendo algo de inovador, conseguiu reinventar na perfeição uma boa porção de ondas que já se encontravam na repetição enfadonha de fórmulas, dando-lhes um novo alento.

Fica o alinhamento:
1 Winds Of St. Anne
2 Smooth Jazz
3 Lucky Lucky Luck
4 For The L'il Dudes
5 The Blue Room
6 Truth Is Dark Like Outer Space
7 The Frozen Dress
8 Paper Kitten Claw
9 Hello, Voyager!

sábado, fevereiro 02, 2008

Portishead - A Razia

Isto é só uma notícia daquelas "não digam que não vos avisei". Se querem ver Portishead, apontem para outros países ou para o mercado paralelo e inflacionado. É que os bilhetes para os concerto de Porto e Lisboa, 26 e 27 de Março respectivamente, já estão esgotados.

A banda vem apresentar o seu aguardado registo, que se chama Third, e estará nas lojas no dia 14 de Abril.