segunda-feira, julho 30, 2007

Frank Zappa Strasse

O senhor Francesco Zappa, músico no mínimo genial, experimentalista e controverso, ficará na memória dos habitantes de Berlim, já que o seu nome foi atribuido a uma rua.


O génio de Zappa era negado e abafado pela sua tendência de dizer as "verdades". As suas dezenas de discos sofriam de proibicões no Reino Unido, entre outros países, e por pouco nos EUA tamém, por conterem inúmeras críticas tão directas que se tornavam violentas.
Dos músicos que tiveram a honra e o prazer de tocar com o Compositor-Vocalista-Guitarrista-Maestro Americano, foram poucos os que não tiveram uma carreira de sucesso, nem que seja pelo facto de terem tocado com Frank Zappa, tão exigente nas suas escolhas. Foi o primeiro líder de banda a fazer audições para os seus músicos e exigia princípios rígidos: não podiam consumir drogas (ainda que ele fosse um fumador compulsivo; não é paradoxal pois Zappa considerava que tabaco era "comida", como defendia nas entrevistas que dava) e tinham de saber cantar.


São poucas as pessoas que conseguem manter-se fiéis a Zappa, pois nem ele se mantinha fiel às suas sonoridades. Efectivamente, a sua veia experimentalista nunca foi traída: quase nenhum álbum dele repete a fórmula do anterior ou do que se segue, mesmo que haja um espaço de 10 ou 20 outros álbuns entre eles.
Depois de mais de 40 álbuns editados, a família de Francesco Zappa encontrou mais uns quantos trabalhos por editar do líder dos Mothers Of Invention, tanto com esta banda como a solo (o que não difere muito da génese Zappa).


Apesar de tudo isto, como observamos, a legião de fãs estende-se muito mais do que talvez se pudesse imaginar. Em Portugal temos os Zappanoia e Low Budget Research Kitchen a tocar covers de Frank Zappa e realiza-se anualmente um festival, em Berlim, de bandas que só tocam músicas dele.


Titties and Beer


O diálogo com o diabo, ao vivo, era sujeito a enormes quantidades de improviso. Mas a base estava lá sempre. É Jazz... com muito Rock.

domingo, julho 29, 2007

Para que não restem dúvidas...

...fica um clip representativo da qualidade das Electrelane.


To The East

A rolote parou no Colombo

Mais precisamente na Fnac. O facto de estar em Lisboa permite-me mobilidade em relação a estas coisas, e já que The Guys From The Caravan é uma banda que eu tenho acompanhado de perto, fui assistir ao showcase destes rapazes.

A Demo contém precisamente as quatro músicas presentes no Myspace dos Guys, com a vantagem de serem gravações realmente boas; o fim da "Bedroom Records" anunciada no espaço, já que estes rapazes gravaram tudo pelos próprios meios e "com um material muita foleiro", como o próprio vocalista afirmou no showcase.

A paragem na Fnac foi, como sempre, descontraída e descomprometida, uma alegria para todos os que pararam lá para assistir; não vi quem não saísse do auditório com um sorriso satisfeito na cara. Apresentaram algumas músicas novas, entre elas um cover de uma música que tinha uma aparição mediática na série "Crime Story", a qual eu desconhecia de todo. A postura do grupo parece-me constante, com uma negação do estrelato tremenda: pedem sugestões ao público, falam entre eles, contam piadas, mostram que adoram o que fazem... é um ambiente contagiante que ali se cria, o que não deixa de afectar igualmente todos os presentes.
Acho desnecessário estar a espremer um concerto de conteúdo tão simples e acessível, apesar da boa qualidade das músicas de Rocklore.

quinta-feira, julho 26, 2007

Download da demo!

A Demo dos The Guys From The Caravan já está disponível para download, pela netlabel Rasarte.
Deixo-vos o link. Aproveitem, que vale a pena!
Farei uma apreciação crítica mais à frente; não se escapa à censura.

quarta-feira, julho 25, 2007

Entrevista com The Guys From The Caravan

Os rapazes pararam a rolote no 13ªarte para uma entrevista. Sempre descontraídos e divertidos, deixaram-nos este registo da sua história, dos seus humores e dos seus objectivos. É bom ver a música portuguesa a crescer com maturidade.

Paredes de Coura 2007

O cartaz foi ontem fechado, com a confirmação de BabyShambles, banda de Pete Doherty, para o dia 13 do próximo mês de Agosto.



Elect The Dead

Este é o título do álbum de estreia a solo de Serj Tankian, o vocalista de System Of A Down. O single "Unthinking Majority", retirado do alinhamento do álbum, não deve tardar, já que Elect The Dead será editado em Outubro deste ano.

terça-feira, julho 24, 2007

Duas músicas novas de Linda Martini

Do programa «3 pistas», da Antena3, surgiram 3 músicas novas, duas das quais presentes no Myspace da banda. Ouvi ambas as disponíveis no espaço da banda e devo confessar que fiquei desiludido. Aquilo que os caracterizava como banda singular em Portugal perdeu-se: a força, a fúria e o desespero nas suas músicas, tão presentes no álbum e, principalmente, no EP. A verdade é que estas músicas novas me parecem ser a quebra com a 'vontade de fazer barulho' na música nacional que os Linda Martini apresentavam distintamente até há uns tempos atrás.
"Marcha Coração" é o explorar das fórmulas do Post-Rock já dissecadas por Mogwai, com uma melodia muito marcada e calma, ponto de partida para rasgos e sons mais violentos - nada de novo -, enquanto "Adeus Tristeza" é simplesmente melodia, sem grandes invenções ou pretensões.
Não sei se é humildade assumida, ou simplesmente uma fase má, mas espero sinceramente que seja passageiro, porque Linda Martini ainda é uma das grandes referências do Rock actual no nosso país.

Is Is EP

Yeah Yeah Yeahs voltam à carga com Is Is EP. Esta pequena 'amostra' data o regresso às origens mais cruas, do tempo de Fever to Tell, com as quais cortaram de forma abrupta com o lançar de "Gold Lion", de Show Me Your Bones.

O alinhamento do EP compreende "Sealings (album version)", "Down Boy", "10 x 10", "Is Is" e "Kiss, Kiss".

Vale a pena ouvir, é mais do que já era bom: mais de Yeah Yeah Yeahs.

segunda-feira, julho 23, 2007

Arctic Monkeys @ Coliseu dos Recreios

Os rapazes de Sheffield apresentaram-se no passado dia 18 de Julho pela segunda vez em terras lusas para apresentar o seu novo album intitulado Favourite Worst Nightmare. Desta vez tiveram direito a uma sala de maior e melhor, Coliseu dos Recreios, e a uma banda de abertura novamente portuguesa, os X-Wife. Esperava-se um concerto de altas proporções, visto que, se no ano passado os Arctic Monkeys foram protagonistas de um enorme hype da música britânica, este ano conseguiram a proeza de dar seguimento a esse hype, embora numa onda mais comercial e apesar do novo trabalho ser (consideravelmente, na minha opinião) inferior ao primeiro.
Antes de falar propriamente sobre o concerto, vou começar por apontar alguns defeitos que fizeram deste concerto único (!) pela maneira como o condicionaram fortemente.

Pela primeira vez num concerto, e posso dizer que tenho uma certa rodagem nesta matéria, senti-me apertado na fila para entrar para o Coliseu. De facto, so faltava mesmo haver mosh e crowd-surfing no amontoado de pessoas nos corredores que dão acesso às escadas do Coliseu. Aliás, senti-me rodeado de imbecis que estavam, não à espera de um concerto, mas num estádio de futebol com o comportamento mais animalesco possível.
Para além disso, quando é que os concertos viraram infantário? É que ninguém me disse nada e senti-me meio deslocado no meio daquilo tudo...
Mas isto seria o menos. O pior foi esta concentração de doentes mentais ter-me estragado grande parte de ambos os concertos. Em X-Wife, tornou-se impossível respirar, já que 90% das pessoas presentes (e digo isto com bastante certeza) não conhecia minimamente a banda, (nao querendo dizer com isto que deviam conhecer, afinal de contas era um concerto de Arctic Monkeys) e adoptaram a postura “epá nao conheço isto, mas é fixe para andar aos empurrões e aos pontapés”.
Em Arctic Monkeys esta gentalha adoptou novamente a mesma técnica, mas desta vez de forma mais agressiva. Atenção que eu não sou contra um belo mosh e o ocasional crowd-surfing, principalmente quando a música nos envolve de maneira de tal forma intensa que se torna impossível estar parado, agora fazer da plateia um campo de batalha digno de um concerto de heavy metal nao me parece apropriado num concerto destes. Felizmente a resistência fisica das pessoas da faixa etaria 12-16 anos nao é a melhor, e, portanto, la para o meio do concerto já se pôde apreciar a música em condições.


X-Wife

A banda portuense teve a tarefa que no ano passado coube aos lisboetas The Vicious Five, que abriram o concerto dos Arctic Monkeys no Paradise Garage. A qualidade do som não foi a melhor, mas a música esteve longe de imperceptível.


Durante cerca de meia hora, a banda de João Vieira deu um concerto de grande qualidade, cheio de energia, equiparável à sua excelente actuação no ainda recente Super Bock Super Rock. A destacar os temas Brigh Lights Big City, Rockin'Rio, Eno, When The Lights Turn Off, Taking Control e Ping-Pong. Fica a vontade de os ver num concerto só deles, com público adequado.



Arctic Monkeys


Após os X-Wife terem saído, não demorou muito até a banda britânica aparecer: o soundcheck foi rápido e o palco e luzes já estavam montados desde o início do concerto da banda portuguesa.
Esperava-se um concerto mais centrado no último album, mas os Arctic Monkeys brindaram o público português com uma setlist bastante acima das expectativas de muitos fãs.
Abrindo com The View From The Afternoon, assim como tinham feito no ano passado, puseram a multidão do Coliseu em alvoroço. A libertação de energia foi de tal forma intensa que algumas pessoas se viram forçadas a abandonar o Coliseu (!), já que não aguentavam o calor e agitação que se faziam notar na plateia.


Alex Turner mostrou-se, novamente, bastante profissional, assim como os restantes membros da banda, comunicando de forma curta, mas eficaz, “it's great to be playing for such a fine audience here tonight”. Uma das novidades do novo album e deste concerto foi o novo baixista, Nick O'Malley, que veio substituir Andy Nicholson, cujo ultimo concerto com a banda foi, precisamente, o ano passado em Portugal. Quanto à actuação ao vivo, o novo baixista pareceu um pouco deslocado da banda, como se ainda fosse aquele baixista de recurso logo após a perda de Nicholson. No entanto, a qualidade do baixo da banda melhorou significativamente com este novo membro, o que foi notório no novo album e no concerto no Coliseu.


A banda mostrou-se mais madura e mais profissional, largando a faceta de “miúdos que apenas tiveram sorte no mundo da musica” que mostrou o ano passado.
Destaque para The View From The Afternoon, que abriu o concerto de forma explosiva, D Is For Dangerous, que jogou muito bem com as paragens e os silêncios, Do Me A Favour, uma das melhores músicas novas tocadas no concerto, e When The Sun Goes Down e A Certain Romance, músicas da praxe, entoadas bem alto pelos fãs e que cada vez mais se afirmam como obrigatórias nos concertos da banda.


A setlist não podia ter sido melhor: 20 musicas tocadas a um ritmo alucinante, muitas vezes sem paragens entre elas. Estes “rapazes” revelaram-se uma banda consolidada no indie rock britânico que, embora não tenha um estilo muito versátil, explora muito bem o tipo de música que toca. Superaram as expectativas e estão aqui para ficar.


Setlist:

The View From The Afternoon
Brianstorm
Still Take You Home
Dancing Shoes
From The Ritz To The Rubble
Teddy Picker
D Is For Dangerous
This House Is A Circus
Fake Tales of San Francisco
Balaclava
Old Yellow Bricks
You Probably Couldn't See for the Lights But You Were Staring Straight at Me
I Bet You Look Good on the Dancefloor
If You Were There, Beware
Fluorescent Adolescent
Mardy Bum
Do Me A Favour
Leave Before The Lights Come On
When The Sun Goes Down
A Certain Romance

Paredes de Coura a ganhar forma

É facto que o festival, em relação às edições anteriores, tem mostrado grandes fragilidades, principalmente pela espera no que toca à confirmação da totalidade do cartaz. Por esta altura, nos anos de 2006 e 2005, já o cartaz estava fechada, ainda que sujeito a algumas confirmações (como se verificou no ano passado, em que os We Are Scientists foram 'promovidos' a cabeças-de-cartaz, e os Nightmare Of You substituidos pelos The Vicious Five).
Tem-se gerado uma enorme controvérsia em torno da edição deste ano do festival do tabuão que eu acho um tanto ou quanto exagerada. Compara-se repetidamente os nomes que marcaram presença anteriormente no festival, mas apenas se fala nos nomes "grandes". Claro que, ainda com 2 cabeças-de-cartaz por anunciar, os nomes deste ano ficam-se por Sonic Youth e Dinossaur Jr., como representantes de fora, e Mão Morta, veteranos no festival e representantes do nosso jardinzinho plantado no rabo da Europa. É, por isso, inconcebível considerar o cartaz de Paredes de Coura 2007 fraco, tendo em conta o padrão "nomes grandes", visto que ainda faltam 2 nomes importantes.
Fora estas situações, uma observação do resto do cartaz leva qualquer um que se abstraia da ausência de confirmações gigantescas e mediáticas que os nomes anunciados carregam um historial de actuações excelentes e de ficar na memória (Electrelane, Cansei de Ser Sexy, Gogol Bordello), nem que seja pelas suas bandas precedentes, como é o caso de Sparta, com membros de At The Drive-in. Outras bandas garantem, ainda, pela suas sonoridades características, experiências peculiares num concerto, das quais destaco Architecture in Helsinki, com um Indie estupidamente (e não sei uma descrição melhor; mas retiro qualquer conotação negativa desta) alegre e feliz e com imensa gente para encher o palco - à semelhança de Broken Social Scene.
A não esquecer, igualmente, que Paredes de Coura nunca foi um festival que se destacasse pelas grandes confirmações, mas sim por anunciar e apresentar bandas em surgimento e com qualidade. Não me lembro de ouvir falar em Arcade Fire, durante o ano de 2005, antes do nome ser confirmado para o tabuão, por exemplo, ou até !!! (CHK CHK CHK). É claro que os clássicos marcam sempre a sua presença no mais bonito e natural anfiteatro português, como é o caso de Sonic Youth e Dinossaur Jr., este ano, de Bauhaus e The Cramps, no ano passado, e Nick Cave and The Bad Seeds, há dois anos; mas não se fizeram cartazes só com nomes igualmente sonantes.
Aguardam-se as confirmações finais e o assegurar dos dois "nomes grandes", ou pelo menos cabeças-de-cartaz que assegurem um concerto bom. Eu ponho de parte qualquer tipo de preconceito ridiculo em relação ao festival e espero poder ir para ver Sparta, Sonic Youth, Electrelane, Gogol Bordello (principalmente) e, claro, os restantes concertos, de todos os palcos - o palco Ruby, por exemplo, apresenta uma confirmação interessantíssima: ZAPPA_Low Budget research Kitchen.

quinta-feira, julho 19, 2007

Concerto em Dó Maior

Os White Stripes deram uma das tours mais caricatas de que me recordo numa banda "grande" (no sentido de passar na mtv e na rádio repetidamente). Jack e Meg White fecharam a tour com um concerto que era suposto durar uma única nota. Ainda com esta designação, centenas de fãs da banda compareceram no evento organizado "em cima do joelho", no meio da rua, na cidade de St. John.
Após subirem ao palco, tocaram a única nota - fala-se em dó maior - e abandonaram o recinto do concerto sob o pretexto de terem "tocado oficialmente em todas as regiões do território canadiano".
Claro que depois presentearam todos os presentes no concerto rebuscado com uma actuação 'decente', no estádio da cidade. Mas a tour estava, oficialmente, encerrada com o dito cujo dó.

Masive Attack de regresso

Os senhores do Trip Hop de Bristol regressam a Portugal, com dois concertos marcados nos coliseus de Lisboa e do Porto, 17 e 18 de Setembro, respectivamente. Apesar de não terem nenhum álbum novo para apresentar, trazem o relativamente novo single "False Flags". Aguarda-se outro grande concerto de um grupo com um historial e com uma importância desmedida para a música internacional, e que ainda consegue dar que falar em todos os seus produtos.

A primeira parte de cada concerto vai ser assegurado pelo projecto de Mike Patton, Peeping Tom.


Para já, fiquem com o clip do acima referido single, dos Massive Attack, que revela tão bem a consciência política e, principalmente, humanitária dos Britânicos.

False Flags

quarta-feira, julho 18, 2007

Arctic Monkeys @ Coliseu

O Negrão vai marcar presença no Concerto dos meninos bonitos de Sheffield, hoje. Talvez ele deixe o seu belo comentário neste espaço.
Os X-Wife fazem as honras, por volta das 21h, apesar das portas estarem abertas a partir das 20h. Está previsto que a apresentação do mais recente álbum dos Arctic Monkeys, Favourite Worst Nightmare, comece por volta das 22h10.

terça-feira, julho 17, 2007

Prince e o «Marketing Directo»

Publiquei, há umas semanas, um texto em que abordava estas situações em que os autores procuram lucrar com Internet e os novos meios de divulgação. Prince não recorreu a nenhum dos novos meios, mas subverteu todo o conceito de lucro da indústria musical, utilizando um dos mais clássicos: o jornal.
O compositor americano distribui gratuitamente o novo álbum, Planet Earth, com o jornal britânico Mail on Sunday. Esta acção é o que Prince intitula de «marketing directo» e rendeu-lhe cerca de 369 mil euros.
Com este marketing tão polémico, Prince já garantiu lotação esgotada para os 21 concertos marcados em Londres, onde também irá distribuir o seu mais recente trabalho.
E fica a curiosidade em relação ao que a SPA poderá dizer a esta "mutilação" dos direitos de autor.
Enveredámos por caminhos dos quais já não podemos sair. A necessidade de aceitarmos a nova realidade da música mostra-se imperativa.

Informação retirada do Jornal Digital.

Mirrored


Battles estrearam-se nos trabalhos mais longos em Maio do presente ano. Com dois EPs editados, que geraram bastante controvérsia e fizeram «barulho» na cena musical, esta estreia era já bastante aguardada. Mirrored trás consigo o single "Atlas", extremamente irritante e dinâmico, mas que cedo nos consome até ficarmos viciados nas vozes estranhas e no seu balanço saltitante.
Este álbum é uma excelente apresentação da banda, com músicas que surpreendem quem contacta primeiramente com o single, visto que subvertem completamente a imagem que este cria, tornando-se, assim, num misto de agradável surpresa com muito ligeira desilusão (visto que as coisas mais estranhas se tornam audíveis, após a experiência "Atlas"). Torna-se quase uma experiência alucinante, por todas as sonoridades que transporta. Sem dúvida, um álbum que se deve ouvir.

Fiquem com o tão falado single.

Atlas


Fala-se numa visita ao festival de Paredes de Coura: Battles vão estar em tour europeia nessa altura e têm espaço, no seu calendário, no dia 13 do mês de Agosto (segundo o site da editora).
Esperemos que sim.

domingo, julho 15, 2007

Adorno

Juntaram-se do que restou de bandas como Satyagraha e Mary Rilley com alguns membros dos ainda activos Lobster e Suchi Rukara para, com uns pedais de delay e alguma vontade de fazer música ao bom género punk-DIY, há mais ou menos um ano. Agora, já com alguns concertos no reportório, partiram em tour para surpreender o público europeu. Verdade seja dita, até em Portugal houve surpresa quando se verificou que estes 4 rapazes, com influências claras de bandas como The Mars Volta e Envy, se juntaram a 108, Ritual, Converge, entre outras grandes referências, no maior festival de Hardcore do nosso continente, o Fluff Fest, dentro de 5 dias.

E não se espera menos que uma boa representação. Acho que os Adorno merecem ser acompanhados, visto que se estão a afirmar tão bem no resto da Europa.

Quem sabe se, após a tour europeia, eles não dão um saltinho em Coimbra?
Aguarda-se, obviamente...

sábado, julho 14, 2007

Regresso de Interpol


Our Love To Admire determina o regresso de Interpol aos mercados. Apesar de fecharem contrato com uma editora major, isso não afectou, em nada, o produto final. O álbum está, como não podia deixar de ser, mais Interpol. As suas músicas continuam a dar-lhes o título de "actuais Joy Division" sem qualquer dúvida.
Obviamente que, como tão bem se compreende, Turn On The Bright Lights, por ser o álbum de estreia, marcou com a novidade e há-de ser sempre o melhor álbum dos nova iorquinos; mas isso não torna os restantes maus, simplesmente atribui ao grupo o carácter de manter o trabalho constante e ao mesmo nível, o que é extremamente importante.
Este último álbum justifica a espera de 3 anos por algo novo por parte dos Interpol e descansa qualquer fã, que não pode ficar desiludido. Our Love To Admire está mais Interpol do que nunca.

terça-feira, julho 10, 2007

Anexos referentes ao SBSR

Em anexo, distribuo uma pequena secção de prémios ridículos de que me vou lembrando. Estes serão uma forma de relembrar momentos caricatos do festival, portanto o post está sujeito a actualizações. É uma experiência, concluíndo.


E continuando:

O Melhor Agradecimento - por Scissor Sisters: "Obri motherfucking gado". Quase me fez lembrar o Corey Taylor.

O Melhor Tédio (para não dizer o maior) - por Joe Satriani: não há surpresas, aqui.

O Melhor Concerto: Metallica (seguido de Interpol).

A Melhor Queda - por Interpol: Daniel Kessler, guitarrista, caiu numa das primeiras músicas do concerto, o que não o impediu de continuar a tocar.

A Melhor Partilha de Carinho - por Mäximo Park: há quem diga que o teclas da banda invadiu o palco para dançar desalmadamente, durante o concerto de LCD Soundsystem.

A Melhor Insistência - por The Jesus and Mary Chain: recomeçaram uma música que lhes correu mal.

O Melhor Início de Concerto - por Arcade Fire: com aquele clip tenebroso.

A Melhor "Comunicação Abundante" - por James Hetfield (Metallica): «Hoo-Rah!»; «Are you with Metallica?!»

A Melhor Ironia - por James Murphy (LCD Soundsystem): agradeceu ao seu técnico de som, Steve, porque se ouviu, em palco, um som menos desejado.

O Melhor Choque - por Scissor Sisters: a vocalista fez (ou não), ao vocalista, um miminho ilicito com a sua cavidade bocal; pelo menos o traseiro do senhor andou ao léu.

O Melhor Floop (para não dizer o maior) - por The Gift: e ainda argumentaram que tocaram cedo demais...

SBSR - dia 5 de Julho

Excluindo o primeiro acto, este dia foi o que arrastou um maior número de pessoas para o recinto do Parque Tejo. Um dia compreendido entre grandes estreias, como foram as de The Gossip, TV On The Radio e Interpol, e grandes actuações, como são sempre as de Scissor Sisters, não podia ter um público mais diversificado e vasto do que o que marcou presença nesta Quinta-Feira. Infelizmente, devido a um atraso, não cheguei a tempo dos concertos de Anselmo Ralph - cuja existência me era desconhecida -, nem de Micro Audio Waves - cujos concertos foram bastante elogiados, mas eu estou incapaz de confirmar. Também perdi o concerto de Underworld, rendido à exaustão.
Posso afirmar que este foi o dia mais equilibrado do festival (pelo que vi), para não dizer o melhor.

Portanto, o meu dia no Super Rock começou com uma excelente actuação de The Gossip. Ficaram para trás os tempos em que fazia sentido acreditar que um baixo é imprescindível. Não só o instrumental deste trio americano é muito rico, como a voz de Beth Ditto é um incrível registo de Gospel bem cantado. No que toca à performance, Beth Ditto arrebatou o público, mostrando comunicativa, sempre chocante, mas, acima de tudo, muito amável. Quem assistiu, rendeu-se ao encanto da banda - e que encanto: forte e dinâmico, por parte de todos os membros do grupo. Apesar de cansados (com apenas duas horas de sono, explicou a vocalista), desfizeram-se em desculpas sem qualquer razão, que mal aparentavam esse estado. Foi uma grande estreia, que deixou, nem mais nem menos, que um pedido de regresso para se apresentar o novo álbum - que não tarda em sair.

Seguiram-se os TV On The Radio, a banda mais aguardada pelo comunidade artística. Ouvir o álbum, em casa, provou-se ser uma experiência completamente diferente do que a despoletada pelo concerto. As músicas são muito mais fortes, intensas e dançáveis; na realidade, as músicas ficam muito mais Industriais, sem nunca perderem a originalidade que caracteriza a sonoridade de TVOTR. Também a performance desta banda é digna de destaque, que não parou um minuto no palco e mantinha uma comunicação activa com o público durante as músicas (espicaçando, gesticulando...). O concerto teve o desfecho perfeito, que levou a audiência ao rubro: tocaram "Staring at the Sun", o single mais conhecido da banda, ainda do álbum de estreia, Desperate Youth, Blood Thirsty Babes. Este concerto teve um único problema, que foi o facto de ter decorrido ainda de dia, quando ainda estava gente a chegar e não acompanhou o acontecimento desde o início e quando as luzes ainda não resultam da melhor forma. Teria sido um impacto ainda maior; mas não é isso que impede este concerto de atingir as melhores actuações do festival.

Seguiram-se os Scissor Sisters. Não há preconceito que deite por terra tal concerto. Nem mesmo o pretexto de não se gostar da música. Os nova iorquinos não deixaram desculpas para não se dançar, cantar ou rir: foi o concerto mais divertido do festival, era impossível negá-lo ou tentar evitar esse facto. Desde a comunicação abundante e contínua, à própria presença de toda a banda, mas principalmente dos vocalistas, passando pela própria música, tudo correu bem e tudo soou bem e opurtuno no concerto de Scissor Sisters. Nem mesmo as situações mais polémicas se pareceram desenquadradas; pelo contrário, vieram mesmo a propósito de uma boa gargalhada, ajudando ainda mais ao espectáculo. Com o público tão rendido como estava, a banda usou e abusou de todo o tipo de situações para melhorar ainda mais a sua performance. Ficou justificada a presença de tantos fãs da banda no recinto. E bem justificada.

A outra grande estreia, provavelmente a mais aguardada por todo a audiência, era dos outros nova iorquinos, Interpol. Com o novo Our Love To Admire à porta, era de esperar uma setlist com bastantes músicas novas, mas essa situação não foi verificada, graças, muito provavelmente, à confirmação de outro concerto, no Coliseu de Lisboa, no dia 7 de Novembro. Começaram, efectivamente, com "Pioneer to The Fall", a primeira música do mais recente trabalho, mas brindaram os fãs com "Obstacle 1", imediatamente de seguida. E assim se ditou o grande início do grande concerto da noite. O público conhecia muito bem as músicas, as quais dançava e cantava, independemente de ser, ou não, um single; mesmo as músicas novas não pareceram novidade para o mar de gente que não arrastou o pé para assistir à estreia dos Interpol em território português. Apesar de todo aquele aparato, a actuação da banda foi muito sóbria, ao mesmo tempo que dinâmica. O vocalista pouco falou, correspondendo perfeitamente às expectativas e às ambiências mais negras da sonoridade do quarteto, mas a forma como se movimentavam em palco, e a presença que ostentavam, transmitia gosto, algo que ninguém se cansou de retribuir. Depois de uma pequena espera, o encore (inevitável) começou com "NYC" e seguiu-se "Stella Was a Diver and She Was Always Down", que deu o concerto por terminado. Muitos dos presentes desistiram de continuar no recinto, depois de terem assistido à intervenção dos Interpol.

Tempo de Guerra - os terroristas andam aí

Afirma o Ministro da Segurança britânico que a medida que nos manterá seguros dos terroristas, cujo combate está previsto que durará cerca de 15 anos, é a aplicação dos "Quatro P", que consiste em «preparar, proteger, prevenir e perseguir».

E a INAC (Instituto Nacional de Aviação Civil) antecipou-se largamente na aplicação desta medida proibindo todo o tipo de objectos que representem uma ameaça – ou não – à segurança dos voos/passageiros. A lista encontra-se no site do Instituto há bastante tempo, para que não restem dúvidas.
Acho que foi uma loucura o tempo que estes objectos demoraram a ser proibidos, apesar da referida antecipação:
componentes de armas de fogo (excluindo miras telescópicas e óculos), armas de zagalotes, bestas, armas de caça submarina, machados, flechas e dardos, arpões e setas, patins de gelo, pagaias de caiaque e canoa, skates, canas de pesca, entre muitos outros.
Realmente, não percebo como é que ainda se deixou entrar canas de pesca e pagaias descaradamente num avião… sem contar, claro, com a quantidade de terroristas estúpidos que não levaram arpões e bestas nos bolsos para os seus atentados.

São tempos inseguros e ninguém melhor que os Kalashnikov, que já passaram por tantas guerras e ainda causam cerca de 2000 vítimas mortais por concerto, para comprovar isso.


Peace is Dead


Se restam dúvidas acerca do historial da banda, passem, por favor, no seu Myspace.


Informação retirada do Sismógrafo.

SBSR - dia 4 de Julho

O dia menos cheio e, provavelmente, o menos conseguido a nível de actuações. Há pouco a destacar deste dia, salvo uma ou outra banda. Para ajudar à coisa, The Rapture cancelaram a sua actuação, adiando-se, assim, o início dos concertos relativamente uma hora.


Os Mundo Cão mostraram ter músicas com pujança e força, mas pecam pelas actuações demasiados estáticas da grande maioria da banda. A música pede muito mais dinâmica em palco, algo que é inexistente, neste caso. O concerto teve esta enorme condicionante, que boicota o espectáculo a qualquer espectador. No entanto, não deixou de ser positivo.

Depois de um concerto muito parado, a actuação dos Linda Martini foi uma lufada de ar fresco. Os mensageiros dos Black Sheep Studios em território nacional mostraram a escola Punk/Hardcore com uma performance extremamente enérgica. Ajudados pelo anterior concerto, ainda vivo nas nossas memórias, deu mesmo a sensação de que o concerto atingiu o nível de estupendo. Mas recordo o concerto da Queima das Fitas como superior. No entanto as músicas, dentro do que têm tocado sempre, soavam bem, claras e relativamente iguais ao álbum, o que mostra a capacidade de manter um nível de performance relativamente equilibrado.

Clap Your Hands Say Yeah foi um concerto relativo. Relativo pois, o nível da actuação está sujeito ao quanto se gosta da banda. O vocalista não tem uma voz fácil, mas exagera ao vivo. Esse é o principal aspecto negativo, aliado a umas presenças menos dinâmicas e a um Indie-Rock menos dançável, deixando, desta forma, a apreciação do concerto ao subjectivo de cada um. Pessoalmente, achei-o razoável: as músicas resultam bem ao vivo e não perdem muito em relação ao álbum.

Mäximo Park foi o Rock necessário para reavivar o festival. Uma actuação muito mais mexida, com os membros da banda a preencherem todo o palco, a correrem, a saltarem, à boa moda do Rock. E o público dançava, respondia aos apelos do vocalista e do teclista (que se destacaram dos restantes membros da banda) e cantava as músicas mais conhecidas. Pena é, realmente, os Maximo Park não terem músicas melhores, em relação à actuação que nos proporcionaram - heis a minha opinião - o que não os levou aos melhores concertos do festival, mas ficaram perto.

The Jesus and Mary Chain eram um regresso aguardado. Não se esperava, no entanto, um grande concerto. Falavam os próprios fãs que "não são bichos de palco". E confirmou-se. A actuação foi pouco expansiva e pouco comunicativa, mas as músicas soavam extremamente bem, recordando a todos os presentes porquê que Pixies assumiram estes senhores como principal influência. Não deixou, infelizmente de ser um concerto bastante monótono, ainda que não me tivesse chateado, graças à boa sonoridade (novamente). Destaco, somente, um pormenor caricato: enganaram-se no inínico de uma música, mas, sem qualquer problema, pediram desculpas e recomeçaram como se nada fosse. Muitos anos, portanto...

LCD Soundsystem arrastou, a par de Jesus and Mary Chain, muita gente, dentro do público relativamente reduzido (pelo menos em relação aos restantes dias), para o festival. A sua actuação, inicialmente, parecia repetitiva, mas não tardou até que o público fosse tomado por "North American Skum" e o recinto do festival virasse discoteca com música a sério. Dançava-se muito, no SBSR, mesmo apesar da actuação menos dinâmica de Murphy, cuja música fez tudo. Foi o melhor de todo o dia, sem qualquer tipo de dúvida. Mas decidiram expulsar o público com uma espécie de balada, que quebrou o momento atingido de uma forma abrupta, inoportunamente. O concerto pedia um final mais feliz.

segunda-feira, julho 09, 2007

Início violento de Arcade Fire

Cristãos, não vejam demais...
Outras religiões, tentem traçar paralelos, mas não vejam demais...
Ateus, "glória a deus" por não se sujeitarem a isto.


SBSR - dia 3 de Julho

Um dos dias mais prometedores do festival, com bandas extremamente aguardadas pelo público fã de Rock, acabou por ser uma pequena desilusão geral.


Y?, a banda que ganhou o concurso Reload, não se mostrou nada original: uma imitação de Guano Apes, ligeiramente mais Nu-Metal. Pouco há a dizer para além de que tinham uma presença limitada à vocalista.

Seguiram-se os conterraneos Bunnyranch, que não estavam para brincadeiras. Deram um concerto estupidamente enérgico, para uma hora ainda tão matinal (fuso horário festivaleiro - os campistas ainda estavam a chegar) como são as 5h30 da tarde. O vocalista - igualmente baterista - acompanhou sempre os seus pequenos e frenéticos diálogos com o público com ritmo, enquanto tocava o inicio de cada música que se seguia. E o público aderiu. Dançava-se no Super Rock.

The Gift mostrou-se, inevitavelmente, como a hora perfeita para um refeição decente. Um autêntico banquete, diga-se. Soube-se, mais tarde, que ficaram chateados com a falta de público, que não apareceu por ser cedo demais (é óbvio que qualquer fã pagaria 40€ para ver uma banda que pode ver por 5€ noutro sítio qualquer... óbvio!).

Os britânicos Klaxons subiram, finalmente ao palco. Um concerto muitíssimo aguardado, um conceito que, apesar de não apresentar nada de novo, tende para um saborzinho de originalidade. Infelizmente, o concerto não correspondeu às expectativas; foi uma actuação morta à qual os problemas com a bateria não ajudaram em nada. Mais tarde, o público assumiu o concerto como seu e a febre alastrou, melhorando, consideravelmente, a performance dos londrinos.

E, para quem não esperava, The Magic Numbers vieram encantar o público com um Indie-Rock ligeiro e com toques de Folk americano. Enérgico e consistente, numa complexidade instrumental que encanta pela simplicidade com se tecem as suas músicas, a banda dançava, cantava e aproveitava o momento. Uma boa partilha, uma boa surpresa e um bom concerto.

Bloc Party foi outra desilusão, na minha humilde opinião. Para quem assistiu aos anteriores concertos da banda, este foi simplesmente mais um. Nada de novo (como seria de esperar claro), e pouco enérgico. Kele manteve-se muito comunicativo e simpático, o que deixou o público jovem à vontade. Apesar de tudo, nas primeiras filas, dançava-se e saltava-se como se não houvesse amanhã. A audiência fez, mais uma vez, o concerto.

E, finalmente, subiram ao palco os mais aguardados de todo o dia e, a par de Interpol, de todo o festival: Arcade Fire marcaram o seu regresso aos palcos portugueses com Neon Bible na bagagem. Com um palco muito bem montado, extremamente alusivo ao título do mais recente trabalho da banda, e umas ambiências sempre muito negras, o início do concerto é determinado com um pequeno clip (procurem «pastorinha» no Youtube - o clip há de ser colocado, posteriormente, neste espaço). Chocado, o público mal deu pela entrada dos numerosos membros da banda, que iniciou o concerto com "Black Mirror", precisamente a primeira música do último álbum. Seguiu-se "No Cars Go" e um grande concerto, repleto de críticas agressivas ao poder de alienação da religião, durante o qual tocaram "Keep The Car Running", "Intervension", "(Antichrist Tv Blues)", "Power Out", "Rebellion", e fecharam com a inevitável "Wake Up" (salvo o erro).. Infelizmente, o concerto foi demasiado curto e insatisfatório, ainda que brutal (no mínimo), e por isso não é passível de ser considerado O concerto, mesmo tendo sido o melhor deste primeiro dia do segundo acto.
Metallica @ SBSR Acto I

Os Metallica apresentaram-se no dia 28 de Junho pela 4ª vez em Portugal. Estavam “cansados do estúdio” e resolveram fazer uma tour antes do lançamento do próximo álbum em 2008. Desta vez, o palco que teve o privilégio de ser pisado por estes gigantes do metal foi o festival Super Bock Super Bock.
No dia 28, às 4 da tarde, já era notória a elevada afluência ao recinto do festival: uma gigantesca concentração (cerca de 45 mil) de metaleiros estava presente no Parque Tejo para mais um concerto do grupo de James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Rob Trujillo. O ambiente era negro, o que não espantou ninguém, e (quase) toda a gente ali presente queria ver estes senhores. De facto, sendo os Metallica a banda de maior calibre daquele dia, as outras bandas foram reduzidas à insignificância, não pela fraca qualidade da sua música (embora algumas se encaixem aqui), mas sim por abrirem para Metallica.

Mastodon foi a que mais se destacou de entre todas, proporcionando um espectáculo coerente e de grande qualidade, satisfazendo os fãs da banda presentes no momento (ver post sobre Mastodon). Quanto aos Stone Sour, não trouxeram nada de novo: rock pesado sem grande talento, incentivos a mosh pits por parte de Corey Taylor (vocalista) e rock do mais enfadonho que pode haver (ou pelo menos foi o que pensei até à altura). No que toca a Joe Satriani, este senhor impressionou-me: conseguiu ser ainda pior que Stone Sour e expulsar-me da audiência com as projecções de tédio que a sua guitarra emitia. Para que não haja dúvidas, Joe Satriani pode muito bem ser dos melhores guitarristas que existem actualmente, mas ainda existe aquele fosso gigante (ainda que não pareça) entre tocar guitarra de forma exímia e fazer música de qualidade e cativante. Enfim, deu para ir jantar antes dO espectáculo da noite.

Após o fim de Joe Satriani decorreram 45 minutos desesperantes e apertados enquanto o palco de Metallica acabava de ser montado. Uma vez terminados todos os preparativos, ligaram-se os 2 ecrãs laterais do palco e viu-se Tuco (Eli Wallach - actor) na sua corrida desenfreada num cemitério à procura da campa com os 200.000$ em moedas de ouro (cena de O Bom, O Mau e O Vilão). Enquanto a personagem corria, ouviu-se The Ecstasy of Gold, a intro que marcou o início do concerto da noite e, para muitos, o concerto do festival. O concerto tinha começado.
Desligados os ecrãs, James Hetfield & Cia apareceram, para o júbilo dos milhares de fãs, e não perderam tempo com apresentações formais desnecessárias: entraram a rasgar com a brutal Creeping Death, que provocou um turbilhão de corpos e uma imediata subida de temperatura no recinto.

À medida que o concerto foi prosseguindo, a multidão de fãs apercebeu-se do enorme concerto a que estava a ter direito – a banda ia tocando os temas da sua era inicial, os melhores portanto, deixando de lado as faixas menos consensuais que caracterizaram a era 1996-Presente (excepto The Memory Remains, único tema deste período tocada).
Com os seus habituais gritos de guerra – "Hoo-rah!" – James Hetfield voltou a não desiludir na comunicação abundante e eficaz com o público: "Lisboa, Metallica is with you… Are you with Metallica?!"

Intercalando clássicos como For Whom The Bell Tolls e Disposable Heroes com temas mais instrumentais como …And Justice For All e Orion, os reis do metal deram um concerto memorável, cuja setlist dificilmente poderia ter sido melhor (ver em baixo). Desde Kill’em All até Metallica (Black Album), as músicas mais poderosas foram tocadas, deixando de lado Load, ReLoad e St.Anger, para o prazer de muitos fãs.
Destaque para One, precedida de petardos gigantes e foguetes, Enter Sandman, o hino mais conhecido e mais entoado no concerto todo, Master Of Puppets, que deu aso a um mosh pit gigante, e Seek and Destroy, que fechou a noite com o anúncio prévio de Hetfield e um agradecimento aos verdadeiros fãs: “Metallica fans know, that there’s always one more, right? So there’s one more is that ok? One more for the true, in you heart, Metallica fan. You know who you are, thank you very much for supporting Metallica all these years, we love you!”

Ao fim de cerca de 2 horas e meia, os Metallica deixaram bem claro, mais uma vez, que são A banda de heavy metal e conseguiram rebentar com Lisboa como poucas bandas o conseguem fazer. Protagonizaram um dos concertos do ano e, a meu ver, o melhor do festival. Esperemos que 2008 traga uns Metallica melhorados, redimindo-se do menos bom St.Anger.

Setlist:

Ecstasy Of Gold (intro)
Creeping Death
For Whom The Bell Tolls
Ride The Lightning
Disposable Heroes
The Unforgiven
...And Justice For All
The Memory Remains
The Four Horsemen
Orion
Fade To Black
Master of Puppets
Battery

Sad But True
Nothing Else Matters
One
Enter Sandman

Am I Evil?
Seek and Destroy

domingo, julho 08, 2007

Live Hipocrisia Earth

E uma das pessoas que mais pode surpreender é a grande (pelo menos nesta situação) Ivete Sangalo, que recusou uma grande opurtunidade de promoção sob o argumento de não querer fomentar hipocrisias. Explicou que os principais organizadores do evento são, precisamente, os maiores poluidores e que se recusa a compactuar com esse tipo de situações.
Não é a primeira vez que constato a consciência da senhora Ivete. Apesar da sua música não ser do meu agrado, a artista brasileira não deixa de me surpreender nestas pequenas situações que revelam bastante do seu carácter.

Quanto aos restantes artistas, que participaram no Live Earth... estão a garantir o futuro dos netos dos netos, não é? Dinheiro é o que falta e esquece-se o importante.

Grande Ivete!

terça-feira, julho 03, 2007

E recomeça

Arranca hoje o Acto II. Bunnyrunch, Klaxons, The Magic Numbers, Bloc Party e Arcade Fire são as bandas que estão nos objectivos de observação (e aproveitamento, também!).

Até logo!